História (hiatus) Diamantes São Eternos - Capítulo 01

A porta se abriu e dela entrou um rapaz ensanguentado, alto, sujo e machucado, porém completamente consciente. Seu cabelo era preto e espetado para cima, um punk praticamente.

No relógio marcava 5h49 da manhã e o sol se levantava atrás das janelas. Ao lado da porta do apartamento apertado, uma pessoa se olhava no espelho, um homem, tão belo que parecia uma mulher. Tinha cabelos longos, que as mão finas e delicadas apalpavam incansavelmente na busca de formar cachinhos naturais.

- Bem-vindo ao lar Shushu! - ele disse olhando para o punk - Me diga: meu cabelo tá bonito? Tem que estar, pois eu vou visitar o chefinho hoje, e depois que eu pintei de azul, perdeu toda a maciez... - fez uma careta pra si mesmo.

- Não tem como você controlar essa sua “macheza” perto de mim não? - Shura fechou a porta e olhou para o companheiro de quarto - Eu espero que você não tenha usado o quarto do Máscara da Morte.

- Não usei, e sem falar que ele não aparece aqui faz dias. E ele deixou o quarto trancado. Aquilo deve estar uma nojeira. Se ele não aparecer até segunda-feira eu vou derrubar aquela porta!

- E vai quebrar sua unha? - Shura deitou no sofá.

- Vou quebrar a sua cara se me confundir com uma mulher de novo. – Afrodite olhou feio para ele através do espelho - Ah! Mudando de assunto... - a raiva havia passado muito rápido - Conseguiu o dinheiro que o chefinho pediu?

- Aqui. - o punk jogou o pacote no chão ao lado do sofá - O velho não queria pagar. Avisa pro Saga que eu não quero ter que fazer trabalho que só tem um velho e a neta.

- Você faz o que o chefe quiser, querido.

Afrodite saiu da frente do espelho e se ajoelho para pegar o envelope, abriu-o pegando dois maços sujos de sangue.

- Lixo de rua como nós não podem escolher o futuro. - contado o valor, guardou de volta no envelope e pôs a mão no bolso da calça - Hoje o sindico vem pegar o condomínio... - Entregou o dinheiro a Shura - Por sorte ontem um garotinho bem rico estava carente.

- O moleque era tão rico assim? Espera, para onde vocês foram? – contou o dinheiro, vendo que Afrodite havia lhe dado apenas o necessário para a dívida.

- O neném ainda tá aqui. - Afrodite desistiu com um suspiro e amarrou os fios azuis num rabo de cavalo - Me deixa ir acordar ele. – disse desaparecendo no corredor escuro. Ainda dava para ouvir a voz anasalada do homem e alguns gemidos de protesto do garoto. Minutos se passaram até que os dois viessem.

Afrodite veio caminhando na frente, rebolando como se fosse um gato, e o garoto atrás, coçando os olhos, já vestido. O mais novo era excêntrico também, seus cabelos eram verdes e estavam soltos e despenteados, usava uma camiseta verde e uma calça branca, como forma de relembrar os anos 90, e suspensórios também brancos.

O homem se virou sorrindo e abriu a porta atrás de si, ficando cara a cara com o menino, e deu-lhe um abraço.

- Se cuida tá, neném? - e sorrindo deu um selinho no mais novo.

- Você sabe que meu nome é Shun, né? – Disse sorrindo após o selinho, se desvencilhando do abraço.

- Não. - Afrodite sorriu e pegou uma rosa branca de papel da prateleira, colocando-a no bolso do garoto - Mas se precisar de uma babá, me avisa neném. - e abriu caminho para Shun passar, não olhou duas vezes, apenas fechou a porta.  

Olhou para o relógio: sete horas. Deslizou pelo sofá e deitou em cima de Shura.

- Ah... Como eu invejo essa juventude. Ele me cansou ontem, só paramos eram 4 da manhã e isso porque ele não subia mais, mas o fogo ainda estava bem ativo.

- Afrodite... - Shura se remexeu para acomodar o outro no sofá. O moreno era mais musculoso, mais alto e esguio, ao passo que Afrodite tinha o peitoral mais largo e sem qualquer definição muscular - Vai pra lá, eu to dolorido!

- Nossa! Vai me expulsar assim? Eu que te amo tanto... - riu e sentou-se na cintura dele - Eu também to todo dolorido, preciso de uns beijinhos para sarar.

- Você fala que ama para todos que tem dinheiro. - ele arrancou a própria camisa e a jogou para o lado - O único dinheiro que tenho está indo para o Saga.

- Não mente pra mim, Shushu! Você tá cheio de cacos de vidro e olha esses arranhões no braço... - as mãos delicadas de Afrodite deslizaram pelo braço de Shura, que respondeu automaticamente tenso. De fato, o azulado era um demônio sedutor - No mínimo você assaltou alguma loja ou roubou alguma prostituta.

- Hunf... - Nada passava pelo olhar atento da cadela do chefe.

- Vinte por um boquete. – Disse Afrodite sorrindo triunfante - Contanto que você retribua o favor...

Desafivelando a própria calça, Afrodite abaixou-a mostrando para Shura sua ereção, que respondeu com a visão do volume em sua calça jeans.

- Vê? Só você ver e já fica duro.

- Shushu querido, nossos corpos se conversam. – Disse sorrindo divertindo-se.

Shura não sorriu, apenas estendeu sua mão para o pau de Afrodite, apalpando a ponta. Desceu para o comprimento, deslizava pra cima e pra baixo com o atrito da pele e o barulho suave de algo molhado que escorria da ponta.

- Tão retraído... - Afrodite afastou a mão de Shura e abriu a calça do punk, a ereção do moreno era mais latente. Afastou a cueca e, sem cerimônias, beijou a ponta. Com esta ação o membro teve um leve espasmo e Afrodite encarou aquilo como um incentivo abocanhando o membro e acolhendo-o por completo em sua boca.

- Isso mesmo... - Shura gemeu ao sentir aquele calor, esfregou o joelho nas bolas de Afrodite que, para tomar fôlego, posicionou-se de modo que o outro pudesse espelhar o movimento.

- Me chupa. - disse o azulado que estava por cima enquanto retomava o movimento. Shura imitou-o enquanto dava tapas em sua bunda por cima da calça. Ambos permanecerem neste movimento até que chegassem a seu auge e se liberarem um na boca do outro.

Tão logo Afrodite engoliu aquele liquido amargo, já movimentou-se e fechou a própria calça, sentado na barriga do outro. Deslizou sua mão para o bolso de Shura, e puxou uma nota, guardando-a no bolso da própria calça. Shura sorriu e lhe deu outro tapa na bunda.

- São 7h30, Afrodite. Saga vai ficar puto se descobrir que você não está lá na hora que ele acordar.

- Eu vou estar, só precisava do dinheiro da mototaxi. - sorriu, levantando-se e limpando o canto da boca - Tchau Shushu, tranca a porta tá? – Disse mandando beijos no ar para Shura, que se levantou preguiçosamente do colchão para obedecer ao mais novo.  Depois de o outro sair, sorriu satisfeito, deitou-se no sofá e, no estado que estava, dormiu.