Harry James Potter estava sentado em sua cama, com uma expressão séria e concentrada, enquanto rabiscava algumas anotações em um caderno. Seus dedos deslizavam sobre o papel, criando um esboço meticuloso, enquanto sua mente vagava por pensamentos profundos.
Ele havia retornado a pouco tempo de Hogwarts, menos de uma hora atrás, e já estava envolvido em problemas. Ao ver os Weasley se divertindo com seu irmão, uma mistura de sentimentos o invadiu. Talvez fosse inveja, ou descontentamento, mas ele decidiu agir conforme seu plano. Harry havia lançado uma maldição em Percy Weasley, uma ação que ele ainda não sabia como lidar.
“Você fez o que era necessário”, disse Tom em sua mente, sua presença sempre presente, uma voz tranquila e persuasiva.
“Você não é a melhor pessoa para julgar, Tom”, Harry debochou em resposta a seu companheiro de mente, seu próprio projeto de Lorde das Trevas.
“Você tem um ponto. Mas é importante manter a postura de um Sonserino Modelo.”
Antes que Harry pudesse responder, ele ouviu passos se aproximando e voltou sua atenção para a realidade. Observando o pequeno esboço que estava desenhando, ele soltou um leve sorriso, satisfeito com seu projeto em andamento.
A porta de seu quarto se abriu e seu pai, James Potter, entrou, visivelmente preocupado.
“Harry...” James começou, seus passos hesitantes enquanto ele se aproximava da cama.
“Posso ajudar, pai?” Harry perguntou, sua expressão neutra e sua voz firme.
“Sua mãe está chorando, Harry.”
“Por causa de um Weasley?” Harry debochou, um tom de ironia em sua voz.
“Não, Harry”, James repreendeu, sentando-se em uma cadeira próxima à mesa. “Você estava prestes a chamar alguém de ‘Traidor de Sangue’.”
“E estou errado? Ele é um Traidor de Sangue.”
“Não repita essa maldita frase”, disse James, com cuidado, cada palavra carregada de significado. “Droga, Harry, você sabe o quanto sua mãe sofreu por causa dessas malditas frases de Supremacia Puro-Sangue? Sabe o quanto me dói ver meu próprio filho usando um termo desses?”
James não estava mais com raiva, mas sim falando com cuidado, consciente de que qualquer deslize poderia piorar a situação.
Harry percebeu que seu pai estava pisando em ovos, com medo de piorar as coisas. Quando descobriu que seu filho mais velho havia sido selecionado para a Sonserina, James não ficou com raiva, apenas com medo. Ele sabia o quão preconceituosos eram os membros daquela casa e temia que esse preconceito afetasse seu filho, direta ou indiretamente.
Lílian, sua esposa, compartilhava desses medos. Principalmente em relação à educação de Harry. Ele tinha um grande número de faltas, não respondia às cartas da família, mas, por outro lado, nunca havia recebido uma detenção sequer e suas notas acadêmicas eram impecáveis.
Olhando para seu filho, James sentia que Harry era simplesmente um Sonserino. Aquela máscara de indiferença, aquela ironia em cada frase. E, droga, aquele preconceito sanguíneo. Ele não podia permitir isso.
“Estou errado, pai?” Harry perguntou, sua voz mais calma agora. “O pai dos Weasley trabalha estudando artefatos trouxas. Você sabe o quanto isso mancha a cultura bruxa?”
“Harry, sua mãe é uma nascida trouxa. Não há nada de errado nisso.”
“Eu sei, e eu nunca disse que havia”, Harry respondeu. “Pai, não ligo para o sangue. Droga, eu mesmo sou um mestiço.”
“Não estou entendendo...”, disse James, confuso.
“Não é sobre o sangue. É sobre o poder. Eu respeito os bruxos de primeira geração, os mestiços e os sangues puros. Os trouxas são o problema. Eles não entendem a magia, não a respeitam. Eles só mancham tudo o que é especial sobre nós.”
James ergueu uma sobrancelha, nunca havia ouvido falar do termo “bruxo de primeira geração”.
“Não gosto da família Weasley, não por causa do dinheiro ou do sangue. Não tem nada a ver com isso. Mas eles apoiam os trouxas. Sabia que Arthur Weasley votou a favor de revelar nossos segredos aos trouxas, ou melhor, aos políticos de alto escalão do mundo trouxa? Isso é ultrajante.”
“Harry, eles não têm culpa de terem nascido sem magia”, argumentou James, tentando realmente entender o ponto de vista do filho.
Harry olhou para seu pai com determinação, sua voz firme enquanto continuava seu argumento.
“Você já ouviu falar de Salem, pai? A caça às bruxas, as pessoas queimadas vivas apenas por serem diferentes, por serem bruxas. Os trouxas são capazes de atrocidades assim. Eles nos temem, nos odeiam, apenas porque somos capazes de algo que eles não podem entender.”
James ficou em silêncio por um momento, processando as palavras de seu filho. Ele sabia que Harry tinha um ponto, mas também sabia que não podia permitir que esses sentimentos de ódio e intolerância crescessem em seu filho.
“Harry, eu entendo que você tenha suas próprias opiniões e crenças, mas é importante lembrar que nem todos os trouxas são iguais. Assim como há bruxos que são maus, também há trouxas que são bons e respeitam nossa cultura e nossa magia.”
Harry respirou fundo, sentindo a raiva e a frustração borbulhando dentro dele enquanto falava com seu pai. “E sobre Hiroshima e Nagasaki? Os trouxas usaram aquelas armas de destruição para dizimar suas cidades bruxas, matando centenas de bruxos japoneses inocentes. Eles não estavam fazendo nada de errado, apenas por serem bruxos, morreram.”
Ele fez uma pausa, tentando controlar suas emoções. “Pai, não me peça para ser complacente com os trouxas ou seus apoiadores. Eles são horríveis, ignorantes, fracos e covardes. Esse medo só coloca os bruxos em perigo. Não peça isso de mim, porque simplesmente não consigo.” Sua voz estava fria e determinada. “Os trouxas não são dignos nem mesmo de respirar o mesmo ar que nós, bruxos.”
James ouviu atentamente, tentando encontrar as palavras certas para responder. “Você sabe que os familiares da sua mãe são trouxas, certo?”
“E eles são ótimas pessoas, não é? Afinal, eles evitam falar com a mamãe só porque ela é bruxa. Eles nos evitam como se fôssemos pragas. Quando, na verdade, as pragas são eles.”
James se repreendeu mentalmente por ter dado um argumento tão fraco. Ele sabia que precisava abordar a situação com mais sensibilidade.
“Harry, eu entendo sua raiva e sua frustração, mas nem todos os trouxas são iguais. Assim como há bruxos que são maus, há trouxas que são bons e respeitam nossa cultura e nossa magia.”
Harry olhou para seu pai, seu olhar duro mas seu semblante mais calmo. “Eu sei, pai, mas é difícil para mim ver além das injustiças que os trouxas cometeram contra os bruxos ao longo da história.”
James assentiu, compreendendo a posição de seu filho. “Eu entendo, Harry. Eu não estou pedindo para você mudar suas opiniões imediatamente, apenas peço que tente ser mais tolerante e compreensivo. Talvez com o tempo, você consiga ver as coisas de uma maneira mais ampla.”
Os dois ficaram em silêncio por um momento, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Era um assunto delicado, e ambos sabiam que precisavam de tempo para processar e entender um ao outro.
A conversa entre Harry e James Potter se intensificou, com Harry citando exemplos históricos de violência trouxa contra bruxos para justificar seu desprezo pelos trouxas. Sua recusa em ser complacente com eles e sua visão extremamente negativa sobre os trouxas revelam a profundidade de suas crenças e o conflito interno que ele enfrenta.
James, por sua vez, tenta argumentar a favor da tolerância e do entendimento, mas percebe a dificuldade de mudar a mente de Harry. A menção aos familiares trouxas de Lilian, que evitam a família por causa de sua condição de bruxos, mostra a complexidade das relações entre bruxos e trouxas, mesmo dentro da mesma família.
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