Lapis e Peridot já estavam descansadas, prontas para mais um dia cheio de surpresas e outras coisas. A azul, após ter recém descoberto o que sentia pela menor, ficou com dificuldades para ser discreta no que falava e também, no que fazia. Sempre que dizia algo suspeito a pequena percebia, a mesma coisa quando fazia uma ação suspeita. Era tão difícil ter que esconder aquilo, porém Lapis não estava tão preparada para se confessar. Decidiu então, contar tudo para Steven, ela tinha certeza que o híbrido poderia entender sua situação e até ajudá-la, como seu objetivo era conquistar Peridot, iria fazer o que fosse preciso, mesmo que a esverdeada não sentisse o mesmo, o que a atormentava era essa dúvida... "e se Peridot não sentisse o mesmo?" tantos "e se" que sua mente confundia coisas que não tinham nada haver com essa situação recente. O que Lapis faria se o sentimento da menor não fosse recíproco? Balançou sua cabeça negativamente, para espantar tais pensamentos sombrios.
Não se deixaria levar por algo assim, na verdade, não poderia desistir tão fácil. Tentaria, mas se não conseguisse, poderia sorrir e orgulhar-se de si mesma por pelo menos tentar. Sim, seria bastante difícil conquistá-la, aliás, era Peridot. A gem mais cabeça-dura que já conheceu, mas também, a que nutriu carinho e muito amor. Quem a visse olhando para a esverdeada, tão hipnotizada com seu jeito de agir, julgaria que estava completamente apaixonada pela menor e bem, estaria tão certo que era impossível ficar negando.
Ambas trocaram algumas palavras no início do dia e Peridot a alertou que tinha alguns assuntos pendentes com Amethyst, então iria no templo pela tarde. Lapis se ofereceu para acompanhá-la e foi bem aceita em sua proposta. Porém, até que entardecesse, seria uma tortura ficar no celeiro junto da esverdeada sem ter o que fazer, apenas olhá-la profundamente, mergulhar dentro daquela imensidão verde que eram seus olhos. A azul ainda não conseguia acreditar que tão facilmente pode sentir logo amor pela menor... mas, se fosse para ser assim, sem dúvidas faria tudo de novo. Arrancar sorrisos da pequena e risadas também, eram coisas incríveis e inexplicáveis. Sentir amor por ela era inexplicável... o seu jeito de falar, especular, agir, olhar, passaram a ser algo admirante e interessante. Mas o que passou a ser chato, foi a maneira em que não conseguia parar de gaguejar enquanto falava com a mesma. Céus, como era ridículo. E o modo como Peridot achava estranho aquilo tudo apenas faria ela desconfiar mais.
E finalmente o céu azul estampou a sua segunda fase, o laranja meio mel. Já era tarde então Peridot seguiu com Lapis até o templo, quando chegaram lá, foram bem recebidas pelo trio e por Steven. Quando a esverdeada ficou papeando com Amethyst na sala, a azulada viu que era a hora de contar para Steven o que sentia por Peridot e também, ver se conseguia uma pequena ajuda. Os dois foram até onde era o quarto do híbrido. Lapis não pode evitar o nervoso preenchê-la toda por dentro, mas mesmo assim, o menor pacientemente a aguardou falar, para que pudesse tentar ajudá-la. A maior abriu sua boca lentamente, se contar para Steven era assim, a mesma não gostaria nem imaginar de como seria confessar para a esverdeada tudo que sentia. Mas daí, a coragem apareceu e espantou todo o nervoso que sentia internamente.
— Ah... uh, Steven... eu... — Deu uma curta pausa, para recuperar o pouco fôlego que tinha perdido, a expressão da maior era de nervoso misturado com medo. — Eu descobri que estou... sentindo amor pela... pela... Peridot. — E em um fio de voz conseguira terminar de falar, a expressão não-surpresa de Steven foi estranhada pela maior, mas quando seus olhos tomaram um brilho diferente, conseguiu respirar aliviada.
— Lapis!!! isso é incrível! — O híbrido abraçou brevemente a maior, mas cessaram o abraço para que o mesmo continuasse a falar. — É sério, isso é totalmente incrível. Mesmo que eu já estava desconfiando, você fez tudo se concretizar! mas... você quer ajuda, não é? — A maior apenas assentiu com vergonha, Steven havia ficado feliz com a notícia, mas a mente da azulada foi tomada por pensamentos negativos, se o sentimento de Peridot não fosse igual, ficaria totalmente desolada e abalada emocionalmente. — Bem, aqui vai o meu conselho... — O menor foi interrompido por uma curta risada de felicidade, até que se recompôs para ajudar sua amiga. — Vem vindo um baile de máscaras para acontecer em Beach City, para comemorar atrasado o Dia dos Namorados, você pode pedir para a Peri te acompanhar nesse baile e se confessar para ela. — Lapis apreciou a ideia do menor, então deu um sorriso alegre, finalmente alguma ideia que fosse aceitável.
— E Lapis, mesmo que quando você ver que for a hora certa para contar, se você travar, não se preocupe. Tente ser natural contando para a Peri, eu sei que ela vai entender bem o seu nervosismo e sabe, ela parece sentir o mesmo por você. E se o sentimento não foi igual, não se decepcione, você ao menos subiu todos o degraus. Vai poder se orgulhar e se lembrar eternamente do quão corajosa foi! aliás, você sempre será corajosa. — Steven esboçou um sorriso de compreensão, enquanto a azul apenas assentia diante suas palavras. Lapis não iria ficar nervosa, mas sim com medo. Porém, no baile, iria fazer uma coisa diferente. Não se confessaria, ainda. Mas, tentaria fazer o ritual do beijo com Peridot; porém foi tirada de sua própria bolha de devaneios quando a esverdeada lhe chamou.
— Ei-i-i, Lapis! eu já terminei aqui, vamos? — A maior murmurou um 'sim', só que antes de descer a escada do quarto do híbrido, virou-se de costas para tirar uma última dúvida.
— Steven, antes de ir, você pode me explicar o que é uma... — Ao sussurrar para o mesmo, olhou para baixo ao ver que Peridot a aguardava do lado de fora do templo, então continuou a dizer. — namorada? — O híbrido deu uma risada divertida, fazendo a azulada sorrir. Steven explicou tudo sobre namoro e o que era uma namorada, o mais rápido possível. Lapis agradeceu por toda a ajuda que o menor lhe deu. E assim, desceu as escadas, encontrando-se com uma Peridot irritada e impaciente.
— Achei que passaria a morar aí. — A pequena desceu as escadas do templo junto da maior, que por sua vez, deu uma gargalhada, tão impressionada com a ideia de Peridot. A esverdeada, olhava a mesma com uma expressão confusa, como quem queria saber o motivo da graça.
— Eu nunca abandonaria você, até porque, você não vive sem mim. — A azulada havia falado naturalmente, mas só que a pequena não levou tão a sério o comentário da mesma. O que a deixou um pouco decepcionada por dentro, mas dava para disfarçar perfeitamente, enquanto Peridot balbuciava argumentos contra a palavra da maior, Lapis apenas pensava em algo para que ambas pudessem fazer até o anoitecer, quando teve uma ideia brilhante que com certeza seria rejeitada pela menor. Só que não seria o suficiente para fazê-la desistir.
— Peridot, você quer voar comigo? — A expressão de surpresa e medo da esverdeada foi tão engraçada, que a maior não se segurou e começou a rir. As pequenas pernas da menor começaram a tremer, enquanto a mesma olhava para algo distante das duas.
— Eu... ahn... eu não sou uma das maiores fãs de altura e também você não pode me... — Peridot rapidamente cortou suas palavras com um grito de medo, enquanto sua barriga fora apoiada no ombro de Lapis. A azulada segurava com uma mão a menor, por suas nádegas, enquanto se concentrava e invocara suas esplendidas asas feitas de água. — Lapis! Lapis, não! eu tenho medo de altura-AAAAA! — Em um movimento rápido, as duas já estavam bem longes do chão. Peridot agarrava o pescoço da azul, enquanto a mesma apenas continuava seguindo seu caminho, pelo céu.
E bem, podia-se dizer que as duas estavam ultrapassando o véu do céu, que separava o entardecer do anoitecer. A esverdeada já era segurada no colo pela a azul, então, ambas podiam ver muito bem as estrelas e a lua. Lapis já não voava tão rápido, mas estavam muito alto, o que fazia a menor tremer freneticamente. Mesmo a azulada afirmando que jamais a deixaria cair, Peridot não se convencia tão facilmente, aliás, só conseguiu acostumar-se com a ideia de voar em uma nave, por desde estar em sua pedra, os seus superiores repetiam e repetiam que seu destino era aquele e jamais a pequena poderia mudá-lo, mas hoje, se Homeworld pudesse dar uma espiada na vida de Peridot, com certeza se espantariam com sua repentina liberdade de fazer o que quiser, quando quiser.
A posição que estavam, era demasiado confortável, porém não tão agradável. A pequena continuava insistindo para voltarem ao celeiro, só que Lapis apenas queria curtir aquele momento relaxante acompanhada da menor, quando contou aquilo para mesma, pode ver de relance o seu rosto corar em um verde intenso. A maior deu algumas dicas para Peridot parar de temer a altura, como não olhar para baixo e etc. Logo a esverdeada não tremia mais, mas não aproveitava para olhar a bela paisagem. Lapis afastava-se lentamente, enquanto se perdia em pensamentos. Será que ali e agora poderia convidar a pequena para o baile que se aproximava? Se ela não aceitasse seria um momento bastante vergonhoso. Só que com bastante empenho poderia fazer o seu belo rostinho irritado assentir à proposta.
— Hey, Peridot. — A esverdeada olhou para o semblante de Lapis, aguardando a mesma explicar o por quê de chamar sua atenção. — Steven me disse que vem vindo um baile, de máscaras. Para comemorar o dia dos namorados, então... você quer ir comigo? eu queria ver como é. — Para a menor, "namorados" não passava de uma simples palavra inútil aprendida em seu vocabulário. E na verdade, Lapis já sabia como era um baile, pois sempre aconteciam resenhas na corte que a azulada participava. Só que a mesma torcia mentalmente para que Peridot não soubesse como era.
— Tudo bem... mas, espero que você saiba como funciona ao menos. Eu também nunca participei de algo assim. — Lapis assentiu, começando a explicar como funcionava e também, como deviam ser os trajes. Em um dia, a azul conseguiu ver um comercial sobre o dia dos namorados e também, avisando sobre um baile de máscaras em tal localização. Também no comercial, aproveitaram para explicar como funcionava. Então, naquele momento agradecera eternamente por fazerem aquele comercial, a maior estava radiante com a resposta positiva de Peridot, que nem se preocupou sobre o assunto do beijo.
As duas então, viram que já havia anoitecido. Deveriam retornar para o celeiro o mais rápido possível. O anoitecer era entendiante, porém belo. E foi o que Lazuli fez, retornou até o celeiro o mais lento possível para que passasse uma parte da noite, ambas odiavam a noite. Não tinha nada para fazer, desde que terminaram de assistir a quinta e última fita disponibilizada de Camp Pining Hearts, nunca tinham ideias boas para o que fazer, começaram a "praticar" dormir, desde que viram Steven e Amethyst dormindo, ficaram na dúvida se era algo produtivo e se também, faria com que passassem a parte do anoitecer. E bem, estava dando resultados, suas pedras ainda projetavam em um feixe de luz, o que aconteciam no sonho de ambas, mas como estavam dormindo, nenhuma das duas conseguiam espiar o sonho da outra. O que deixava Lapis aliviada, pois sempre sonhava com Peridot de uma forma... digamos que... romântica;
Chegaram no celeiro, pois mais lento que Lapis voara, ainda sim chegaram de uma forma rápida até o local. Adentraram no mesmo e deitaram-se juntas no cobertor abandonado de Steven. Era aconchegante e bom, acreditavam que fazia o sono se prolongar, facilitando com que as duas adormecessem rapidamente, enfim, quando já dormiam, automaticamente Lapis abraçou Peridot por trás, seria vergonhoso quando acordassem e olhassem a posição em que estavam, mas nada tão grave para que ficassem pensando no ocorrido o dia inteirinho.
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