Eijiro além de ter me escolhido como Padrinho, havia me escolhido para fazer um discurso. Kyoka riu assim que o pedido foi feito, já imaginando um grande caos ou algo do tipo, mas logo ela veio falar comigo, preocupada, dizendo que eu poderia negar se eu quisesse, mas eu queria fazer aquilo. Aquele discurso seria o fim de um ciclo, um jeito de dizer adeus.
Finalmente havia chegado o grandioso dia do casamento. Eijiro estava um pilha de nervos, listando todos os erros que poderiam acontecer naquele dia.
— E se ela desistir na última hora? E se ela odiar meu terno? E se o bolo for horrível? — ele repetia, enquanto andava para lá e para cá.
Os padrinhos me olharam em um pedido mudo para que eu o acalmasse. Eu suspirei, me aproximando do noivo.
— Olha aqui seu bocó — comecei, chamando sua atenção — ela te ama demais, você sabe como a Mina é, se ela quisesse desistir ela nem teria aceitado casar contigo para começo de conversa! E seu terno está lindo, não lembra que fui eu que escolhi? — dei um tapa na nuca dele, arrancando risadas das pessoas que nos assistiam — É claro que o bolo vai estar perfeito, nós passamos noites em claro planejando tudo perfeitamente e foi o Sato que fez, você adora os doces do Sato, não adora?
— Adoro...
— Então se recompanha, porque se você chegar suado e fedorento lá a Mina te expulsa e remarca o casamento!
Ele logo retomou sua postura, falando sobre como aquela insegurança não era máscula. O casamento foi ao ar livre, com um misturada de rose gold e branco. Mina estava linda, seus cachos estavam soltos com uma coroa no topo de sua cabeça. Usava um vestido estilo sereia que realçava suas curvas e trazia uma longa calda despencando logo abaixo da cintura. Ela sorria mais do que nunca a vi sorrir na vida. É claro que Eijiro caiu no choro assim que a viu, fazendo até o padre se preocupar um pouco consigo.
Quando o padre disse a famosa pergunta “Fale agora ou cala-se para sempre” Mina encarou a todos com um olhar mortal, ninguém se atreveu a dizer nada. Aquela mulher seria capaz de matar qualquer um que estragasse seu grande dia.
E finalmente, chegou o momento que ansiei o dia todo. O momento de meu discurso. Todos olhavam para mim, com sorrisos esperançosos e taças de champanhe prontas para serem brindadas.
— O meu livro favorito é O Mágico De Oz — comecei, atraindo olhares curiosos — Eu tenho vergonha de admitir isso, por se tratar de um livro infantil, mas é verdade. E o meu personagem favorito é o Homem de Lata. Ele ficou anos na mesma posição, segurando um machado e esperando por um amor que sempre esteve ao seu lado — suspirei e olhei para os recém-casados que me olhavam sorridentes — Sabe, na verdade todos somos homem de latas, esperando o mínimo sinal de amor e de vez em quando, assim como ele, o deixando escapar... Mas esse casal aqui — apontei para eles que riram — eles sempre perceberam que seus corações estavam lá, batendo um para o outro. E eles não hesitaram em encontrar o amor juntos. Vocês conseguiram se mover naquele bosque, conseguiram erguer aquela merda de machado e acharam o amor verdadeiro um no outro. E eu acho isso foda para caralho.
Recebi alguns olhares me repreendendo na plateia por causa dos palavrões, mas o casal em si apenas ri, provavelmente já sabiam o risco de me colocar para fazer um discurso.
— Um brinde a eles — ergui minha taça sendo copiado por todos naquele salão.
Por um momento senti orgulho, vendo Eijiro e Mina trocarem um beijo apaixonante e recebendo comemorações de todos. Denki chorava, sendo abraçade por Kyoka. Hanta e Sato olhavam sorrindo, deixando algumas lágrimas escaparem. Todoroki apenas batia palmas, e Midoriya revezava entre chorar e tirar fotos. Aos poucos a visão de mim e Eijiro naquela mesa, se beijando entre nossos amigos brindando foi desaparecendo, até se tornar algo completamente distante.
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