— Droga — É a primeira coisa que Helô dispara ao entrar em casa.
— Eu xôu doga, mamãe? — Miguel que estava no tapete brincando com Bob e os dinossauros pergunta.
— Ih! — A chefe de polícia percebe que havia falado alto — Oi meu amor, não foi com você que falei.
— Achei que a senhora fosse chegar mais tarde hoje, Donelô.
— Ia mesmo, Creusita. Por um milagre consegui terminar tudo que tinha pra fazer. Cheirinho bom de comida. — Muda de assunto de repente.
— Fiz o jantarzinho do jeito que a senhora gosta.
— Creusa, não combinamos de pedir a comida? Não quero tu se desdobrando não.
— Oxe! Hoje foi tranquilo, fiz questão de preparar uma comidinha saudável.
— Tu é um anjo, sabia?
— Vá tomar seu banho. Colocar essas roupas para lavar. Tirar essa máscara.
— Meu rosto está marcado de passar o dia com isso. — A delegada resmunga, seguindo para o quarto, evitando tocar em qualquer coisa.
— Chegou! — Stenio fala ao vê-la entrar no quarto.
— AIn que susto. Quer me matar, Stenio?
— Amor, meus óculos?
— Boa noite pra você também, meu querido.
— Estava te esperando chegar para começar a estudar o processo e...
— Xxxxtenio, me deixa tomar um banho primeiro. — Dispara, fugindo para o banheiro.
— Pela sua cara estou vendo que esqueceu. — Ele grita para ser ouvido, esperando alguns instantes até que o chuveiro é ligado — Amor, não acredito. — Indo atrás dela, Stenio fica do lado de fora enquanto ela toma banho no box embaçado. — Helô, você esqueceu?
— Xxxtenio, estava cheia de coisa na cabeça. — Justifica em tom manhoso para conquistar o amado.
— Você precisa de uma consulta. Eu me encarrego de marcar, doutora.
— Nãoooo! — Parecendo criança, ela passa a mão no vidro para enxergar o amado do outro lado, de braços cruzados diante do peito, ele estava encostado na bancada. — Por que você não compra óculos novos para você, Stenio?
— Eu não preciso. Já tenho os meus, espertinha.
— Foi só uma sugestão, meu filho.
— Helô, por que você é tão teimosa?
— E porque você faz questão por uma bobagem?
— Bobagem, Heloísa? Sabe quantos óculos já compramos e você perdeu todos?
— Eu não perdi todos. Sumiram do nada, Xxxtenio.
— Amanhã irei com você bem cedo na PF buscar.
— E como tu acha que trabalho sem eles? — Ela quer saber, colocando shampoo na mão e espalhando pelos cabelos.
— Eu que pergunto, Helô. Como trabalho seus os meus óculos?
— O seu de sol — Ela lembra de repente — Ele não tem grau? Pronto, resolvido.
— Você quer que eu faça chamada de vídeo com os meus funcionários do escritório usando óculos escuro, doutora?
— Qual o problema?
— Amanhã cedo vou até a PF com você. Não adianta tentar fugir.
— Stenio, não sei porque você fica insistindo nesse assunto.
— E você agindo como se não fosse nada. Não adianta reclamar. Marcarei sua consulta, estamos entendidos. — Ele diz sorrindo, saindo do banheiro e deixando-a à vontade para concluir o banho.
— Estamos entendidos. — Ela imita o tom do marido em um resmungo. — Impressionante como o Stenio está se tornando um velho reclamão. — Diz para si mesma, seguindo com o banho.
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