— Jungkook se você não parar, eu vou gritar que estou sendo abusado! – ameacei com a voz mais seria que eu conseguia, repreendendo ele baixinho.
Jungkook soltou um risinho no meu pescoço e beijou minha bochecha, mas sua mão continuava passeando pela minha coxa, me causando vários arrepios. Estávamos a meia hora sentados na poltrona do cinema, assistindo um filme que eu queria ver antes mesmo de estrear e Jungkook não me deixava pensar prestar atenção. Eu sabia que havia algo de errado quando ele aceitou assistir esse filme numa boa, ele nem ao menos queria assistir alguma coisa.
— Você sabe que eu amo quando você fica irritado comigo, cresce um biquinho tão fofo aqui... – sussurra Jeon, passando os dedos pelos meus lábios. Prendi os dedos dele com os dentes e mordi, sem muita força, fazendo-o tirar os dedos rapidamente. – Tão meigo... – reclamou irônico, massageando os dedos machucados.
— Fala sério, você nem queria estar aqui, não é mesmo? – constatei irritado, já prevendo sua resposta.
— Não. – confirmou ele, sem hesitar, olhando para o telão e prendendo um riso. Eu juro que minha vontade era de sair e deixá-lo ali.
— Então, por que me trouxe aqui? – questiono, respirando fundo e desviando o olhar do seu rosto.
— Porque a ideia de estar preso aqui com você no escuro por duas horas é tentador... – respondeu Jungkook, perto demais para me manter em sã consciência. – Bebê, por que você está tremendo? Está com frio?
Olhei para as minhas mãos no encosto e as notei trêmulas. Olhei para ele conforme escondia-as e vi seu olhos negros brilhando e um sorriso brincando em seus lábios. Estávamos na última fileira de poltronas, isolados das pessoas e de repente, aquele lugar parecia muito quente – mesmo com o ar-condicionado ligado e arejando o local. Me arrependi profundamente de ter escolhido ali quando Jungkook me virou, beijando meus lábios calmamente e acariciando meu rosto.
— Eu vou te matar, Jungkook... – anunciei choroso ao me ver entregue aos seus carinhos. Ele apenas sorriu e voltou a me beijar.
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— Yoongi? – chamou ele, acariciando minha mão do outro lado da mesa. Obviamente, fingi que não ouvi. – Bebê? – chamou outra vez, agora apertando de leve para chamar minha atenção. Suspirei. – Você ainda está bravo comigo pelo cinema?
— O que você acha? – retruquei seco e ele fez uma careta.
— Aquele filme nem era tão legal assim... – resmungou, tentando justificar de alguma maneira sua incrível ideia de me atacar no escurinho.
— Como que eu vou saber se você nem ao menos me deixou assistir? – pergunto com um sorriso sarcástico e ele apenas revirou os olhos.
— Parecia uma boa ideia na minha cabeça... – resmungou Jungkook contrariado. – Eu deveria ter imaginado que você não gostaria... – agora ele parecia terrivelmente chateado consigo mesmo, mas eu sabia que era fingimento. Entretanto, meu coração se apertou em arrependimento.
Suspirei. Jungkook era uma ótima companhia e, no fundo, eu havia gostado muito – muito mesmo – das trocas de beijos, mas algo me deixou nervoso o dia inteiro e eu não conseguia simplesmente esquecer. Como em uma comum sexta-feira, eu havia ido para escola e me concentrado o máximo nas aulas, mas era difícil quando sua mente o lembrava constantemente que teria um encontro dali algumas horas com o crush supremo. E talvez – só talvez –, isso tenha incomodado sua parceira de química e desencadeado todos os seus pensamentos negativos.
— Yoongi, você está bem? – perguntou Hyuna ao seu lado.
— Sim, Noona, tudo bem... – respondi envergonhado ao ser flagrado distraído.
— É que você está meio distraído da aula hoje, nós sempre somos os primeiros da turma a acabar a experiência, mas hoje... – ela deu de ombros, sem querer terminar, mas eu sabia o que ela estava querendo dizer.
— Desculpe, estava pensando em outras coisas. – disse baixinho e corado, Hyuna logo entendeu e sorriu, de um jeito muito malicioso.
— E quem é, uh? – questionou, se aproximando de mim para não chamarmos a atenção do professor. – Não vai contar para sua Noona?
— Eu... – não é que eu não confiava nela, Hyuna sempre foi legal comigo, eu apenas não sabia se dizia ou não, por medo do Jungkook. – ahn...
— Tudo bem... eu conheço? – assenti. Todo mundo conhecia ele, principalmente as meninas. – Ela se declarou para você?
— É ele... – corrigi baixinho e ela arregalou os olhos, mas sorriu rapidamente. – E não, ele não se declarou. Não totalmente eu acho. – talvez ele tenha se declarado, mas como uma pessoa romântica que eu sou, esperava pelo momento que ele diria que me amava, mesmo que demorasse.
— Hmmm... estou curiosa! Me conte, por favor?! Você sabe que eu vou guardar segredo. – pediu Hyuna quase desesperada. Depois de Jimin, ela era única que eu confiava e conversava.
— Jeon Jungkook... – confessei, quase inaudível e ela fechou a cara.
— Que? – Hyuna perguntou em choque, me fazendo corar e desviar os olhos. – Você tem certeza? Como foi isso?
— Ah, a gente se esbarrou outro dia e desde então temos saído juntos... – eu não ia dizer que havia conhecido-o na segunda-feira, parecia muito pouco tempo e ela já não estava feliz.
— Tome cuidado, Yoon... – aconselhou ela, um pouco seria demais. – Jungkook pode ser um amor no começo, mas não confie nele, a fama dele faz jus ao seu caráter... – eu me encolhi e talvez ela tenha se sentido mal por me dizer daquele jeito. – Não quero botar coisas em sua cabeça, mas Jungkook não é flor que se cheire e eu não quero que você se magoe. Ele não serve para você e não me admiraria se fosse apenas uma aposta com aquele asqueroso do Kim... – foi naquele momento que minha felicidade começou a ruir. Hyuna apenas virou para frente, se ajeitando em seu lugar e terminou nossa lição.
Agora, eu me encontrava em frente ao moreno lindo, dono dos meus pensamentos, e estava morrendo de medo. "Ele não serve para você e não me admiraria se fosse apenas uma aposta com aquele asqueroso do Kim...", minha mente fervilhava com essa frase e ela fazia questão de transformar toda minha felicidade em um mal-humor. E eu estava descontando tudo em Jungkook, sem ao menos saber a verdade.
Estávamos em uma lanchonete antiga, que mantinha sua decoração a mesma que a 50 anos atrás, apenas restauravam os móveis e pintavam as paredes em alguma épocas. Comíamos um lanche e Jungkook toda vez me olhava – não tão – disfarçadamente.
— Me desculpe... – murmurei baixinho e engoli em seco. Ele me olhou confuso e eu suspirei profundamente. – E-Eu... eu apenas estou estressado, não foi um bom dia...
Para a minha surpresa, Jungkook se levantou e sentou ao meu lado no sofá da mesa que pegamos. Ainda um pouco em choque, me afastei, sendo repelido por seus braços que logo me puxaram para perto dele e me apertaram num abraço. Ao mesmo tempo que meu corpo relaxou, comecei a me sentir mal. Eu havia desconfiado dele e minha consciência pesava como uma âncora, fazendo meu coração doer e uma vontade de chorar me invadir.
— Me perdoe, por favor... – pedi com a voz embargada e senti o corpo de Jungkook ficar tenso e desesperado.
— Bebê, não foi nada, não me magoou, nem nada... – interviu ele preocupado e eu me senti mais mal, começando a chorar baixinho.
— Não é por isso que eu estou pedindo desculpas... e-eu... eu não... – o corpo dele se tensionou mais, mas ele não me soltou. – Eu trai sua confiança.
— C-Como assim? – questionou Jungkook um pouco hesitante e eu me agarrei mais na sua jaqueta.
— M-Me falaram de você hoje e-e... – eu não conseguia terminar, eu estava muito envergonhado.
— O que falaram, bebê? – questionou ele, claramente ignorando o que eu diria. Talvez por medo ou por não querer me forçar.
— Que você não serve para mim... – murmurei, já calmo do choro, mas ainda agarrado a ele. – Disse que você me magoaria e que era provável que tudo não passasse de uma aposta com Kim Taehyung...
— Provavelmente eu vou magoá-lo, mas nunca intencionalmente... – disse Jungkook mais aliviado, acariciando meus cabelos negros. – E também não é uma aposta, eu nunca brincaria com seus sentimentos assim...
— Eu sei, me desculpe por não confiar em você... – peço, mais do que arrependido. Eu não julgaria se Jungkook me odiasse ou ficasse muito chateado.
— Yoongi? – chamou sério, me afastando calmamente e eu já esperei o pior.
— Por favor, não... – murmurei choroso, desviando da sua mão e me afundando mais em seu peito. – Não me deixe, eu acho que estou apaixonado por você e eu sei que isso não justifica nada, mas por favor, fica comigo... – a que ponto eu cheguei, estou morrendo de medo dele me deixar, mas eu não podia fazer nada.
— Vem, vamos embora daqui... – Jungkook disse e se levantou, me puxando junto. Ele pagou a conta e caminhamos até o seu carro.
Estávamos ali fazia dez minutos, não nos encarávamos, apenas olhávamos através do para-brisa as movimentações na rua. Jungkook estava quieto demais e eu quase que me desesperava de ansiedade. Eu não estava tentando achar uma maneira de autodepreciação, mas eu sabia que eu havia começado aquilo e a minha depressão interior, que havia se afastado com a chegada dele, estava batendo na porta, me empurrando além do meu limite. Num minuto, Jeon ligou o carro e no outro se virou para mim, dizendo algo o qual eu tive dificuldade de raciocinar.
— Ligue para sua mãe e avise que você não vai dormir em casa. – ditou Jungkook, pegando seu celular e digitando algo.
— Como? – indaguei nervoso após alguns segundos tentando raciocinar.
— Você vai dormir lá em casa hoje... – respondeu, como se fosse a coisa mais normal do dia e talvez fosse, mas era muito repentino.
— Por quê? – questionei receoso. Eu não sei o que eu esperava com isso, mas eu só precisava ouvir algo – que eu não fazia ideia do que era.
— Porque eu quero muito dormir agarradinho com o garoto que eu gosto... – respondeu Jeon, me encarando com um sorriso aberto.
"O garoto que eu gosto...", essa frase ficava soando na minha cabeça e eu sorri. Um sorriso tímido, mas muito sincero. Peguei meu celular com a mão trêmula e tentei ligar para a minha mãe que atendeu no primeiro toque.
— Yoon? – atendeu ela, um pouco nervosa.
— Oi mãe... – respondi um pouco nervoso. Jungkook me encarava com expectativa.
— Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada.
— Sim, quero dizer, não... – eu estava tão nervoso que me enrolei em tudo. – Calma, eu estou bem, só queria dizer que vou... e-eu...
— Yoongi? Fale direito, eu não estou entendendo... – quando não houve uma resposta da minha parte, ela logo continuou. – Jungkook está aí? Me deixa falar com ele.
— Alô? Sim, sou eu sra. Min... – começou Jeon após eu passar o telefone para ele com a mão toda trêmula. – Não, Yoongi está bem, eu pedi para ele ligar apenas para pedir permissão para ele dormir em casa... Ah, a senhora deixa? Que bom...
— Sério que era isso? Meu filho é mesmo um tonto, era só pedir... – diz minha mãe alto o suficiente para mim ouvir e me encolher mais no banco, muito envergonhado. – Cuide do meu bebê, Jungkook...
— Claro, sra. Min, amanhã eu levo ele direitinho para casa... Boa noite. – Jungkook diz e desliga o telefone, me entregando com um grande sorriso. – Pronto bebê, vamos para casa...
— Jungkook, sua mãe sabe ao menos que estou indo? Não quero chegar de surpresa... – perguntei um pouco envergonhado, enquanto ele ligava o carro e o guiava pelas ruas.
— Claro, ela está ansiosa para te conhecer... – diz ele animado. – Minha mãe até diz que eu melhorei bastante desde que te conheci. – continua com uma careta e eu ri baixinho.
Depois de alguns minutos, estávamos em frente uma casa grande e simples, era um pouco maior que a minha, mas era tão simples quanto. Me senti muito mais confortável quanto a isso. Jungkook guardou o carro na garagem e quando íamos entrar na casa uma garotinha saiu correndo para abraçá-lo.
— Kookie! – Jungkook rapidamente pega a garota no colo e a enche de beijos. – Você demorou! Era para gente assistir Meu Amigo Totoro hoje!
— Desculpe, Junghwa, eu saí com meu outro bebê... – diz ele e logo eu coro.
— Mas só eu posso ser seu bebê... – reclama Junghwa contrariada. Ela levantou o rosto e olhou para mim através do ombro do irmão. Para a minha completa surpresa, ela sorriu. – Esse é o Yoongi?
Nessa hora Jeon se tocou de onde estava e se virou para mim, sorrindo mais que a irmã e naquele momento eu vi o quanto são parecidos, até mesmo o sorriso.
— Sim. Ele é bonito, não é? – perguntou Jungkook e eu corei quando a menina assentiu. – Vamos, diga oi para ele, senão ele nunca vai falar...
— Oi... – Junghwa disse tímida e se escondeu no pescoço do irmão.
— Oi Junghwa... – respondi, querendo me enfiar no pescoço dele também.
— Aigoo, que bebês tímidos eu tenho... – comentou alto e rindo, fazendo com que eu me segurasse para não beliscar sua barriga. – Vem, vamos te apresentar para a minha mãe...
Segurei sua mão e me controlei para não pirar. Que eu era extremamente tímido todo mundo sabia, mas ser apresentado para a mãe do "namorado", me tornava algo que ultrapassava esse limite. Entramos na casa pela garagem, encontrando uma cozinha estilo americana muito organizada. Pelo visto era melhor aproveitada do que a de casa. Ao passarmos pela cozinha, chegamos a sala de estar e Jungkook soltou a irmã que correu até o sofá ao lado da mãe. A sra. Jeon era uma mulher muito jovem, até mais que minha mãe, e também muito bonita. Os olhos eram parecidos com o de Junghwa, mas de resto não se parecia nada com os filhos. Meu corpo tensionou e eu respirei fundo quando Jungkook apertou levemente minha mão.
— Oi mãe... – Jungkook disse sorrindo e me puxou para sua frente quando a mulher dava indícios de se aproximar.
— Boa noite, sra. Jeon. – saudei, sorrindo de nervoso.
— Boa noite querido! É um prazer conhecer o responsável pela mudança no meu príncipe... – disse ela amorosamente e me abraçou. Ri baixinho com o apelido e retribui o abraço.
— Mãe! – exclamou Jungkook chateado e um pouco envergonhado.
— O quê? Você sabe que é verdade. – reclamou brincalhona. – E me chame de Hyerin, Yoongi querido. – apenas assenti, sorrindo agradecido pelo carinho.
— E eu mãe? – questiona Junghwa, chamando atenção de todos. – Eu sou sua princesa?
— Claro, meu amor. – respondeu Hyerin, risonha, e a menina sorriu.
— Yoongi, vem, quero te apresentar a Lady... – diz Junghwa me puxando para o sofá e todos, inclusive eu, ficaram surpresos com a menina.
Sentei-me no sofá um pouco corado e esperei ela me trazer sua boneca. Ficamos conversando um pouco e então acabei por fazer uma trança no cabelo dela. Toda sorridente, Junghwa me deu um beijo de boa noite e correu até a mãe que se despediu, indo dormir também. Jungkook se aproximou de mim e pegou em minhas mãos, nos levando até o andar de cima, respectivamente ao seu quarto.
— Elas gostaram de você, podemos até dizer que Junghwa te ama... – contou ele, sorrindo completamente feliz.
— Que bom, eu gostei delas também... – disse sorrindo calmo. Eu estava feliz ao ver a família dele gostando de mim. Estávamos entrando no quarto quando algo muito grande me fez cair no chão e soltei um grito esganiçado. – Aí!
— Thor! – Ralhou Jungkook, se segurando para não rir. – Sai agora de cima dele!
O cachorro começou a lamber meu rosto e, mesmo que eu adorasse animais, eu fiz uma careta enjoado. Jungkook começou a rir, tirando o cachorro de cima de mim e me ajudando a levantar.
— Desculpa, ele é muito amoroso... – pediu ele me puxando até a cama, ainda sorrindo. O cachorro começou a se aproximar e eu me encolhi para perto de si. – Calma, a novidade já passou, ele agora quer que você faça carinho nele...
Acariciei a cabeça do cachorro enquanto me sentava na cama e o mesmo colocou a cabeça pesada em cima da minha perna. Thor soltou um barulho choroso e eu aproveitei para olhar ao redor do quarto. Era simplesmente a cara do Jungkook. Uma parede preta cheia de pôster, com uma escrivaninha cheia de desenhos e bagunça encostada sobre ela. Incrivelmente havia uma estante cheia de HQ's e Mangás. Típico, pensei ao vê-lo se aproximar. Em suas mãos havia uma trouxa de roupas que logo me entregou. Havia uma camiseta do Harry Potter e uma calça de moletom. Sorri, mordendo os lábios e fui me trocar no banheiro, que se encontrava na porta adjacente. Aproveitei e lavei o rosto.
— Acho que acabei de realizar um fetiche... – comentou ele baixo, com uma risadinha quando eu entrei no quarto. – Você fica muito sexy com essa camiseta geek maior que você e os cabelos levemente bagunçado...
Eu fiquei quente, sem saber se era por vergonha ou por excitação. Preferi acreditar na primeira opção e me aproximei envergonhado, vendo ele deitado e com um pijama. Deitei-me ao seu lado e encarei seu rosto bonito no escuro. Lá de fora, uma luz da rua entrava e brincava com seus cabelos, ultrapassando-os e acertando a parede. Era uma visão muito bonita e eu, por toda a minha vida, nunca esqueceria dessa cena. Eu guardava cada momento dele comigo, como se criando um álbum mentalmente.
— Por que está me olhando assim? – questiona baixinho, enquanto passava um braço ao meu redor e me puxava para si. Thor roncou ao nossos pés.
— Estou gravando essa cena na minha cabeça... – respondi baixinho, tomando coragem e roçando nossos lábios.
— Como? – perguntou Jungkook, levemente interessando. Apenas dei de ombros. – Então, por quê?
— Estou criando um álbum mental de "momentos perfeitos com Jungkook" para eu nunca me esquecer de nenhum. – respondi, sorrindo ao ver sua expressão suavizar e se tornar contente.
— Hmm... acho que vou ter que me esforçar e criar cenas especias para isso... – constou ele, me beijando. – O que acha de irmos acampar amanhã? – pergunta enquanto beija meus cabelos.
— Tenho que conversar com a minha mãe primeiro... – sussurrei manhoso ao sentir mais de seu carinho.
— Eu peço, acho que sua mãe não resiste a mim... – garantiu Jungkook e eu me segurei para não gargalhar. Aquilo era a mais pura verdade.
— E você só percebeu isso agora? – questionei, sorrindo e vendo ele sorrir, negando com a cabeça. Lembrei da nossa conversa de mais cedo e mordi os lábios um pouco apreensivo. – Jungkook? Sobre mais cedo...
— O que tem? Eu não fiquei magoado, bebê. Eu juro... – confessou ele sério. Eu suspirei aliviado, mas eu precisava de mais. Eu nunca me contentava com pouco e isso sempre me irritou. Odeio cobrar um algo mais de Jungkook apenas para me sentir melhor. – Tem algo te incomodando ainda? – perguntou Jeon e eu assenti. – O que foi?
— Eu me sinto muito mal por ter acreditado um pouco naquilo... – confessei choroso. Eu odiava me mostrar fraco, mas eu estava magoado comigo mesmo. – Poxa, você faz de tudo por mim e eu... e-eu traio sua confiança, desconfiando de você... por que você não está magoado comigo? Eu estou...
— Yoon, meu bebê. – interrompe Jungkook calmo e com um sorriso carinhoso. – O que eles falaram era verdade, menos a parte da aposta. Você é bom demais para mim.
— Eu não concordo e nem me importo com isso, eu já disse, eu gosto muito de você... – contei, me sentando na cama e o encarando, enquanto o mesmo se apoiava no cotovelo.
— Eu também gosto de você, bebê, muito. – revelou ele com um sorriso e me puxou para um beijo. – Você não faz ideia do quanto... – acrescentou, sob os meus lábios. – Sabe do que eu gosto também? De beijar seus lábios finos e rosados...
Eu pisquei os olhos, inerte no poder que ele irradiava sobre mim e logo me encontrei debaixo dele, vítima da sua boca, que ora me beijava, ora me mordia e distribuía chupão pelo meu pescoço.
— J-Jungkookie... se você me marcar assim, minha mãe vai ratear... – reclamei, sem um pingo de verdade, entretanto, eu tinha que me manter consciente e com aqueles lábios em mim, era muito difícil. Ele riu.
— Você sabe que é mais provável que ela solte fogos de artifício... – sussurrou Jungkook com a voz rouca, fazendo meu corpo estremecer e me beijando em seguida. O pior era que o idiota estava certo.
O próximo beijo foi bem mais lento e apaixonado, arrancando suspiros e arquejos da minha parte, porém ele não pretendia continuar com aquilo, me deixando tão irritado quanto decepcionado.
— Desculpa, bebê, mas estamos indo rápido demais e eu não quero que você pense que eu estou apenas te usando... – revelou Jungkook com a voz da razão e saindo de cima de mim, deixando vários selares no meu rosto.
— T-Tudo bem... – respondi um pouco incomodado. Eu sentia uma pequena ereção em mim e uma pressão no meu baixo ventre que fez com que eu me deslocasse de debaixo dele, virando de costas para tentar não demonstrar minha excitação. Jungkook colou seu corpo no meu, me abraçando e se eu não estivesse excitado, não teria sentido a pressão do seu membro, meio animado também, roçando em mim. – hmm... – gemi baixinho, mas que de nada adiantou já que ele ouviu.
— Yoon, não faz assim, vai me deixar mais duro... – resmungou no pé do meu ouvido. O que causou o efeito contrário do que ele queria, aumentando minha excitação. Acabei por estimula-lo, mexendo a minha bunda vagarosamente, como numa especie de tortura. – Ahhh, bebê... – gemeu baixinho ainda no meu ouvido.
— Você que começou, meu amor... – retruquei enquanto sentia sua mão adentrar minhas roupas. Ele passou lentamente a mão sobre meu membro, ainda coberto pelo tecido e respirou fundo do meu ouvido, fazendo eu arfar um pouco alto.
— Você ficará bem quietinho, não quero que minha mãe ou Junghwa acorde, você quer? – neguei rapidamente, ainda absorto com seus toques. – Bom garoto... você não faz ideia de como eu te quero Yoongi...
— Eu também te quero, Jungkook, agora... e muito... – murmurei um pouco sôfrego com a falta de mais contato.
— Sua primeira vez não vai ser assim, eu quero estar sozinho com você e você vai poder ser livre para gemer bem alto para mim... – contou, mordendo o lóbulo da minha orelha e esfregando a mão continuamente numa tortura eletrizante.
— Jungkookie... – gemi baixinho, virando a cabeça e o beijando meio atrapalhado. – M-Mais...
Jungkook, atrás de mim, estava duro como uma pedra, não muito diferente de mim, porém, estimulado apenas com o roçar da minha bunda e ele percebeu isso, parecendo frustrado. Ele parou de me tocar, se afastando e tirando a calça, permanecendo com uma cueca vermelha que torneava sua coxas grossas e malhadas, e marcava sua ereção. Se antes eu não estava excitado, agora eu estou na beirada do precipício. Jungkook logo tirou a camiseta e eu pude ver um pouco de suor fazendo seu corpo brilhar à luz do poste. Eu não sabia o que aconteceria dali para frente, o que me deixava nervoso, entretanto, ao olhar sua expressão, eu sabia que seria bom, mas não seria minha primeira vez.
Jeon logo se certificou de tirar minha calça, me deixando apenas com a camiseta e a cueca branca suja de pré-gozo e mordi os lábios envergonhado. Seu olhar devorava as minhas coxas e logo ele depositou beijos e mordidas.
— Você é tão gostoso... – sussurrou num tom sedutor, me fazendo arfar. – Você é tão lindo e não tem a menor noção disso. Só de olhar para você eu poderia gozar, mas não quero estragar nossa brincadeira tão cedo...
— J-Jung-k-kook... – gemi seu nome ao sentir os lábios perto demais de certos locais.
— Calma, bebê... – sussurrou Jungkook sorrindo ainda em contato com a minha pele. – Uma coisa de cada vez...
Jungkook começou a subir os beijos, levantando a camiseta e distribuindo alguns deles pela minha barriga, mas a sua fixação pelo meu pescoço não o deixou demorar por ali, trazendo o seu corpo para cima, friccionando cada pedaço seu no meu. O que gerou gemidos vindos de nós dois. Com o joelho, ele foi tomando espaço entre minhas pernas sem eu perceber e seu membro coberto passou raspando pelo meu. Cada atrito gerado pelo contado, fazia eu gemer mais e mais.
Ao sentir necessidade de mais contato, enfiei uma mão nos cabelos de Jungkook, enterrando seu rosto ainda mais em meu pescoço e com a outra, agarrei sua cintura, impulsionando alguns movimentos. Então, Jungkook, sem parar com o que fazia no meu pescoço, começou a se movimentar em cima de mim, num ritmo de vai-e-vem e juntos começamos a gemer.
A sensação era a melhor que eu já havia provado na vida e tudo que eu queria fazer era tirar o restantes de nossa roupas e ter mais contado. Pele com pele. Eu já havia me tocado algumas vezes, pois eu era um adolescente cheio de hormônios, acontece, mas nunca pensei que uma masturbação poderia ser tão prazerosa. Jungkook levantou o rosto, me encarando enquanto eu gemia, e ver seus olhos brilhando de desejo por mim, me atiçou ainda mais, fazendo com que eu pedisse por mais velocidade. Enterrei meu rosto em seu pescoço e foi a minha vez de chupar e morder, lambendo cada uma delas depois. Jeon, indignado com algo, parou seus movimentos e abaixou sua cueca, antes que eu pudesse reclamar, até a metade das pernas, fazendo o mesmo com a minha só que tirando para não atrapalhar.
— Jungkook... – comecei envergonhado. Eu não olhava, mas podia sentir seu tamanho e era muito estranho.
— Desculpa amor, mas eu preciso sentir sua pele, senão não vou conseguir... – disse ele baixinho, com nossas testas coladas e as respirações se misturando entre si pela proximidade. Jungkook parecia tão necessitado que eu apenas assenti.
Olhei atentamente, criando uma coragem repentina, quando o mesmo pegou nossos membros e juntou-os, masturbando-os ao mesmo tempo. Logo o ritmo voltou, acelerando a cada minuto e mordi seu ombro para conter gemidos altos. Ele começou a estocar na própria mão e o segui, quando percebi ajudava-o e um estocava na mão do outro. Inerte no meu próprio prazer, nem vi quando gozamos juntos, melando nossos abdômen. Eu relaxei e deixei Jungkook cair em cima de mim, abraçando-o para mantê-lo ali. Olhei para o relógio e vi que era quase uma hora da manhã.
Jeon se levantou, beijando meus lábios fortemente e pegou a sua antiga camiseta, limpando nossos corpos. Eu estava tão fraco que me perguntava como ele conseguia se mover tanta agilidade. Ele colocou a própria cueca de volta ao lugar, fazendo o mesmo com a minha e se deitou ao meu lado, puxando meu corpo para cima do seu. Meus olhos fechavam, me levando a um sono profundo, mas me permiti sorrir e me enroscar mais em seu corpo.
— Essa cena foi para o seu álbum? – perguntou Jungkook risinho, mas com a voz também sonolenta e eu ri baixinho.
— Com certeza... – respondi, beijando seu peito nu. – Melhor noite da minha vida.
— A minha também, só não foi para o Thor, coitado... – comentou brincalhão e eu enrubesci com a lembrança do cachorro que estava no quarto. – Nem percebi que o mesmo saiu da cama para deitar no tapete...
— Que vergonha... – murmurei e Jungkook riu, fazendo um Thor chiar incomodado.
— Melhor irmos dormir, boa noite bebê... – disse Jeon, beijando meu cabelos e me abraçando mais.
— Boa noite... – respondi, fechando os olhos e indo dormir com um sorriso no rosto. – Meu príncipe. – Jungkook rateou e eu me aconcheguei mais em seu corpo, acabando por dormir como anjo.
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"Deus, mantenha minha cabeça acima da água
Não me deixe afundar
Fica mais difícil
Eu te encontrarei lá, no altar
Enquanto me ponho de joelhos"
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