1 semana depois~
-Kacchan! O café da manhã está pronto! - disse um tanto quanto alto para garantir que o loiro lhe ouvisse, despejou o frango que tivera fritado em um prato raso, fora meio obrigado a comprar pratos assim, por quê?
Bem, o híbrido com quem está vivendo atualmente, não sabe usar talheres, não ficou surpreso com a descoberta, afinal, era algo já de se esperar, está tentando o ensinar desde que descobriu isso mas... O mesmo não colabora nem um pouco consigo.
Flashback on~
-K-Kacchan? Vem aqui por favor! - chamou pelo outro alto, afinal o mesmo está no andar de cima, pouco tempo depois o loiro apontou nas escadas e passou a descer as mesmas com calma.
-O que foi, Deku? - sim, o maior tivera lhe apelidado de inútil pois, segundo o mesmo, todos os humanos são inúteis.
-Eu quero te ensinar a usar os talheres, grandão - ainda não perdeu o costume de o chamar assim, bem, o mesmo não liga então irá continuar, voltou a organizar a mesa de jantar para a "aula", se é que pode chamar assim.
-Eu não preciso aprender essa merda! - o mesmo falou irritado, lhe deixando um pouco assustado, voltou sua atenção para a escada não encontrando mais o loiro, prontamente olhou para baixo, o vendo agachado ao seu lado, com um olhar curioso sobre os objetos em cima da mesa.
Apesar de saber andar e ficar em pé, Kacchan prefere ficar agachado ou até engatinhar às vezes, quando perguntou o porquê disso, o mesmo lhe disse que se acostumou a viver mais como um cachorro do que humano, de certa forma acha adorável o ver agachado perto de si, com as orelhas felpudas bem atentas.
-V-Vai ficar mais fácil quando você aprender, por favor Kacchan... Vamos pelo menos tentar - falou baixinho, não quer o deixar mais estressado, o outro lhe fitou um irritado e em seguida o mesmo suspirou derrotado.
O maior assentiu meio contra gosto, imediatamente um sorriso largo surgiu em seus lábios, arrastou a cadeira que está posicionada de frente aos objetos que tivera pego a pouco tempo.
-Senta aqui por favor, Kacchan - disse de forma doce apontando para a cadeira, tivera notado que se falar dessa maneira com o mais alto, consegue o convencer e não o deixar irritado.
Observou o loiro subir na cadeira igual um cão faz, ok, confessa que foi algo adorável de se ver, está ficando mole demais! O outro se ajeitou na cadeira, ficando de frente aos talheres e o prato que pegou.
-Ok, vamos começar com o garfo - falou ficando ao lado do loiro, pegando o talher e o entregando, a aula foi bem desastrosa e o maior acabou desistindo.
Flashback off~
-Deku!? - deu um leve sobressalto ao escutar a voz de Kacchan, ao pé de seu ouvido, meio sem jeito olhou para o lado se deparando com a cabeça do mesmo em seu ombro, prontamente sentiu seu rosto esquentar de forma significativa -Estava no mundo da Lua? Eu estou te chamando a um tempão - piscou estático um pouco confuso, imediatamente se afastou do outro, de forma afobada e meio sem jeito, só sabe passar vergonha, Cristo!
-D-Desculpa, pode ir sentar que já estou indo te servir - disse de forma doce, para aparentar mais um pedido do que ordem, o loiro odeia receber ordens, o mesmo deixou isso bem claro para si.
Pegou o prato com o frango e colocou na mesa, em frente ao loiro, o mesmo fitou a comida com os olhos brilhando, aparentemente o maior gosta de sua comida, apesar de não admitir.
-Vamos tentar comer de garfo hoje? - imediatamente o outro lhe fitou irritado, engoliu seco tentando reunir coragem para falar algo.
-De novo isso!? - com calma fora até um dos armários que há na cozinha, abrindo uma gaveta onde fica os talheres, retirando um garfo de lá em seguida e uma faca também.
-Dessa vez vai ser mais fácil, prometo - falou de forma calma e gentil, mantendo o tom de voz baixo.
Um estar de língua se fez presente por parte do mais alto, vagarosamente passou a ir até a mesa de jantar, ficando ao lado do loiro, que está sentado em uma das cadeiras.
-Você vai pegar assim - disse gentilmente, segurando o garfo como se segurasse uma faca grande, com todos os dedos rodeados no cabo -E espetar no frango... Desse jeito - com calma enfiou os dentes do garfo, em um pedaço de frango qualquer do prato, tivera picado a carne em cubinhos para ficar mais fácil.
-Deixa eu tentar - o maior falou com confiança, retirou o pedaço de frango do garfo e entregou o talher para o outro.
O mesmo segurou o objeto com mais facilidade do que antes, em seguida espetou um pedaço de carne com brutalidade, lhe dando um leve susto, pelo menos o híbrido conseguiu pegar o frango. Observou o mesmo levar a carne até a boca com brutalidade, passando a mastigar em seguida, como se fosse a melhor comida do mundo, esses dias soube que o loiro gosta bastante de carne... Bem, acha que a maioria dos cachorros gosta.
-Muito bem Kacchan! - falou animado, fazendo um leve cafuné na cabeleira arrepiada do outro, vendo a cauda do mesmo balançar de um lado para o outro, acha isso tão fofo! -Só que seja mais delicado, por favor... Você pode acabar quebrando o prato ou, machucando sua boca - o maior apenas revirou os olhos e voltou a comer, só que sem aquela brutalidade de antes, mesmo tendo esse jeitinho arrogante e marrento, o loiro lhe escuta e lhe obedece as vezes, tão fofo!
Sem que pudesse impedir ou se controlar, depositou um beijo demorado na cabeleira alheia, sentindo seu rosto queimar significativamente pelo feito, apenas se afastou do outro e fora tomar seu café da manhã, tudo ocorreu normalmente.
(...)
Pegou seu celular em cima do balcão da cozinha, ajeitou sua jaqueta jeans e olhou em direção a sala de estar, vendo uma cabeleira loira e arrepiada, assim como um filme qualquer passando na televisão.
-Kacchan, eu estou indo agora, ok? Não vou demorar! - viu o mesmo assentir concentrado no filme que colocou.
Para onde está indo agora? Bem, trabalhar por assim dizer, pelo menos umas 3 vezes na semana vai até uma floricultura de um senhor, para o ajudar em algumas coisas. Passou a ir em direção a porta de entrada, dando uma última olhada no loiro, saiu de sua casa não se preocupando em trancar a porta, afinal com o outro em casa não há necessidade, caso alguém invadir o mais alto sabe se defender.
Passou a caminhar calmamente pela calçada, indo rumo a floricultura na qual trabalha, apesar de sua mãe depositar dinheiro para si todo mês, assim que se mudou procurou um emprego para si, para conseguir um dinheirinho extra, assim não precisa depender demais do dinheiro que sua mãe consegue com trabalho suado.
Praticamente usa só para a faculdade, o resto utiliza o que ganha na floricultura, tem mês que até pede para sua mãe depositar somente o suficiente pra pagar a faculdade, óbvio que a mesma fica toda preocupada mas, felizmente sempre consegue acalmá-la.
Alguns minutos se passaram e logo chegou a floricultura, vendo um caminhão estacionado em frente, com alguns homens descarregando flores e vários tipos de plantas, assim como alguns vasos.
-Cuidado com as minhas flores! Se algumas delas se partirem, eu bato em vocês com a minha bengala! - a voz conhecida de Sorahiko ecoou mais distante e dentro da floricultura, lhe fazendo sorrir largo.
Sorahiko já é um senhor de idade, o mesmo é bem baixinho e usa uma bengala para andar melhor, apesar disso tudo o mais velho é bem disposto... Pelo menos para cuidar de sua floricultura. O mesmo é bem exigente com as suas plantas, então, muitos funcionários e funcionárias acabam não aguentando e desistem, si fora o único funcionário que durou e está durando tanto tempo assim.
-Senhor Sorahiko? - chamou pelo grisalho enquanto adentrava na floricultura, correu os olhos pelo lugar o encontrando o mesmo cutucando o pé de um homem com sua bengala.
-Ninguém nunca ensinou vocês a serem delicados!? - fora se aproximando com calma, aí que entendeu o motivo da bronca do mais velho, há um vaso quebrado no chão, junto com um monte de terra e um tipo de samambaia.
-Desculpa senhor Sorahiko, eu irei pagar pelo vaso! - disse o homem, o mesmo aparenta ser o mais jovem dentre os outros, o grisalho bateu sua bengala na lateral da perna alheia, fazendo uma feição de dor surgir no rosto do outro, ok, está com pena!
-Eu não ligo para o vaso, eu ligo é para a minha planta!... Ai, ai... Esses jovens... - o mais velhos disse enquanto meneava a cabeça em descontentamento -Pode ir, apenas seja mais delicado na próxima vez, se não vou bater a bengala no seu saco! - teve que se segurar muito para cair na risada, a expressão de nervosismo do homem não está lhe ajudando.
O mesmo apenas assentiu de forma frenética e saiu apressado, se aproximou mais do grisalho, vendo o mesmo com uma feição um tanto quanto triste sobre a samambaia caída no chão, é como quando seu bichinho de estimação se machuca, acha a admiração de Sorahiko pelas plantas algo bem bonito de se ver.
-Senhor Sorahiko? - o outro direcionou sua atenção para si imediatamente, lhe dando um sorriso ínfimo em seguida.
-Olá, Izuku - o mais velho falou de forma um tanto quanto doce para si, o mesmo lhe disse que simpatizou consigo assim que bateu os olhos em si.
Um dia veio até esta floricultura, para comprar um buquê de flores para presentear sua mãe, o grisalho simpatizou consigo e lhe chamou para trabalhar, como estava a procura de um emprego, aceitou na hora claro! Os primeiros dias foram bem difíceis, felizmente conseguiu se adaptar e aprendeu a conviver com o mais velho.
-Vou arrumar outro vaso para essa samambaia, você limpa a sujeira - assentiu prontamente e fora atrás de uma vassoura, com calma limpou toda bagunça que o desconhecido tivera feito, em seguida fora atrás do mais velho.
Passou a parte da tarde organizando plantas e flores, demorou mais do que pensava, tomara que o Kacchan esteja bem!
(...)
Abriu a porta de sua casa vagarosamente, já é tardezinha, quase noite, adentrou na residência com calma sentindo o cansaço em seu corpo, fechou a porta, logo em seguida correu os olhos pela casa a procura de um híbrido loiro.
-Kacchan!? Kacchan, estou de volta! - fora até a sala de estar, vendo a televisão desligada, onde será que esse híbrido está? Será que o mesmo fugiu? Fora dar uma volta? Alguém o levou de si? Se acalma Izuku! -Kacchan!? Cadê você, grandão!? - o maior surgiu erguendo-se no sofá, causando um alívio drástico em seu peito, o mesmo provavelmente estava dormindo.
O outro pulou do sofá e veio em sua direção rapidamente, lhe fazendo recuar um passo, pensou que o mesmo iria lhe morder, bater, arranhar porém, o maior rodeou os braços em volta de seu pescoço e lhe puxou para um abraço apertadinho.
-Você tinha falado que não ia demorar... - prontamente rodeou os braços na cintura alheia, o puxando mais para si, às vezes esquece que o loiro tem uns costumes caninos, na verdade o mesmo é metade cachorro.
-Desculpa, desculpa... Tinha mais coisa pra fazer do que eu esperava, desculpa se te preocupei Kacchan - disse baixinho e de forma doce, levando uma de suas mãos até a nuca alheia, fazendo um leve carinho ali, vendo uma cauda loira e arrepiada balançar de um lado para o outro.
-Hum… - soltou o ar nervoso, sente que esse “hum” não é um bom sinal, o mais alto se afastou de si devagar e passou a lhe fitar como se tivesse algo para lhe falar -Han… Deku? Eu fiquei curioso sobre uma coisa, que vi no filme que você colocou pra mim mais cedo… - os braços alheios saíram de si causando um certo protesto em seu corpo, o maior é bem quentinho, gosta de o abraçar, também retirou seus braços do mesmo.
-Claro, pode me perguntar - o loiro lhe pergunta algumas coisas às vezes, a maioria dos questionamentos do mesmo são bobinhos, é igual uma criancinha que está começando a entender o mundo, a famosa fase dos "porquês".
-A mulher do filme, fez uma coisa parecida com o que você fez no café da manhã, só que em outro lugar - franziu as sobrancelhas confuso, o que foi que tivera feito agora? Sente que irá passar vergonha mais uma vez… Como sempre!
-O que eu fiz? - questionou confuso e curioso ao mesmo tempo, sentiu suas bochechas queimarem um pouco ao ver o outro se aproximar de si.
-Isso! - um beijo fora depositado no topo de sua cabeleira verde, COMO PODE TER ESQUECIDO!?
-A-Ah sim, a mulher do filme também fez isso em alguém? - o maior se afastou de si outra vez, assentindo prontamente em seguida.
-Só que ela fez isso, aqui - o mesmo disse apontando para a própria boca, Deus, sério que irá ter que conversar com o mais alto, sobre esse assunto?
-E-Entendo… E-E o que você quer saber? - só quer que essa conversa acabe logo, não está afim de ficar parecendo um tomate.
-O porquê disso e se isso pode ser chamado de alguma coisa - soltou o ar de forma disfarçada tentando raciocinar bem, o loiro só está curioso, nada demais, você pode explicar isso ao mesmo Izuku!
-B-Bem, pode ser chamado de selinho ou beijo… E as pessoas fazem isso nas outras porque, elas gostam dessa outra pessoa e tem um certo carinho por ela, entendeu? - viu o maior fazer uma expressão pensativa, ok, confessa que acha fofo essa carinha, o mesmo tomba a cabeça para o lado um pouco, igual um cachorro confuso.
-Então posso fazer isso em você? - piscou estático surpreso, não surta Izuku, não surta… NÃO SURTA!
-O-O quê!? - o mais alto aproximou o rosto do seu, com os olhos bem fixos nos seus também, as orbes dançaram de um lado para o outro lentamente, lhe deixando aéreo com a magnitude gigantesca dos carmesins.
-Você falou que as pessoas fazem isso em outras porque gostam delas… Então eu posso fazer em você? - seu coração passou a bater acelerado, ok, ok, se acalme Izuku! Não é esse tipo de gostar que Kacchan está falando, aquieta o coração!
-A-A-Acho que você se confundiu, Kacchan - falou de forma gentil, em seguida se afastou do outro, assim pode pensar melhor -T-Tem vários tipos de gostar… - um estalar de língua se fez por parte do mais alto.
-Por que os humanos têm que ser tão complicados!? Por isso passei a maior parte da minha vida como um cachorro - um sorriso ínfimo surgiu em seus lábios, tem que concordar com o loiro, os humanos realmente são complicados -Agora eu fiquei curioso, merda… - não Izuku, não abuse da inocência alheia, não deixe sua homosexualidade falar mais alto, NÃO SE ATREVA!
-V-Você pode fazer isso, s-se quiser… N-N-Não é legal ficar curioso e também… E-Eu estou disposto a te ensinar algumas coisas… Ou te ajudar com algo... - disse desviando o olhar para um canto qualquer da casa, sentindo seu rosto queimar drasticamente, O QUE DIABOS VOCÊ TEM NA CABEÇA IZUKU!?
-Sério? - o outro questionou animado, fazendo o peso em sua consciência começar a aparecer, o loiro é inocente demais e está abusando disso na maior cara de pau… Por que está fazendo igual aquela pessoa? Não tivera aprendido nada com aquela experiência horrível?
Voltou sua atenção para o híbrido em sua frente, vendo o mesmo com um sorriso ínfimo e com a cauda balançando de forma frenética, por que tivera topado fazer isso? Apenas assentiu um pouco desconfortável, por que tivera que relembrar o passado justo agora!? Lábios um tanto quanto carnudos colaram nos seus demoradamente e meio sem jeito, arregalou os olhos minimamente pelo ato repentino.
Sentiu suas bochechas voltarem a queimar furiosamente, o loiro está com os olhos abertos e bem fixos nos seus, enquanto lhe dá um selinho demorado, que vergonha! O maior se afastou de si vagarosamente, passando a língua nos lábios em seguida, ok, ok, ok, isso fora bem sexy ao seu ver, PARA IZUKU!
-Até que não é tão ruim assim… Você tem um gosto doce - tudo em sua volta se silenciou, apenas lembranças ruins vieram à tona em sua mente… Outra vez não...
Você tem um gosto docinho, Izuku…
Você é o meu doce predileto Izuku…
Sem pensar duas vezes, correu em direção a escada de sua casa, indo diretamente para o banheiro, abraçando a privada e colocando tudo o que comeu mais cedo para fora.
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