Quando o maqueiro e a enfermeira aparecem no quarto de Stênio trazendo a delegada. O advogado fica sem acreditar nos próprios olhos. Acomodando a maca da delegada ao lado da dele, os dois funcionários sorriem ao assistir a troca de olhares entre Helô e Stenio.
– Você está aqui, amor. – o advogado murmura.
– Onde mais estaria, Stênio?
Discretos, Maitê, Haroldo, enfermeira e maqueiro saem do quarto e os deixam sozinhos. Com as camas coladas, se dão as mãos e apenas se encaram por longos instantes. Por minutos não conseguem falar ou dizer nada, apenas choram e se olham.
Stênio pigarreia, respira fundo e só então sussurra:
– Obrigado Helô.
– Por ficar hospedada aqui no seu qiarto? – ela tenta parecer divertida, falando e forçando um sorriso.
– Por me salvar.
– Não foi nada, Stênio.
– Não consigo lembrar de tudo, mas sei que foi você.
– A culpa foi minha... aqueles monstros te levaram por culpa minha. Não podia deixar que permanecessem te torturando.
– Não foi culpa sua, amor.
– Foi sim, Stênio. – ela confirma com os olhos marejados.
– Não Helô, não pensa assim.
– Nunca me perdoarei por isso ter acontecido. Você sofreu tanto, meu amor. Eu sinto muito, por tudo, Stênio.
Os dois choram um pouco mais, as mãos segurando firme uma a outra.
– Eu lembro de você lutando com aquele homem.
– Sou boa com golpes. Você viu? – mais uma vez ela tenta brincar, mas as lágrimas que escorrem por seu rosto faz o momento não ter graça.
– Nunca poderei agradecer o suficiente. Você é muito importante pra mim, Doutora. Não esquece disso, por favor. Eu te amo, muito, muito. Te amo pra sempre... passarei o resto dos meus dias tentando te compensar por ter me salvo.
– Você não tem que agradecer, Stênio. Muito menos compensar alguma coisa. Faria tudo de novo, faria até mais do que fiz se for pra te salvar. Minha vida não tem sentido sem você.
– Alguns minutos atrás eu disse a mesma coisa para o Haroldo.
– Sua vida não tem sentido sem ele? – ela sorrir entre o choro, tentando mais uma vez parecer divertida.
– Boba! Minha vida não tem sentido sem você, Helô. Quando acordei agora a pouco, fiquei apavorado com a possibilidade de ter acontecido algo com a mulher da minha vida. Eu jamais me perdoaria se tivesse... te amo demais e a vida só é vida com você ao meu lado. Mesmo em um quarto de hospital, ou em qualquer lugar... Não importa as circustancias... a única coisa que importa é se tenho você, Helô. Você é... O meu amor. Eu te amo!
A garganta do advogado trava e ele engole seco, enxugando as lágrimas na tentativa de voltar a falar. Porém, nenhum dos dois consegue dizer mais nada. Com sacrifício e com a visão embaçada devido o choro, ele levanta e vai para a cama dela, deitando ao seu lado após mudar o soro para junto ao da amada. Abraçados no pequeno espaço, eles choram a dor e o alívio de estarem juntos e vivos.
– Eu te amo, Stênio. – ela diz entre as lágrimas, o rosto mergulhado no peito dele.
– Eu te amo, Helô. Eu te amo...
E naquele pranto, se apertam ainda mais.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.