-Ei, boa noite... - Falei sorrindo a Axl e também ao motorista.
Assim que adentrei o automóvel percebi que Axl estava ainda mais cheiroso que eu. E estava bonito como nunca. Ele usava jeans, uma camiseta pretra, um blazer cinza e uma corrente comprida no peito.
-Está bonita, Juli... - Ele sorriu-me - Quem é seu amigo? - Perguntou-me ele, acompanhando David com os olhos, que entrava em sua casa, a quase dez metros de nós.
-É só o vizinho... - Falei depressa dando os ombros.
-Ele pareceu insistente... Vocês são próximos? - Axl murmurou.
Eu o encarei risonha, notando o seu ciúme de longe. Mas Axl não deu tempo para que eu falasse, ou respondesse algo.
-Como foi seu dia? - Ele perguntou, agora passando a olhar para mim.
-Foi bom, foi ótimo, conheci a filha do Duff - Contei.
-Qual foi a ocasião? - Ele perguntou.
-Só algumas fotografias...
Axl fez algumas perguntas sobre o meu dia, me fazendo tagarelar sem parar. Eu falei mais do que desejaria ter falado. Só reparei que estávamos entrando em uma garagem de um prédio de L.A quando o motorista estacionou entre carros parados. Eu não fazia ideias de onde estávamos.
Segui os passos do Axl, o seguindo para fora do automóvel.
O segurança, James, vinha em outro carro bem atrás de nós.
Axl puxou-me levemente para dentro do elevador.
-Onde estamos? - Perguntei.
-Los Angeles - Axl disse num riso.
-Sim... Mas...
James também riu.
-Esquece... - Falei dando os ombros.
Axl apertou o último andar do prédio. James e Axl seguiram conversando, enquanto eu mexia distraidamente em meu celular, respondendo Carol e Kat.
A porta do elevador abriu, nos deixando frente ao terraço do prédio. Era um prédio altíssimo. O vento bateu-me gélido, me fazendo encolher. Que porra de inverno é esse?! pensei estremecendo. Um barulho muito estrondoso começou no instante que Axl puxou-me para fora do elevador. Subimos um pequeno lance de escadas. Deparei-me com um cenário um tanto quanto estranho. Um helicóptero estava posicionado no centro de um heliponto. A aeronave iniciava o giro de suas pás, fazendo um barulho um tanto quanto alto e girando o ar contra nós, preparando-se para a decolagem.
-Boa noite, sr. Rose, vou conduzi-los hoje, sou Greg - Um homem alto e magro aproximou-se apertando a mão de Axl firmemente. Ele vestia um macacão, tinha uns fones e uns fios pendurados no pescoço.
-O que? Axl, o que? - Eu o encarei, enquanto ele guiava-me, atrás de Greg, rumo ao helicóptero.
-Vamos lá, vai ser divertido - Axl disse, num riso fraco, enquanto caminhava para mais próximo da aeronave.
-Eu esperava que fossemos ver um filme, sei lá... - Falei indignada, fazendo Axl rir.
-Será rápido, eu te prometo! - Axl disse, estendendo o braço para que eu me apoiasse nele e subisse no helicóptero.
Aquilo não parecia nada convidativo. Eu encarei Greg, o piloto, que estava sentado à frente da aeronave, olhando para mim por cima dos bancos. Axl encarava-me com expectativa. Balancei negativamente, rindo daquilo. Onde ele estava com a cabeça? pensei subindo naquele treco depressa, para que não desistisse. Axl sentou-se ao meu lado e nós nos apertamos num cinto e o piloto nos deu uns fones, que vestimos instantaneamente. Assim que o helicóptero deu o primeiro tranco para fora do chão eu senti meu estômago revirar-se. Fui tomada por um leve frio na barriga me faz agarrar a mão de Axl. Ele riu.
-Desculpa! - Grunhi, num riso um pouco afobado.
Eu não me sentia amedrontada, mas sim insegura, pois jamais havia pisado em um helicóptero e a sensação era de que aquele veículo era um tanto quanto trêmulo. Felizmente não demorou para que eu me esquecesse daquilo tudo e fosse tomada por um sentimento bom de curiosidade e deslumbre. Tudo tornou-se ainda melhor quando Axl admitiu-se para si o papel de tranquilizar-me contando algumas curiosidades sobre aqueles voos, sobre os prédios e sobre a vista no geral. Eu o acompanhava falar, atentando-me a tudo que ele dizia.
-Naquela montanha... É onde fica o letreiro de Hollywood... Infelizmente hoje está apagado - Axl falou-me, apontando para um breu.
-É lindo, muito lindo... - Murmurei, vendo à nossa frente aquele mundaréu de luzes de Los Angeles.
Estar ali fez eu me sentir grande e livre. Suspirei o ar cortante daquele alto, sentindo-me grata por estar ali... Por ter ido à Gazeta naquela tarde seca paulistana, ter aceitado a proposta de ir ao Rock in Rio, e por ter ficado presa naquele elevador... Tudo parecia ter acontecido para culminar na minha chegada até ali, exatamente naquele instante. Eu sentia como se o mundo estivesse em minhas mãos. A sensação de liberdade era deliciosa, fez meus batimentos acelerar, fazendo-me sentir ainda mais viva.
-Obrigada por me proporcionar isso... - Falei a Axl, enquanto sentia o helicóptero pousar depois de meia hora de passeio.
Ele repousou sua mão em minha coxa, um pouco acima do joelho... - Não me agradeça, Juli.
Assim que pousamos, James ainda nos aguardava. Ele perguntou como foi o passeio e eu o contei um tanto quanto empolgada com tudo, o fazendo, muitas vezes, rir. Eles devem me achar uma caipira, pensei. Mas felizmente eu estava eufórica demais para não me importar em demonstrar aquilo.
Axl não me perguntou se eu gostaria de ir para a casa dele ou não, apenas pediu que o motorista dirigisse para lá e pronto.
-Foi o máximo... - Falei, suspirando, deixando meu corpo exausto cair sobre o sofá dele.
-Você quer tomar algo? - Ele perguntou-me.
-Eu não sei - Falei indecisa.
Ele direcionou-se a cozinha, voltando segundos depois e trazendo consigo duas taças semicheias. Beberiquei, sentindo o gosto do vinho branco seco inundar-me a boca.
-Foi espetacular, mas Axl, por favor, não quero que exagere comigo - Falei, o encarando, enquanto ele se sentava ao meu lado.
-Não foi exagero nenhum - Ele balançou, discordando...
-Foi, e você entendeu! - Murmurei.
Ele me encarava fervorosamente, como sempre fazia. Bebericou o vinho, me fazendo desviar a atenção para seus lábios.
-Eu não parei de pensar em você, sabia? - Falei enquanto ele me encarava.
Ele riu fraco por alguns segundos breves... - Você deveria parar de dizer isso... - Ele murmurou.
Balancei positivamente, me lembrando do status da nossa "relação". Passei os olhos pelo cabelo brilhoso dele, o tocando levemente. Seu rosto simétrico, com leves marcas de expressão no cantinho dos olhos era um charme.
-E para onde vamos amanhã? - Perguntei, quebrando o silêncio.
-Hum... Texas... Eu acho - Ele disse, forçando a memória.
-Como pode não saber? Você vai cantar lá... - Eu ri.
-Juli... Chega uma hora que você simplesmente desiste - Ele riu.
Não era a primeira vez que os lábios dele pronunciavam meu nome incompletamente. Eu encarei-o, achando aquilo um tanto fofo. Naquele momento senti meu lado fã ser levemente afagado. Era estranho me sentir fã de Axl estando assim tão próximo dele. Esses pensamentos levaram-se a refletir sobre a vida dele. Não devia ser fácil lidar com público, falta de privacidade e renúncias. Ao mesmo tempo pensava no quanto aquele estilo de vida proporcionava a ele... fama, dinheiro, mulheres... qualquer coisa a um palmo de distância. Provavelmente já tinha feito aquele passeio de helicóptero com várias, pensei. Quem se importa? Hoje ele fez comigo, pensei em seguida, me livrando dos pensamentos sabotadores.
-Por que está me olhando assim? - Ele perguntou, tirando-me do meu transe.
-Você vai me chamar de "Juli" a partir de agora? - Perguntei, sorrindo.
-Posso te chamar do que você quiser - Ele disse, abrindo um sorriso indecente.
Beberiquei o vinho e coloquei a taça semicheia sobre a mesa de centro. Aproximei-me dele vagarosamente, mas com intenções um tanto quanto libertinas. Ele percebeu e acostou-se nas almofadas do sofá. Vi ele dar um riso safado, que beijei devagar. Montei nele, abrindo as pernas por cima do colo dele. Eu não sabia exatamente o que ele tinha de diferente dos outros caras, mas certamente acendia algo dentro de mim. Ele levantou-se do sofá, ainda enquanto eu o beijava, me levantando em seu colo. Eu não era tão leve assim, mas ele pareceu não ter tanta dificuldade.
Subimos um lance de escadas e adentramos uma porta. Eu estava tão empolgada e cheia de tesão por ele que sequer notei o caminho que havíamos feito. Ele jogou meu corpo contra seu colchão, me fazendo rir levemente.
-Bem vinda ao meu quarto... - Ele disse sussurrando-me.
Fiquei estática, vendo ele retirar a blazer do corpo e depois a camiseta, deixando a mostra os braços e o tronco. Mordi meus lábios quando o vi aproximar-se de mim com os olhos cheio de disposição. Meu celular nos interrompeu, tocando alto. Espiei, vendo o nome de mamãe brilhar na tela. Sem relutar coloquei o aparelho no silencioso, o ignorando.
Axl tirou minha camiseta abruptamente, com muito anseio. Ele definitivamente tinha mais pressa que eu naquele instante. O vi acender um abajur ao lado da cama, inundando o ambiente daquele luminosidade alaranjada e aconchegante. Tirei meu próprio jeans e a calcinha, virando-me delicadamente de costas para ele. Eu geralmente não fazia diferentes posições na cama, mas Axl tinha algo que me fazia ficar tanto quanto descarada. Posicionei-me sordidamente de quatro para ele.
-Ficou muito sexy... - Axl disse, escorregando os dedos por cima da minha nova tatuagem.
Percebi que Axl não perdeu tempo em tirar seu jeans por completo. Pois, logo depois que tocou-me com seus dedos ágeis, penetrou-me, me fazendo gemer, numa surpresa. Ajeitei-me confortavelmente entre as almofadas, fazendo com que meu corpo se deliciasse com os movimentos dele.
-Olhe para mim... - Ele mandou-me, com sua voz grave e prepotente.
Virei minha face a ele, o olhando por cima dos meus ombros.
Ele revirou os olhos, depois, debruçou-se sobre meu corpo, fazendo com que seu rosto se aproximasse do meu. Senti meu corpo desatar num arrepio bom depois de ele sussurrar besteiras um tanto obscenas a mim. Depois afastou-se devagar, enrolando meus cabelos por entre seus dedos, e o puxando para si. Na medida que Axl puxava-me eu o sentia cada vez mais dentro de mim.
-Me chupa... - Ele gemeu a mim, afastando-se levemente do meu rosto.
Eu sempre soube fazer aquilo, mas naquele momento pensei, e se, de repente, eu tivesse me esquecido?! Pelo amor de Deus, Julie?! Deve ser como andar de bicicleta... pensei tentando me tranquilizar. Ajoelhei-me na cama. Ele terminou de tirar o jeans depressa, livrando-se do preservativo. Posicionei-me entre as pernas dele, segurando-o firme em minhas mãos. Ele guiou meu rosto, controlando o ritmo enquanto eu o babava com feracidade e sede. O vi tombar a cabeça de leve para trás, soltando um suspiro forte, seguido de um gemido bom. Minha boca foi inundada dele.
Ele puxou-me para cima rapidamente, derrubando meu corpo novamente sobre a cama, e abrindo minhas pernas com rigidez. Beijou-me na virilha, encostando seus lábios de leve em mim. Sempre que Axl me chupava eu tinha certeza que ele tinha algum talento. Que fosse um talento adquirido pelas sucessivas vezes de fazê-lo. Ainda sim, era um talento.
-Você é realmente muito bom nisso... - Eu murmurei, sentindo meu corpo se desmoronar ao lado do dele.
Ele puxou-me para perto do corpo dele, me fazendo deitar em seus ombros. Senti ele esticar o corpo para fora da cama e remexer a escrivaninha, depois, ouvi o som de um isqueiro. O encarei, vendo-o tragar um baseado maciço, que ele logo posicionou entre os meus lábios. Dei dois longos tragos e dediquei o resto do meu tempo a admirá-lo. Ele era um absurdo de tão sexy expirando aquela fumaça densa e cheirosa.
-Ei, aonde você pensar que vai? - Ele disse, segurando-me, ao passo que eu erguia-me da cama e me afastava dele.
-Acho melhor eu ir... - Murmurei.
Ele olhou o relógio no punho. Naquele momento eu não fazia ideia de que horas eram.
-Ainda é cedo, apenas fique... - Ele rebateu, puxando-me levemente de volta para o lado dele.
-Não dificulte isso... - Murmurei, mas deixando meu corpo ruir devagar perto do dele.
-Tudo bem, mas antes vamos terminar isso... - Ele disse, levantando o baseado entre nós.
Encarei o cigarro e ri. Peguei o baseado da mão dele e o traguei mais algumas vezes, deitando-me novamente ao lado dele. Vi um riso de satisfação surgir em sua face.
(...)
No dia seguinte acordei um tanto quanto assustada, sentindo meu celular vibrar em algum lugar por debaixo de mim. A claridade invadia minha retina fazendo meus olhos arderem.
-Julie, onde você está? - A voz de Cecília ecoou.
-Oi! - Falei, sonolenta, olhei a hora na tela do meu aparelho, era quase 10hrs da manhã - ...Já estou a caminho, mamãe.
-Onde está? - Ele repetiu a pergunta, com a voz ainda mais firme.
-Estou indo... Até já - Eu disse, desligando o telefonema.
Olhei ao redor. Eu estava no quarto de Axl, sozinha. Olhei ao redor, reparando no ambiente com limpidez. Notei que o quarto de Axl era um tanto quanto claro e sóbrio, muito diferente do que imaginei. As cortinas longas e translúcidas do quarto estavam oscilantes conforme o vento soprava de fora para dentro. Apressei-me em levantar e a vestir minhas roupas. Ouvi o riso de Axl ecoar no andar debaixo, me deixando um pouco tensa ao me questionar quem é que estaria ali com ele. Passei os olhos curiosamente pelo quarto de Axl notando uma grande TV suspensa em sua parede, duas poltronas grandes nos cantos do quarto e ao lado da cama uma escrivaninha, que suportava um abajur e uma fotografia dele com Beta emoldurada. Reparar na escrivaninha e no cinzeiro ali me fez lembrar do porquê eu ainda estava ali.
No banheiro dele lavei o rosto e ajeitei os cabelos rapidamente, tentando não parecer tão arruinada.
-Aí está ela... - Axl murmurou assim que adentrei a cozinha.
Vi os cabelos louros de Kat chacoalharem-se, e ela olhou-me sorrindo.
-Bom dia, flor do dia - Katarina disse-me.
-Bom dia! Que cheiro bom... - Murmurei, sentindo o cheiro de café fresco inundar-me.
Axl apressou-se a me servir, numa xícara e num pires.
-Você está seduzindo a Julie com as receitas da Beta!!! - Katarina disse a Axl, rindo.
Eu já bebia aquele líquido quente, forte, na medida certa.
-E está dando certo... - Murmurei, fazendo-os rir.
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