Millie.
Tem um burburinho rondando a escola que está deixando as coisas um pouco mais agitadas que o normal. Não sei o que está acontecendo, mas também não faço questão de saber.
Estou me sentindo estranha já tem alguns dias. Especificamente desde o dia que encontramos aquele garoto na porta da escola vendendo aquelas pinturas em telas.
Tudo o que papai falou e o que eu vi simplesmente são coisas que não se encaixam e que me assustam muito, pois é a primeira vez na vida que eu não consigo acreditar fielmente no que meu pai diz.
Sei que o garoto também não foi dos mais educados do mundo, xingou meu pai como se não fosse nada, mas mesmo assim, não senti que ele era alguém tão ruim quanto meu pai disse ser.
Talvez só estivesse perdido e envergonhado e por isso tenha entrado na defensiva com meu pai, que mesmo assim, não o ajudou.
Não entra na minha cabeça que uma criança possa mesmo sair por aí vendendo coisas para comprar drogas ou fazer alguma coisa errada. Nunca nem sequer ouvi algo parecido.
Por isso logo depois que papai me levou para casa abri o computador e fiz uma extensa pesquisa sobre o assunto. Descobri que infelizmente e para minha surpresa, os números não são tão baixos assim. Existem muitas crianças e adolescentes sofrendo com esse tipo de problema, partindo do principal fator que é a falta de renda e apoio familiar.
Mas mesmo papai estando meio certo no que disse, eu não consegui tirar o garoto da cabeça. Nem ele nem suas belas telas. Culpei a mim por não ter apenas escolhido uma logo e assim ter evitado todo aquele desenrolar infeliz que aconteceu em seguida.
Porém, dois dias depois, não houve nenhum sinal do garoto perto da escola novamente. Ouvi alguns outros colegas comentarem que também tinham o visto naquele dia depois da reunião de pais, mas ninguém parecia saber exatamente quem ele era.
Papai teve que fazer uma viagem a trabalho e mamãe, que ficou comigo, notou que eu andava mais distraída e pensativa do que o normal. Claro que meu pai havia dito a ela sobre o que tinha acontecido e ela já sabia qual era o motivo da minha súbita estranheza.
-Não quero que você fique pensando nessas coisas, Millie. Você é muito criança, não deveria nem saber que esse tipo de coisa existe. -Ela comentou comigo durante o jantar, o qual eu não havia nem tocado na comida.
Eu ergui os olhos para ela não entendendo o que aquilo queria dizer.
-Como assim eu não deveria saber? -Indaguei realmente confusa.
-É que há assuntos muito complicados para crianças entenderem. Você é uma menina muito boa e pura, não conhece direito como as coisas funcionam, mas tem pessoas que vivem em mundos diferentes do nosso e infelizmente a gente não pode ajudar sempre. A verdade é que não dá para confiar em todo mundo.
-Não gostei do que papai falou. Agora eu entendo sim que esse tipo de coisa pode acontecer, pode ser perigoso, mas não dá para olhar só uma vez para uma pessoa e já dizer que ela não presta ou que tem más intenções. -Respondi revirando a comida com o garfo sem fome porque detesto sentir que meu pai fez uma coisa errada e não poder fazer nada para apagar isso.
Ouvi mamãe suspirar baixinho.
-Seu pai ficou preocupado. Você já parou para pensar que esse rapaz poderia ser perigoso? Se os seguissem? E se...
-E se fosse eu? -A interrompi sem que ela nem eu esperassemos. -Se por acaso fosse eu precisando de ajuda e alguém simplesmente olhasse para mim sem nem me conhecer e pensasse que sou uma pessoa ruim?
Ela ficou chocada por um momento antes de sacudir a cabeça.
-Ah, filha, você não está dizendo coisa com coisa. Você é uma boa menina, você tem boa família e é inteligente, jamais estaria em uma situação como essa. Você está perturbada com o que viu pois não conhecia esse tipo de coisa, mas precisa entender que isso está bem longe da nossa realidade. Não somos pessoas ruins por termos medo e ficarmos desconfiados. Infelizmente não dá para confiar em qualquer um.
Ela tinha um discurso muito parecido com o que papai disse naquele dia. O que é estranho pois realmente eu nunca esperei qualquer coisa assim vindo deles. Me soou preconceituoso e soberbo e eu não queria ser assim.
Contudo, eu sei que sou apenas uma criança e apesar de curiosa e esperta, entendo que há muitas coisas que não sei ainda. Que não consigo lidar.
Tentei esquecer o assunto e voltar a me concentrar totalmente na minha rotina, mas tem algo que me impede de fazer isso. E como hoje a escola está mais agitada do que nunca se torna ainda mais difícil encontrar alguém com quem eu possa conversar.
Victoria, que achei ter conquistado de alguma forma, se afastou ainda mais de mim depois dos desastres que foram meus últimos aniversários.
Ela se junta com as outras meninas e conversa e brinca a aula inteira com elas, mas não olha para mim. Se tem que passar perto de mim, me dá apenas um sorrisinho e um bom dia, mas logo se afasta e finge que nem estou por perto.
A professora por alguma razão se atrasou hoje e os alunos aproveitam isso para formarem grupinhos de conversa nos quais eu não estou inserida, mas escuto algumas coisas vez ou outra enquanto escrevo em minha agenda.
Os garotos falam sobre um tipo de jogo que não conheço e que não dou a mínima, mas tem um deles que fala algo que de repente desperta a minha atenção. É Simon Cooper, que hoje decidiu vir para a aula.
-Tem aluno novo. Peguei a professora falando lá fora com a Sra. Thompson sobre isso, por isso ela está atrasada.
Os outros garotos riem e desdenham dele afinal a palavra de Simon não é tão confiável assim.
-Aluno novo no meio do semestre? Só pode ser mentira do Simon, mas se for verdade espero que seja pelo menos uma garota legal e bonita. Essa sala só tem patricinha metida. -Um outro diz, arrancando gargalhadas de todo o grupo.
Simon vai rebater com alguma outra coisa, mas então todos ficam em silêncio quando a porta da classe se abre e a professora, Sra. Michel, entra.
-Bom dia, pessoal, desculpem a demora. Agora podem todos voltarem para os seus lugares, tem algo que eu quero falar com vocês um segundo antes da aula.
O burburinho aumenta enquanto os alunos arrastam as carteiras de volta aos locais de origem e a professora precisa pedir silêncio de novo quando o barulho não acaba.
Quando finalmente ela consegue todo o silêncio necessário, se encosta no birô e coça a cabeça parecendo indecisa sobre o que vai nos dizer.
Se for prova surpresa, por mim tudo bem, só espero muito que não seja mais um trabalho em equipe.
-Sei que vão surgir muitas dúvidas sobre isso e tudo bem ficarem curiosos, mas preciso da colaboração de todos vocês, pelo menos no início tudo bem? -Ela espera a confirmação dos alunos para continuar. -Vamos receber um aluno novo hoje.
A sala, automaticamente entra em colapso. As meninas reclamam, os garotos ficam chocados ao saberem que Simon falou a verdade. E eu... Bem, eu não sei o que sentir agora.
Não faz diferença, faz?
-Silencio, pessoal, por favor! -A Sra. Michel pede e se aproxima da porta da classe. -Quero respeito e quero que cumprimentem educadamente seu novo coleguinha.
Ela abre a porta. A sala fica em silêncio total e tudo parece meio tenso quando não entra ninguém por longos segundos.
-Ei, tudo bem, pode entrar. -Ela diz em tom doce para quem quer que esteja do outro lado.
Ouço passos curtos e pesados e então ele aparece.
É uma figura alta, um pouco curvada com a cabeça abaixada e mãos segurando com firmeza na parte debaixo das alças da mochila em suas costas. Ele está com o uniforme da escola e o casaco está com o capuz erguido em sua cabeça de onde vejo fios escuros e bagunçados escapando por baixo.
Não pode ser.
Digo a mim mesma enquanto tento processar e ainda estaria totalmente incrédula se não olhasse para baixo e reconhecesse os all-star vermelhos em seus pés. Foram obviamente lavados, mas continuam velhos e desbotados tanto quanto estavam naquele dia.
É o garoto dos desenhos.
E ele tenta passar direto pela professora, mas ela toca em seu ombro e ele para. Se afasta dela como se seu toque o queimasse.
A Sra. Michel parece um pouco assustada, mas todos nós estamos assustados. Ninguém diz um pio e nem se mexe. Só ouvimos o som do ar-condicionado oscilando para cima e para baixo.
A professora mantém as mãos longe dele e limpa a garganta.
-Esse aqui é o Finn, ele vai fazer parte da nossa turma a partir de hoje como eu disse a vocês. Todo mundo aqui já tem idade o bastante para entender como primeiros dias de aula são um pouco difíceis então eu espero a compreensão e a amizade de todos para com o nosso novo aluno. Você quer dizer alguma coisa, meu querido? -Ela pergunta a ele.
Ele não diz nada, apenas sacode a cabeça com força dizendo que não. Nem mesmo ergueu o rosto ou encarou alguém, mas nem precisa. Eu me lembro perfeitamente de como é.
-Ele é mais velho que nós. -Alguem diz no fundo da sala. -Como vai estudar com a gente?
A professora parece um tanto perdida quando escuta. Franze o cenho buscando uma resposta e pela primeira vez eu concordo com alguém aqui. Quero saber e entender também como isso está acontecendo e como é possível que um menino que estava dias atrás vendendo obras de arte na escuridão dos arredores colégio pode estar agora aqui. Para estudar aqui. Na minha sala.
-Depois vamos ter tempo de conversar e tirar todas as dúvidas de vocês. No momento vamos apenas dar as boas vindas a nosso novo amigo e deixar que ele fique a vontade com a gente, pode ser?
A sala toda está cochichando. Eu quero berrar ao mesmo tempo que quero sumir daqui.
O garoto não espera que a professora diga mais alguma coisa e caminha rápido com os passos pesados para o fundo da sala.
-Finn, aqui nós nos sentamos por ordem alfabética nas carteiras. Só mesmo para evitar dispersão e conversas paralelas durante as aulas. Você pode sentar na terceira fila, atrás de Eliza.
Quando ela diz isso eu olho para a terceira fila. A fila que fica a poucos metros da minha e calculo rápido para perceber que ele vai se sentar quase perto de mim, do terá mais uma fila entre nós.
-Quero sentar aqui. -Ele responde apontando para a última cadeira do fundo. Do outro lado da sala onde ninguém se senta e que está sobrando.
Dá para notar que a Sra. Michel está sendo muito paciente quando responde.
-Tudo bem. Hoje você pode sentar aí, mas nas outras aulas vai precisar sentar na ordem, ok?
O garoto se joga na cadeira sem responder nada além de um dar de ombros grosseiro e mantém a cabeça abaixada fitando as mãos que escapam das mangas do casaco.
A turma toda está virada agora na direção dele. Pescoços esticados, cochichos nada discreto estão rolando também.
Vai ser difícil das pessoas esquecerem isso. Vai ser impossível pararem de falar sobre isso.
-Pronto, turma. Vamos voltar a nossa programação normal. Finn, se você precisar de alguma coisa é só me chamar. -A Sra. Michel precisa gritar para que os alunos voltem suas atenções para frente.
Porém, como meu nome começa com M não me sento muito na frente, fico quase no fundo e de onde estou não preciso virar muito a cabeça para conseguir vê-lo. O que é uma coisa péssima já que não consigo parar de olhar em sua direção. Não consigo sequer respirar direito.
E acho que todos se sentem assim. Como se tivéssemos um gigante dentro da nossa pequena caixa de fósforos.
-Millie Brown.
Viro a cabeça bem rápido quando escuto meu nome na chamada.
-Presente. -Minha voz sai mais alta do que o normal por conta do nervosismo.
Então olho para ele de novo. E ele ergueu a cabeça e está olhando para mim de volta. Sabe o meu nome. E eu sei o dele agora.
E é assim, pelo seu olhar frio e indelicado, que eu sei que ele também se lembra de mim.
--
Finn.
Dizer que estou arrependido não chega nem perto de expressar o tamanho da merda que sinto quando chego ao colégio. Já enfrentei caras mais velhos e fortes do que eu. Já apanhei na rua. Já fui quase pego pela polícia. Já senti fome, frio e sede, mas nada se compara a isso. E é ridículo pois não passa de uma escola nova cheia de pessoas que não entendem bosta nenhuma da vida e ainda assim estou em pânico. Ansioso. Nervoso como se fosse direto para a guilhotina.
Passou muito rápido. Achei que teria mais tempo para me acostumar com a idéia, mas não tive.
O uniforme coube muito bem e minha mãe de fato pareceu acordar um pouco para a vida depois da vista da Sra. Thompson.
Não conversamos muito sobre o que aconteceu mesmo eu sabendo que ela queria saber os detalhes. Preferimos esquecer aquela pequena "fase" e seguir em frente como se nada tivesse acontecido.
Pelo menos nos últimos dias ela tem ido trabalhar direito e também tem dado mais atenção a mim e a Nicolle, mas ainda não sei com certeza se isso faz parte do seu processo de cura real ou se mamãe está apenas com medo das consequências pois talvez a Sra. Thompson a tenha ameaçado de alguma forma caso não mudasse seu comportamento.
Estou preferindo acreditar que ela realmente está melhor e isso me faz me sentir melhor também.
A diretora cumpriu com sua palavra. No dia seguinte depois daquele, fomos acordados com um carro do supermercado chegando para abastecer a casa toda com tudo o que nós precisávamos.
E hoje, antes de sair de casa, minha mãe fez questão de me ajudar a verificar se estava tudo certo com minhas coisas novas e me deixou de carro na porta mesmo eu insistindo que podia pegar um ônibus.
Não achei ruim na verdade, só que quando o carro parou, me senti com oito anos de novo, com medo de entrar e querendo que ela ligasse o carro para me levar de volta para casa.
-Finn, você precisa ir. Lembra do que a gente combinou com a Sra. Thompson? Nem estou falando só sobre a ajuda que ela está nos dando, mas realmente você precisa voltar a estudar e essa é uma escola ótima. Você vai se dar bem lá dentro.
Faz dois anos que não pego em um livro. Que não leio ou aprendo nada de útil em uma escola. Para ela é muito fácil dizer isso, mas a realidade é que não é bem assim.
Não sou nerd, nem tenho a pretensão de ser o melhor da turma, mas também não quero ser o pateta que além de estar em uma turma inferior, ainda não consegue acompanhá-los.
-Eu vou entrar. Não precisa vir me buscar, eu pego um ônibus de volta para casa. -Falei mostrando a ela o painel de gasolina, indicando que o tanque estava pela metade e seria uma idiotice ela dirigir pela cidade toda enquanto eu podia me virar num ônibus.
Ela me beijou levemente no canto da boca antes de eu sair do carro. É algo que fazia muito antes e que eu tinha até esquecido da sensação e apesar de estar apreciando sua tentativa de mudança, ainda não consigo me dar muito bem com toques ou carinhos.
Assim que entrei a Sra. Thompson me encontrou, me levou até a sala de aula e explicou por cima a situação para a professora sem relevar nenhum dos meus problemas reais para ela.
Depois disso foi uma merda atrás da outra. Odiei a sala. Odiei o constragimento de ficar na frente da turma enquanto a professora explicava que eu era o aluno novo.
Não olhei para ninguém, mas só pelos sapatos extremamente caros que vi em seus pés, tive dimensão de que estava diante de um bando de riquinhos e pirralhos.
Consegui ficar na última fila e na última carteira mesmo contra a vontade da professora, mas mesmo assim, sem erguer a cabeça, pude sentir os olhares em mim. Os cochichos. As vozinhas irritantes chegando aos meus ouvidos.
Queria mandar todo mundo se foder.
Então a professora começou a fazer a chamada. Intimamente ri de alguns nomes porque caramba, ricos têm uma baita criatividade as vezes.
-Millie Brown.
Escuto esse nome e automaticamente ergo a cabeça. É a primeira vez que faço isso desde que cheguei então levo um susto ao ver toda a quantidade de luz e alunos na minha frente.
-Presente.
A voz soa do outro lado da sala e sou atraído por ela, assim como foi na primeira vez que a ouvi. Olho na direção de onde ela vem e me deparo com aqueles olhos imensos e castanhos de novo.
Mas. Que. Merda.
A garota. É a porra da garota. A bailarina que estava com seu pai metido que insinuou que eu queria comprar drogas com as vendas das minhas telas.
O reconhecimento é imediato e isso me assusta porque, sendo sincero, não sou do tipo de pessoa que decora muito bem os traços de alguém ou sua fisionomia, mas dela eu me lembro. Me lembro perfeitamente de tudo, embora agora esteja bem diferente.
Sem os pompons no cabelo, ela está com eles soltos e eles são bem grandes. Começam lisos, terminam com cachos bem redondinhos e brilhantes nas pontas castanhas. Bochechas rosadas num tom que me deixa sem fôlego, sua pele é tão impecável que parece porcelana recém polida. Uma maldita bonequinha que me olha espantada, mas com reconhecimento como quem diz "eu sei quem você é".
E claro que ela sabe. Claro que lembra. É por causa dela e do estúpido de seu pai que estou aqui agora.
Se eles não tivessem parado para falar comigo, se não tivessem me irritado não teriam chamado atenção da Srta. Taylor e ela não teria me levado para dentro do colégio.
Eu sei que eu falei que estou aliviado em ter ajuda, gosto de ver minha mãe melhor e de ter comida em casa, mas agora mesmo olhando para essa garota, eu esqueço disso e só a odeio por ter se metido na minha vida mesmo de forma não intencional. Odeio essa escola. Odeio que, com tantas turmas, eu tenha vindo parar logo aqui.
É loucura. Não tenho razão para estar tão afetado e nervoso com isso ou com uma reles garotinha, mas não controlo. Simplesmente sei que não quero ficar perto dela dessa forma.
Nós nos olhamos por um bom tempo até eu perceber o que estou fazendo e mudar o foco dos meus olhos. Acho que ela faz o mesmo pois a professora começa a falar algumas coisas e os alunos abrem os livros e cadernos sobre a mesa para a aula.
Arrisco olhar de novo, só para ter certeza de que não estou confundindo ou estou maluco.
Ela está abrindo a mochila cor de rosa e tira uma porção de coisas de dentro tentando acompanhar o que a professora está dizendo, mas está nervosa demais para isso. Deixa cair algumas canetas no chão e elas se espalham ao redor de sua carteira.
Ninguém se oferece para ajuda-la. Millie levanta e se abaixa para pegar tudo, mas a barra de seu casaco se agarra na carteira e ela puxa sem perceber, fazendo a carteira tombar para o lado e derrubar de vez todas as suas coisas no chão.
O barulho de sua mochila despencando é alto. Faz os outros alunos se virarem para ela e rirem quando ela bate a palma da mão na testa em auto repreensão.
Ela não tem cara de ser tão atrapalhada assim normalmente, mas mesmo assim, não sinto pena. Prefiro que estejam rindo e olhando para ela ao invés de fazerem isso comigo.
-Tudo bem aí, Millie? -A professora pergunta.
-Desculpe atrapalhar, Sra. Michel, pode continuar. -Ela pede e se apressa em tentar controlar sua bagunça.
Quando consegue, senta de novo e imediatamente seus olhos estão em mim outra vez. E mais uma vez me flagra olhando para ela.
Porra. Eu preciso me livrar dessa sala.
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