Em meio a muito trabalho, Helô arranja tempo para ligar ou simplesmente enviar mensagem para casa. Bob oficialmente fazia parte da família agora e ela estava preocupada com o comportamento do cachorro na vida familiar. No dia anterior ele havia demonstrado timidez, cheirando e reconhecendo o ambiente, sempre próximo ao amigo Miguel. O menino estava radiante, feliz e saltitante com a novidade de ter o companheiro em casa. Havia acordado aos 5h da manhã para brincar. A casa parecia está em festa com o dia ainda amanhecendo, Stenio e Helô ao arrancados da cama naquela segunda.
— Helô, está tudo bem? — Laura que estava diante da amiga chama sua atenção.
— Aham, aham.
— Vez ou outra te vejo parar para mandar mensagens, em casa está tudo certo?
— Ah Laura, estou preocupada.
— Algum problema? Posso ajudar?
— Decidimos trazer o Bob, o cachorro do Miguel, para casa. Na verdade, eu decidi e o Stenio deu total apoio. Chegamos ontem a noite, não deu para avaliar o estrago que aquele animal pode causar. Não quero trazer mais trabalho para Creusa, para o Stenio também que está se virando entre cuidar do nosso filho e trabalhar de casa. Me sinto culpa porque dei a ideia, mas não estou lá para ajudar.
— Não se sinta culpada, Helô. A noite você ajuda. Tenho certeza que o Miguel está feliz e a Creusa com o Stenio dão conta de tudo.
— O Miguel não cabe em si de tanta felicidade. Me sinto tão bem vendo o jeitinho dele. Ontem a noite escolheu um ursinho de pelúcia e deu para o Bob dormir com ele, disse que era pra ele ficar feliz.
— Meu meio afilhado é um fofo. Assim que a pandemia passar quero fazer alguma coisa com vocês, tá?
— Combinadissimo.
— E você e o Stenio, estão bem? Digo... como casal.
— Laura, nunca ficamos tanto tempo bem do jeito que estamos. Chego a achar estranho... até tivemos uma briguinha semana passada, mas resolvemos rapidinho e tudo voltou ao normal. É estranho quando tudo fica bem durante muito tempo... normalmente estamos sempre discutindo, implicando, brigando... discordando...
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