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História Hate That I Love You - 2a Temporada - O Desastre e A Proposta - História escrita por santovittinow - Spirit Fanfics e Histórias
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História Hate That I Love You - 2a Temporada - O Desastre e A Proposta


Escrita por: santovittinow

Capítulo 21 - O Desastre e A Proposta


- Bom... – odeio quando ela faz esse maldito suspense – Eu..

- FALA DE UMA VEZ! – ordenei.

- EU NÃO ESTOU GRAVIDA! DEU NEGATIVO! – ela berrou e um sorriso se apossou de seu rosto – NEGATIVO! NEGATIVO!

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – gritei feito descontrolada e a abracei.

Ficamos pulando e rindo juntas feito duas loucas. Caramba, depois de um susto desse, o resultado negativo. Era como se tivessem tirado mil quilos das minhas costas. Depois de pular por um bom tempo, caímos exautas no sofá.

- Caramba, muita emoção para uma manhã, não acha? – perguntei tentando recuperar meu fôlego.

- Concordo em gênero, número e grau! Acho que isso acaba de provar que não morreremos de ataque do  coração! – sua voz agora era mais leve.

- Mas assim, você fez os três testes? Fez direitinho, né? – tinha que me certificar.

- Claro! Fiz o primeiro, negativo! Daí respirei de novo e fiz o segundo, negativo também, e por ultimo o terceiro, negativo novamente! EU NÃO ESTOU GRAVIDA! EU NÃO ESTOU GRAVIDA! – ela gritava rindo   e olhando pro teto e jogando a almofada pra cima, enquanto recostava a cabeça no sofá.

- ESPERO QUE VOCÊ TENHA APRENDIDO A LIÇÃO COM ESSE SUSTO, OK? – berrei e dei o sermão.

- Ok, mamãe! Nossa, depois dessa, eu to até sem palavras. – a felicidade era nítida no seu rosto, mal parecia a Bruna de alguns minutos atrás.

- Mas agora você deve ir ao médico, saber o porquê das tonturas, fazer alguns exames! – eu era a parte  consciente da conversa.

- Claro, vou sim! Mas deve ser uma anemia, pelo fato de eu não ter me alimentado muito bem, depois que  eu e o Guilherme terminamos, o meu nível de estresse deve ter aumentado consideravelmente, e aí culminou nesses sintomas todos! Mas que não indicaram uma gravidez! Ai meu Deus! Eu já estava ficando desesperada! Já pensou, Isabella? O que aconteceria se eu estivesse grávida do Bernardo? – uma expressão seria se apossou de seu rosto.

- Bom, se isso tivesse acontecido nos tempos antigos, vocês deveriam se casar, já que ele te desonrou, não que você fosse honrada! – eu ri e ela jogou uma almofada em mim.

- Cala a boca, é serio! Agora temos outro problema!

- Ai não! Da pra resolver amanha? Meu estoque de emoções por hoje já ultrapassaram todas as barreiras,  mais uma bomba e...

- Para de drama! Agora é sério!

- E antes não era sério? Bru, se isso foi mais sério que sua pseudo-gravidez, então eu não sei o que pode ser. Não vai me dizer que você matou alguém? Você matou o Bernardo? – eu a olhei espantada e seu  olhar repreendedor me atacou – Ta, parei!

- Eu preciso contar pro Gui o que aconteceu entre mim e o Bernardo! Não acho que seria correto esconder  isso dele, por mais que estivéssemos separados! Se estamos voltando o namoro e queremos fazer isso dar certo, não deve haver mentiras! – ela falava pensativa.

- Ia mesmo te perguntar se você já havia contado ao Gui! Bom, seja sincera com ele, vocês não estavam  juntos e o Bernardo te pegou num momento ruim, agora sobre a pseudo-gravidez...

- Não, isso eu não vou falar! Já fiz o teste e deu negativo, não há porque o deixar alarmado em relação a isso. Vou contar apenas que... dormi com o Bernardo! Nossa, pronunciar essas palavras em voz alta é mais chocante! – ela soltou um risinho.

- Até agora eu to sem acreditar, sabia? Assim, só a nível de curiosidade mesmo, como foi? Ele chegou aqui e vocês se pegaram? E, OMG! Vocês dormiram na sua cama com o Guilherme? Caramba, isso eu acho que ele não vai gostar mesmo, na verdade ele não vai gostar de nada, mas acho que depois do surto de ciúmes, ele se acalma.

- Claro que não, Isabella, nós não chegamos ao quarto, não teria coragem de... bem você entendeu!

- Eca, então eu estou sentada no antro da perdição? – ri enquanto levantei do sofá.

- Cala a boca! Falando sério agora, como eu vou contar pro Guilherme? Será que ele vai entender?

- Isso você só vai saber se contar, e outra, ele já teve um rolo com a Juliana quando vocês estavam terminados, então não há o que se queixar.

- É, verdade! Espero mesmo que fique tudo bem, depois desse susto, eu mereço!

- E eu também! – ri e caímos as duas de novo no sofá, exaustas das emoçoes do dia.

_

Eu achei que aquela bomba sobre a pseudo-gravidez da Bruna seria o único assunto sério dos meus últimos dias, mas bem, não foi! Parece que quando começam os problemas, um atrai o outro, tipo um  ímã. Acho melhor explicar direito.

Uma coisa que eu sempre odiei é ficar à noite sozinha em casa, não havia nada de interessante pra fazer. O Rafael apenas me disse que ficaria trabalhando, portanto não iríamos nos ver. Mas eu nunca fui daquelas  que respeita as regras, e o tédio estava abalando minhas estruturas, portanto resolvi que uma surpresinha e uma pausa no trabalho não atrapalharia em nada, correto?

Já eram 22 horas, ele deveria estar acabando de trabalhar, oras! Então peguei um casaco, minha bolsa e  as chaves do carro e dirigi até a casa do Rafa. Nem liguei pra avisar, não era necessário, eu tinha carta branca pra ir lá quantas vezes e a hora que eu quisesse, claro. Não demorou muito e eu estacionei na garagem, já que eram disponíveis duas vagas por andar. Peguei o elevador e fui ansiosa para ver meu namorado, estávamos nos vendo tão rápido todos os dias que o nível de saudade poderia estar bem alto, mesmo. Como eu tinha a chave, nem precisei tocar a campainha.

- Rafa! – o chamei abrindo a porta.

Entrei no apartamento olhando ainda pra porta, fechando-a, e logo escutei duas vozes e me virei. Na  mesa de jantar estavam Rafa e a Gabriela. Mas o que aquela vadia estava fazendo ali? Eu não sabia que ela  estaria lá com ele, e pude perceber seu olhar assustado ao me ver.

- Mas...Mas o que esta acontecendo aqui? – perguntei atônita com a presença dela ali.

- Oi Isabellinha! – acentuando o tom mais irônico de sua voz, ela me respondeu.

- Amor, que surpresa você aqui! Achei que já estivesse dormindo! – ele levantou-se da cadeira e veio me  dar um beijinho de boas vindas.

- O que ela esta fazendo aqui, Rafael? – perguntei num sussurro.

- Estamos trabalhando, qual problema há nisso? Veja – ele apontou pra mesa – Olhe o tanto de papel em  cima da mesa.

- Mas você não me disse que ela estaria aqui! – respondi um pouco irritada demais.

- Ah, eu não sabia que ela viria, apareceu tem pouco tempo, oferecendo ajuda, já que eu tenho muitos  papeis pra analisar, então com a ajuda da Gabriela eu já consegui adiantar boa parte, fora que tenho um  artigo pra entregar amanha na faculdade e...

- Também quero ajudar!

Não sei de onde eu tirei a idéia maluca de querer ajudar, assim, eu sou uma negação total em direito, não fazia a menor noção do que eles estariam fazendo, mas se a Gabriela era tão eficiente assim, então eu não deveria ser um total zero à esquerda, por isso, prontifiquei-me.

- Hãn? – ele me olhou assustado.

- Ué, não estou fazendo nada, quero ser útil também! Vamos lá, não deve ser tão difícil! Quero ajudar! –  mantive minha idéia.

- Amor, não precisa sério! É muito chato isso e...

- Gabriela querida – deixei o Rafa falando sozinho e fui em direção à mesa – Já vi que tem varias coisas a fazer aí, certo? Portanto decidi ajudar, quanto mais gente, mais rápido vocês acabam, e então eu poderei curtir meu namorado! – respondi de forma irônica.

- Não é necessário, Isabella! Acho melhor você ler alguma revista, tipo Marie Claire, faz mais seu estilo do que um bando de papéis com provas, sem querer ofender, claro!

Então era isso que ela pensava? Hum, não me espanto! Mas aquele comentário só aumentou minha vontade de provar que eu sou melhor que ela, que sou sim  muito capaz, apesar de não fazer idéia do que eu precisava fazer.

- Marie Claire é uma revista bem interessante, qualquer dia te mando alguns exemplares quando eu sair  na capa, ok? Ah, dou até um autografo! E agora eu quero ajudar, e bem, não é você que irá me impedir! –  sentei na cadeira ao lado da do Rafa, que logo sentou-se ao meu lado.

- Hum, vamos ver do que a senhorita é capaz! – ele riu e pegou um punhado de papeis, me entregando –  Aqui tem algumas ligações feitas pelo réu, já que seu telefone foi grampeado, marque todas as ligações feitas no dia 28 de junho, certo? – ele me indicou o que deveria fazer – Esses papeis são de suma importância, Isabella. Preciso chegar com isso pronto até amanha, que é o ultimo dia para entregar as  provas ao juiz, se não haverá a preclusão do caso.

Hum, to entendendo tudo, preclusão, mas que diabos é preclusão? Bom, fiz a minha melhor cara de ‘pode contar comigo, to entendendo tudo’ e pus-me a analisar as listas de números. Acho que meus olhos poderiam se perder em meio a tantas ligações, com certeza a conta de telefone daquele cara era bem  alta!

Enquanto o Rafa me entregava os papeis, pude ver a Gabriela sentada na cadeira em frente à nossa, revirando os olhos. É, por aquela ela não esperava mesmo, eu ali, prestes a estragar a noite dela à sós  com meu namorado. Mas eu ignorei seus olhares e continuei com o tal trabalho, era bem chato, mas de  vez em quando eu podia sentir uma mão boba na minha coxa, o que tornava aquele trabalho até um pouco divertido. Era impressionante como o Rafa consegue atuar bem, quem olhasse pro seu rosto viria  apenas a concentração em papeis e mais papeis, mas quem olhasse por baixo da mesa, viria sua mão  pesando sobre minha coxa. Eu ri baixinho quando olhei de canto de olho para ele e o vi tentando segurar o riso também.

Imaginei-me por um segundo fazendo faculdade de direito e trabalhando com o Rafa; a julgar por essa  experiência, trabalhar com ele seria bem difícil, certamente nos desconcentraríamos algumas vezes e  interromperíamos o tal trabalho por algo mais divertido. Gostava desse lado do Rafa, gostava quando ele  me surpreendia. Tentando concentrar-me naqueles papeis, continuei a marcar as ligações pedidas, mas  logo me senti um pouco sonolenta, precisava de algo forte para me manter acordada.

- Acho que vou preparar um café! – disse me levantando.

- Ótima idéia, Isabella! – a Gabriela levantou-se também e sentou no lugar ocupado anteriormente por mim –  Rafa, olha isso aqui! – ela inclinou-se muito em cima dele, mostrando alguns documentos, mas para mim era outra coisa que ela tava querendo mostrar.

Não pude evitar a raiva tomar meu corpo, estava prestes a ir lá arrancá-la pelos cabelos, quando o Rafa esquivou-se o máximo dela e levantou-se da cadeira indo atrás do telefone. Hum, menos mal, rindo da  cara de decepção da Gabriela, resolvi fazer o café.

Alguns minutos depois, e sem fazer bagunça na cozinha, voltei com uma bandeja e três xícaras, claro,  sou muito educada, não deixaria a vadia sem café, mas certifiquei-me que ele estava bem quente a ponto  de queimar sua língua. O Rafa estava no telefone, no outro canto da sala, e deveria estar com sérios problemas, porque parecia irritado. Coloquei a bandeja na mesa, com cuidado para não derrubar em cima dos papeis, e servi um pouco numa xícara para mim. E foi quando eu fui dar a outra xícara com café para a Gabriela que o estrago começou a acontecer. Quando a coloquei ao lado dos papeis dela, ela simplesmente virou o braço, esbarrando na xícara que caiu e derrubou todo aquele líquido preto em cima de vários papeis.

- Deus, o que você fez! – ela gritou comigo, sua voz cínica me irritou.

- Eu? Eu? – perguntei incrédula enquanto tentava salvar os papeis, mas o estrago parecia apenas  aumentar, o café se espalhou transformando as folhas branquinhas em borrões marrons.

- Que desastre, Isabella! – a Gabriela gritava comigo.

- Você sabe que a culpa não foi minha, Gabriela! – eu estava desesperada.

Aquela vadia, claro que foi tudo de caso pensado! Ela fez de propósito, derrubou a xícara para me acusar, mas que tipo de pessoa é a Gabriela? Que golpe mais baixo! E nós começamos a discutir, atraindo a atenção do Rafa, que logo desligou o telefone e veio ver o que acontecia.

- MAS O QUE ACONTECEU AQUI? – ele estava assustado, seus papeis todos sujos de café – QUEM DERRAMOU CAFÉ NAS PROVAS?

Pelo tom de voz dele, percebi que a coisa era realmente séria, e bom, isso não era um sinal dos mais  agradáveis, e isso fez com que um frio percorresse minha espinha.

- Rafa, a Isabella não teve culpa! Foi descuido meu, ela não fez por mal! – a Gabriela mudou completamente  seu tom de voz, quão cínica ela conseguia ser, eu estava assustada – Não se preocupe, eu vou dar um  jeito. - ela fingia-se prestativa.

- AÍ ESTÃO TODAS AS PROVAS! NÃO HÁ JEITO HÁ SE DAR! E AGORA ESTÁ TUDO SUJO! COMO IREI EXPLICAR ISSO? – ele estava realmente irritado.

- Rafa, eu não... – tentei falar algo.

- Isabella, peço que não tente mais ajudar! – ele me olhou irritado e sua voz era ríspida.

Ah, como assim? A culpa não foi minha, caramba! Tudo bem, ele tinha razão de se irritar porque aquilo atrasaria bem o trabalho e tal, mas daí descontar em mim, isso não me parece nada justo.

- Como? MAS EU NÃO FIZ NADA! – berrei exaltada – Foi a Gabriela que, propositalmente, derrubou a  xícara – eu não consegui me controlar, e ao falar aquilo, vi a cara cínica na Gabriela, tentando mostrar-se arrependida, como se estivesse mesmo tomando a culpa em meu lugar, o que me deixou mais irritada ainda.

- É, a Isabella não teve culpa! – ela falou nervosa e eu percebi seu joguinho.

- Gabriela, não preciso que me defenda, ok? Seu teatro não cola pra cima de mim! – berrei.

- ISABELLA, POR FAVOR! – o Rafa se intrometeu na nossa possível briga, mas o tom de sua voz, a forma  como se referiu a mim, como se estivesse mesmo achando que a culpada tinha sido eu, me afetou.

- Não acredito que esta gritando comigo! – falei incrédula – Não acredito mesmo, Rafael! – irritada, a  única ação que tive foi pegar minha bolsa em cima da mesa, não havia mais nada a fazer ali.

Dica de Musica: Nothing Lasts Forever – Maroon 5

Saí esbaforida do apartamento do Rafa, não dando tempo algum de reação a ele. Não, não iria escutar mais suas desculpas, não iria mais deixar me hipnotizar com aquele olhar, não, algo definitivamente  estava mudado, e aquele acontecimento serviu apenas para confirmar o que já estava na minha cabeça.

‘É tão fácil de ver  

Disfunção entre mim e você

Nós devemos libertar essas almas cansadas

Antes que a tristeza mate nós dois

Eu tentei e tentei te avisar

Eu te amo, mas estou desistindo

Pode não durar, mas eu não sei

Simplesmente não sei'

Era claro, algo estava diferente entre nós dois. Tentei passar por isso diversas vezes, fazendo vistas  grossas, aceitando suas freqüentes desculpas, mas o estrago já estava feito, e como já diziam  ‘o pior cego é aquele que não quer ver’. Não adianta adiar ou tentar evitar o problema, uma hora ele vai explodir. Suportei diversas faltas do Rafael, e foi apenas acontecer um pequeno desentendimento que tudo veio à  tona. Eu estava incomodada, muito incomodada com aquilo tudo. As mudanças aconteceram de forma  avassaladora e eu nem pude ao menos tentar evitar. Talvez se eu tivesse conversado com ele antes, e não perdoado suas inúmeras falhas, isso não teria virado uma bola de neve.

O fato é que agora eu estava  realmente abalada com tudo. Era impressionante como eu ficava mal com as coisas relacionadas ao Rafael. Ele era uma necessidade pra mim, e isso poderia não ser tão saudável, não sei, eu não sabia de nada mesmo. Estava completamente perdida em pensamentos e lembranças.

Não sei como tive condições de dirigir até meu apartamento sem me meter em algum acidente, porque acho que nunca havia corrido tanto com o carro, não lembro nem se parei em algum sinal de transito. Mas cheguei sem nenhum arranhão em casa. Precisava pensar, os últimos meses haviam sido cruciais e determinantes para o meu relacionamento. Me joguei na cama e ao virar o rosto pra mesinha de cabeceira vi um porta retrato ali. Esforçando-me  muito, consegui pegá-lo. Na imagem, eu e o Rafa no inicio do namoro. Porque tão diferentes de hoje em dia? O que havia mudado? Eu não queria que mudasse, não queria! Eu gostava de como era antes, parecia sempre uma nova aventura quando nos víamos, uma nova explosão de sentimentos. E de uns  tempos pra cá, a mudança foi nítida. Amávamos-nos, sim, mas havia alguma peça faltando, ou talvez  uma peça sobrando...

Não pude evitar que uma lágrima corresse queimando meu rosto, isso definitivamente não poderia continuar. Ou conversávamos e colocávamos tudo em ordem, sem fingir que nada estava acontecendo, ou eu só via um caminho: terminar. E só de pensar nisso, meu estomago embrulhava-se, contorcia-se, chegando a doer. Eu não quero ficar sem o Rafa, mas ele precisa ver onde está errando, o que está acontecendo a nossa volta, porque como está, talvez não dê mesmo pra continuar; talvez nada dure para sempre.

‘Embora nós não tenhamos atingido o chão

Não significa que nós ainda não estamos caindo

Oh, eu quero tanto te pegar

Mas você ainda está muito relutante em aceitar minha ajuda

Que vergonha, eu espero que você encontre algum lugar para colocar a culpa

Mas até lá o fato permanece

Todo dia

Com cada palavra inútil, nós ficamos mais longe

A distância entre nós torna tão difícil fica

 Mas nada dura para sempre, mas seja honesta, querida

Dói, mas talvez seja o único jeito'

Passei o resto daquela noite ali, inerte na cama, abraçada a um porta retrato, meu celular não tocou, ele ao menos se deu o trabalho de me ligar e aquilo aumentou consideravelmente minha fúria. Ele deveria  estar mesmo ocupado com a Gabriela no seu apartamento, ai que raiva do mundo. Mas aquela noite me fez decidir, do outro dia não passaria, eu teria mesmo uma conversa definitiva com o Rafa, e bem, só em pensar nessa tal conversa, meu estômago embrulhava de forma avassaladora, mal conseguia conter a angustia que se apossava de mim, mas as vezes decisões são necessárias, e adiar ou fugir não acaba com o problema.

Tentei dormir mas não dava, meus olhos se negavam a fechar, ardiam de choro, mas não fechavam, o que estava me irritando profundamente, tentei mandar um comando pro meu cérebro para que ele  mantesse meus olhos fechados, consegui por 10 segundos essa proeza. Ah, esquece, eu não iria conseguir mesmo! Sentei na cama, e quando olhei no relógio, já se passavam das três da manhã, me diz  o que eu faria para que o tempo passasse logo?

Resolvi então tomar um banho de banheira, isso sempre funcionava quando eu estava tensa. Peguei no meu ombro e percebi que estava duro feito pedra, a tensão tinha mesmo dominado meu corpo. Então arrastei-me com dificuldade até o banheiro, e enquanto  a banheira enchia resolvi que precisava me alimentar de qualquer coisa, meu estomago estava praticamente implorando por comida, apesar de eu não sentir o mínimo de vontade de comer.

Peguei um potinho e derramei cereal e leite, nem vi qual era, sentei na bancada da cozinha e pus-me a comer, mas minha mente não parava de pensar no Rafa, e meus olhos percorriam o vazio da cozinha. De  repente aquele vazio me atacou, me sentia vazia, muito vazia. Depois de acabar o cereal, fui para o banho, passei um tempo indeterminado dentro da água, até sentir que meus dedos já estavam bastante  enrugados. Não tinha mais o que fazer, a única solução era tentar pelo menos descansar, já que dormir  estava um pouco impossível.

_

A campainha tocava insistentemente. Deus, quem ousa me interromper logo quando eu consigo finalmente dormir? Rolei o olho para o despertador, com dificuldade de abri-lo, nove e meia da manhã, caraca, acho que estava um pouco atrasada para faculdade, que seja, eu não tinha condições mesmo. Só  então percebi que a campainha não parara. Tentei me levantar com dificuldade gritando ‘um momento, estou indo’ enquanto me olhava no espelho. DEFINITIVAMENTE EU NÃO PODERIA APARECER DAQUELA FORMA PARA QUEM QUER QUE SEJA.

Eu estava o verdadeiro desastre do mundo todo.  Meus olhos estavam profundos de cansaço pela noite mal dormida, e tinha marcas de travesseiro no meu rosto, uau. Mas não me importei muito, estava exausta demais para tentar disfarçar aquele caos que estava meu  rosto. Apenas escovei meus dentes na pressa, prendi o cabelo em um coque, coloquei um hobby e minhas pantufas, sim, ainda uso pantufas, e me arrastei ate a porta.

- Calma ai! To indo já! – pensei ser a Bruna, já que o porteiro não interfonara, finalmente cheguei a porta e, sem olhar pelo olho mágico, abri.

- Preciso falar com você, uma conversa de mulher pra mulher! – a pessoa disparou assim que me viu.

Se minha cara estava péssima, garanto que ela piorou consideravelmente depois que eu vi quem estava  na minha porta. O espanto e a raiva com certeza estavam estampados no meu rosto. Mas o que a Gabriela queria na minha casa? Aquele seu sorriso cínico me deu vontade de voar em seu pescoço.

- O que você quer? – perguntei irritada, ainda segurando a porta.

- Não vai me convidar para entrar? – ela continuou com o tom cínico.

- Não há nada para conversar com você, agora se não se incomoda... – falei encostando a porta mas ela segurou.

- Covarde, Santoni? – ela sorriu – Não esperava essa ‘qualidade’ em você, achei que fosse mais corajosa! Esta com medo do que eu tenho a falar?

- Não tenho a manhã toda, ok? – vencida, abrir a porta para ela entrar.

A Gabriela praticamente desfilou ao entrar no meu apartamento, seu jeito me irritava profundamente. Revirei  os olhos enquanto fechava a porta. Ela observava o apartamento, deveria estar fazendo anotações  mentais sobre meu estado e sobre o lugar.

- Confesso que já te vi em melhores condições! – ela soltou um riso abafado

- Poupe-me, esta bem? – respondi fria enquanto ia em sua direção.

- Posso? – ela falou apontando para o sofá e eu revirei os olhos mais uma vez, então ela se sentou –  Imagino que esteja curiosa sobre o que tenho a tratar com você.

- Uh, você não sabe o quanto... – respondi ironicamente.

- Bem, depois que você saiu do apartamento do Rafa, ontem a noite, o clima ficou bem mais agradável –  ela falava de forma provocativa e eu senti minhas mãos se fecharem, mas respirei – Porque você não sai  de vez da vida dele?

- COMO É QUE É? – levantei do sofá e gritei, incrédula que ela estivesse mesmo falando sério.

Ah não, definitivamente NÃO! Era muita prepotência me falar isso, e ainda tranquilamente calma, como a Gabriela fez. Ela realmente não  tinha noção do perigo que estava correndo. Deveriam avisá-la o que eu fiz com uma certa colega de  colégio, da vez que ela tentou atrapalhar meu relacionamento. Eu estava até sendo muito paciente com a  Gabriela, mas se continuasse daquela forma, talvez eu não respondesse mais por mim.

- Bom, estou perguntando por que você não sai definitivamente da vida do Rafa? – ela repetiu de forma  calma – Ainda não percebeu que não há mais espaço pra você, Isabella?

- Quem você esta pensando que é, Gabriela? – eu a olhava assustada.

- Acho que sou a mulher ideal para o Rafa, isso responde sua pergunta? – aquele cinismo estava me  dando nos nervos.

- Sinto informar, mas esse cargo já foi preenchido! – respondi no mesmo tom.

- Então acho que você será demitida! – ela riu.

Dei profundas respiradas, mais uma resposta daquela e eu voaria no pescoço dela! Calma, Isabella, mantenha a classe, você não irá se rebaixar! Bom, pelo menos você não deve se  rebaixar! Ai, calma, calma!

- Gabriela, você está confiante demais, não acha? – tentei manter-me segura das palavras – Acho que você esqueceu que eu sou a namorada do Rafael há, hum, 5 anos! Suas palavras não me afetam! – sorri.

- Meus tios namoraram cerca de oito anos e se separaram porque ele conheceu outra! – ela jogou a  indireta e aquilo me atingiu – Você já ouviu falar que depois que um homem sai de um relacionamento duradouro, a próxima que ele namora é a que ele casa? E bem, na maioria dos casos não demoram nem  2 anos namorando para subir ao altar! – ela continuou rindo.

- Aonde você quer chegar com esse assunto? Já vi que não temos nada pra falar e eu tenho mais o que  fazer! – estava me controlando ao máximo.

- Bom, serei direta, então! – ela pôs-se de pé – Acho que você deveria sair do caminho do Rafael. Não vê que só o atrapalha, Isabella? Você é a pedra em seu sapato. O deixa mal, o deixa triste, o atrapalha no trabalho, não entende quando ele precisa de apoio, só pensa em você e em seus caprichos, ele já não está mais suportando! – ela pronunciou de forma segura aquelas palavras.

Mas do que ela estava falando pelo amor de Deus?  De onde ela tirou tanta asneira? Porque é claro que todas aquelas coisas ditas pela Gabriela eram mentira! Eu não era assim, claro que não, ou era? Minha mente estava confusa, será que o Rafa teria dito todas aquelas coisas horríveis para ela? Será que ele estava mesmo de saco cheio de mim?

- Cala a boca, não quero escutar o que você tem a dizer! – a interrompi.

- Porque sabe que é a verdade, você e o Rafa, bem, acho que acabou seu prazo de validade, ou de validade do namoro de vocês.

- Não vai funcionar Gabriela, suas palavras não vão acabar com o meu namoro! Por favor, retire-se! –  controlando-me ao máximo, apontei a saída.

- Ainda não acabei, você vai me escutar, Santoni! – ela continou calma – Estou te dando a chance de  acabar por livre e espontânea vontade com o Rafael, e não esta funcionando, portanto... – e então riu.

- A que ponto você quer chegar?

- Quero te fazer uma proposta!

- Não estou aberta a nenhum tipo de acordo com você, acorde Gabriela! Você não vai conseguir nada  comigo! – continuei fria.

- Ah, Isabella... – ela fingiu uma voz triste – Eu queria tanto ser sua amiga, mas você esta dificultando as coisas, acho que vou ter que agir...

- Você não tem como agir, querida! – sorri.

Não tinha como tentar chantagem nem nada do tipo. Lembro que uma vez fui chantageada a acabar com  o Rafael, e bem, depois ficou tudo certo entre a gente. Não adianta tentar nos separar, porque o que nos  une é mais forte. Era assim que eu pensava..

- Não ficaria tão segura se estivesse em seu lugar, querida! – ela enfatizou o querida, imitando minha voz.

- Pois bem, então faça sua proposta, vamos ver que cartas têm na manga! – falei de forma desafiadora.

Sabia que ela não poderia agir contra mim, mas mesmo assim queria ver o quão baixa a Gabriela conseguiria  ser.

- É simples, para o bem e futuro profissional do seu amado namoradinho, ou melhor, futuro ex namoradinho – ela corrigiu e riu – eu achava mais prudente que você saísse de campo, sabe como é, desaparecer, sumir da vida dele, já que é carta fora do baralho!

- Carta fora do baralho? – tentei forçar um riso sarcástico – E se eu não fizer isso que você esta propondo? Porque até onde eu vejo, não há porque aceitar essa sua proposta descabida, Lopes! – não poderia me intimidar perante a Gabriela.

- Nossa, Isabellinha, o Rafa tem mesmo razão, você é tão egoísta, não consegue ver além de si! – ela  usava aquela voz irritante fingindo estar triste e surpresa, e eu sabia que ela tocava no nome do Rafael para  me abalar, não iria entrar no seu jogo.

- Sem demagogias, Gabriela! Vamos direto ao ponto! Quero ver quão absurda é sua idéia!

- Pois então, já que você não conseguiu me entender, serei clara! Acabe com o Rafa ou acho melhor ele  dizer ADEUS ao tão sonhado estágio, que preciso enfatizar, ele esta se saindo muito bem, sua carreira  seria promissora ali dentro. Esta nas suas mãos decidir se ele continua ou não! – ela falou em tom  vitorioso.



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