História Hangover.. wait, baby? - Discovery and crying..

‘Uma semana após a festança e comilança’.

—Nunca mais tomo uma gota de álcool, eu tô a uma semana passando mal por causa da ressaca. —Reid comenta, vendo sua amiga loira dar risada e rapidamente negar com sua cabeça. 

—Eu pensei que você conseguisse aguentar, Reid. Por isso lhe fizemos beber um pouco mais! —Morgan intrometeu-se na conversa, encostando suas costas na cadeira e endireitando sua coluna. —Ainda lhe levei para sua casa, e tive que aguenta-lo ficar papeando sobre livros e coisas antigas.

Morgan não se lembrava muito do que tinha acontecido naquela noite em que foi para a casa de Spencer, apenas una flashes vinham em sua mente o atormentando e mostrando coisas irreais.

—Desculpe-me Derek, eu realmente não quis lhe incomodar com isso. —Diz simplista, fechando seus olhos e baixando sua cabeça. Seu estômago novamente revirava lhe fazendo ficar extremamente enjoado. O perfume que usava teria que ser jogado em escanteio até que voltasse ao normal. —Bem..

Antes que pudesse finalizar sua sentença, o dono das madeixas enroladas rapidamente se levantou e correu em direção ao banheiro do edifício, adentrando e trancando a porta para ninguém o seguir. Entrelaçou suas duas mãos pelo vaso, começando a regurgitar a pouca comida que ainda tinha parada em seu estômago. 

Umas batidas na porta fez com que o gênio levantasse sua cabeça e olhasse de relance a mesma, rezando mentalmente para que não fosse seus colegas de trabalho. O que menos queria naquele momento era causar preocupação, sabiam sobre suas obrigações fora dali com suas famílias e filhos.

—Menino prodígio? Você está bem? —Dave questiona altamente, novamente batendo de leve sobre a madeira podendo escutar alguns barulhos serem feitos dentro do cômodo. —Abre para podermos conversar, os demais estão preocupados. Você não anda se sentindo bem ultimamente.

Spencer suspirou cansado, se levantando e andando até a pia, começando a lavar suas mãos e escovar seus dentes para tirar aquele odor horripilante de dentro de sua boca. Ignorava totalmente a presença do mais velho, não queria ter que explicar para mais uma pessoa o motivo de estar daquele jeito. 

—Reid.. Sei que você não quer entrar nesse assunto mas, estou preocupado com essa sua suposta ressaca. A de todos já foi embora, mas a sua foi a única que decidiu continuar por aqui. Tanto eu quanto você sabemos que esses sintomas se encaixam perfeitamente em outras coisas. —Rossi permitiu um sorriso adornar seus lábios ao ver a porta ser minimamente aberta, deixando claro que tinha permissão de entrar para poder conversar melhor com o mais novo bastante pálido.

—O meu é porque não estou acostumado a beber tanta coisa alcoólica como antigamente! E tecnicamente, vômitos e enjoos são bem comuns nessas situações. —O mais novo responde se aproximando da pia novamente, observando sua aparência. —Eu tô com medo de ter feito coisas erradas com o Derek, quando estávamos sozinhos lá em casa.

Rossi se aproximou do cacheado, parando ao seu lado bastante interessado em sua fala posterior. Tinha uma teoria do que podia ser, mas iria ficar quieto até que tivesse mais informações e pudesse concretizar.

—E o que acha que fez? Além de ficar falando sobre vários livros antigos de épocas quais nem tínhamos nascidos? —Questiona repetindo o mesmo ato do castanho, tombando levemente sua cabeça ao lado afim de tentar compreender as palavras ditas.

—Medo de ter me declarado! Porque sinto um penhasco por aquele homem! Mas após ele ter iniciado seu namoro com Savannah, eu guardei somente para mim esse sentimento e acabei provavelmente me sufocando demais. —Reid sussurra fechando seus olhos ao sentir seu estômago revirar tortuosamente e ameaçar dar-lhe enjôo. —E no outro dia, eu acordei um pouco antes dele, e nossas roupas estavam espalhadas pelo cômodo inteiro. Peguei-as e sai de lá igual o flash, sentindo as dores ainda em meu quadril. Pensei comigo mesmo que não tinha sido nada demais e realmente não foi. É só coisa da minha cabeça. E agora para completar meu caos, isso. Meu corpo anda tão estranho ultimamente, mas nada que um remédio e bom descanso não façam melhorar.

—E esses sintomas vem somente piorando durante todos essas semanas? —Perguntou baixinho, levando sua mão ao queixo parecendo pensar numa solução para aquele problema. —Vocês dois provavelmente não usaram preservativo, até porque, estavam extremamente bêbados. Quero-te aqui depois para podermos fazer algo. E não aceito ‘não’ como resposta.

Reid acenou positivamente com sua cabeça, sabia que não teria uma escapatória, teria que obedece-lo, caso contrário iria levar uma bronca. Estava curioso para saber o que fariam, mas tinha certeza que o mais velho manteria segredo e não lhe contaria de maneira nenhuma.

—Bem, podemos voltar para o escritório por favor? Aqui está um cheiro horrível e isso está me deixando enjoado novamente.

Os dois agentes deram risadas e preguiçosamente caminharam para fora daquele banheiro imundo e detestável. Não tinham tanta pressa, por isso ficaram conversando mais alguns instantes antes de realmente retornarem com os demais membros.

Spencer dava risada e levava sua mão a nuca, parecendo envergonhado ao ficar sabendo de tudo o que fez e falou naquela enorme festa. Suas bochechas tinham uma coloração avermelhada junto a um bico formado em seus lábios rosados e machucados pelas mordidas.

‘Horas mais tarde’

—Bem, nós iremos dormir por aqui para amanhã conseguirmos ir a delegacia cedo e encontrarmos um cantinho onde poderemos trabalhar para encontrar esse serial Killer. —Aaron diz, vendo os demais companheiros concordarem com suas cabeças pegando suas malas e andando em direções ospostas um do outro. —Temos muito o que fazer amanhã!

Reid não aguentava mais, suas costas doíam e sua cabeça parecia que explodiria a qualquer segundo. O jeito com que aquele assassino deixava suas vítimas e as palavras quais escrevia nas paredes com o sangue da mesma era de virar o estômago já ruim do mais novo. Segurou fortemente a vontade de regurgitar, tinha que mostrar respeito e também era uma cena de crime cheia de pegadas e impressões digitais.

—Bem, venha comigo Einstein junior. —O homem mais velho pegou no pulso do mais novo, o puxando para um banheiro próximo de onde estava e adentraram, trancando a porta em seguida. —Sem qualquer tipo de questionamento quero que faça isso para termos certeza de algo.

As mãos cálidas e mais velhas foram em direção aos seus bolsos, tirando de lá alguns testes de gravidez, esticando ao mais novo paralisado com as orbes castanhas arregaladas. Aquilo não podia ser sério, era apenas uma brincadeira.

—Não me olhe assim! Você precisa fazê-los, só para termos certeza de uma coisa! —Se afastou minimamente e colocou aqueles utensílios em cima da pia para poder explicar ao mais novo ainda estático. —Reid, todos os seus sintomas apontam para uma possível gestação. Sei que é o que menos deseja escutar nesse exato momento, mas é verdade.

Reid deu risada e apoiou suas mãos nos joelhos ainda desacreditado, só podia ser mentira. Tinha recém-feito seus vinte-e-seis anos e agora teoricamente teria um feto crescendo dentro de si? Aquele dia inteiro era apenas um pesadelo sem fim, não via a hora de acordar assustado em sua cama. 

—Você não pode estar falando sério, Rossi. —Levou suas orbes castanhas ao mais velho ainda bastante sério, pela sua expressão podia ter certeza na seriedade daquele assunto. Mas, inteiramente, ainda rezava para ser apenas uma piada.

—Einstein, por favor, você precisa fazer isso! Se não for por mim, faça pelo seu próprio bem. Assim poderemos descobrir tudo de uma vez e poderá tomar os remédios corretos para isso ir embora. —Pegou um dos testes e apontou novamente em direção ao doutor que suspirava altamente criando coragem.

—Você quem verá a resposta! Me recuso a olhar isso! —Responde o castanho, pegando aquele utensílios e correndo até uma das cabines para poder fazer.

‘Algum tempo depois, Spencer deixou o potinho hospitalar cheio do líquido amarelado em cima da pia, começando a andar de um lado para o outro afim de acalmar as batidas em seu coração. Não podia suportar o imenso bolo que havia formado em sua garganta junto ao nervosismo que sentia naquele exato momento. Seu futuro estava dependia da resposta daquele pequeno utensílio molhado e fedido.

—Um tracinho é negativo! Dois é positivo! —Dave diz, lendo com cuidado todos os detalhes do papel que vinha dentro da pequena caixinha. —Reid, me conte o que está passando em sua mente! Posso ver daqui as engrenagens tentando funcionar.

—Em como será minha vida após isso, quero que esse dia fique apenas na recordação de ambos. Sem sair espalhando para ninguém! —O castanho diz, vendo a expressão surpresa assumir a face do mais velho. Logo tratou de explicar. —Um segredo nosso! Quando minha barriga crescer iremos dar um jeito de conseguir esconder. Mas, ninguém, ainda mais o Morgan poderá saber sobre isso. Posso confiar em você?

Rossi lentamente se virou em direção ao mesmo, arqueando sua sobrancelha ao escutar a última pergunta. Suspirou pesadamente logo dando uma risada fraca vendo como seu rosto parecia acabado e pálido.

—Como assim "posso confiar em você?" Sabe que pode! Jamais iria lhe entregar, ainda mais com um segredo desse jeito! —Dave cruzou seus braços, vendo o mais novo dar risada e logo fechar seus olhos durante alguns poucos segundos. —Nós vamos sair daqui e ir comer um pouco, você precisa conseguir manter comida nesse seu estômago. Sabe que precisamos de você nos lugares para descobrirmos mais sobre o assassino.

—Sim.. Eu sei.. só preciso achar algo que não me faça sentir enjôo. —Responde levando seu olhar ao teste, vendo alguma coisa começar a querer aparecer lentamente. Se levantou rapidamente, sentindo sua visão ficar preta e uma tontura invadir seu corpo. Cambaleou para trás, sendo segurado pelo mais velho agora preocupado em sua frente. —Eu tô bem.. só levantei muito rápido! Esqueci que não posso fazer isso..

Dave negou com sua cabeça e logo suspirou pesadamente, fazendo a mesma coisa que o castanho, levou seu olhar aos tracinhos, vendo apenas um bem aparente. Quando foi falar alguma coisa, notou um segundo começar a aparecer bem fraquinho dando a confirmação que tanto queria naquele momento.

—Meus parabéns Reid, você está carregando dentro dessa sua barriga um pequeno Einstein. —Dave entrelaçou suas mãos pelo tronco do homem choroso em sua frente, levou uma de suas mãos aos fios cacheados, deixando breves carícias afim de conseguir o acalmar pelo menos um pouco. Sabia que era algo novo.

Spencer ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo consigo, sempre tratou de se cuidar muito bem. Tudo bem que nunca tinha ido para a cama com um homem por não se sentir pronto o suficiente. E agora, após beber todas e ficar bêbado fez a maior burrada de sua vida. Carregava dentro de si agora o símbolo do amor que sentia pelo colega de trabalho. Seu peito estava apertado e seu coração errava algumas batidas.

—Eu não acredito que isso está acontecendo comigo.. —Reid sussurra baixinho, apertando suas mãos no ombro do mais velho, permitindo todas as lágrimas escorrerem de seus olhos e molharem suas bochechas rosadas. —Ainda tenho esperança de ser apenas um pesadelo.

Dave permanecia quieto apenas escutando toda as palavras, sabia que não seria um caminho fácil. Mas estava ali para ajudar no que precisasse, ainda mais durante todos aqueles noves meses agitados. Seria até que engraçado ver como o gênio da equipe ficaria com a barriga bem redondinha.

—Tudo ficará bem, menino pródigo. —Sussurrou baixinho.