Ao chegar em casa, Helô encontra a sala limpa e estranha.
– Estão pensando que me compram com limpeza? Rá!
O apartamento estava mergulhado em silêncio e ela saca a estratégia do marido. Infelizmente havia demorado mais do que deveria na PF, porém não tinha esquecido o acontecido mais cedo. Logo, a delegada pisa firme em direção ao quarto do filho. Cansado, Miguel já dormia no berço e ela inevitavelmente sente o coração aquecido. Beijando o pequeno, sai com cuidado para não fazer barulho, caminhando a passos largos para seu próprio quarto.
Fingindo dormir, Stênio engole seco quando a porta abre e fecha, logo em seguida a esposa liga a luz do quarto.
– Não adianta fingir que exxxtá dormindo, Xxxxtênio Alencar.
Ela dispara, jogando a bolsa na poltrona e tirando o salto depois.
– Não pense que não sei que tu tá fingindo dormir. Te conheço, meu querido.
– Amor? – ele força a voz para parecer que estava acordando naquele momento
– Me poupe desse teatro, Stênio. Você acha mesmo que deixarei passar em branco o que aconteceu mais cedo? Não voltei pra casa antes porque aconteceram imprevistos lá na PF, mas agora que estou aqui... quero no mínimo uma explicação.
– Você chegou agora, deve está cansada. Toma um banho primeiro, esquento uma comidinha pra você.
– Preciso MUITO de um banho sim, mas antes quero uma explicação e não tente me fazer de boba. Aliás, você não é tão ingênuo por achar que aquela sala toda arrumada me compraria.
– Amor....
– Não me chama de amor, até porque no momento quero te matar.
– Helô! – o advogado senta na cama e encara a esposa com olhos esbugalhados. – Posso explicar?
– Tu sabe que para safadeza não existe explicação, mas ...
– Eu e o Miguel estávamos entedeados, descemos para ver o bloco e acabamos seguindo eles. Errei! Assumo que errei. Desculpa!
– Você quer me dizer que decidiu do nada ir no bloco? Não planejou isso?
– Aconteceu... tanto que não te avisei. Justamente porque descemos apenas para observar – Ele sussurra.
– Deve ter sido muito divertido mesmo, toda hora alguma mulher passando e achando fofo pai e filho sozinhos. Ou você achaaaaaa que não vi a loira dando em cima de você? Usando o nosso filho, claro.
– Amor...
– Já disse para não me chamar de amor, seu cachorro... cretino... safado... – ela fala em alto e bom som, sem esconder a total irritação.
Percebendo o tom de voz dela, Stênio decide não retrucar e apenas deixa a delegada falar. Pelos minutos seguintes, ela discursa, briga, fala, reclama, se irrita e repete várias vezes o que sente vontade. Ainda sentado na cama, Stênio apenas escuta e pede desculpas nas poucas vezes que ela o deixa falar.
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