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História Herança de Sangue - Orion - História escrita por ArikawaMayumi - Spirit Fanfics e Histórias
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História Herança de Sangue - Orion


Escrita por: ArikawaMayumi

Notas do Autor


🚨Atenção 🚨

➡️ Esse capítulo contém cenas sangrentas, se você é uma pessoa sensível à esse tipo de conteúdo, pule o trecho entre ## Início do Sonho ## e ## Fim do sonho ##.

Boa leitura 📖

Capítulo 3 - Orion


Fanfic / Fanfiction Herança de Sangue - Orion

Marina sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao fitar a figura escorada na porta. Seus olhos percorriam o rapaz de cima a baixo, tentando absorver cada detalhe da visão diante dela. O dono daquela voz rouca era, no mínimo, incomum. Com uma beleza indiscutível, sua aparência era completamente diferente de qualquer pessoa que ela já havia encontrado na vida.

Seu estilo peculiar parecia algo saído de um livro sombrio, usando vários acessórios que acentuavam sua aura gótica. Uma corrente grossa envolvia seu pescoço como uma gola, fundindo-se a outra mais fina que pendia sobre seu peito. Seus brincos eram elaborados e sutis. Porém um deles, em especial, se destacava: Uma lua crescente vermelha, conectada por duas correntes finas a um círculo menor que brilhava sinistramente acima dela.

—Esse é meu filho mais velho, Orion — Anunciou Xavier, um sorriso iluminando seu rosto.

O rapaz, de aproximadamente vinte anos, permaneceu em silêncio enquanto aproximava-se da mesa, com sua presença dominando o espaço. Escolhendo uma cadeira dois acentos depois do de sua mãe, senta-se com a postura de alguém que estava acostumado a ser observado. E seu olhar, embora aparentemente desinteressado, era penetrante e quase hipnotizante. As íris de um vermelho intenso, como o sangue recém-derramado, transmitiam à garota uma sensação de perigo, fazendo seu coração acelerar.

"Esses olhos só podem ser lentes"

 Pensou ela em silêncio, lutando para desviar o olhar do rapaz que agora estava quase em frente a ela na mesa. Seus cabelos, negros e desalinhados, caíam em mechas desordenadas sobre o rosto e em torno das orelhas, realçando ainda mais a palidez assustadora de sua pele. Sob a iluminação suave da sala de jantar, ele parecia quase irreal. 

—Me-Meu nome é Marina - Informa a garota extendendo a mão. 

Sem a necessidade de desviar o olhar em direção ao som, ele sabia que o pigarro que ouvira era de seu pai, chamando sua atenção para que correspondesse o cumprimento. Decidindo que não entraria em discussão, novamente, com seus pais, ele extende sua mão direita tocando levemente os dedos da garota.

“A mão dele não é fria, mas também não tem a temperatura de uma pessoa normal… Para! Marina” 

Pondera lutando contra sua imaginação, aquilo não poderia ser verdade.

—Orion - Responde ele simplesmente. 

O que ele não expressava em palavras era o detalhe lhe intrigava profundamente: O aroma incrivelmente doce que preenchia o ar vinha dela. Um cheiro intenso e marcante parecendo estar impregnado ao seu redor. Ele viu-se obrigado a admitir, que se aproximar de um humano desconhecido sem precisar filtrar o cheiro do sangue, era uma experiência que nunca havia experimentado. Por um breve momento, o jovem acreditou que ela fosse como ele, alguém cuja composição da pele era tão densa que impedia a passagem do cheiro sanguíneo, preservando apenas a fragrância característica da própria pele.

No entanto, ao observá-la com mais atenção, notou que, apesar do cheiro peculiar, não se parecia com ele. A curiosidade começou a fervilhar em sua mente, levando-o a questionar o que ela realmente era.

"Acho que devo um pacote de balas para Bete. A pirralha a descreveu com perfeição, ela é realmente muito bonita"

Pensou ele, enquanto seus olhos analisavam cada detalhe de sua aparência. As feições delicadas da mulher, em conjunto com seu corpo esguio, faziam-na parecer mais jovem do que realmente era. Porém, pequenos detalhes entregavam a verdade: Suas longas unhas, meticulosamente lixadas e pintadas com um tom roxo metálico, raramente visto em crianças ou adolescentes. Seus olhos azuis, como um céu sem nuvens que pareciam sondar até as camadas mais escondidas de sua alma, deixando-o levemente desconfortável. Eles combinavam de forma quase mágica com seus cabelos rosados, que flutuavam suavemente em ondas, mostrando a raiz ligeiramente loira que denunciava a cor natural dos fios. Seus lábios, de um rosado suave, harmonizavam-se com a pele alva, quase apagados.

## Início do Sonho ##

Naquela mesma noite, Marina virava de um lado para o outro na cama, grunhindo em sofrimento pelo que via em seu pesadelo: Uma floresta densa, onde a luz da lua cheia mal conseguia atravessar as copas das árvores. Ela podia sentir o cheiro das folhas que decompunham-se em um silêncio assustador. A garota caminhava descalça, sentindo a umidade no chão em que pisava. De repente, ela tropeça em algo e cai, suas mãos afundando em um chão frio e pegajoso. Ao olhar para baixo, percebe que não cairá sobre a terra, mas sim em uma poça de sangue vermelho. Assustada,  tenta levantar-se, porém sente  suas mãos estão presas, como se fossem sugadas pela superfície. Após um grande esforço, finalmente consegue se levantar, a garota observa, em um feixe de luz, corpos espalhados, todos sem vida e com expressões de terror congeladas em seus rostos.  Sentindo, de repente, um forte sabor metálico de sangue em sua boca, percebe suas vestes, outrora claras, ensopadas de sangue, assim como seus braços.  Ela tentava correr dali, mas a cada curva floresta à dentro, corpos e corpos surgem igualmente sem vida. Ao tenta gritar, a garota percebe que nada além de um grunhido animal escapa por seus lábios.

## Fim do sonho ##

Assustada, Marina levanta-se dando um pulo na cama, com o coração acelerado e o suor escorrendo pela testa. Deparando-se com Orion, ao abrir os olhos, sentado à beira de sua cama. Ele parece ter sido o responsável por despertá-la de seu sono turbulento, ele a encarava, sério, observando-a com aqueles olhos vermelhos que tanto a inquietavam.

—O que você faz no meu quarto? — Pergunta , trêmula.

—Ouvi você chorando enquanto dormia. Parecia que estava sentindo dor, sei lá — Responde ele, com sua voz desprovida de emoção. — Como eu sei que ninguém mais ouviu, vim ver se estava tudo bem com você. Mas já que parece ótima, estou indo — Completa friamente, levantando-se e colocando um copo d’água no criado-mudo ao lado da cama.

— Espera — Pede a  garota rapidamente, ainda sentindo o medo pulsar em seu peito. Ela o vê parar, com as costas voltadas para ela, no limite onde a luz do abajur o alcançava — Vo-Você é algum tipo de stalker? Como você me ouviu dormir? Eu falei tão alto assim?

—Não, não sou um stalker, só tenho uma ótima audição — Responde ele sem se virar, como se estivesse falando de algo tão simples quanto o clima.

—Por favor, não me venha com essa conversa sobrenatural — Murmura a garota, sentindo um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar-se do pesadelo que a atormentara minutos antes.

—Se você não acredita, não há muito o que eu possa fazer por você, não é? — Orion retruca, ainda sem se dignar a olhá-la.

—Não tem como isso ser possível — Sussurra para si mesma, as palavras saindo como se fosse um pensamento em voz alta.

Suspirando, o vampiro, finalmente vira-se para encará-la. Se ele mesmo não tivesse nascido com aquele gene e passado por todo o processo de transformação, também teria achado tudo aquilo uma completa loucura.

Seus olhos percorrem o quarto, até que algo metálico chama sua atenção. Caminhando em poucos passos até a pequena mesa à esquerda da porta, pega um pequeno estilete que estava jogado sob o móvel. Cheirando levemente o objeto, confirmando a composição do metal, ele caminha em direção a Marina, que encolhe-se instintivamente.
 

Percebendo-o apenas estender o objeto, ela relaxa sua postura, mantendo-se desconfortável apenas pelo fato do rapaz que, conhecera naquela noite, estar em seu quarto vendo-a de pijama.

—Por que está me dando isso? — Indaga a rosada, na luz fraca do abajur.

Não lhe respondendo imediatamente, ele se senta novamente na beira da cama, deixando a luz suave banhar parte de seu rosto, enquanto estende o braço na direção dela, olhando fixamente a cabeceira da cama.

—Tenta me cortar — Diz o garoto, simplesmente.

—Você está louco? Eu não vou ferir você! — Exclama, indginada, sem se deixar levar pelo absurdo da sugestão.

—Se eu me machucar com esse corte… Faço o que você quiser — Sugere-lhe com um leve dar de ombros.

Marina hesita, o estilete tremendo em sua mão enquanto ponderava suas palavras. Então, com a voz o mais firme possível, fala:

—Você tira essas lentes assustadoras e faz com que eles parem com essa loucura — Diz, apontando o estilete para o antebraço dele. Ela o observa com atenção redobrada, notando pela primeira vez os pares de presas pontiagudas que se destavam enquanto ele sorria, divertindo-se. — E essas próteses dentárias também — Completa, tentando  manter-se racional diante de tanta bizarrice.

—Se isso a fará fazer isso, que assim seja — Orion responde, a confiante.

 Respira fundo, a garota tenta controlar o tremor de suas mãos e após alguns segundos, com um movimento decidido, pressiona a lâmina afiada contra o antebraço do rapaz. Para seu completo espanto, a lâmina se quebra no processo, sem deixar sequer uma marca em sua pele.

—O-O que é isso? — Gagueja, enquanto a incredulidade tomava conta de sua mente. Tentando novamente, ela pressiona a lâmina com mais força, mas o resultado é o mesmo: O metal se despedaça ainda mais, como se estivesse pressionando contra aço sólido.

A realidade do que acabara de acontecer a atinge como um golpe, deixando-a sem palavras, o estilete quebrado caindo de suas mãos enquanto ela o encara, cuja expressão agora é de uma calma perturbadora.



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