Faz exatos nove dias que Nathan foi raptado, ainda assim, parecia ter sumido completamente do mapa, pois mesmo com a incansável determinação da Isabel em encontrar o seu paradeiro, tudo parecia estar sendo em vão. Nesse dia, todos eles estão reunidos na enorme biblioteca da mansão, alguns pesquisando em livros, outros avaliando as últimas informações, dois deles ainda tentando rastreá-lo usando feitiço de busca, mas é nítido em seus rostos o desânimo, a desesperança de que vão conseguir encontrá-lo. Lilian começara a soluçar, repetindo várias vezes, em voz baixa, que por culpa dela o Nathan pode estar morto, enquanto Hermione e Stephany tentam acalmá-la.
De repente, assustando a todos, a porta se abre com estrondo, uma Isabel sorridente entrando dando pequenos saltos. É a primeira vez que eles a veem desse jeito depois do desaparecimento de Nathan e sua animação é contagiante, fazendo desaparecer completamente a semblante de funeral que havia se instalado naquele ambiente.
— Diga que finalmente encontrou alguma pista sobre o paradeiro do Nathan? — Rony é o primeiro a perguntar, enquanto ele e os demais se aproximando de Isabel, que havia sentado em cima da mesa principal da biblioteca.
— Bem meus amigos, vou ter que deixar vocês um pouquinho a mais curiosos, pois terei de contar todos os detalhes do que aconteceu — Isabel diz, realmente transbordando alegria.
— Então não espere mais do que isso, desembucha de uma vez — Harry diz, sendo apoiado pelos demais.
— Está bem, está bem... Vocês sabem como estava sendo praticamente impossível encontrar uma mínima pista sobre o Nathan, então, totalmente desesperada, pedi ajuda a nossos queridos amigos da Ordem da Fênix que pudesse nos ajudar e fiquei surpresa ao descobrir que eles estão enfrentando o mesmo problema do que nós.
— Como assim? — Draco pergunta.
— Melhor deixar nossos novos parceiros contarem a vocês sobre isso, já que eles nos mandaram ajuda.
Nesse instante as portas se abrem, dois jovens alegres e saltitantes, assim como a Isabel, adentram a biblioteca. Logo todos se levantam felizes por revê-los após um bom tempo.
— Fred! Jorge! — Gina exclama eufórica, correndo em direção aos irmãos e os abraçando com tudo.
— Calma irmãzinha, assim você vai querer nos matar asfixiado — Fred brinca, retribuindo o abraço.
— Então essa é a única ajuda que a Ordem pode nos oferecer? — Rony pergunta, porém é evidente o sarcasmo em sua voz, pois não consegue esconder a felicidade em revê-los também.
— Que tal deixar de besteira e vir participar do abraço em família? — Jorge diz, puxando Rony para o emaranhado de braços e corpos.
Após a reunião entre irmãos, que não demorou por muito tempo, pois haviam outros assuntos a levar. Fred e Jorge sentam-se na frente dos demais, para que todos possam vê-los e ouvi-los perfeitamente.
— Para começarmos, precisamos dizer que temos algumas informações para dar a vocês — Jorge começa.
— Ou melhor, três informações — Fred complementa.
— A primeira é que o corpo físico de Dumbledore pode ter partido e nos deixado, mas sua magia ainda continua conosco.
Cada um daqueles ali presentes olham um para o outro, erguendo as sobrancelhas sem entender exatamente o que Jorge quis dizer com isso.
— Calma pessoal, não precisam criar rugas em suas belas faces — Fred diz. — Lembram que a fênix de Dumbledore foi embora no dia de seu funeral, cantarolando aquela triste canção? Então, apenas duas semanas depois ela retornou para Hogwarts e desde então tudo mudou por lá. Os alunos, professores e até mesmo nós que vamos lá podemos sentir uma magia envolvendo a escola, uma magia que nos faz recordar de Dumbledore, senti-lo ali conosco, como se ainda estivesse nos protegendo mesmo depois de sua morte.
— Dumbledore sempre fora um bruxo extraordinário — Harry comenta.
— O segundo ponto ao qual queremos chegar é que a informação que a Bellatrix nos deu quando traiu o lorde das trevas, é falsa, ou tem uma grande probabilidade de ser falso.
— O fato de que há um descendente de Grindelwald? — Hermione indaga.
— Exatamente — Jorge responde. — Fizemos vários buscas, até mesmo invadimos a casa dela, onde sempre morava quando ainda seguia o lorde das trevas. Não há indícios nenhum de que existe realmente um descendente desse antigo bruxo do mal. Porém, sabemos que isso não responde totalmente o que queremos, já que essa pessoa, se realmente existir, pode estar se escondendo de uma maneira perfeita.
— Ela fio vista pela última vez nos Estados Unidos, nem se deu o trabalho de tentar recuperar sua antiga casa — Fred diz, olhando diretamente para Isabel.
Isabel não reage, apenas continua os encarando, sem querer envolver em uma conversa envolvendo a sua mãe.
— Ah Draco, seu pai, ao contrário da Bella, levou vários companheiros e conseguiu tomar a mansão dele de volta a sua posse.
— Eu sinceramente não me importo, não sinto falta daquele lugar mesmo — Draco diz, realmente sem dar importância ao assunto.
— Porém, mesmo que possa parecer algo ruim para nós termos perdido a mansão Malfoy, na verdade, acabou sendo algo de bom para nós e assim, chegamos ao terceiro ponto e provavelmente, aquele que mais vão lhes interessar.
— Mas não seremos nós que iremos contar sobre isso e sim, nosso terceiro companheiro da Ordem que veio conosco para ajudá-los — Jorge diz, estralando os dedos, um sinal para chamar mais alguém. — Chegou a sua hora.
A porta da biblioteca volta a se abrir, uma pequena figura adentra o ambiente, usando um chapéu antigo, roupas extravagantes e como de costume, meias de cores diferentes.
— Dobby! — Harry exclama, resumindo muito bem a surpresa de todos ao vê-lo ali tão longe de Hogwarts.
Dessa vez o abraço ocorreu com o Dobby, Harry e Hermione.
— Obrigado senhor Harry Potter, obrigado senhora Hermione Granger — Dobby agradece, muito sem jeito com o ocorrido.
— Desde quando Dobby desistiu de trabalhar em Hogwarts e entrou para a Ordem? E desde quando outros seres além de bruxos podem participar da Ordem? — Rony pergunta sem entender muito bem o que está acontecendo.
— Deem espaço a ele, pois é o responsável por uma informação importante — Fred diz, levando Dobby para seu lugar, para que possa contar sua aventura.
— O que você conseguiu, Dobby? — Harry pergunta.
— Bem senhor, a senhora Minerva veio procurar Dobby na cozinha de Hogwarts pedindo ajuda em invadir a mansão Malfoy e descobrir algumas informações importantes, já que Dobby trabalhou muito tempo para a família Malfoy — Dobby dá uma olhada rápida para Draco antes de continuar. — Durante os três primeiros dias que eu estive lá, Dobby não descobriu nada de importante e quase foi descoberto, porém no quarto dia, Dobby ouviu um assunto interessante. Dobby estava escondido na sala de estar quando o senhor e a senhora Malfoy entraram discutindo. O senhor Malfoy explicava com tom de voz alterada que havia recebido a missão de coordenar os bruxos das trevas que controlam Azkaban. Dobby não tem certeza, mas acredita que a senhora Malfoy tenha visto Dobby, porém agiu como se nada tivesse acontecido. A senhora Malfoy logo em seguida pergunta se o jovem chamado Nathan também está preso em Azkaban e o senhor Malfoy afirmou.
Todos se sobressaltam, felizes por terem finalmente descoberto para onde Nathan foi levado. Porém, Isabel assume a liderança, barrando alguns deles.
— Harry, Hermione, Lara, Lilian e Stephany ficam, o resto de nós vamos buscar o Nathan.
— Isabel, que história é essa? É claro que eu vou também — Harry discute, confuso pela tomada de decisão da garota.
— Não Harry, você não vai — Isabel insiste, encarando-o bem próximo dele, tentando passar sua decisão. — Recuperar o Natha é muito importante, porém o fortalecimento do seu poder e da Hermione, além de que precisa se interligar a Lara, também é super importante. Não podemos parar seus treinamentos, conforme fiquei sabendo pelo Fred e o Jorge antes, que o Nathan não é o único bruxo capturado, tem diversos bruxos que sumiram nos últimos dias em todas as partes do mundo. Resumindo, não sabemos o que os bruxos das trevas estão planejando e quando irão atacar, por isso vocês precisam estar mais preparados quando o momento chegar. Está bem?
Harry tentaria discutir, pois realmente queria participar do grupo para salvar o Nathan, porém também entendeu o ponto da Isabel e no fim, acabou aceitando sua proposta.
#
Harry e Hermione estão sozinhos no quarto, Harry sentado na cama lendo um livro e Mione na frente do espelho, arrumando seu cabelo. O silêncio reinava no ambiente, já que não havia motivo para eles precisarem estar conversando. Em alguns momentos, ficarem apenas próximos, sem precisarem conversar, também é conveniente.
De repente, Harry fecha o livro e fica encarando o reflexo de Hermione no espelho, com um semblante sério. Mione percebe estar sendo observada e o encara também através do reflexo, vendo a cara estranha dele.
— Harry, o que houve? — Mione indaga.
— Será que nos conhecemos antes mesmo do expresso de Hogwarts no primeiro ano?
Hermione, impressionada pelo rumo do assunto, se vira na direção de Harry.
— Então você também viu aquilo?
— Logo depois que adormeci, pude sentir o feitiço Union agindo em meu corpo e então eu tive aquele sonho. No domingo em que uma chuva de cartas invadiu a casa dos Dursley, meu tio Válter pirou e nos levou a uma casa estranha no meio de uma pequena ilha no mar. Mas antes de irmos até lá, paramos em uma espécie de pousada, ou algo do tipo. Até então eu imaginava que nada demais tinha acontecido enquanto estávamos lá, a não ser a entrega das cartas de Hogwarts com a mudança de destinatário. Não lembrava que tinha te visto enquanto estava sentado naquele banco.
— É, eu também não lembrara de ter te visto quando meus pais pararam apenas para passar uma noite naquela pousada. Eu estava até alguns minutos atrás acreditando que tinha sido apenas um sonho estranho, mas já que você viu também, realmente pode ter acontecido. Mas a pergunta é: por que exatamente esquecemos sobre termos nos visto antes?
— Não esquecemos, mas sim, tivemos nossas memórias alteradas. Vamos precisar pesquisar isso a fundo e saber todos os detalhes.
— Será que a Lara pode nos ajudar?
— Vamos falar com ela mais tarde.
— Tudo bem.
Hermione se vira novamente para frente do espelho, perdida em pensamentos. Harry se levanta e vai ao banheiro. Mione continua pensando o motivo por não se lembrar de ter conhecido Harry antes.
— Mione, não se preocupe, vai dar tudo certo, eu farei dar tudo certo — Mione ouve a voz de Harry atrás de si.
— Eu sei Harry, nós vamos conseguir descobrir — Mione responde em voz alta.
— Mione, disse algo? — Harry grita do banheiro, assustando Hermione.
Ela se vira para trás e não vê ninguém. Se Harry está no banheiro, como ela acabou de ouvir a voz dele de repente atrás de si? Será que está começando a pirar ou tem algo a mais envolvido?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.