Rey pov.
Me encarei pela vigésima vez na frente do espelho. O vestido curto se ajustou bem ao meu corpo magro, embora eu tivesse perdido peso nos últimos meses. Parecia que algo ia se explodir dentro do meu estômago, o nervosismo estava me matando. Fazia muito tempo que eu não via meu pai e a última vez que ele esteve aqui não foi das melhores. Eu era um fardo em sua vida, queria que ele apenas se orgulhasse, mas tudo o que eu fazia era piorar a situação.
Finn tentava compensar as coisas, cuidando de mim quando eu não tinha forças, mas ele tinha ressentimentos do nosso pai. Ele odiava como ele se manteve ausente por tanto tempo. Eu não o culpo, teve que crescer como o homem da casa, cuidando da irmã problemática. Estava farta de me sentir um incomodo, mas aquela sensação parecia que nunca me deixaria em paz.
Eu desci as escadas quando já eram oito em ponto. O cheiro de comida estava ótimo e eu vi a figura do meu irmão se locomovendo pelo ambiente com agilidade. A mesa estava linda e ele também. Vestia uma camisa polo azul marinho.
— Oh querida! Eu já ia te chamar, pode me dar uma mãozinha? — Rapidamente o ajudei a colocar as coisas no lugar. — Papai está a cinco minutos daqui. Meu namorado a dez, estou nervoso e você está linda.
Despejou com rapidez as palavras. Eu ri, colocando as taças na mesa.
— Você está lindo também e tudo está perfeito, Finn. Relaxe. — Ele me olhou agradecido.
— Eu só não quero que nada saia errado.
— Não vai. — Caminho até ele, o abraçando de lado. — Estou aqui.
— Obrigada. — Ele me aperta.
A porta faz um barulho, eu e Finn trocamos um olhar apreensivo. Ele havia chegado. Arrumo meu vestido em meu corpo e meu irmão vai até a sala, provavelmente ajudar nosso pai com as malas. Suo frio, minhas mãos ficam pegajosas a medida que aquele momento dura.
Vejo sua figura, os cabelos grisalhos estavam mais aparentes. Ele sorri assim que seus olhos batem em mim.
— Minha princesa! — Vou até ele, o abraçando forte. — Você parece estar maior, o que acontece com os meus filhos toda vez que viajo?
— Senti sua falta. — Sussurro, aguentando as lágrimas nos olhos. Eu o queria perto sempre.
Não demorou para que o namorado de Finn chegasse, ele era bem bonito, tive que reconhecer. Seu nome era Poe e ele parecia ser um cara bem legal, mas parecia estar morrendo de nervosismo. Papai engolia a comida quieto.
— Então, Poe.... Você já está na faculdade? — O mais velho questiona, colocando seus olhos rígidos em cima do rapaz.
— Sim, estou cursando engenharia, é uma área que sempre me fascinou. — Meu pai pareceu surpreso e Finn orgulhoso do namorado.
Eca, agora eu estava rodeada de casais melosos, só faltava Rose começar a namorar para que eu seja a solteirona do grupo.
— Uma excelente escolha, jovem.
Finn sorri.
— Isso vem da sua família? — Continua.
Não me surpreendo pela pergunta. Assim como Finn fazia direito, papai acha que todos os filhos devem seguir os passos dos pais. Estremeço ao pensar que assim que me formar ele irá desejar que eu faça o mesmo. Mas direito estava longe de ser o que eu queria seguir.
— Não, meu pai sempre trabalhou em um supermercado e recentemente se aposentou e minha mãe é cuidadora de idosos.
Ele não disfarça a surpresa, mas diferente do esperado, sorri.
— Bom, duas profissões admiráveis. — Poe ficou chocado por um tempo. — E eles devem se orgulhar de o filho ser um rapaz decente e empenhado.
— Obrigado, senhor.
— Oras, não me chame de senhor, apenas Lando.
Eu e meu irmão trocamos olhares, ele parece contente. Isso traz uma atmosfera boa para o ambiente. Finn estava feliz com o rumo daquilo, logo, eu estava feliz por ele.
— E você, Rey, está se alimentando bem?
— Estou...
Minha voz quase não sai.
Por sorte, ele se limita a dizer apenas isso. Ele não tocava no nome dela, não falava sobre sua morte e eu sabia que as consequências que aquilo trouxe para mim e meu corpo, o deixavam intrigado. Por vezes acho que ele viaja tanto para não estar tão perto de mim. Eu sou igual a ela, em tantos aspectos. Deve ser horrível olhar para mim. De novo, aqueles pensamentos me pegaram.
Comi pouco, tão pouco falei também. Deixei que todos os homens ali presentes interagissem enquanto eu imaginava inúmeras formas de me machucar, ninguém notou.
Ben pov.
A casa estava em completo silêncio. Eu apreciei o vazio que me rondava. Leia estava na casa de Luke. Eu a ouvi chorar por horas durante esse dia, quando finalmente meu pai pegou as coisas e foi embora. Para onde, não sei. Talvez algum hotel.
Saber que ele não estava aqui me causava alivio. Fazia tempo que eu sentia desprezo por ele e tudo o que ele fazia. Mas não entendia como eles continuariam comandando a empresa da família estando separados. Se é que iam se separar mesmo. Apesar da traição de meu pai, minha mãe continuava se importando com ele. Eu não. Por mim que ele sumisse.
Soltei a fumaça para fora da janela.
Eu não ia conseguir dormir, como sempre.
O que será que ela estava fazendo?
Voltei para dentro depois de terminar o cigarro. Observei minhas duas últimas pinturas, rabiscos, tinta vermelha. Peguei uma das telas e a rasguei com raiva. Sentia aquilo crescer, aqueles pensamentos, aquelas memórias.
Queria quebrar tudo que estivesse na minha frente.
Peguei o pacote com o pó branco de cima da mesa e o encarei por alguns segundos. De repente, ouço o barulho daquela janela. Largo a droga no chão mesmo quando a vejo. Ela estava linda. Sempre que a via, ela estava, mas hoje tinha algo diferente, o cabelo e o rosto.
— Você está ocupado?
— Não.
Seus olhos pareciam vermelhos, não sei se ela chorou ou apenas estava engolindo o choro. Nunca vi uma expressão tão triste em seu rosto quanto agora.
— Você quer dar uma volta? — Questiono. Rey me encarou em silêncio por algum tempo.
— E-eu.... Não deveria estar te incomodando. Desculpe. — Ela começou a fechar a janela de novo.
— Rey.
Ela não se moveu, ficou olhando para baixo e eu percebi que ela estava chorando. As lágrimas se moveram devagar pela pele clara e iluminada dela.
— Você não é um incomodo, não para mim. — Ela me olhou surpresa. Me senti meio patético, não sabia lidar com pessoas, nem cuidar delas. Só não conseguia deixar essa garota para lá. Não conseguia apenas ignorá-la. Mesmo que as vezes eu tentasse, havia algo nela. Algo bom.
— Eu me sinto sozinha. — Engoli em seco, nervoso por toda aquela situação. — Sei que não estou, sei que tenho amigos e um irmão que faria tudo por mim.... Eu só...
— Tudo bem, não precisa falar nada. — Pondero o que planejo falar, não sabia até que ponto aquilo poderia ir. — Eu sei o que é isso.
Seus olhos cresceram, ela respirou fundo e depois soltou. Nos entendíamos sem precisar falar nada.
— Eu estou sozinho. — Conto. Ela nega com a cabeça. — Não, digo literalmente. Meus pais não estão em casa, eles vão se divorciar.
— Ben... — Seu olhar é preocupado e ao mesmo tempo confuso. — Como você está com isso?
Dou de ombros, não conseguia falar sobre meus sentimentos direito, era estranho.
— Acho que é o melhor.
Ficamos quietos. O vento aumenta um pouco e eu sinto o frio daquela noite me rodear. Rey era como um furacão para mim, ela me bagunçava. Sentia algo estranho na boca do estômago toda vez que ela estava por perto.
— Você está linda.
Suas bochechas ficam rosadas e ela fica imóvel, com aqueles olhos verdes piscando devagar.
— Obrigada. — Ela morde o lábio inferior. Fico preso naquilo, encarando sua boca de longe. — Eu sei que está tarde, mas.... Você ainda quer dar uma volta?
E aí, meu corpo todo ficou tenso.
Eu esperei na frente de casa, fumando mais um cigarro. Quando ela apareceu, ainda estava usando o vestido, com um all star preto no pé. Ela era fodidamente linda.
— Você pretende andar na minha moto com essa roupa?
— O que tem de errado?
— São meia noite e meia, está frio. — Tiro minha jaqueta de couro e estendo para ela. — Toma.
— Onde nós vamos? — Perguntou sorrindo, enquanto se vestia. Ficou grande nela, mas só a deixou mais adorável.
— Não sei, onde você vai nos sábados à noite? — Agora, entrego o capacete para ela. Estava virando hábito eu dirigir sem, desse jeito eu teria que comprar outro.
— Eu saio com meus amigos ou durmo na casa de algum deles, mas hoje eu tive um jantar importante em casa. — Eu subo na moto, ouvindo ela falar. — Vamos beber! — Falou animada.
—Você por acaso tem idade para beber? — Ela me dá um tapinha nas costas, antes de se encaixar atrás de mim.
— Terei daqui uma semana, então tudo bem.
Sorrio de canto.
O mar a noite era realmente reconfortante de alguma forma. A garota ao meu lado bebia devagar, admirando a noite e perdida em pensamentos que eu não tinha coragem de questionar.
— Já sentiu como se sua vida não importasse? — Ela murmura.
— Sim. — Me limito a dizer.
— Às vezes eu me sinto tão pequenininha, como se fosse um nada no meio de todo mundo.
— Você não é um nada. — A olho melhor agora, analisando seu rosto sereno, as bochechas estavam vermelhas, talvez pela bebida ou talvez pelo clima frio. — Eu ainda lembro de quando eu a vi pela primeira vez, nós éramos crianças.
— Oh, você se lembra que estudávamos na mesma escola?
— Sim, mas eu a vi quando você se mudou para cá, no dia você estava com um vestido vermelho.
Pareci ter a pego de surpresa. Rey abriu um sorriso grande.
— Como você se lembra disso?
— Por que não me lembraria de você?
Algo mudou na atmosfera, senti quando meu coração ficou agitado. Rey se aproximou mais, seu rosto estava inclinado, convidativo. Encarei todos os seus traços.
— O que você faz nos sábados à noite?
Aquilo soou familiar. Peguei a garrafa e bebi um bom gole, sentindo o líquido queimar meu interior. Nada parecia estar fora do lugar, na verdade, sentia até que algumas partes de mim estavam encaixadas, ou ao menos, mais claras.
— Nada interessante.
— Vamos, Solo. Conte-me.
Como uma menina rebelde, ela pigarreou, me olhando com aqueles olhos gigantes e brilhantes. A luz da noite fazia bem a pele dela, eu era só um trapo, sabia bem que minha aparência estava pior do que nunca, mas Rey mantinha o meu lado jovem ativo, com toda aquela aura de garota perdida. Era isso que ela era afinal, uma menina machucada.
— Eu gosto de pintar. Como não tenho amigos, quando não estou pintando algo, estou usando alguma merda. — Me referia as drogas, ela entendeu. Sua curiosidade se aguçou e um dos fios de seu cabelo castanho caiu sob o rosto. Eu não conseguia não me prender a todos os detalhes.
— Você pinta, uh. O que você pinta?
— Eu não sei explicar. — De repente, me sinto envergonhado de expor aquilo. Era grande parte de quem eu era, ou achava que era. Eu não parecia ter controle em como Rey estava entrando na minha vida.
A lua estava gigante, brilhando de um jeito que eu não lembrava de ter visto antes. Notei a garota ao meu lado se movimentar, seu corpo se ergueu. Minha jaqueta foi parar no chão. Não me incomodei com aquilo.
— Vamos entrar no mar.
— O que? — Ok, agora eu estava surpreso de verdade. Ela era louca? — A água deve estar congelando. — Ela tirou os tênis de maneira desengonçada.
Fui ignorado, por que a vi correr para longe, indo de encontro ao mar. Analisei toda a situação ao meu redor.
— Não acredito que farei isso.
Resmungo comigo mesmo.
Deixo meus pertences dentro do casaco e dou uma boa olhada ao redor, não havia ninguém por perto. Só agora me toquei de que Rey não havia trago nada consigo, nem mesmo o celular. Ela era mesmo uma louca. Ponderei por alguns segundos, ela estava com os pés na água já e então, virou para mim e sorriu de longe, me chamando com a mão.
Certo, eu vou mesmo fazer isso.
Tirei meu coturno, sentindo a areia nos meus pés à medida que caminhava até aquela pequena e insana garota. Quando estava perto o suficiente, ela agarrou minha blusa e me fez entrar mais no mar. A água estava mesmo congelando.
— Você acha que nós vamos para onde quando morremos? — Ela olhou para o céu. Parecia que algo a perturbava naquele dia.
— Talvez a gente vire uma estrela. Existem milhares delas. — Seus olhos me capturaram e aquilo pareceu a tocar de alguma forma.
— A minha mãe é uma estrela.
Tranco a respiração.
— Talvez seja aquela. — Aponto para o ponto brilhante.
Rey ri um pouco, depois limpa uma lágrima do rosto.
— Eu gostei. — Eu seguro suas duas mãos quando ela quase cai, o vestido já estava molhado nas pontas, ela era mesmo baixa. — Talvez eu me torne uma e fique com ela, um dia. — Meu peito aperta, de algum modo. Pensar naquilo parecia péssimo. E não sei por que, senti vontade de trazê-la para perto, mas mantive a distância.
— Você será tipo o sol, ele também é uma estrela. — Digo baixo.
Rey parecia presa as minhas reações, tentando captar algo.
— Você é como a lua, Ben.
Sorrio sem mostrar os dentes. Mesmo com a água gelada, eu me senti aquecido naquele momento, por que ela era mesmo especial.
(...)
Mantive a raiva para dentro de mim. Buscando qualquer forma de alivio nos exercícios físicos que fazia. Cai no chão, quando já estava exausto o bastante. Minha respiração descompensada era o único barulho daquela maldita casa. Minha mãe sequer me mandou uma mensagem, ela não poderia se importar menos comigo. A única coisa que ela se importava era com a empresa, o casamento falido e a imagem de boa família. Eu era apenas o filho que não se encaixava nos sonhos dela. Nas expectativas fodidas daquela família de merda.
Soquei o chão.
1.
2 vezes.
Minha mão sangrou.
Continuei golpeando. Queria apagar minha existência. Queria sumir. Queria poder quebrar tudo ao meu redor. A dor era tanta, doía demais.
Levantei com pressa, fui até o meu quarto, sem pensar direito em nada. O pacote ainda estava lá, onde eu deixei na madrugada anterior. O busquei com os dedos pingando, sujando tudo de vermelho.
Coloquei o mesmo em cima da mesa, em seguida separando o montinho e enfim, colocando para dentro do meu organismo.
Aos poucos, senti a euforia chegar. Junto com flashs de momentos que eu gostaria de esquecer.
"— Você é um lixo! — Ele havia me chutado tão forte que eu mal conseguia chorar, ou respirar. — Moleque de merda."
Senti lágrimas descendo pelo meu rosto. Eu estava em outro patamar agora. Algo estranho aconteceu, senti meu coração acelerar demais, meu corpo tremeu. Comecei a sentir o tremor subir, até meu corpo começar a sofrer.
Cai na cama.
Era tudo muito forte. Não parecia ter controle.
Eu o odiava.
Rey pov.
Aquilo era ridículo.
— Eu não preciso de uma festa de aniversário.
As garotas bufaram, me achando careta demais para suas ideias.
— Qual é! São seus dezoito anos, garota. — Paige retruca. — Vamos dar uma festança.
— Não, eu prefiro só pedir uma pizza e comer com vocês. — Rose sorriu, nós fazíamos isso sempre. Era algo meu. Odiava comemorar.
— Ao menos saia com a gente para um lugar diferente.
— O que é que vocês estão tramando?
Meu olhar de desconfiança passou por cada uma delas. Havia algo ali, para elas insistirem tanto nisso.
— Nós só queremos que você comemore direito sua maior idade, pequena. — Jannah aperta a ponta do meu nariz.
— E afinal, faz tempo que não saímos para dançar um pouco. — A namorada completa. Eu bufo, me dando por vencida.
— Certo! — Elas se animam com minha redenção. — Mas não inventem gracinhas, eu quero curtir o dia perto de vocês e só.
— E amiga, como está sendo com seu pai em casa? — Rose me olha com cuidado. Suas mãos macias afagam meus cabelos quando eu deito em seu colo.
— O mais do mesmo. — Finjo não me importar tanto quanto gostaria. — Ele está em casa, mas o trabalho continua, eu mal o vejo.
Jannah levanta de repente, seus cabelos escuros se movem com graça cada vez que ela se move. Ela era tão bonita.
Seus dedos mexem na caixa de som, apertando alguns botões. Logo, uma música muito conhecida por nós começa a tocar.
— YO, I’LL SAY YOU WHAT I WANT, WHAT I REALLY REALLY WANT
Cantamos alto, todas juntas. Ergo meu corpo, dançando pelo quarto. Eu amava aquelas garotas.
Voltei para casa a pé. Algo ruim me atingiu, uma sensação esquisita. Levei a mão até o peito, sentindo um aperto forte. Aumentei a velocidade dos meus passos, quase correndo. Dobrei a esquina com os olhos arregalados, não sabia exatamente onde estava indo, mas estava.
Cheguei em casa em poucos minutos, mas não entrei. Fiquei parada, no meio da rua, respirando fundo e encarando a casa dos Solos.
Engoli em seco, tomada por toda a coragem e rebeldia que possuía dentro de mim. Eu precisava me certificar se estava tudo bem. Parei na frente da porta.
Eu vou me arrepender.
Eu vou me arrepender.
Foda-se!
Bati três vezes com força.
Nada.
Bati de novo.
A porta se abriu devagar.
No mesmo instante, me assustei. Ben estava pálido, seus cabelos estavam mais bagunçados que o normal. Parecia que ele tinha sido atingido por um caminhão.
— Ben! — Desci meus olhos para sua mão, estava com sangue. — O que aconteceu?
Ele não conseguiu falar nada. O vi cair de joelhos bem a minha frente. Desesperada, entrei na casa, o segurando. Ele era bem maior do que eu, o que não me impediu de tentar erguer seu corpo.
— Meu deus, você usou algo?
Eu estava confusa e acima de tudo, preocupada. Seus olhos me encararam, como quem pede socorro.
— Fala comigo... — Implorei. — Você quer que eu chame alguém?
Ele negou devagar com a cabeça. Parecia prestes a morrer. Tal pensamento me aterrorizou.
— Eu vou pedir ajuda.
Falei rápido, sacando o celular do bolso. Ben segurou minha mão, me impedindo. O fitei por quarenta e cinco segundos, esperando algo.
— Só... Fica. — Sua voz quase não saiu. Eu o encarava perplexa, estava quase surtando.
Encarei a porta aberta.
Todos me falariam para sair correndo.
Acho que se ele fosse tão ruim como todos diziam. Naquele momento, eu estava condenada, por que eu fiquei.
Às vezes, eu simplesmente não consigo controlar meus pensamentos
Nenhuma medicação nunca os fez parar
Tudo que eu penso é tudo que eu não sou
Ao invés de tudo que tenho
Thoughts — Sasha Sloan
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