No quarto, Helô e Stenio aproveitam depois do jantar para preparar a bagagem de volta.
— Stenio, você tem certeza que colocou tudo teu na mala?
— Coloquei amor.
— Aham, aham.
— Por que você sempre duvida de mim?
— Não exxxtou duvidando, meu querido. Só não quero ficar ouvindo depois que esqueceu isso ou aquilo.
— Coloquei tudo que preciso levar de volta para casa.
— Então, essas duas malas tu já pode colocar no carro.
— Tá bom!
A delegada segue dando ordens:
— A outra mala colocamos amanhã porque ainda falta pegar umas coisinhas que usarei hoje a noite. Pega aquelas coisas ali, Stenio.
— Helô, perderemos o domingo aqui na serra.
— Mas é como Creusita falou, temos que limpar o apartamento chegando no Rio. Se formos só na segunda, eu sairei daqui direto para a PF e não poderei ajudar vocês.
— Eu sei, só fico com pena de perder um domingo aqui.
— Ah Stenio, na primeira oportunidade estaremos de volta. Voltamos para o Rio amanhã bem cedo.
— Tá bom, amor.
— Miguel? — Ela chama quando percebe que o menino havia saído do quarto. — Filho? Cadê você? — Vai até a porta e chama o menino.
O pequeno aparece puxando a manta que Bob havia dormido sobre ela no dia anterior.
— Mamãe, coicoca maia... ropia do pob. — O cachorro estava ao lado como sempre.
— Filho, essa roupinha do Bob não precisa colocar na mala. — Stenio diz para o filho, sentando no chão para ficar da altura do menino.
— Maîãn boia... ropa na maia aí. — Miguel explica que iam embora no dia seguinte e que deveria colocar a roupa do cachorro na mala.
— Meu amor, vem cá com a mamãe. — Helô também senta no chão ao lado do marido.
— Ti foi mamãe?
— Miguel, o Bob não vai para casa. O Bob fica aqui na serra.
— Nhãn... pob vai viazar xim.
— Filhão, o bob vai morar aqui com a vovó Maria. Nas férias voltaremos para brincar com ele.
— Pob meu... moia na zazinha do mizeu — O pequeno se aproxima do cachorro, abraçando-o pelo pescoço.
— Ele não vai morar lá na nossa casinha, porque ele mora aqui. — Helô tenta explicar.
O menino balança a cabeça em negativa, os lábios se contraem e ele afunda o rosto no pelo do animal.
— Mamãe, pob viazar mizeu.
— Ah Stenio, isso vai ser mais difícil do que imaginamos. — A delegada cochicha para o marido.
— Não vamos falar mais nada agora, amor. Amanhã daremos um jeito de sair sem que ele veja o Bob, não sei como faremos, mas não adianta nada fazer nosso filho entender agora que o Bob não pode ir para nossa casa.
— É, amanhã resolvemos isso. — Ela coça a cabeça, suspirando.
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