Kuchel conversava com Carla sobre coisas banais, as duas riam balançando as mãos. De fininho, Eren correu até Levi que estava rabiscando uma árvore.
— Rivasha! - O puxou pela manga da camisa. — Sabe que hoje é dia das mães né?
— E? - O olhou sem entender.
— Sua mãe não é especial para você? Vocês devem compartilhar memórias!
O rapaz olhou pro céu se lembrando de sua infância...
“— Mas mãe, está doendo. - Chorou.
— Eu falei que você ia cair! Não me deu ouvidos e deu nisso, engole o choro, Levi! - Puxou novamente a perna dele para terminar de colocar o remédio.”
...
“— Tudo bem, mamãe te ama. - Sorriu o abraçando.
— Mas o vaso, mãe... Era da vovó, não? - Olhou o estrago que sem querer fez com a bola.
— É um vaso, Levi, só em saber que você está intacto vale muito mais que esse simples vaso de barro. - O pegou no colo beijando suas bochechas gordinhas fazendo-o rir. — Tenha mais cuidado da próxima vez, ok?
— Sim, senhora. - Corou sorrindo bobo.”
— Hmn, sim e você? - O olhou curioso.
Eren deu um sorrisinho.
“— Eren?
Carla rodou pela casa em busca do filho e não encontrava em lugar nenhum, o encontrou na cozinha prestes a colocar a mão no fogo, rapidamente correu até si o pegando no colo.
— Endoidou mocinho?! - O deu um leve tapa e o que recebeu foi um olhar triste. — Não me olhe assim! Podia ter se machucado!
— Mama. - A abraçou, realmente, Carla não sabia como sentir raiva dele.”
...
“Eren rosnava para uma raposa que devolvia o rosnado, a diferença é que ele mostrava suas garrafas ao contrário do coelho que sequer as tinha.
— Vaza! - Se agachou em sua forma animal.
— Você quem está em meu território! - Eren gritou.
A raposa ia avançar mas parou ao reconhecer uma figura maior que si, a coelha cruzou os braços o fitando mortalmente e ele preferiu correr.
— Mamãe é incrível! - Ergueu os braços animado.
— Vamos pra casa, mocinho. - O puxou pela orelha ouvindo-o resmungar que estava doendo. — Calado! Não me faça se preocupar com você! Poxa, isso foi perigoso, Eren! Não me assuste assim...
— Desculpa. - Abaixou a cabeça ao ver os olhos cheios de lágrimas da mãe, havia errado feio.
— Se já reconheceu seu erro, tudo bem, só não faça mais isso! Eu te amo de mais, não me assuste assim. - Repetiu.”
— Vamos fazer um bolo? - De trás das costas tirou um livro. — É o livro de receitas da mamãe!
— Meu deus, Eren, parece que a cada dia você fica mais pestinha. - Bateu a mão na testa.
— Silêncio! - Murmurou fazendo becinho abaixando as orelhinhas. — Vamos ou não?!
— Tanto faz.
O coelho riu e ergueu a mãozinha fazendo o lobo entrelaçar seus dedos aí, o menor saiu correndo até seu vilarejo, chegando lá foi possível ver a diversidade, lobos, coelhos e animais de outros clãs andavam a solta, todos pareciam radiantes. Eren levou Levi até sua casa e correu para a cozinha, se sentou no chão abrindo o livro o colocando em suas perninhas.
— Tá fazendo o quê no chão? - Franziu a sobrancelha.
— Ué, é você quem vai cozinhar.
E o Ackerman sentiu como se uma bigorna caísse em sua cabeça, ah, era ele quem ia fazer o que o pirralho - de agora 7 anos - mandava?
— Por que eu? - Cruzou os braços não concordando.
— Porque mamãe não me deixa mexer no fogo! - O olhou raivoso.
— Eu diria: “Ownti, que fofo, o bebê faz tudo o que a mamãe pede mesmo sem ela estar aqui” porém te conheço. - Cerrou os olhos.
Eren caiu na gargalhada, era sim verdade, sua mãe não o deixava mexer com fogo por isso sempre o afastava da cozinha, mas o menor era esperto de mais e usou isso a seu favor, ele não queria sujar as mãos.
— Vamos! Pega uma vasilha. - Apontou para o armário e Levi pegou uma grande e redonda. — Bota três ovos.
— Só três? - Abriu a geladeira pegando.
— É. - Folheou o livro.
— E depois?
— A gente coloca o- espera, o que você fez com os ovos?
— Coloquei na vasilha. - O mostrou.
— Meu deus! - Caiu pra trás de uma forma dramática e se sentou cruzando as pernas rapidamente. — Seu lerdo! É pra quebrar! Quebrar os ovos! - Apontou freneticamente para o livro agora em mãos, na imagem mostrava três ovos flutuando e a gema saindo deles.
Bem, pelo visto Eren ainda não sabia ler e deduzia tudo de acordo com as imagens, pelo menos agora ele estava certo.
— Aaaaaaaaaaaa. - Colocou a mão no queixo como se tudo fizesse sentido, ele pegou uma colher e fez como sua mãe fazia, a bateu no ovo vendo um buraco e partiu o ovo com os polegares. — Urgh, que gosmento. - Fez careta e pegou o outro fazendo a mesma coisa.
— Bom, depois pegamos o açúcar, não, sal... O que é isso? - Coçou as orelhinhas.
— Quer que eu faça como, assim? - Suspirou indo lavar as mãos para bater o livro no coelho.
— É farinha! Poxa. - Fez bico ao receber o olhar ameaçador do outro. — Farinha se parece com muitas coisas, ok?!
Levi abriu o depósito de farinha e jogou no baixinho, isso o fez entre abrir a boca sem saber o que falar, estava perplexo.
— Isso é pra você não ensinar errado.
Eren subiu na cadeira não ligando se a sujou e empurrou o lobo pegando a farinha em mãos jogando nele.
— Isso é pra você não jogar em mim!
— Hã? - Quebrou um ovo na cabeça dele.
— Levi!!
Ok, agora o lobo sabia a gravidade da situação, Eren o chamando pelo nome é sinônimo de destruição e fim do mundo.
Eren o jogou um ovo e o maior suspirou o pegando pelas orelhinhas, o coelho balançou as pernas apenas para se impulsionar pra frente e chutar o Ackerman que desviou.
— Me solta! Vou te bater! - Cruzou os braços vendo que estava longe do chão.
— Mais um motivo para eu não te soltar. - O deu língua.
Optando pela apelagem, o menor fez o que sabia de melhor: drama.
— R-Rivasha! - O chamou num tom choroso e segurou nas mãos do outro. — Minhas orelhas e-estão doendo. - Fungou.
Levi rapidamente o colocou no chão e em reposta levou um chute na canela seguido de uma risada maléfica.
— Não posso mais confiar em você. - Rosnou e mancou até ele o segurando pelo braço.
— Sai! Você tá me melando! - Tentou puxar o braço.
— Meninos?
Ao ouvir a voz das matriarcas, os dois se entre olharam assustados e correram para limpar a cozinha, Levi guardou tudo e lavou a vasilha, Eren varria a casa rapidamente e passava um pano molhado naquilo que não saia, subiram as escadas e trocaram de roupa, na sala encontraram as mães ainda conversando.
— Meninos? O que faziam? - Carla perguntou gentilmente.
O Jaeger nem disfarçou o olhar triste, queria presentear a mãe e no final deu tudo errado, sentiu os olhos marejarem.
— A gente... A-a gente ia fazer um b-bolo para vocês.
— Pra nós? - Se olharam.
— Porque é dia das mães, só que...
Levi foi atrapalhado pelo grito de Armin, ele tropeçou na entrada da casa, Mikasa se assustou e jogou o bolo em mãos - ela tinha ido na casa de Armin junto de Jean para fazer um bolo para a mãe. - caindo no chão. O bolo caiu nas mãos de Eren que nem teve tempo de raciocinar.
O lobo olhou aquilo assustado, Carla pegou Armin no colo e Kuchel olhou para trás.
— Oh, vocês fizeram o bolo? - Juntou as mãos emocionada.
— Ã-ãhmn... Não é i-isso. - Eren tentou se justificar.
Mikasa olhou para o loiro preocupada e olhou para o irmão se perguntando porque seu bolo apareceu alí. Então a mágica existia???
— Meninos... Não precisavam. - Carla limpou as lágrimas.
— E-escutem, a gente não... - O lobo balançou as mãos ainda assustado.
— Vamos come-lo. - A coelha sugeriu colocando a criança no chão e pegou o bolo indo para a cozinha.
— Bolo! - Mikasa correu a seguindo junto de Armin que parecia normal pra quem tinha metido a fuça no chão segundos atrás.
O coelho riu sem jeito e novamente ergueu a mão para Levi que sorriu da mesma forma e ambos foram para a cozinha de mãos dadas.
Bom, por algum motivo tudo deu certo no fim e todo mundo encheu o bucho de bolo além de darem boas risadas ao descobrirem a verdade.
Porém só na tentativa de fazer aquele bolo, Carla e Kuchel os perdoaram e encheu de beijinhos cada um de seus filhos amados.
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