Rey pov.
Meu corpo inteiro tremia, não conseguia parar de chorar fazia algumas horas. Pego meu telefone e clico no nome de Ben, esperando que ele não atenda.
— Rey? — Fico em silêncio e fungo um pouco. — Tudo bem?
— D-desculpa incomodar.
— Você não está me incomodando, só um instante. — Ouço um burburinho no fundo, depois o som de uma porta fechando. — Pode falar.
— E-eu... Só.... Não devia ter ligado, mas.... Não estou me sentindo bem.
— Você pode me ligar sempre. Ouça, eu saio daqui em cinco minutos.
— Não! Ben.... Não precisa...
— Acontece que meu expediente acabou de qualquer forma, meu amor. — Fico surpresa com o apelido, então fico quieta. — Consegue ficar bem até eu chegar aí?
— S-sim. — Ele desliga logo depois.
Respiro bem fundo e encaro minha roupa. Um pijama velho e sujo. Coloco um blusão e um shorts com tênis, deixo meus cabelos soltos e saio correndo do quarto. Enquanto desço as escadas me deparo com Finn e Poe no meio do caminho.
— Vai sair? — Eu ouço meu irmão e congelo. Poe me olha sorrindo e depois muda sua expressão para preocupado. Finn faz o mesmo. — O que houve? — Seu corpo se desloca até mim.
— Nada. — Meu irmão me segura pelos ombros e olha nos meus olhos.
— Rey... Me fala. — Finn implora com o olhar. Eu respiro fundo e controlo as lágrimas que ameaçam cair. Poe nota me desconforto, então repousa a mão no ombro do namorado e isso chama a atenção do mesmo.
— Eu acho que a Rey não está tão à vontade, amor. — Eu agradeço com o olhar. Finn se afasta um pouco e respira de maneira calma. Depois volta a olhar para mim.
— Me desculpe, eu só fiquei preocupado. Está indo para a Rose? Quer que eu te leve?
Antes de eu negar, o barulho da moto chama minha atenção, Finn segue meu olhar. Suas sobrancelhas se curvam, depois meu celular apita dentro do meu bolso. Eu engulo em seco, ignorando, mas então ele começa a chamar. Ben havia chegado.
Finn não espera que eu diga nada, ele avança até a porta e isso me faz ficar alerta. Eu o sigo de maneira rápida.
— Finn! — Eu chamo. A porta se abre e Ben nos encara através do buraco de seu capacete, enquanto segura o meu no colo.
— O que você está fazendo aqui? — Os olhos de Ben estão sobre mim. Eu dou um passo à frente, mas Finn segura meu pulso. — Rey!
O ato faz Ben ameaçar levantar, mas eu faço sinal com a mão para ele esperar. Depois, encaro meu irmão enfurecido.
— Eu não sou mais criança, me larga. — Puxo meu próprio braço e me desvencilho dele.
— É com esse tipo de gente que você anda? Ele está se aproveitando da sua vulnerabilidade, sua menina idiota.
— Que tipo, Finn? O que você sabe sobre ele, uh? — Aponto o dedo em sua direção. — De todas as pessoas eu achei que você não fosse o tipo que julga. — Eu o encaro de acima a baixo. — Mas acho que me enganei. Tchau, Poe. — Eu olho para o rapaz assustado e viro as costas, deixando-os para trás. Ben estende o capacete para mim e eu o coloco, subindo na moto e vendo meu irmão me encarar como se eu tivesse partindo o coração dele.
Sinto meu corpo todo relaxar quando estacionamos. Encaro o local ao redor e noto alguns prédios, tiro o capacete e o encaro.
— Onde estamos? — Ben não responde, ele puxa meu corpo e me abraça. A sensação é boa e quentinha, por que a noite e o vento me fazem sentir frio. Eu abraço o corpo dele de volta e sinto seu cheirinho.
— Como você está? — Sussurra contra meu cabelo.
— Melhor agora. — O encaro de baixo e vejo seu sorriso. — Desculpe pelo meu irmão.
— Tudo bem. — Ele pega nossos capacetes e me faz segui-lo. Eu vou sem perguntar. Ben digita a senha em um dos prédios e nós entramos. No elevador, encaro meu reflexo no espelho e vejo o quanto estou acabada. Meus olhos estão fundos e estou pálida. Sou abraçada por trás e vejo como nós ficamos bem juntos.
— Você ‘tá linda. — Ben me dá um beijinho na orelha. Saco meu celular do bolso e ergo, para tirar uma foto nossa. Ele se esconde atrás do próprio cabelo e mostra a língua, o que me faz rir.
Quando o elevador se abre, me sinto curiosa e tentada a questionar de novo.
— Onde estamos?
Ele abre a porta número 303 e me deparo com um apartamento quase vazio. Há algumas caixas e alguns móveis sob medida. Caminho pelo local enquanto ele tranca a porta e acende as luzes.
— Ben, onde estamos? — O olho sorrindo. Ele morde a própria boca e encara o locar ao redor. Nossos capacetes ficam no chão.
— Eu não queria te trazer aqui até ter tudo pronto, mas esse é o meu apartamento.
— Seu?
— Eu ainda não me mudei totalmente mas pretendo.
— Ben... Você vai se mudar? — De repente me sinto egoísta, por que a ideia me machuca. Sinto meu corpo de novo querer chorar, por isso dou alguns passos para trás. Não percebo que estou chorando até que ele me pegue pela cintura.
— Ei.... Não chore. — Seu dedo limpa as gotas que escorrem pela minha bochecha.
— V-você vai ficar longe. — Ele ri de mim. — Para...
— Não vou estar longe, você sabe que não consigo ficar longe de você.
— Eu gosto de saber que você está na casa ao lado.
— Meu amor, eu vou estar aqui, você pode vir a qualquer momento, pode ficar aqui quando quiser, quando precisar... — Fico estática o encarando. — O que foi?
— Você me chamou de amor... — De repente, a pele em suas bochechas fica vermelha e noto que ele está envergonhado, por isso sorrio. — Duas vezes. — Me gabo, enquanto ele coça sua nuca e me olha meio bobo.
— Você é o meu amor. — Fala sério, o que me deixa derretida.
— Sou?
— Sim. — Ele beija a ponta do meu nariz.
— Estou feliz por você. E orgulhosa. — Passo minha mão carinhosamente por seu rosto, tocando as pintinhas e marquinhas que se espalham por aí. — Desculpe por estar tão emotiva.
— O que aconteceu, quer me contar? — Eu assinto devagar, enquanto ele me puxa até o quarto. É grande e espaçoso. Os móveis sob medida nas cores escuras estavam vazios, assim como as prateleiras. Mas havia uma cama grande sem lençóis e dois travesseiros. Nos sentamos na cama e eu sorrio do ambiente. Nem estava pronto, mas já tinha a cara dele, o jeitinho.
— Eu só... O mesmo de sempre. Eu fiquei olhando as fotos dela e sentindo a falta dela... E aí eu lembro do dia em que ela morreu e eu me sinto mal por estar viva.
— Não é sua culpa.
— Eu sei. Mas as vezes é difícil entender isso, sabe? — Sinto meus olhos marejarem. Ben se ajeita na cama, esticando as pernas, com os olhos ele me chama. Eu subo, me colocando por cima de seu corpo e me aninhando em seu peito.
— Eu sei.
Nós ficamos quietos.
Às vezes tem momentos na vida em que nós queremos gritar, espernear, quebrar coisas, dizer ao mundo o quanto estamos machucados. Mas aí algo acontece, você encontra uma coisa, alguém, que te faz sentir tão confortável, que o silêncio não se torna um problema. Você só respira fundo, não há mais nada para gritar, não há mais nada para quebrar. Você só sente o seu corpo esquentar, o seu coração ficar calmo e quando você fecha os seus olhos é como se estivesse em uma praia calma.
Os braços de Ben contornam meu corpo e eu choro de felicidade, por que finalmente alguém me entende.
Dia seguinte.
Ben perguntou no mínimo umas cem vezes se eu tinha certeza que era uma boa ideia ir para casa. Mas eu precisava tomar um banho e ele precisava trabalhar, então não quis ocupar mais ainda do tempo dele. Eu sabia que Finn não estaria em casa esse horário, por isso andei tranquilamente pelas escadas e quando cheguei até meu quarto, me apressei em ligar para a minha melhor amiga.
— Fala, gostosa! — Rose parece animada, em compensação eu pareço um zumbi. Paro em frente ao espelho e cutuco meu rosto cansado.
— O Finn descobriu sobre o Ben, nós tivemos uma pequena discussão mas sinto que ele vai tentar me prender dentro dessa casa.
— Ih.... Tem certeza? Talvez ele mude de ideia ou perceba que ‘tá sendo controlador.
— Para ele não importa se eu tenho 18 anos, Rose, você sabe. Quando eu ficava com o Peter ele só não descobriu por que eu fazia isso dentro da escola.
— Você acha que o problema é você namorar ou o Ben em específico? — Maneio minha cabeça, pensando.
— Um pouco dos dois. Sei lá ele deve achar que o Ben é um drogado perdido.
— E, não é? — Fico extremamente irritada.
— Não, Rose. Você sabe que não.
— Olha, eu não tenho nada contra ele, mas quem vê de longe acha sim que ele tem alguns problemas.
— E daí? Voltamos nisso de novo? Eu também tenho problemas e por que diabos as pessoas fingem que não tem, também?
— Como eu disse, não sou eu amiga. Mas talvez o Finn só esteja com medo de que algo ruim aconteça com você.
— Não fique do lado dele.
— Eu não estou, eu juro. Mas a minha irmã também se preocupa comigo.
— Ela já sabe de você e do Hux?
— Sim, ela ficou receosa também, mas eles já se conheciam daquele dia na balada e bom.... Eu vou fazer um almoço com eles aqui em casa e com os meus pais. Me deseje sorte!
— Boa sorte!
Quando desligamos o telefone não pude deixar de sentir certa inveja. É óbvio que eu quero o melhor para a minha amiga, mas ela já vai apresentar ele aos pais, e eu nem sei como definir a minha própria relação. Aquilo me incomoda por tanto tempo, que decido tomar um banho e demoro por horas debaixo da água quente, perdida em pensamentos.
Ben pov.
Finalizo o que tinha de pendente e desligo o computador, observando a tela escurecer. Pego meu celular e checo o horário. 18:20. Não há mensagens da Rey. Quando saio da sala passo pelas mesmas pessoas de sempre, sem me comunicar com ninguém. Por que não confio em ninguém.
Meus pensamentos estavam presos a Rey e a mudança que eu tinha que finalizar. Meus pais não faziam ideia que eu sairia da casa deles, se faziam, não se importavam. Pego meu capacete e dirijo até lá, um caminhão de mudança viria em 1 ou 2 horas para me ajudar a levar o resto das coisas que já estavam embaladas em caixas no meu antigo quarto. Eu não tinha tantas coisas assim, de toda forma. Coisas como talheres, panelas e todo o resto eu comprei novos pela internet e também seriam entregues. Para ser sincero, tudo isso me assustada, mas eu não aguentava mais ficar dentro daquela maldita casa.
Me encosto na moto e saco meu celular, pronto para enviar uma mensagem para minha garota. Mas sou surpreendido por uma pessoa caminhando em minha direção. Ergo meus olhos e observo o irmão de Rey me encarar com uma carranca.
— Solo. — Ele fala entredentes. — Eu vou deixar bem claro. A minha irmã é só uma criança, ela tem problemas, ela é sensível e já passou por muita merda nessa vida. — Ele nem pisca, fala tão sério que eu não me atrevo a interromper. — Não sei quais são os pensamentos pervertidos e idiotas que você tem com aquela garotinha, mas acho melhor deixá-la em paz, pare de manipulá-la.
Não falo nada, sou pego de surpresa. Mas algo naquela prepotência me irrita. Eu jamais discutiria com o irmão dela, ou entraria numa briga com ele, mas não posso deixar de sentir meu sangue ferver com aquele papo.
— Eu não estou manipulando ninguém. — Sua risada alta causa um incomodo nos meus ouvidos. Por isso travo os punhos e respiro fundo.
— Isso é tudo que você tem para dizer? Está metendo ela nos seus problemas, nessa sua porra de vida! Olhe para você. — Eu tiro um cigarro do bolso, posiciono nos lábios e acendo, vendo seu semblante ficar ainda pior que antes. — Você é todo fodido. — Assopro a fumaça para frente, acertando seu rosto.
— Vá se foder.
Finn ri de maneira irritada, depois se afasta de mim.
— Está avisado.
Vejo ele ir embora e bufo contra o ar. Sinto todo aquele peso novamente em cima dos meus ombros. Eu não preciso que ninguém goste de mim, além dela. Mas certamente eu não quero que ela fique triste por que a família dela não gosta de mim. Talvez se eu fosse diferente... Argh. Chuto o chão.
O caminhão chega minutos depois, eu deixo os rapazes entrarem na casa, e os ajudo a carregar as caixas. Não vejo meu pai, mas observo minha mãe parada na porta do próprio quarto, olhando para mim. Ela chora. Eu passo por ela sem dizer nada, não tem nada que eu possa falar. Não tem nada que ela já tenha me dito. Mas quando dou as costas, também sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Eu a amo.
Quando estamos do lado de fora, o caminhão é fechado e eu sento na moto, pronto para levá-los até o novo endereço. Antes de dar partida escuto alguns gritos na casa ao lado, nada muito exagerado. Depois vejo ela aparecer sorrindo, Rey corre até mim com aqueles cabelos castanhos balançando e tenho certeza que essa é a melhor visão que já tive dela. Eu levanto para pegar o capacete dela da parte traseira e a vejo ofegante. Suas mãos pegam meu rosto e ela me dá um selinho terno, antes de colocar o capacete e sorrir com os olhos. Quando sinto as mãos dela ao redor de mim, me sinto protegido. Como se eu pudesse ir para qualquer lugar, como se eu pudesse fazer qualquer coisa.
Na hora de levar as coisas para o apartamento, Rey quis ajudar, e eu gostei de vê-la animada. Então começamos a ajudar, mas algo me incomodou mais do que deveria. Rey estava de shorts jeans, e toda vez que ela se abaixava ou se esticava eu percebia aqueles olhares em cima dela. Eu jurei que fuzilei todos com o olhar, mas eles nem pareciam se importar e ela parecia não perceber. Quando ela apareceu um pouco suada e carregando uma caixa pesada, eu a ajudei, depois a puxei para mim.
— Ei, faltam algumas caixas ainda. — Ela sorri enquanto eu a abraço forte. Vejo alguns dos rapazes desviar o olhar quando os encaro.
— Deixa que eles terminem.
— Já cansou? — Assinto igual um bobo. — Lindo. — Ela me dá alguns selinhos e eu aproveito.
— Já terminamos. — Um dos homens avisa e eu assinto. — Só preciso que o senhor assine aqui. — Ele me estende um papel e uma caneta, mas eu vejo seus olhos descendo para o corpo de Rey que estava de costas. Ela se vira para enxergar e percebe também, já que franze o cenho.
Eu assino o papel e o entrego, quando ele pega, eu não solto, então seu olhar encontra o meu. Ele engole em seco.
— Eu espero que essa seja a última vez que você assedia uma mulher com esse seu olhar perturbador.
— E-eu.... Qual é, sua ‘mina é linda! Mas desculpa aí patrão. — Rey faz uma expressão de nojo e eu seguro sua cintura com cuidado.
— Peça desculpas a ela, não a mim. — Ele não parece acreditar, por isso ri. Mas, vendo meu olhar congelado ele coça a nuca e vira para Rey, a olhando nos olhos.
— Desculpa... senhora. — Eu solto o papel de maneira rude.
— Agora vai embora daqui antes que eu meta um soco na sua cara.
O rapaz sai rápido, seguido dos outros. Eles fecham a porta e Rey cai na gargalhada, eu a encaro sem entender.
— Obrigada, meu amor. — Ela vem e coloca os braços ao redor do meu pescoço. — Você fica tão gostoso com ciúmes.
Aquilo sai de maneira tão natural da boca dela que me deixa constrangido. Essa garota...
— Eu não estava com ciúmes, eles estavam te desrespeitando. — Ela suspende o rosto para o lado e franze as sobrancelhas. — Certo, eu TAMBÉM senti ciúmes. — Deixo minhas motivações frisadas. Rey morde o próprio lábio e depois me beija bem devagarinho. Aperto seu corpo e correspondo o beijo, sentindo sua língua tocar a minha de um jeito lento e delicioso. Eu empurro seu corpo até encostá-lo na parede. Rey se estica e puxa os fios do meu cabelo, fazendo minha nuca se arrepiar. — Droga... — Múrmuro contra o beijo. Ela sorri e morde meu lábio, puxando devagar. Eu vejo seu olhar de cima, provocativo e sedento. Ela coloca a mão no meu peito e me afasta devagar, respirando ofegante.
— Vamos.... Arrumar as coisas? — Eu assinto, também ofegante. Passo a mão no cabelo, o colocando para o lado.
Nós começamos a primeiro abrir as caixas e depois fomos colocando algumas coisas nos lugares. Eu só não conseguia me concentrar direito. Eu não sei se eu estava imaginando coisas e era um total pervertido mesmo ou se Rey estava tentando me provocar. Mas ela estava andando para lá e para cá rebolando, depois se abaixava bem na minha frente e o decote dela mostrava coisas demais, por isso eu desviava o olhar e toda vez que meus olhos encontravam o dela ela estava com aquela expressão perversa. Comecei a me comparar com esses caras escrotos, então só firmei meu olhar nas coisas que eu estava arrumando.
Quando acabamos, empilhei as caixas desmontadas na sacada e deixei lá para levar ao reciclado no dia seguinte. O apartamento estava quase pronto. Cheguei ao quarto e encontrei ela colocando as fronhas nos travesseiros. Verifico a hora, 22:00, já estava tarde.
— Vai dormir aqui? — Ela assente sorrindo e senta na cama. — Certo, eu vou tomar um banho. Estou com fome, pode pedir algo para nós? Pagamento em cartão de débito. — Estendo o meu celular para ela que fica tão surpresa que parece que estou entregando um tesouro. — Já volto. — Dou um beijo em sua testa e pego as coisas para tomar banho.
Quando entro debaixo da água quente, respiro fundo, tentando relaxar. Mas toda vez que fecho os olhos Rey invade minha mente, Rey sorrindo, Rey mordendo os lábios, o pescoço da Rey.... Sinto meu corpo reagir e xingo baixo olhando minha ereção.
— Não.... Agora não. — Falo para mim mesmo.
Ela está literalmente atrás dessa porta, porra!
Deixo a água cair no meu rosto e tento pensar em qualquer coisa ruim, mas ela continua voltando. Quando estico minha mão para me tocar me assusto com batidas na porta.
— Ben?
— O-oi... — Respondo envergonhado, mesmo que ela não tenha visto nada.
— Eu pedi sushi, tudo bem?
— Tudo!
Fico estático, como ela não fala mais nada eu solto a respiração. Pego o shampoo com rapidez e começo a me lavar com pressa. O susto me acalma, então tomo banho o mais rápido que posso. Saio do banheiro secando o cabelo e tentando ficar tranquilo. Vejo minha garota deitada de bruços, tirando fotos de si mesma com... O meu celular? Deus! Se isso é um teste eu ‘tô indo de mal a pior.
— Oi! — Ela me olha. — Vai chegar em 30 ou 40 minutos.
— Certo. — Digo, deixando a toalha em cima do meu ombro e sentando na cama.
— Você está bem?
— Você brigou com seu irmão? — Ela revira os olhos.
— Sim, ele queria conversar, mas eu não estou afim de papo.
— Sinto muito por isso, talvez se eu fosse diferente...
— Ei, claro que não. — Seus braços contornam meu pescoço por trás, e sinto beijinhos no meu pescoço. — Você é perfeito.
Sinto cada poro do meu corpo se arrepiar e é tão bom que eu fico quieto, só sentindo.
— Você estava me provocando, mais cedo? — Pergunto de olhos fechados e me arrependo no segundo seguinte, por que Rey para. Ela então se inclina até o meu ouvido e beija ali.
— Estava. — Seu sussurro imediatamente me deixa em alerta.
— Você não faz ideia da força que eu faço para não tocar em você.
— Então seria uma droga se eu te dissesse o quanto eu quero que você me toque? — O meu sofrimento aumenta, travo meu maxilar. — Seria muito ruim se eu te contasse que eu me masturbei pensando em você?
Arregalo meus olhos. Eu nem sei dizer o que sinto.
Puta. Que. Pariu.
Enterro meu rosto contra minhas mãos e tento respirar.
— Ben? Desculpa eu não quis te pressionar.... Não quis te deixar mal eu...
— Eu não estou mal.
— Então...
— Eu estou louco, Rey. — Ela vem até mim e para na minha frente. Ela segura minhas mãos e espera que eu a olhe. — Eu não paro de pensar em coisas improprias com você e você fala isso.... Eu vou enlouquecer. — Ela sorri e puxa meu rosto, me fazendo encará-la.
— E se nós tentarmos algo diferente?
— Tipo o que?
Ela se aproxima mais e sussurra no meu ouvido. E eu fico ainda mais duro com o que ouço.
Te faço nunca querer ir embora, não vou, não vou
Vou usar aquele vestido que você gosta, apertado
Faço meu cabelo bem, bem bonito
E sincronizo minha pele com a sua respiração
Porque eu só quero estar bonita para você, bonita para você
Deixe eu te mostrar como eu estou orgulhosa de ser sua
Deixar esse vestido uma bagunça no chão
E ainda ficar bonita para você, bonita para você
Confie em mim, eu posso te levar lá
Good For You — Selena Gomez
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