História Heart by Heart (EM REVISÃO) - Unconditionally

❝Fazemos ordinariamente mais festa às pessoas que tememos do que àquelas a quem amamos.❞

— мᴀʀǫυês ᴅᴇ мᴀʀıcá
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Ａ festa era divina, o clima calórico e somente de felicidade agitava o corpo daqueles que logo quando ouviram as músicas brasileiras, largam a timidez de lado e foram a pista dançar.

A família Alba dançava enquanto havia um espetinho de churrasco em sua mão direita e a outra bebia a cerveja.

Um pagode era o que precisavam, ainda que o gosto musical do noivo fosse outro e não curtisse muito dançar na frente das outras pessoas, já a doida da noiva dançava ignorando tudo em sua volta.

As bochechas doíam de tanto gargalhar das palhaçadas de sua família, dos primos e dos tios que faziam cada piada que arrancava gargalhas de doer a barriga.

Caraca, muleke! Que dia! Que isso?

Põe um pagodinho só pra relaxar

Sol, praia, biquíni, gandaia

Abro uma gelada só pra refrescar

Elizabeth cantarolava segurando em seu vestido com o pagode nos pés atraindo assovios com os passos da mulher. As próprias crianças, sobrinhos e primos levantaram das cadeiras juntando-se a noiva e movimentando-se no ritmo da música.

Os Vingadores gargalhavam e podia-se dizer que por incrível que pareça, alguns deles se misturaram no musical alegre.

'Tô com saúde, 'tô com dinheiro

Graças a Deus! E aos meus guerreiros

'Tá tudo armado, vou pro estouro

Hoje eu 'tô naquele pique de muleke doido!

Cerimônia com valores sentimentais e importantes na vida dos casados. Algo de aspecto humilde misturado com rico, já que o noivo era bilionário queria a festa como um dos maiores casamentos, há de que a imprensa tentava se matar para adentrar no local.

Diversão sem igual pelo fato de horas Scott Lang roubar alguns doces escondido das pessoas, porém, a própria noiva observava tudo fingindo não perceber e gargalhando com a lerdeza do outro.

A família brasileira fizeram uma roda ao redor da noiva dançando com as mãos enquanto ela girava seu vestido branco pelo salão escutando o pagode.

E quando eu 'tô assim

É só aventura

Tira a mão de mim

Ninguém me segura

Após a roda de separar, a acastanhada observou Romanoff beber na taça de champanhe negando com a cabeça. Elizabeth sempre fora doidinha, e se soltava no meio de sua família.

A Maximoff inclinou o dedo indicador chamando a ruiva que negou com a cabeça não querendo arriscar um passo e servir de chacota.

— Venha, Nat! — precisou gritar pois o som estrondava no salão. 

— Não, eu não quero passar essa vergonha! — gritou de volta atraindo risos nasais de Maria Hill que conversava alguma coisa com o Diretor Fury em seu celular.

Percebendo que a mulher não desistiria fácil, avistando a casada saltitar feito uma lebre tocando na mão da ruiva que negou três vezes, até finalmente ceder.

Nat foi levada até o centro onde Liz segurou em sua cintura e na mão direita da outra que logo a música mudou para um forró da banda sᴀıᴀ ʀoᴅᴀᴅᴀ – נá ǫυᴇ мᴇ ᴇɴsıɴoυ ᴀ вᴇвᴇʀ, onde Romanoff gargalhou enquanto dançava com a amiga. 

— Olha a sofrência! — Elizabeth berrou para a família que pegaram as garrafas de cerveja improvisando um microfone.

Amor, já que me ensinou a beber

Já que me ensinou a sofrer

Me ensina, por favor

Como é que faz pra te esquecer

Barton puxou Laura também querendo dançar o forró, e gargalhou ao ver suas melhores amigas dançando, principalmente com o jeito desajeitado da Viúva Negra que jamais imaginou vê-la dessa forma.

Dançando, finalmente sentindo-se feliz em algum momento de sua vida, seu passado frio e oculto, seus sentimentos abalados.

Os cabelos alaranjados dela chocavam-se contra os ombros enquanto balançava a cabeça no ritmo da música.

Logo, Elizabeth chamou Wanda que conversava com Visão em sua forma geneticamente modificada, ou melhor, humana. 

Maximoff envergonhada negou com a cabeça, porém vendo a confeiteira com os braços cruzados, largou seu parceiro de lado e foi em direção a irmã que começou a dançar igual a Romanoff.

Afinal, as duas não conheciam a música, era diferente de suas culturas, e por conta de acontecimentos controversos em sua vida, não havia muito o sentimento de felicidade que o povo brasileiro havia em seus corações, muitas vezes, com a compaixão.

Stark estava bebendo uma taça de champanhe observando sua esposa balançar seus cabelos castanhos impossível deixar aquele sorriso de seu rosto.

O sentimento presente de felicidade e alegria de estar em seu país, com a sua família, no carinho e no conforto e no melhor momento de sua vida.

Aquilo o fez sentir-se o homem mais feliz do mundo, de ter sua companheira, de ter conquistado algo na sua vida que até um tempo atrás despejava e não se via nesta fase.

— Está feliz? — Rhodey tocou no ombro de seu melhor amigo vendo-o fitar sua mulher de forma alegre, aquilo o contagiava, deixava-o alegre também.

Amava quando ela sorria, não havia sentimento melhor.

— Me sinto o homem mais feliz do mundo. — engoliu o líquido de sua taça ainda vendo sua mulher observar sua irmã Malu dançando e soltando um riso alto batendo palmas impressionada. — Estou casado, estamos esperando um bebê. Eu tenho paz agora, ela está feliz, eu estou conseguindo fazê-la feliz como sempre sonhei, e ela está fazendo o mesmo comigo.

— Ela é alegre, você precisa de uma pessoa assim. A filha ou filho de vocês, com certeza, será ligado no trezentos e vinte. — afirmou Barton aproximando-se com a garrafa de cerveja em sua mão.

— Vamos dançar? — Maria Luísa aproximou-se de Peter Parker que conversava com Anna e tentava flertar com a mulher.

Ao visualizarem a figura de treze anos franziram o cenho. 

— Quantos anos você tem? — Parker olhou-a de cima a baixo. 

— Vou fazer quatorze. — respondeu. — Agora toma vergonha na cara, e vamos dançar.

— Vish, se deu mal. — Mercúrio bebeu uma batida de morango com leite condensado.

O adolescente ficou sem responder, tinha medo de dar um fora e acabar magoando a pequena que batia o pé impaciente, apesar de ele ser dois anos mais velho que ela, em sua cabeça ela ainda era uma criança. 

— Malu, vem eu danço com você. — Anna levantou-se puxando a adolescente pra dançar assim que a música mudou para a banda britânica oɴᴇ ᴅıʀᴇcтıoɴ – вᴇsт soɴɢ ᴇνᴇʀ da qual a adolescente era super fã e soltou um berro quando viu que era sua música preferida atraindo atenção de algumas pessoas. 

Elizabeth riu da situação e pegou o celular de sua mãe emprestado para filmar a sua irmã caçula dançando, mas assim que apalpou o objeto ele vibrou em sua mão, e como sua curiosidade foi mais alta, o número era desconhecido e a mensagem estava em inglês.

❝νᴇɴнᴀ ᴀté os ғυɴᴅos ᴅᴀ ғʟoʀᴇstᴀ, tᴇм ρᴇssoᴀs ǫυᴇʀᴇɴᴅo tᴇ νᴇʀ. – s.ʀ❞

Desceu o aparelho lentamente de sua mão, conhecia as siglas. Entregou-lhe para a sua mãe e disfarçadamente andejou a floresta encontrando duas pessoas de costas fitando o mar de estrelas que o céu escurecido fazia.

Os olhos tornaram-se surpresos ao reconhecer a silhueta maior, e a menor.

— Oh meu Deus, Steve! — largou os saltos no meio da grama correndo para abraçar o Capitão América que se virou para olhá-la e a abraçou. Rogers a rodeou em seus braços contente por ver a sua amiga que tanto o ajudo-o feliz. Em seguida cumprimentou Sam. — Vocês vieram!

— Não poderia deixar de vir ao casamento de vocês, mesmo que Tony esteja magoado comigo. — o loiro disse. — Além disso, Ross foi convidado.

— Não foi. — cruzou os braços sentindo o vento assoprar em seu corpo. — Não permiti que Tony convidasse aquele coroa safado. 

Sam soltou um riso.

— Vocês poderiam entrar, não quero vocês como se fossem penetras, a festa está ótima. — proferiu animada.

— Acho melhor não. — suspirou triste. — Mas eu trouxe um presente pra vocês.

O Capitão tateou um pequeno pacotinho bege de seu bolso onde estendeu-lhe de forma humilde esperando que ela ficasse contente com o presente, mesmo que fosse pobre e pequeno comparado aos que o casal ganhariam. 

— Poxa Steve, não precisava. — sorriu consigo mesma abrindo o presente e encontrando um pingente da pedra mestiça, a pedra favorita da Feiticeira Negra que levou a mão a boca surpresa com o presente. — Meu Deus, que lindo.

— Veio direto de Wakanda, e além, disso T'Challa também enviou um presente. — entregou-lhe outro pacote que continha duas flores da erva do formato de coração. 

— É incrível, muito obrigada Steve, é o presente mais bonito que já ganhei. — guardou a joia dentro do pacote novamente. 

— Fiz um para o Tony, mas não sei se ele gostará. — entregou outro saquinho, assim ela também sorriu.

Queria tanto que eles voltassem a amizade, mas até seu marido recuperar-se da dor que sentira da traição, não poderia forçar amizade entre eles ali. 

— Vai sim. 

— Ah, já ia me esquecendo. —  Sam ergueu dois pacotes. Elizabeth se sentia uma caixa ali de tantos presentes que estava recebendo de ambos. — Não é um presente pra vocês, mas sim pro bebê. 

Ela pediu para Steve segurar e quando abriu a embalagem viu que era uma camiseta das asas de Falcão, ela riu, porém, amou o presente.

— Eu amei. — admitiu guardando-o. 

— Você está grávida? — Rogers olhou-a surpresa pela revelação. 

— Faz três meses, Steve. — comentou gargalhando pelo fato de parecer mais desmemoriado que o próprio Bucky Barnes. — Eu sei, a barriga não dá pra notar, apesar de que Tony notou, por incrível que pareça.

— Meus parabéns, fico feliz por você e por Tony. Vocês estão felizes, já tiveram tantas brigas, tantas coisas que o impediam. Quando conheci Tony se dissesse que ele casaria e teria um filho, provavelmente entraríamos em confronto. — admitiu o loiro atraindo risos.

— Todos já conheceram o Tony babaca. — admitiu abraçando os presentes ao próprio corpo. — Eu o odiei, ele não me odiava, pelo contrário, queria me conhecer e entender o meu ódio, apesar de já saber o motivo.

— As coisas mudam. — Falcão declarou.

— É, as coisas mudam. — suspirou.

— Filha! Venha, já vai começar as declarações! — avisou Magali.

— Já vou! — gritou de volta e olhou para os homens a sua frente. — Eu preciso ir, tem certeza que não querem entrar?

— É melhor deixar as coisas como estão. — respondeu Rogers. 

— Tudo bem, mais uma vez, obrigada por terem vindo, só faltava vocês para completar. — sorriu abertamente. — Bom, até mais Capitão e Falcão.

— Até mais, Feiticeira. — gargalharam e então ela subiu novamente guardando os presentes em algum lugar da festa e em seguida avistou seu esposo sentando-se em uma mesa onde seria os dos noivos apenas esperando-a.

Com um sorriso de orelha a orelha ela saltitou até a cadeira ajeitando seu vestido e se sentando ao lado dele.

— Onde estava? — perguntou Tony colocando sua mão por trás das costas de sua mulher apertando seus dedos em sua cintura.

— Descansando. — afirmou beijando sua bochecha. As luzes se apagaram iluminando somente o palco onde lá havia um microfone e o teto estrelado com brilhos cores douradas. — O que é isso?

— Você vai ver. — ele disse.

A entrada do palco, subiu uma pessoa andejando em direção ao microfone, sua pele era morena e o tapa olho fez todos reconhecerem quem era o indivíduo.

Pelo menos, a quem sabia quem ele era. Elizabeth olhou para Tony que deu uma piscada de leve, e em seguida voltaram a se concentrar.

— Boa noite a todos. — Nick Fury disse em português  através do microfone e todos retribuíram. — Hoje celebramos o casamento de duas pessoas que me deram muito trabalho na minha vida.

Algumas pessoas riram, inclusive os próprios noivos.

— Conheci a noiva primeiro. Elizabeth. — ela sorriu sem mostrar os dentes já sentindo o nó formar-se em sua garganta. — Conheci-a quando havia penas dezessete anos, uma criança, vi futuro nela. Transformei-a em uma defensora de si mesma, a fiz apagar suas cicatrizes e tentar voltar o brilho em sua vida. Depois Stark, eu já conhecia o pai dele, o filho é a cópia perfeita. Mas me veio uma ideia, ela precisava de uma vida e ele precisava de alguém para cuidar de si mesmo. E se... eu a mandasse cuidar dele?

Fury fez uma pausa.

—  Eu mandei, ela o cuidava em total distância, disfarçada, mas se importava. Eu sabia, sabia que eles seriam ideal um para o outro. Tony precisava de alguém para levantá-lo quando caísse, para enfrentar a realidade. Este alguém é a Elizabeth, e ela precisava de alguém para tirá-la do fundo do poço e mostrar o caminho da felicidade da vida conturbada que levava. Eles merecem ser felizes, eles merecem a paz, pois a única coisa que fazem é desejar o bem, não importa quem.

Ela deixou uma lágrima escapar e abraçou Tony soluçando em seus braços, ele retribuiu beijando os cabelos castanhos encaracolados com seu belíssimo penteado, com todo amor que seu coração pudera dar.

Ele a amava tanto, não cabia amor em seu peito.

 — Eu acho que perdi as contas de quantas vi esses dois brigarem. — Barton afirmou no palco ao lado de Natasha logo após Fury descer as escadas. 

— Ela odiava quando as missões eram em relação a você, Tony. — Natasha confessou, Tony arqueou a sobrancelha olhando para a noiva que estava com os cotovelos apoiados na mesa e o rosto sobre as mãos, soltou um assovio disfarçando e as pessoas gargalharam.

Alguns não entendiam, achavam que missões eram metáforas usadas para o verdadeiro conceito, mal eles sabiam o que estava acontecendo ali.

— Mas quando você foi sequestrado, ela se condenou por muito tempo, e quando te acharam ela quis fazer voltar pro Afeganistão. — Romanoff contou. — Mas ela se preocupou, preocupou-se em colocar anticoncepcionais nas bebidas das mulheres que você saía, preocupou-se em injetar liquido em seus próprios drinques, você não percebia, mas a garçonete na maioria das vezes era ela, e tudo para que você não se encrencasse. Não estava preparado pra uma responsabilidade grande na sua vida.

— Lembrando que ela queria colocar veneno algumas vezes na sua bebida quando você cantava ela, mas acidentalmente. — acrescentou Barton e ouviram-se risos.

— Em minha defesa, nunca cheguei a cogitar a hipótese, apenas pensei. — defendeu-se percebendo o olhar de seu marido queimar sobre seu corpo. 

— Aham, 'tô sabendo. — cruzou os braços cochichando em seu ouvido. — Mais tarde, vamos ver o quanto de veneno você vai implorar pra eu tomar.

Ela arregalou os olhos e disfarçou escutando a risada rouca de seu homem com a reação provocada em sua mulher. 

— Mesmo assim, olha onde chegaram. Por mais que ela seja areia para seu caminhãozinho... — o Gavião Arqueiro só atraia risos e continuava com a expressão séria. — Se valorizem, vocês merecem um ao outro, merecem pois nunca vi alguém se amar tanto dessa forma. Pessoas que se cuidam por mais que estejam brigados, procuram estar perto um do outro. Eu só desejo a vocês tudo de bom.

— A Elizabeth e Tony. — Nat e Clint ergueram suas taças para brindar e todos também ergueram, inclusive o casal. 

A seguida, Pietro e Wanda também subiram.

— De tanto levar, flechada do teu olhar, meu peito até, parece sabe o que...  — cantarolaram os gêmeos com o sorriso doce deixando a irmã mais velha deles envergonhada e as bochechas esquentando. 

— Tábua de tiro ao Álvaro, não tem mais onde furar... — Lizzie também cantarolou só que em um tom mais baixo, Stark olhou-a admirado com o tom de voz cujo era soprano poderoso semelhante ao da cantora norte-americana Christina Aguilera.

Tony já ouvira cantar quando cozinhava, mas quando parava pra prestar atenção, parecia que era um anjo atraindo-o para os céus.

— Você cantava essa música para a gente todos os dias antes de dormir, quando atacaram a cidade, sua voz nos acalmava você nos colocava dentro do guarda-roupa e ficava cantando até nós pegarmos no sono. Ou quando os nossos pais brigavam. — Wanda recordou-se fitando sua irmã. — Hoje você cantará para o seu filho. Hoje você se tornou uma pessoa casada, casou-se com alguém que jamais pensaríamos que o destino nos pregasse isto.

— Você está feliz, é o que queremos, queremos que você seja feliz, queremos que receba todas as coisas boas em triplo do que fez conosco. — Pietro abraçou Wanda de lado. — Você sempre será nossa irmã valentona, aquela que nos defende mesmo nós já tendo idade para nos defender. Mas nunca deixe de perder esse coração incrível e o espírito glorioso que há em seu corpo, não se esqueça de uma coisa jamais em toda a sua vida, mesmo que nossos caminhos acabem amanhã. Te amamos.

Elizabeth deixou que as lágrimas silenciosas passassem por seu rosto e sorriu consigo mesma. Foram tantos discursos que sua cabeça doía.

Seu coração acelerou quando o seu marido selou seus lábios e levantou-se de sua cadeira cumprimentando algumas pessoas e subindo até o palco. Era a sua vez.

Arrepiou-se quando tocou o microfone, encolheu-se em seu lugar abraçando o próprio corpo concentrando seus olhos no homem de sua vida. Os olhos brilharam sabia que a emoção fluiria por qualquer lugar de seu corpo.

— Boa noite. — teu coração deu um salto a mais. — Todos sabem, não sou bom com discursos. Sempre fugi deles. Mas este...este é inevitável, não há como fugir, e é o único da minha vida que eu não quero fugir e quero que a única pessoa que realmente importa na minha vida, escute-o.

Sequer piscava, não tirava seus olhos de Anthony.

— Pra falar a verdade, não sei bem quando nos conhecemos, ou melhor, quando me conheceu. Mas eu me lembro de cada detalhe seu quando te vi pela primeira vez. Uniforme rosa pastel, cabelos castanhos a altura dos seus ombros, mãos empoeiradas de trigo, e os olhos afrontosos. Você ousou me enfrentar, disse que não me conhecia. Mas por algum lado, eu senti uma queimação por dentro de meu corpo, tive a impressão de que você era uma pessoa do qual meu coração falava mais alto. Logo depois disso, você cuspiu em minha cara.

Risadas ecoaram.

— Tudo bem, relevo, coisas da vida. — deu de ombros segurando sua taça ilustrada com o líquido de champanhe no meio. — Você apareceu de novo, dessa vez, precisando de ajuda, mas negou-se, orgulhosa. Eu ajudei você, eu senti que precisava de te ajudar, eu sentia, meu reator batucava em mim, meus pensamentos se bagunçavam como cálculos que eu sempre entendo, mas você era pior que eles, eu não entendia, eu tentava, mas não conseguia te entender. E houve então, quando você cuidou de mim, eu achava que morreria, mas você cuidou de mim sem eu pedir, mesmo eu sendo um canalha. E cuidou muitas vezes, com seu jeito humilde de ser, o coração puro marcado por cicatrizes. Eu soube, soube quando você cuidou de mim na sua festa de inauguração da confeitaria. Soube pra valer que você seria minha, soube que você seria minha alma, Deus que clichê.

Novamente, risos das pessoas.

— Não há dor, não há inimigo, não há poeira, nem a morte pode nos separar pois se separar, eu te esperarei do outro lado para continuarmos para sempre. Pois você é a mulher do qual eu dedicarei minha paz, o meu tempo, cada segundo que eu respirar, cada fôlego, eu tornárei-la a mulher mais feliz desse mundo em tudo que tiver ao meu alcance. Você é alguém que eu quero ter por perto, você é alguém que me faz feliz, você é alguém que eu preciso, é a mulher que me ensinou todas as coisas boas, tirou-me da bolha cor de rosa, me mostrou o caminho da paz. A verdade é que... nenhuma mulher será o que você é pra mim, nenhuma. Um anjo que apareceu em minha vida. Você foi a coisa mais cara que eu custei ter, Elizabeth Marie Alba Maximoff. Eu te amo mil milhões.

As lágrimas quentes já era visíveis desmanchando sua maquiagem, fechou os olhos e pegou a taça em sua mão erguendo-a com um sorriso esbanjado de seus dentes alinhados e brancos, o brinde que dera após sentir o champanhe descer por sua garganta. 

— Quando me falavam em casar, eu descartava a hipótese na hora. — divertiu-se consigo mesma. — Se me dissessem há alguns anos que me casaria com Tony Stark, eu acho que a pessoa não estaria, mas entre nós. Mas olhe o que desejamos realmente, pode vir de forma melhor. E Tony, você veio de forma melhor pra mim, você é o meu bem querer, o conforto que eu busco quando preciso. É, eu cuspi na sua cara. Gostem ou não, estou me casando com o cara do qual eu cuspi na cara. 

Não precisava nem dizer que algumas pessoas riram, inclusive ela.

— Mas quando eu comecei a perceber meus sentimentos, eu senti, eu estava começando a me apaixonar por você. Eu me recusei a acreditar, mas o coração quem escolhe por quem nos apaixonamos. Minha alma encontrou a sua alma, estendeu a mão e abraçou tornando-se uma só. Eu encontrei meu caminho, pra você e você encontrou o meu caminho pra mim, e estamos aqui. Não há olhos de outra pessoa além dos seus que eu queira ver, você é tudo que está me iluminando enquanto eu tive minha vida conturbada. Não há nenhum homem em minha vida que será o que você é pra mim. Me ensinou que eu preciso valorizar as coisas que me dão, me ensinou a importância da consideração. Você entrou em minha vida, mas é como se você estivesse dentro dela pra sempre. Seu amor me levanta além do tempo, me valoriza do jeito que eu sou, me trata como eu preciso. Anthony Edward Stark você é o meu coração de cor. Eu te amo mil milhões.

As palmas ecoaram como uma orquestra.

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Tony gargalhou ao ver sua esposa colocar a sua coroa de flores sobre a cabeça dele enquanto balançava sua cabeça para lá e para cá o penteado já havia desfeito de tanto que ela batia sua cabeça.

Principalmente quando se tratava da música da cantora sueca com a sua música, para os curiosos,  тoνᴇ ʟo – нᴀвıтs (sтᴀʏ нıɢн).

— You're gone and I got to stay high! —  segurou na mão de seu marido chamando-o para dançar. —  All the time, to keep you off my mind. Ooh-ooh-ooh-ooh, ooh-ooh-ooh-ooh!

— Não está bêbada não, né? — perguntou ele apalpando sua cintura.

— Se dançar é estar bêbada, meu marido, estou bebaça. — gargalhou. 

— Ok, qual foi a primeira coisa que fez quando me conheceu? — questionou em um tom alto por conta da música.

— Eu cuspi na sua cara! — berrou de volta. — Não estou bêbada. 

— Ótimo, Sexta-Feira verifique os níveis de alcoolemia no sangue. 

— Níveis de alcoolemia normais, senhor. — respondeu S.E.X.T.A-F.E.I.R.A.

— O que foi? — Elizabeth perguntou olhando-o estranhando o porquê estava tão cismado com a sua consciência. Ele cruzou os braços fazendo tornando sua expressão debochada, e recebendo a cara de paisagem da Maximoff. — Ah, a nossa dança!

— Exatamente, a nossa dança. — continuou com o olhar debochado. — DJ!

— Fala, Senhor Stark. — pediu o pardo tirando os fones.

Tony deu um sinal, e as pessoas que estavam na pista de danças sentaram-se olhando imediatamente para a noiva e o noivo. 

Elizabeth caminhou ficando a uma distância de quatro passos de seu marido, o rabo de seu vestido alcançou uma certa distância estendido como um tapete vermelho.

O som estridente de ʟıκᴇ ı'м ɢoɴɴᴀ ʟosᴇ ʏoυ de Meghan Trainor com parceira do cantor John Legend, era o tema de sua dança, ensaiada e que ficaria em suas memórias para sempre. 

Duas luzes brancas focaram no homem e na mulher. Lizzie segurou em seu vestido em um cumprimento, Tony a analisou, então seus passos caminharam lentos e de Anthony também até se aproximarem novamente e ela encostar suas duas mãos sobre o peito do Homem de Ferro, logo girando trocando os seus lugares, ele segurou sua mão quando a mesma virou-se para sair e a puxou em um giro onde seu vestido rodou colando novamente seus corpos.

Elizabeth tocou o rosto de Stark e começaram a bailar sem quebrar o contato físico até o corpo da Maximoff soltar-se do corpo do outro rodando em uma distância suficiente até a mão dele segurar forçando-a voltar novamente dessa vez, com a perna direita dela enlaçada na perna direita também dele, e ela jogar seus cabelos para trás.

Stark pegou-a pela cintura fazendo-a ficar de costas contra seu corpo e ele encostar a cabeça na altura do queixo, ambos se olharam e mantendo a posição.

 Balançaram a cintura no mesmo ritmo e ele soltar suas mãos onde ela começou a girar seu corpo junto com o vestido rodado feito um cata-vento pela pista, mas sempre mantendo as mãos para cima e o queixo apoiado no ombro em um perfeito passo de balé a seguida de um jeté que consistia em atirar sua perna em total energia mantendo-a esticada. 

O corpo de ambos estavam ofegantes e soados, a música se encerrou com um toque de violão, os cabelos encaracolados da mulher alguns colavam em sua testa, os de Anthony também que ficou abraçado com sua melhor.

Ambos gargalharam que haviam conseguido fazer uma dança descente. As palmas foram tantas que alguns as mãos doeram, jamais pensariam em ver Tony Stark dançando daquela forma. Há quem diga que caiu mais de vinte vezes e quase torceu o pulso.

— Eu te amo. — virou-se para ele beijando seus lábios.

— Eu te amo. — retribuiu beijando-o recuperando o fôlego.

As pessoas parabenizavam o casal, pelo esforço, dedicação e a dança maravilhosa que haviam presenciado. 

Agora entendi por que a Natasha fazia balé para ser flácida nas missões. 

Algumas horas se passaram, Tony estava deitado no ombro de sua mulher que fazia um cafuné gostoso em seu cabelo, o mesmo havia adormecido por conta de bebida forte que havia tomado e o cansaço da noite.

Acordara assim que sentiu-a remexer na cadeira, fez uma careta assim que acordou soltando um bocejo percebendo que estava na festa.

— Dormi por quanto tempo? — coçou os olhos.

— Três horas. — respondeu soltando um bocejo. 

— Bem a tempo. — sussurrou, mas o suficiente para ela ouvir que o olhou com a sobrancelha esquerda. — Tem mais uma surpresa.

— O que você... — Stark sorriu fazendo ela negar com a cabeça enquanto gargalhava.

— Vejam! — apontou alguém.

A acastanhada olhou para seu marido e levantou-se caminhando até a praia, todos fizeram o mesmo e em poucos segundos o céu resplandeceu fogos de artifício de todas as cores possíveis, todas as formas, algumas do Homem de Ferro, algumas do símbolo da joia Púrpura que representava a Feiticeira Negra, Anthony caminhou com as mãos no bolso e atraiu a atenção dela.

— Como você fez isso? — perguntou ainda surpresa.

— Além de armas, eu posso projetar coisas boas também. — deu de ombros e ela abraçou-o.

Ficaram abraçados ali, observando os fogos que ficou doze minutos no ar.

Até finalmente chegarem a hora de irem para o jato, a limusine Stark aguardava-os, Elizabeth segurava o buquê em suas mãos despedindo-se de seus amigos, familiares e conhecidos, Tony também, mas não conseguiram se despedir de todos pois eram muitos.

— Elizabeth, joga o buquê! — gritou Anna.

— Vish, já ia me esquecendo. — parou o seu percurso quase adentrando no veículo e voltando. — Estão prontas, ou prontos?

— Sim! — as mulheres gritaram.

— Lá vai, um dois e três... — ficou de costas suas mãos apalpando as flores e por fim, jogou-as no alto sendo possível ouvir um grito. — Até mais, depois me contem quem pegou.

Assim tocou na mão de seu esposo e rapidamente adentraram no transporte que se fechou. E então, eles riram com a adrenalina.

— Casados. — Tony afirmou olhando-a nos olhos.

— Casados. — retribuiu a resposta e encostando sua testa no vidro do carro.

— E então, quer começar o Primeiro Round? — desfez o nó de sua gravata. — Ver você dançando me deixou com uma sede...

Stark parou de desfazer o nó quando escutou um ronco, e quando se virou encontrou Elizabeth com a boca aberta e os olhos fechados em um sono profundo.

Ele dormiu por três horas no ombro dela, nada mais justo de ela ter seu sono.

— Tudo bem, eu espero. — riu consigo mesmo.

O amor incondicional, não há quem separasse.

❝incondicional, incondicionalmente
vou te amar incondicionalmente
não há medo agora
liberte-se e seja livre
vou te amar incondicionalmente❞
κᴀтʏ ρᴇʀʀʏ  – υɴcσɴᴅıтıσɴᴀʟʟʏ