Acabo de caçar e vou tomar um banho. Abro a torneira para encher a banheira e vou preparando meu banho, então tiro as roupas e entro na banheira.
Nossa não acredito que esse é o último dia do ano, parece como se o tempo estivesse acabando, que quando der meia-noite tudo isso vai acabar e só vão restar arrependimentos e metas não cumpridas. Como se algo disso importasse, nem era para eu estar aqui, mas não quero ir, por algum motivo sinto isso, é como se toda essa alegria fosse acabar apenas com um piscar de olhos.
Saio da banheira e coloco um vestido azul e branco, como estava um pouco atrasada pego minha bolsa e saio correndo de casa.
*
Já havia saindo de casa e estava a caminho da casa da Mami quando ao fundo vejo um ser de cabelos vermelhos, tinha que ser, logo agora, penso enquanto ela chega cada vez mais perto.
Costumo a ficar nervosa perto dela, mesmo que sejamos amigas, não sei, sempre sinto que tem algo errado.
— ei saya, vamos juntas?- pergunta Kyoko
— claro, você já está aqui, mesmo.
Nos começamos a caminhar em silêncio, mas estava tão quieto que começou a me incomodar, eu não consegui dizer nada, estava totalmente confusa, quando ela fez a seguinte pergunta.
— eai, o que você achou desse ano?
Eu entrei em choque, não sabia o que falar, era justo isso que tanto me enchia de preocupações.
— bom, não sei...acho que foi normal.
— sabe, estou me sentindo assim também, como se tivesse algo faltando — afirmou a ruiva — mas eu sei o que quero pro ano que vem, quero mudar minha vida e fazer algo que to afim a muito tempo.
— pelo menos alguém me entende.
— é...
Continuamos caminhando por mais alguns minutos. Ao menos o clima tenso se desfez.
— chegamos — falei.
Toquei a campainha.
— já estou indo, só um minuto — ouvi Mami falar do outro lado da porta.
Mami veio atender a porta, assim que ela a abriu deu para ver uma mesa farta e impecável, Mami realmente leva jeito para cozinhar.
— olá meninas podem entrar — Mami falou.
— obrigada Mami — respondi.
— é valeu — respondeu Kyoko.
Quando entramos Madoka já estava la, a casa estava toda decorada e a árvore-de-natal ainda estava montada.
— oi Sayaka e Kyoko — Madoka veio nos receber com um abraço.
— oi Madoka — eu retribui o abraço.
— nossa Mami, quanta comida gostosa, seria um desperdício não comer — Kioko foi logo entrando, pegou um prato e foi para mesa.
— fico feliz que tenha gostado
Nos ficamos conversando sobre nossos planos para o próximo ano, eu inventei varias coisas, não conseguia pensar no que realmente queria, parecia tudo tão monótono, como se todo ano fosse o mesmo, eu só queria que fosse diferente.
Depois de 1 hora ouvimos o soar da campainha.
— deve ser a Homura, já tava pensando que ela não vinha mais.
Então Mami abriu a porte e realmente era a Homura.
— desculpe o atraso, eu tive um contratempo — afirmou Homura.
— bom agora que já estamos todas aqui podemos nos servir — disse Mami empolgada.
Obviamente a Kyoko resolveu voltar pra mesa e eu e as outras meninas fomos comer.
Eram 23:30 quando estávamos terminando de comer e fomos pra sala conversar e assistir TV. então o tempo passou e minha tenção só aumentou, até que.
- 5, 4, 3, 2,1, FELIZ ANO NOVO — gritamos em uníssono
Deu meia-noite e os fogos começaram a brilhar no céu escuro, o que dava mais intensidade ao seu brilho, então fomos pra sacada. O barulho incomodava um pouco, mas toda aquela beleza compensava, o brilho dos fogos refletia nos olhos de toda nos. As meninas começaram a se abraçar e desejar feliz ano novo umas paras outras, mas eu fiquei estática, paralisada, encantada, por todos aqueles fogos, só conseguia vê-los e lembrar que o ano havia acabado, pensar nas coisas que deixei para trás. E eles iam subindo e estourando no céu. Rosa, roxo, amarelo, azul, vermelho...
No meio de meus pensamentos fui interrompida por uma estranha presença atrás de mim.
— ei saya não vai falar feliz ano novo pra ninguém não? — disse a garota de cabelos vermelhos
Mas que coisa, eu esqueci completamente, estava tão perdida em meus pesamentos que nem percebi.
— ei saya, é falta de educação não responder — ela insistiu — ei, saya, tá tudo bem?
Uma pequena lágrima caiu do meu olho direito. Como isso foi acontecer, pensei que tinha tudo sob controle, mas, na verdade, isso, essa sensação ruim está me consumindo.
— saya vem aqui- sem mais nem menos Kyoko agarrou meu pulso e me puxou até uma parte mais isolada do pequeno apartamento.
Por um momento pensei ter visto ela chorar também.
Ficamos paradas por um tempo encarando uma a outra, nesse momento eu vi que ela realmente estava com finas lágrimas nos cantos dos olhos. O clima ficou extremamente pesado, nenhuma de nos falava nada, até que Kyoko aproximou nossos rostos até nossos lábios se encontrarem. Nesse momento foi como se todos os meus problemas nunca tivessem existido, e de fato não existiam, não tinha o porque de me preocupar com essas coisas, a partir daquele momento só conseguia pensar em porque ela havia feito isso.
— Kyoko? Porque?- eu fiquei totalmente confusa, ao mesmo tempo em que eu estava com medo, estava com vergonha, mas estava feliz.
Ela me olhou com o rosto corado, pude ver como seus olhos fiavam ainda mais bonitos quando refletiam os belos fogos de artifício.
— olha saya, é que...assim.
Por mais que ela tentasse falar não saia nada, mas, então ela olhou bem no fundo dos meus olhos e respirou bem fundo
— saya, eu quero abrir o jogo com você — Kyoko disse com um tom de seriedade — Sayaka eu não sei bem como te dizer isso mas, mas, é que desde o dia que a gente se conheceu eu comecei a me sentir diferente, mais animada, sabe, quando aquelas coisas aconteceram na minha família eu fiquei sem rumo, e quando você apareceu eu esqueci dessas coisas e pensei por um momento que com você eu poderia recomeçar, eu larguei tudo e desisti de viver, não me importava se um dia eu morreria em uma luta, mas você me fez enxergar que eu não posso desistir pois se não você ficaria sozinha. Eu coloquei meus olhos em você e agora meu único objetivo estar com você pra sempre, eu não quero mais a morte como meu caminho, cansei de fingir que não existo, viver largada, minha vida sempre foi muito apagada, e você a coloriu. Bom, mas o que eu realmente quero dizer é, eu te amo Sayaka — então sem pensar em mais nada Kyoko me beijou novamente.
Nesse momento notei o quanto estávamos apaixonadas, e os fogos davam ainda mais emoção ao momento.
— Kyoko, mais cedo estávamos falando dos nossos planos para esse ano.
— é.
— então, eu não sabia realmente o que eu queria, mas agora eu sei.
— e o que é?
— é aproveitar melhor os momentos em vez de me preocupar com coisas superficiais, tipo esses momentos.
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