Poucas vezes Alucard vivenciara o sentimento de raiva, sua imortalidade havia lhe ensinado diversas lições valiosas, entre quais ele aprendeu a duras penas, sendo a principal delas: “A raiva é um vento que apaga a lâmpada da mente.”, mas quando presenciou a boca de sua serva prestes a encostar na daquele humano... Algo nasceu dentro dele, algo que ele não havia sentido há séculos, é claro, constatou enquanto entortava a cabeça fitando o maldito Dr. Frankenstein a seus pés, tremendo como um coelho prestes a ser devorado, era a mais pura e genuína fúria.
- Mestre! – Ouviu sua Seras a direita gritar alto, segurando ficando ajoelhada na cama e agarrando o braço dele – Mestre!
- Olha... – O bastardo abriu a boca de forma vacilante enquanto levava o dedo aos óculos de grau agora torto pela queda no nariz – Eu sei o que parece... Eu...
- Oh, sabe? – Alucard disse expondo um sorriso perturbador – Então vem aqui doutor e me diga exatamente, o que parece?
- Foi um momento de fraqueza, eu admito – Ele disse enquanto tentava apoio para se erguer do chão – Eu... Vacilei... – Ele se levantou, mas não conseguiu encarar Alucard – Mas ela... – Ele levantou a mão por um momento apontando pra Seras, pra logo em seguida desistir e levar a mão atrás da cabeça – Não! Não! Ela não fez nada! Eu que entendi tudo errado – Disse alto coçando a cabeça – O culpado sou eu, apenas eu.
- Ora... – Alucard disse erguendo a sobrancelha direita – Quanta coragem. – Tirou os braços do contato de Seras de forma brusca a fazendo quase se desequilibrar da cama, caminhou em passos firmes perante Maximilliam, encarando aqueles olhos incertos e aquela condição deplorável em que o Frankenstein se encontrava – Mas você não entendeu nada mesmo, essa tola aqui – Alucard virou-se apontando o dedo fino em direção a Seras que os encarava com os olhos em chamas – Estava usando seu instinto vampírico para te seduzir e sugar o seu sangue até a última gota – Alucard virou o rosto pra ele, fazendo uma cara de desgosto – Ela estava prestes a mata-lo, seu idiota.
Maximilliam deu alguns passos para trás observando Seras Victoria, que ainda na cama, não demonstrava nenhum tipo de negação ou remorso em seu olhar de sangue, parecia apenas curiosa com a cena toda.
- Vou deixar algo bem claro aqui – Alucard surgiu nas costas de Maximilliam sorrateiramente, fazendo-o virar-se bruscamente com a mão no próprio peito – Eu só não te matei porque você é o único bastardo que pode trazer a criança a esse mundo – Ele rapidamente puxou o colarinho da camisa erguendo Maximilliam do chão, encarando-o profundamente com o desejo de morte latente fluindo em seu corpo como uma bomba relógio – Mas você está por um fio – Ameaçou, jogando seu corpo em direção a porta – Agora desapareça da minha frente, humano.
Quando a porta finalmente bateu com aquele imundo saindo que nem um rato, Alucard respirou fundo, fechando os olhos por um momento enquanto buscava canalizar sua fúria o bastante para não se teletransportar e arrancar a cabeça de Maximilliam agora no corredor.
- Mestre... – Ouviu o tom manhoso e feminino ressoar atrás de si na cama – Mestre... – Os barulhos sutis da algema indicavam que ela estava se mexendo na cama, se aproximando da beirada dela, mais próximo... Dele – Estava com sauda...
- CALE-SE! – Alucard gritou virando-se em direção a ela – Você não é a Seras Victoria. – Disse por fim, encarando a mulher de olhar tinto a sua frente – Não ouse tentar falar como ela!
- O que esperava? – Seras disse ajoelhando-se na cama, com a mão direita segurando a barriga – Entrar aqui e encontrar a deprimida vampira que deixou pra trás? Aquela que você visita alguns minutos por semana? – Ela levou a língua ao lábio pequeno, lambendo o sangue seco que ali estava.
- Seras morreria antes de fazer algo assim – Alucard disse entortando a boca encarando-a por cima – Você é apenas o lado irracional que está dominando-a, fazendo-a a tomar atitudes que jamais tomaria sã.
- Exatamente – ela confirmou sutilmente enquanto ficava de quatro e engatilhava em direção a ele – Esse bebê precisa de sangue... E o sangue podre de animais não o satisfaz mais, ele precisa de mais e eu estou assumindo a assustada e gentil serva que tem para fazê-la conseguir o que precisa, tudo em prol do nosso filho.
Alucard se aproximou, segurando o rosto belo de sua serva com a mão cheia, afundando o dedão em sua bochecha enquanto a analisava.
- Quer sangue humano? Acha que Seras concordaria com isso? – Ele disse enquanto inclinava o rosto perante o dela, aproximando os lábios de ambos.
- Acho que a “Seras” – ela comentou erguendo os dedos fazendo o gesto de aspas – Não precisará saber.... – Repentinamente os olhos da vampira se abriram, ficando por alguns segundos azuis, lilás e logo em seguida vermelhos novamente, ela rapidamente projetou o rosto pra trás, assustada, escapando da mão de Alucard como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo – Não! Não! Sangue humano não!
O vampiro respirou fundo, aliviado, ali estava ela, de volta, sua serva excessivamente consciente, o corpo dela estava pra trás, ela apoiava a mão no colchão enquanto olhava pra baixo respirando com dificuldade.
– O que houve comigo? – Perguntou – O que foi... Isso?
- Não se lembra de nada? – Alucard questionou, desconfiado.
- O que eu fiz? Eu perdi o controle? Eu... Matei alguém? – Fitou o olhar pra ele, desesperada em busca de respostas.
Alucard respirou fundo, vê-la naquele estado não era bom e não seria ele responsável por dar maiores arrependimentos a ela, muito menos na condição em que se encontrava, então ele rodeou a cama, parando na frente dela.
- Olhe seus pulsos, ainda está algemada, você não fez nada. – Acalmou-a por um momento.
Percebeu que a garota ergueu os pulsos perante a visão, mostrando a Alucard as marcas profundas de queimadura ali que o fizeram sentir um profundo desconforto por dentro, nada era pior para si do que vê-la com aquelas... Coisas.
- Mas você não está bebendo mais o sangue de animais, Draculina – Disse firmemente encarando-a por cima – Isso não te satisfaz mais.
- Você acha que eu quero... – Ela parou, e respirou fundo como se estivesse tomando coragem de finalizar a frase - Sangue humano? – Disse por fim.
- O fato é que essa criança precisa de mais do que você tem dado – Ele disse colocando a mão na barriga dela pela primeira vez há meses, de fato, agora estava redonda, Alucard podia sentir a vida pulsando lá dentro, fora uma sensação completamente nova que não estava pronto para encarar e isso de alguma forma o fez vacilar, segurando a nuca dela com a outra mão e a beijando profundamente.
A boca pequena de sua amante tremeu momentaneamente com o toque que não esperava, mas não demorou para abrir e permitir que sua língua deslizasse para dentro da dela, fazendo-o sentir o gosto delicioso de sua saliva, chupou e mordeu seu lábio inferior algumas vezes, quando afastou os lábios molhados do contato com os dela deslizou a cabeça por sua nuca, sentindo o cheiro inebriante de sua serva.
- Mestre... – Ela sussurrou, acariciando as costas dele delicadamente.
- Você não quer beber sangue humano... – Ele disse ainda com a cabeça em seu pescoço, de forma pensativa – Mas há algo muito melhor que eu posso te fornecer, algo que com certeza vai aplacar sua fome - ele disse, afastando-se dela e a encarando com os olhos profundos e enigmáticos enquanto tirava o sobretudo vermelho sangue, juntamente, fazendo a peça deslizar por ser corpo alto e definido, indo em direção ao chão, com firmeza ele levou ambas mãos ao laço no pescoço desfazendo o nó, para em seguida abrir o colete e a camisa branca que usara.
A vampira observava tudo com um ar infantil e delicado, ajoelhada a cama, o encarava por baixo com aqueles grandes olhos vermelhos, a face pequena e feminina, os cabelos loiros repicados e levemente descabelados, a camisola de cetim sem sutiã que deixava seus seios extremamente expostos, a curva dos mamilos evidentes pela peça delicada, o vampiro suspirou em expectativa, a vontade crescente de toca-la era uma necessidade constante, vontade essa que ele decidiu reprimir pelo bem da criança, mas quando a viu quase tocando os lábios nos do Frankenstein uma urgência primitiva gritou dentro dele, ela não saberia o que quase fez aquela noite, mas mesmo assim o lado sádico de Alucard desejava puni-la por aquilo.
O vampiro logo desviou o olhar pro ventre dela, não... Não haveria punições, nem mesmo as prazerosas, Seras carregava o maior presente que ele já recebera, na verdade, ele sabia que devia se segurar para não a possuir naquele estado delicado. Inesperadamente seu corpo foi projetado pra frente, em direção a cama, a pequena policial havia puxado seu colete em direção a ela, fazendo o cair por cima da vampira, ela agarrou com força seu cabelo pela nuca e o beijou profundamente, ele afastou a boca por um momento, sentindo a barriga delicada encostar no seu estomago.
- Me morda, Draculina – Mandou encarando-a por cima – Esse vai ser seu alimento daqui pra frente, tenho certeza que isso irá aplacar e muito o desejo dele – Disse pousando a mão cheia no ventre dela.
Sem esperar um segundo convite Seras voltou a puxar a nuca dele com força contra sua boca, agora mordendo o lábio inferior dele com suas presas delicadas e sugando sua fonte de vida pouco a pouco, o vampiro se divertiu enfiando a língua longa por dentro da dela, sentindo o gosto do seu próprio sangue, que a essa altura começava a escapar dos lábios de ambos e escorria pelo rosto pálido de sua serva.
As mãos ágeis da pequena foram em direção ao meio das suas pernas, abrindo o zíper e segurando com força sua ereção, Alucard afastou-se da boca dela e a encarou enquanto ela começava a estimula-lo com a mão pequena e macia.
- Draculina... – Disse em tom ameaçador – Sabe que não devemos... – Ele fechou os olhos por um instante enquanto a onda de prazer o invadia, fazendo-o perder sua sanidade e ser dominado pela fera que existia dentro de si, fera essa que só Seras foi capaz de despertar após séculos.
- Eu quero você – Ela falou com um sorriso travesso nos lábios.
- Ah, eu sei – o Vampiro respondeu abaixando a face repentinamente – Mas isso não é muito indicado no seu estado. – Disse a última frase lentamente enquanto ela aumentava a velocidade – Não... Não... Não! – Disse por fim retirando a mão dela de seu membro bruscamente.
Antes que pudesse vislumbrar o belo rosto frustrado dela sentiu uma energia extremamente poderosa o empurrando com força para o outro lado da cama, fazendo-o sair de cima dela a força, sua visão periférica captou o que seria o braço desfigurado e negro de Seras Victoria no caminho enquanto a cabeça dele ia de encontro ao travesseiro.
- O que diabos...
Repentinamente sentiu o corpo dela subindo sobre o seu, montando em seu quadril com as pernas abertas, dando-lhe contato direto com sua calcinha fina, e em seguida um tapa tão certeiro na face que ela foi projetada pro lado, a dor esquentou seu sangue e o fez quase gozar instantaneamente, o vampiro riu abertamente com a atitude ousada da pequena.
- Isso foi... Vingança? – Ele disse levando a mão direita a própria face, mexendo no maxilar pra constatar que fora quase deslocado.
- O que acha, mestre? – ela perguntou por cima, encarando-o de forma orgulhosa.
O vampiro suspirou, era isso que o fazia inegavelmente ama-la, esses seus lados, essas suas facetas fluindo constantemente, torna-a extremamente interessante, imprevisível, intensa. Ele repentinamente puxou as correntes do pulso dela, forçando-a a se inclinar perante ele.
- Seras Victoria... – Ele sussurrou próximo a seus lábios, definitivamente falar aquilo não era fácil para ele, mas o remorso era grande e ele desprezava sentir aquilo cada vez que a olhava nos olhos – Eu...
- Eu sei – Ela interrompeu, mostrando que apesar da distância infligida por ele mesmo durante aqueles meses, a conexão deles era mais forte do que nunca – Apenas me prometa que nunca mais...
- Eu prometo. – Ele disse rapidamente, observando aqueles olhos grandes e inocentes brilharem de paixão – Tem minha palavra de cavaleiro da Ordem do Dragão, Draculina – Reafirmou com seriedade.
Ambos selaram o pacto sem palavras claras com um beijo apaixonado e com gosto de sangue, como sempre fariam, ou ao menos uma pequena parte otimista de Alucard gostava de acreditar que assim seria.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.