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História Hate That I Love You - 2a Temporada - E se... - História escrita por santovittinow - Spirit Fanfics e Histórias
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História Hate That I Love You - 2a Temporada - E se...


Escrita por: santovittinow

Notas do Autor


PRONTO! Cheguei até onde tinha parado! Ufa, hein gente!
Então, quem quer capítulo novo?
Lembrando que só faltam mais 3 pra fic terminar! 😢😢😢

Capítulo 36 - E se...


Sábado de tardezinha viria com algumas surpresas, diria que mais do que surpresas... Estava concentrada na minha fossa, quando a campainha tocou, e já pude perceber que sempre que minha campainha toca, sempre vem bomba.

- Será que poderíamos conversar? – ela estava parada na porta do meu apartamento.

- Acredito que não tenhamos nada para conversar Gabriela, por favor, deixe-me em paz, eu estou cansada de fazer parte do seu jogo, não vê que você me derrotou? Já estou sem o Rafael, isso não basta? – eu não agüentava mais ver a cara dela, sempre que vinha conversar comigo, era algo desagradável, portanto explodi sem ao menos lhe dar chance.

- Por favor, Isabella, dessa vez é diferente, posso entrar por alguns minutos? Prometo não ocupar-lhe muito do seu tempo! – seu tom de voz era educado, diferente da Gabriela que eu estava acostumada.

Mas o que deu em sua cabeça? Desde quando costumava ser tão gentil comigo, logo comigo? Seu olhar era perdido, posso falar que nunca a tinha visto daquela forma, anteriormente sempre via um olhar triunfante e cínico da Gabriela, mas esse estava mesmo diferente.

- Ta, tudo bem, mas aviso que se for para falar algo relacionado ao Rafael ou qualquer tipo de chantagem eu não... – fui alertando, mas ela me interrompeu ao entrar na sala.

- Quero apenas que me escute, sem me interromper. Foi difícil tomar essa decisão então acho melhor falar tudo de uma vez enquanto ainda tenho coragem, porque não sei por quanto tempo vou conseguir seguir com essa idéia! – ela me encarou e eu continuei sem reação – Posso? – ela perguntou referindo-se  ao sofá e eu assenti com a cabeça, e sentei na poltrona – Bom, acho que está mesmo na hora de eu te falar algumas coisas!

- O que esta acontecendo? – eu não entendia aonde ela queria chegar.

- Está na hora de você saber a verdade sobre tudo que houve entre hum, como posso falar? Tudo que houve depois que eu interferi na sua vida com o Rafael!

- Hãn? Você esta admitindo que interferiu? Está doente? – não pude evitar o tom irônico da minha voz.

- Pedi que não interrompesse Santoni, eu estou me esforçando, certo? – por mais séria que ela parecesse, eu vi que estava mesmo determinada a continuar e parecia bem com aquela decisão, então resolvi apenas escutar.

- Tudo bem, pode continuar, não irei interromper mais! – prometi.

- Ta, então vamos a toda a historia, a verdadeira historia, e não aquela que eu fiz você acreditar!

Eu estava estática, sentada e só observando a Gabriela. O que ela tinha para me falar? Verdadeira historia? Então havia uma explicação para tudo? E que explicação seria essa? Porque para mim estava muito claro! Seria  mais um golpe da Gabriela? O que ela poderia estar planejando? Perguntas até então sem respostas  deixavam meu cérebro mais confuso do que o normal, então resolvi deixá-las de lado e me concentrar no  que ela queria dizer. 

- Como posso começar? – ela parou um minuto para pensar – Hum, sabe Isabella, você é realmente uma mulher de sorte! É, você é, e é difícil para eu admitir isso, desde que conheci o Rafa e, conseqüentemente te conheci, eu te invejei.

- Me invejou? – eu fiquei assustada com suas palavras.

- Sim, invejei! E falar isso agora ta sendo até bom, porque é uma forma de superar. – ela suspirou mais  uma vez – não esta sendo fácil pra mim, na verdade não foi fácil em nenhum momento. Eu estava acostumada a ter tudo que eu sempre quis, Isabella. Tudo, absolutamente tudo, nunca houve limites. E quando eu conheci o Rafa, me encantei por ele, por ele conseguir ser tudo que eu sempre admirei em um homem, e achei que assim, apenas pelo fato de eu o querer, poderia o ter também, independentemente dele não estar disponível. Achei mesmo que eu conseguiria fazê-lo acabar com a tal namorada, ate então desconhecida, e assim, poderíamos ficar juntos. Mas o Rafael sempre falava de você, e de uma forma como  nunca vi outro cara falar da namorada. Era nítido seus olhos brilharem quando ele tocava no nome 'Isabella’, e eu acabei desejando que seus olhos brilhassem também quando ele falava no meu nome.

Senti sua voz um pouco esganiçada, como se estivesse emocionada ao falar aquilo, tentei interromper,  mas ela fez sinal com a mão para que eu permanecesse calada.

- Não, deixe-me continuar! – assenti com a cabeça – O Rafa, bom, acho que posso considerá-lo um dos melhores caras que eu já conheci, e a cada dia que eu constatava isso, eu sentia mais raiva ainda por ele não ter aparecido na minha vida antes, solteiro, e conseqüentemente sentia raiva e acima disso, inveja, da mulher que estava com ele. Eu pensava ‘o que ela teria de tão especial para tê-lo enfeitiçado dessa forma’? Porque eu achava mesmo que era feitiço o que você tinha lançado sobre ele, não havia outra explicação alem da magia.

A cada palavra dela, sentia meu queixo pesar, de forma que não duvidaria que ele despencasse quando  ela acabasse.

- Então, mesmo antes de te conhecer, eu já a odiava. E estava mesmo disposta a conquistar o Rafael, custe o que custasse, achando que seria fácil. Primeiro consegui o estágio para ele, porque assim poderia tê-lo ao meu lado todos os dias e ele veria que eu era o que ele sempre precisou. E foi ai que eu te conheci, no dia que vocês foram lá em casa. E só ao te ver, foi que eu percebi que não seria nada fácil o que eu  estava pensando. Você não tem noção da vontade que eu senti de te bater naquele momento. Porque  teria que ser logo você, Isabella? Se fosse outra, poderia ter sido mais fácil. Mas não, foi apenas olhar pros dois juntos que eu percebi que pela primeira vez, eu poderia não ter tudo o que sempre desejei, pela primeira vez eu poderia ser derrotada, e esse sentimento apenas aumentou meu desejo de provar-me que eu era capaz e sim, poderia tirar o Rafael de você.

Nunca pensei que fosse ouvir a Gabriela admitir inveja de mim, até porque eu não via motivos para ela a ter. Sempre achei a Gabriela tão segura de si, e pensar nas coisas que ela estava me falando, era no mínimo,  surreal demais.

- Gabriela, isso é doença! – deixei as palavras escaparem, e logo me puni por isso.

- Talvez seja, talvez! – ela parou por um momento e eu fiquei com medo dela não prosseguir com a historia, mas ela continuou – Não é fácil ver o objeto do seu desejo com outra. O Rafael virou minha obsessão, tenho consciência disso. Não nego que o amei, pelo menos acho que eu sentia amor por ele, mas também sentia algo parecido com posse. Queria tê-lo, queria que ele fosse apenas meu, e que assim, seus olhos brilhassem quando ele falasse de mim para outra pessoa, como acontecia com você. E  então pensei no que poderia fazer para que ele me notasse de outra forma. – Eu não conseguia acreditar que a Gabriela estava na minha frente, admitindo tudo. – No começo apenas tentei estar ao seu lado, me tornar indispensável aos seus dias, mas não funcionou, ele continuava me tratando apenas como uma amiga, e aquilo me matava por dentro, não estava  acostumada a ser dispensada por ninguém, e bem, sentimento de rejeição para uma mulher é algo inconcebível. – ela soltou um risinho tímido com isso – Então eu resolvi interferir pesado no relacionamento de vocês, desgastá-lo, enquanto você se tornaria a namorada ciumenta possessiva, e me tornaria a amiga compreensível que só queria seu bem. E assim, comparando as duas, ele veria que era  melhor acabar com você e ficar comigo.

- E então... – eu tentei interromper, mas ela me parou novamente.

- E então eu comecei a investir pesado mesmo. Quando você estava presente, eu faria insinuações falsas de minha ligação forte com o Rafa. Faria você achar que eu era mesmo indispensável à ele, e que ele estava convencido disso. Faria você ficar sempre desconfiada e assim, ciumenta, a ponto de brigar com o Rafael apenas se ele falasse meu nome, desgastando assim, o namoro de vocês. E eu consegui isso. Fantasiei situações, distorci a verdade, omiti os fatos e pronto, consegui afetar o relacionamento de vocês. Só que a verdade, Isabella, é que o Rafael nunca cedeu a nada, nunca me deu nenhuma esperança, sempre me tratou apenas como amigo, sem algum interesse. Ele estava totalmente certo do que ele sentia e de quem ele queria, acho que tenha sido por isso que ele se irritava com suas crises, porque para ele era inconcebível você duvidar do amor que ele tem por você. Hum, lembra da viagem que fizemos juntos?

- Como poderia esquecer que fiquei sozinha no meu aniversário, Gabriela? – ao lembrar daquilo, não pude  evitar um tom de raiva me apossar de mim.

- É, hoje eu vejo o quão cruel eu fui com você, fazendo-a passar datas importantes sozinhas. Porque  acho que você não tem duvidas que a culpa pelo Rafael não ter voltado a tempo foi minha! – sua voz era de  arrependimento.

- Nunca duvidei disso!

- O Rafa voltaria, já estava tudo certo, mas eu vi naquela viagem a chance única de tê-lo mais perto de mim e totalmente afastado de você. Mas não consegui! Porque a todo momento ele tentava te ligar, falava de você! E isso aumentava minha raiva.

- E você aproveitou isso para ir pro quarto dele, enquanto ele tomava banho... – recordei do assunto, com raiva.

- Não, eu fingi aquilo, Isabella! Não aconteceu o que eu te disse!

- Não?

- Não, eu realmente fui lá ao quarto dele, mas o Rafa apenas abriu a porta e pediu para eu deixar a papelada em cima da mesa e depois sair e fechar a porta, porque ele iria tomar banho! Ele mal ficou comigo no quarto! Só que quando eu estava saindo, o celular tocou e era você! Então eu vi ali uma boa chance de te deixar intrigada!

- E conseguiu! Eu briguei feio com o Rafael por causa da sua presença ali!

- É, talvez a sorte estivesse ao meu lado, naquele momento! Porque tudo parecia ajudar para eu conseguir atrapalhar vocês dois! E então eu interpretei isso como um sinal, eu deveria continuar porque o destino assim queria, me queria ao lado dele. E a cada dia eu conseguia interferir mais no relacionamento de vocês. Até que chegou o dia que eu vi que deveria agir definitivamente, e então tentei te afastar dele para sempre. O dia que te chantageei..

- Você pediu para que eu ficasse longe dele alegando egoísmo da minha parte...

- Eu sei, sendo que hoje, vejo que a única egoísta da historia fui eu. Queria a minha felicidade, não importando a felicidade de quem eu amava. Sabe como o Rafa ficou depois que vocês acabaram...

- Gabriela, sobre esse episódio eu prefiro que você não comente! Não quero saber sobre sua primeira noite de amor com ele... – me levantei e fiquei de costas.

- Sim, você quer! – sua voz soou impositiva.

- O que esta pretendendo? Dizer tudo? Como ele agiu com você? Não, eu não quero saber, Gabriela! Poupe-me disso! – eu gritei e tentei me controlar.

- Não houve noite de amor...

Como? Calma, acho que não escutei direito, então não houve noite de amor? Mas que palhaçada é essa? O que a Gabriela estaria pretendendo com tudo aquilo? Me enlouquecer?

- Mas do que esta falando, Gabriela? Claro que houve, eu mesma escutei o Rafael confessar para o Guilherme! E  esse é o grande motivo pelo qual eu não consigo perdoá-lo.

- Isabella, quer saber mais do que eu que estava lá? – ela arqueou a sombracelha – Se eu estou te dizendo que não houve, é porque não houve, ok? Eu fui para o apartamento dele, para me certificar se vocês ainda estavam juntos, e o encontrei caído no sofá, totalmente abalado! Claro que pensei que ali estava minha oportunidade. O Rafa começou a me contar tudo, e eu fui dando bebida para ele. Ele só falava que não queria acabar com você, que te amava, e isso aumentava minha raiva. Ele chegou a falar que iria te procurar para pedir desculpa pela forma como ele explodiu, mas eu o impedi. Coloquei em sua cabeça que você não deveria querer vê-lo, que era melhor esperar. E então, depois de muita insistência minha, ele, já bastante bêbado, resolveu dormir. Não rolou nada entre a gente. Eu decidi que o faria acreditar que havia rolado, mas durante toda a noite eu tive que ficar ouvindo ele chamar seu nome enquanto dormia... E minha raiva só aumentava.

- Eu, eu não consigo acreditar! – eu estava em estado de choque – Então, então ele não me traiu, é isso?  – por um momento, eu pude sentir que uma nova agitação estava tomando conta de mim.

- Não, Isabella... o Rafael sempre te amou! Desde que vocês acabaram, ele não parou de pensar em você! Eu pensava que ele merecia uma mulher ao lado dele, mas agora vejo que ele já a tinha, e que, nesse tempo todo que eu o namorei, eu tentei te substituir, tentei ser você!

- Como?

- É, tentei ser você, mas acho que não consegui...  

- Gabriela, o que esta pretendendo com isso? Por que resolveu me contar tudo? Se quer que eu acredite que  virou boazinha, sinto informar, mas eu não acredito!

- Bom, quando o Rafael acabou comigo... meu pai descobriu toda a minha armação, e, o Rafael saiu da empresa por vontade própria, interferindo assim no andamento do processo, porque o Rafael era o mais dedicado. Meu pai se irritou profundamente comigo, e percebeu que estava me estragando, me mimando tanto, por isso você me encontrou aquele dia no escritório do seu pai... Meu pai havia mandando eu me virar sozinha. E então, naquele dia, eu vi a tal diferença que você sempre falou que existia entre nós duas. Você poderia me afetar, mas não o fez. E eu percebi que era dessa forma que as coisas deveriam ser, e tive nojo de mim, tive nojo por não conseguir nada por esforço próprio. Nojo por ser tão baixa, por me olhar no espelho e ver que eu era vazia, que não tinha nada ao meu redor, nada e ninguém.

Confesso que uma pontada de pena eu comecei a sentir pela Gabriela, mas isso não tirava por completo minha raiva dela, isso nunca iria desaparecer. Mas só dela ter tomado aquela atitude digna, digamos que  quem sabe, poderia ser um novo começo para ela.

- Isabella, não quero que tenha pena de mim, ok? Não estou fazendo isso por apreço a você, estou fazendo isso por mim, porque quero recomeçar e quero me orgulhar de mim mesma! Apenas por isso! –  ate pedindo desculpa ela tinha que tentar ser superior e eu tive vontade de rir disso.

- Bom, algo mais a me contar?

- Não, acho que era apenas isso, quero apenas te pedir para que faça o Rafael feliz, não to falando por você, estou falando por ele, porque eu estraguei a vida dele, e queria que ainda tivesse concerto. Infelizmente ele escolheu você, a mim, só basta me conformar e seguir minha vida. – ela levantou-se –Faça algo! – ela estava na minha frente.

Fazer algo? Pois bem, deixa comigo! A única reação que eu tive foi de meter minha mão com tudo na cara dela, fazendo um estalo imenso, e o tapa foi tão intenso que ela até virou o rosto.

- Pronto, estou melhor assim! – falei respirando fundo – Ah, e obrigada! – sorri, por fim, a Gabriela me encarou meio assustada.

- Ok, talvez eu mereça, agora estamos quites! – ela também sorriu e foi caminhando ate a porta –Tchau,  Isabella! Espero que saiba o que fazer... – e por fim, ela saiu.

Quando a Gabriela saiu, eu me joguei no sofá tentando entender tudo que ela havia me dito. O Rafael nunca me traiu, nunca, e todos os motivos pelo qual eu não conseguia voltar para ele, eram mentira. Não existiam mais. Não havia mais porquê ficar me privando de estar com o homem que eu amava. Mas eu ainda não sabia como agir.

Corri para o telefone e tentei ligar para a Bruna diversas vezes, mas ela não atendia o celular, não atendia em casa. Porque quando eu precisava dela, ela sumia? Merda! E eu não sabia onde o Rafael estava em Washington, então eu tinha que esperar para falar com a Bruna, certamente ela saberia. As horas foram se passando e nada da Bruna, então a única coisa que me restava era ir dormir e pensar direito em como agir no outro dia, foram muitas emoções e eu precisava pensar. E então, fui dormir..

_

A campainha tocou, toques seguidos, parecia que a pessoa estava mesmo desesperada para que eu abrisse a porta! Cambaleando, fui andando até lá, e logo escutei um ‘Isabella, abre essa porta’. Logo percebi que era a voz da Bruna, soava engasgada, como se ela estivesse chorando, como se ela estivesse realmente desesperada, o que me deixou nervosa antes de abrir de vez a porta, mas então, abri.

- ISABELLAAAAA! – Bruna pulou em cima de mim, me abraçou e eu percebi que ela soluçava, seu rosto estava consideravelmente inchado, dando a impressão que havia chorado por horas já e um frio percorreu minha espinha.

- BRUNA! – eu a peguei pelos ombros e a encarei – O que houve? Você ta me deixando preocupada! Porque você ta chorando dessa forma? – meu coração pulsava na velocidade da luz e minhas pernas  começaram a ficar bambas, algo me dizia que não eram boas noticias que ela tinha para me dar.

- ISABELLAAAAA! ISABELLA! – ela só conseguia dizer meu nome e me abraçar em meio às lagrimas, meu desespero era crescente.

- BRUNA! PELO AMOR DE DEUS! O QUE ACONTECEU! – eu a olhava de maneira nervosa, aquilo estava me angustiando – O QUE ACONTECEU, BRUNA?

Minha amiga apenas me encarou, de uma forma que fez todo o meu corpo se arrepiar, sabe quando você tem certeza que aconteceu uma coisa péssima, e tem aquele pressentimento, então, era assim que eu  tava me sentindo. Bruna não conseguia me dizer nada, nenhuma palavra saia da boca dela, apenas me encarava e chorava compulsivamente. Logo um pressentimento forte se abateu por mim, o que me fez cair sentada no sofá.

- RAFA! CADÊ O RAFAEL? – meu desespero estava atingindo o limite máximo e ao pronunciar o nome dele minha amiga chorou ainda mais – BRUNA, O QUE ACONTECEU COM O RAFAEL? ME FALA! – eu levantei do sofá e a sacudi, estava totalmente descontrolada.

- ISABELLA, VOCÊ TEM QUE SER FORTE! – ela me falava em meio aos soluços e aquelas palavras caíam como bombas em cima de mim.

- FORTE? MAS DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO BRUNA! CADE O RAFA? ELE TA BEM, NÉ? ME DIZ QUE ELE TA BEM BRUNA! – minha voz começou a ficar engasgada e eu senti minhas forças irem se acabando, o que me fez cair novamente no sofá.

- Isabella, o Rafa... o Rafa... – ela não conseguia completar a frase, parecia ser dolorosa demais para  pronunciar as palavras que ela teria que me dizer.

Eu apenas olhei para a Bruna e vi sua expressão de desespero, e então eu fui começando a entender o que ela queria me dizer... mas eu não poderia acreditar que era aquilo mesmo que eu estava pensando.

- NÃO! NÃO! NÃO! VOCE NÃO TA QUERENDO ME DIZER QUE... – meu nervosismo misturava uma tentativa frustrada de riso com as lagrimas que já começavam a escorrer violentamente pelo meu rosto  –NÃO BRUNA! NÃO! – eu não conseguia acreditar no que passava na minha mente e eu sentir meu corpo pesar de forma abrupta – BRUNA, CADÊ O RAFAEL? – eu berrei.

- ELE... ELE TEVE QUE VIAJAR A TRABALHO, E ESTAVA VOLTANDO PRA WASHINGTON DE NOVO E O AVIÃO DELE... O RAFA... – ela continuava a soluçar e gesticular muito.

- O QUE TEM O AVIÃO DELE? ME FALA DE UMA VEZ BRUNA!

- O avião do Rafa sofreu um acidente, Isabella! – finalmente ela conseguiu falar a frase completa, mas eu  preferia que ela nunca tivesse me dado aquela noticia.

- COMO É QUE É? – sim, meu desespero venceu todos os limites possíveis. – VOCE SÓ PODE TA BRINCANDO COMIGO! DIZ QUE ISSO É MENTIRA BRUNA! DIZ QUE VOCE TA SO BRINCANDO! DIZ  QUE O RAFA TA BEM! DIZ BRUNA! – eu a sacudia em meio aos soluços que agora me atormentavam.

Minha amiga apenas me abraçou forte, e eu tive a pior certeza da minha vida. Meu corpo já não respondia mais, havia perdido todos os sentidos e vi tudo ficar branco, tudo foi se embaçando e embaçando...

_

- Isabella, você esta bem? – senti um paninho molhado de éter passar por meu nariz.

- RAFA! CADÊ O RAFAEL, MÃE? – perguntei assim que fui recobrando os sentidos e as lembranças.

- Filha, acalme-se! Bruna me ligou dizendo que você tinha desmaiado, Isabella, você precisa ser forte! –  minha mãe também estava com uma expressão pesada, havia chorado, certeza.

- NÃO! VOCÊS NÃO TÃO QUERENDO ME DIZER QUE... QUE O RAFA... NÃO! – era doloroso demais até para ser pronunciado.

- Infelizmente é verdade, filha! – ela segurava e apertava minha mão – O avião dele pra Washington caiu, e não... não houve sobreviventes... – ela falava suspirando, controlando o choro.

- NAAAAAAAAAAAAAAO, MAE! NÃO! NÃO É POSSIVEL! O RAFAEL NÃO MORREU! ELE NÃO ME DEIXOU! ELE NÃO FEZ ISSO COMIGO! NÃO! – eu sentei na cama e a abracei, sentir meu rosto queimar com as lagrimas que escorriam interminavelmente.

Minha mãe passou horas tentando me controlar, mas era inútil, as palavras pronunciadas por ela eram duras demais, a realidade era dura demais.

Por quê? Porque, hein? Eu só conseguia me questionar,  porque o Rafa foi, foi pra sempre? E a cada momento minha aflição aumentava, pedi pra ficar sozinha no quarto, minha casa estava cheia de gente, Bruna, Guilherme, Arthur, Majo, meus pais... não, eu ainda não podia acreditar.

Me tranquei no quarto, não queria ver ninguém, minha vontade era acabar com minha vida ali também, pra que continuar? Não havia mais sentido...o meu único sentido havia ido embora, pra sempre.... Às vezes o pra sempre é tão doloroso.

Rodei meus olhos pelo quarto e só conseguia ter a visão do Rafael ali, ele estava impregnado na minha vida, nas minhas memórias, e estava cedo demais para me deixar, e então eu me lembrei da ultima vez que a gente se viu... comecei a me lembrar de tudo... tudo... deitei na minha cama, apertei o Tuti o mais forte que conseguia, era como se eu quisesse transforma-lo no Rafa de verdade..mas aquilo não era mais possível.

Dica de Musica: Alicia Keys - Like you'll never see me again

Por um momento meu pensamento foi pra longe... Bem longe... Para minhas lembranças... Só minhas...  O que seria eternamente vivo em mim, meus momentos mais inesquecíveis com o Rafa....

‘Se eu não tivesse mais tempo

Não tivesse mais tempo disponível para estar aqui

Você lembraria o que nós tivemos

Era tudo pelo que você estava procurando?

Flashback on.

‘- Isso é o quanto eu te amo, isso é o quanto eu preciso de você! – ele falou baixinho no meu ouvido! – Eu amo você, minha patricinha, eu amo você!

AAAAAAI, PERFEITO! MOMENTO PERFEITO COM A MUSICA PERFEITA AO FUNDO!

- Eu também te amo, muito! Apesar de você ser um irritante, um asqueroso, um audacioso... – eu  comecei a falar todas aquelas coisas que eu adorava chamar ele.’
 

Flashback off.

‘Se eu não pudesse sentir seu toque

E você não estivesse comigo muito tempo

Eu desejaria que você estivesse aqui

Para ser tudo pelo que eu estava procurando'

Flashback on.

‘Naquele momento eu senti uma explosão de sentimentos dos mais variados percorrendo o meu corpo. Rafa deitou-se lentamente sobre mim e enquanto sua mão deslizava delicadamente por toda a minha  perna, ele repousava sua boca uma hora sobre a minha e depois chegando até o meu pescoço. Meu coração parecia que iria saltar pela boca, era a mesma sensação que eu senti quando me entreguei a ele  pela primeira vez. Uma mistura de tudo se confundia dentro de mim, paixão, desejo, vontade, prazer e acima de tudo amor, a gente ainda se amava, estava claro. A cada toque eu sentia que apesar de tudo, o que eu mais queria era tê-lo ao meu lado todos os dias, ele era tudo que eu procurava.’

Flashback off.

‘Eu não quero esquecer que o agora é um presente

E não quero dar pouca importância ao tempo que você esteve aqui comigo

Porque o Senhor apenas sabe que outro dia não é realmente garantido'

Flashback on.

‘- A única coisa que eu acho que ta fazendo sentindo nisso tudo que eu to falando, é que eu só to aqui  para tentar pedir desculpas por tudo que eu fiz para a garota que eu mais amei em toda a minha vida, a  pessoa mais incrível e mais especial! Talvez ela esteja com vontade de me matar no momento, e eu acho  que pela sua cara ela deve estar mesmo – ele me olhou e riu - Mas eu precisava fazer isso, eu precisava deixar claro pra quem quisesse ouvir que eu sou COMPLETAMENTE APAIXONADO POR ISABELLA RIBEIRO SANTONI! A garota que me fez sentir como é amar e odiar ao mesmo tempo, como é querer  estar perto de alguém o tempo todo e como é dolorosa a falta que ela me faz.

Flashback off.

‘Então toda vez que você me abraça

Me abraça como se fosse a última vez

Toda vez que você me beija

Me beija como se você nunca fosse me ver de novo

Toda vez que você me toca

Me toca como se fosse a última ve

Prometa que vai me amar

Me amar como se você nunca fosse me ver de novo’

Flashback on.

De repente vi-me atirando nos braços dele e o beijando, o beijando sem explicações, apenas para ter a lembrança de seu beijo em mim, e se esse seria um adeus, então mereceria uma ultima despedida. Mas quem sabe esse não seria o final definitivo? Nos beijamos por tempo indeterminado, ate faltar o fôlego, ate que percebi que se continuasse, talvez as coisas saíssem do controle, então me afastei.

Flashback off. 

‘Quantos realmente sabem o que o amor é?

Milhares nunca irão

Você sabe até perdê-lo

Que isso é tudo que estamos procurando’

Flashback on.

‘Por que HEIN? HEIN? HEIN? Por que eu fui me apaixonar pelo garoto mais grosso, mais asqueroso, mais cheio de defeito do mundo? Como que eu fui deixar me envolver com ele? Era tudo um plano e não poderia ter passado disso, de  forma alguma! Mas ele conseguiu, ele conseguiu me fazer sentir coisas que eu jamais tinha sentido. Ele  revelou a verdadeira Isabella que havia em mim, porque até então eu achei que não era capaz de sentir tantas coisas que eu só senti por causa dele. Conseguiu me deixar insegura muitas vezes, e antes essa palavra não existia no meu vocabulário!  Conseguiu me deixar ansiosa a cada encontro nosso! Conseguiu me deixar nervosa e feliz ao mesmo  tempo a cada beijo dele! Conseguiu me fazer misturar ódio e amor! E agora tinha conseguido me deixar  totalmente abalada a ponto de querer sair correndo dali! ELE CONSEGUIU ME FAZER ODIAR O FATO  DE QUE EU O AMAVA!’

Flashback off.

’Quando eu acordo de manhã

Você está ao meu lado

Eu sou muito grata por ter achado

Tudo pelo que eu vinha procurando’

Flashback on.

‘Falando em casamento, claro que a gente já pensa em casar e tal, mas NÃO AGORA! Definitivamente  não! Mas nos meus planos futuros, o Rafa esta incluído como o homem que eu quero do meu lado pro resto da minha vida! Nem me importo de só ter tido ele como namorado, isso mostra que eu sou uma  sortuda que de cara já encontrou o grande amor, porque eu tenho certeza que é ele, tenho certeza que é  com o Rafael que eu quero ficar velhinha, e essa certeza é algo tão forte, algo que eu sinto mesmo,  inexplicável! É apenas vê ele ali do meu lado, de manhã, e eu fico feliz. E o Rafa também sempre me diz que tem essa sensação também. E eu acho tão lindo quando ele fala para os amigos “É ELA” se referindo  a mim, como se dissesse “ é ela a mulher da minha vida, é ela que eu amo”.

Flashback off.

‘Então toda vez que me abraça

Me abraça como se essa fosse a última vez

Toda vez que você me beija

Me beija como se você nunca fosse me ver de novo’

Lembranças eram tudo que eu tinha agora... apenas lembranças! E por quê? Por minha culpa, se eu tivesse deixado o meu orgulho de lado e dito tudo o que eu realmente sinto, talvez ele estivesse ao meu lado agora, talvez a gente ainda tivesse uma vida toda pela frente, talvez... um talvez que nunca mais poderá ser uma certeza. Por quê? Porque vivemos imersos a desilusão do quase? A incerteza do quase é tudo que mais me  consome; eu quase disse pra ele que o amava, eu quase pedi pra ele ficar, eu quase... quase, porém não fiz, e isso modificou tudo. É como dizem ‘É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata  trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.’

Não foi...e por que? Por quê?  Se eu pudesse ter mais uma chance, se eu pudesse voltar no tempo, eu teria dito tudo, diria que o amava  mais do que tudo e que minha vida só encontra sentindo quando ele esta inserido nela. Sheakspeare estava certo quando citou: ‘Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida tomadas de você muito cedo, ou muito depressa. Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que verdadeiramente amamos com palavras brandas, amorosas, pois cada instante que passa carrega a possibilidade de ser a última vez que as veremos’.

A sensação de perda é a pior que pode ser experimentada por uma pessoa. Perder, simplesmente perder. Saber que se perdeu algo realmente valioso acaba mexendo com todos os seus sentidos. Acaba te deixando impotente, fraca, tão fraca a ponto de ver suas forças se esvaindo por completo, ver seu corpo cedendo, sua mente embaralhando e sua visão embaçando, embaçando cada vez mais, até tudo se tornar preto e totalmente vazio..



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