"Você é tudo que eu vejo em todos esses lugares, você é tudo que eu vejo em todos esses rostos, então, vamos fingir que estamos correndo contra o tempo, do tempo. Querido, quando eles olharem para o céu seremos as estrelas cadentes que estão apenas passando, você vai voltar para casa comigo esta noite e estaremos queimando como luzes de néon".
Neon lights - Demi Lovato.
Point Of View: Katherine Hastings.
– Eu ainda não acredito que você me acordou jogando água em mim – reclamei com Matt enquanto íamos em direção ao meu armário antes da primeira aula.
– Eu estava te chamando carinhosamente, nem mexer você mexeu, foi a melhor opção – deu de ombros com um sorriso irônico no rosto, revirei os olhos enquanto olhava o horário para pegar os livros das três primeiras aulas. – Eu não creio que você ainda não decorou seus horários, Anne.
– Primeiro, não me chame assim – sai em direção à sala de inglês após pegar os livros e ele me acompanhou. – Segundo, eu tenho coisas mais importantes para ocupar minha cabeça do que os meus horários – adentramos a sala.
– Oi, Kath – Mel me abraçou assim que me viu.
– Mel! Eu tenho uma coisa pra você – sorri. – Na hora do intervalo eu te dou!
– Ah não, Katherine, você sabe que eu sou curiosa, me diz logo o que é! Vai, Kath, eu odeio esperar e você sabe que eu... – não a deixei terminar.
– Melanie, cala a boca – revirei os olhos. – Respira – fez o que eu disse. – Agora senta que o professor vai chegar a qualquer momento – sorri e me sentei no meu lugar.
– Mas Kath... – antes de ela terminar a fala, o professor entrou.
– Quem está em pé tem cinco segundos pra sentar – avisou. Mel bufou e se sentou.
***
Estava me dirigindo ao meu armário, depois da aula de história para guardar os livros e ir para o refeitório até que vejo um furacão loiro parar na minha frente.
– Pronto, já estamos no intervalo! O que você tem pra mim? – Mel perguntou animada.
– Está no meu armário espera – disse abrindo o mesmo e jogando as coisas lá. – Antes de eu te dar você tem que me prometer que não vai gritar e fazer um escândalo, tá bom? – perguntei e ela assentiu com um sorriso gigante no rosto.
– Tá, eu prometo! Agora me dá! – estendeu a mão e eu entreguei os dois ingressos na mão dela, que passou um tempo olhando feito retardada para os ingressos, respirou fundo e pulou em mim me dando um abraço. – Meu Deus, Katherine, eu te amo, você é a melhor amiga do mundo – cada vez que ela pronunciava algo, eu ria, sabendo que ela estava feliz. – Tem dois ingressos, isso quer dizer que você vai comigo, né?! – perguntou quando nos separamos do abraço.
– Eu não estou sabendo disso não... – cocei a nuca e Mel fez uma carinha fofa. – Não faz essa cara, Melanie – revirei os olhos e ela continuou.
– Por favor, por favorzinho Kath, você é minha melhor amiga, você conseguiu os ingressos, por que você não vai comigo?! – pediu. – Eu prometo que passo uma semana sem falar nada sobre os meninos da banda – ela disse.
– Um mês – Sorri.
– Duas semanas.
– Três semanas.
– Duas – insistiu e eu bufei.
– Tá duas! – Melanie me abraçou.
– Muito obrigada, Kath!
***
Depois de uma manhã inteira estudando, eu almocei na casa do Matthew e agora estou adentrando o shopping para mais um dia de trabalho. Olhei para o elevador, mas já estava lotado, então, decidi ir pela escada rolante. Pelo menos eu ainda estava no horário, então caminhei calmamente. Essa semana eu só havia atrasado um dia, o que é um recorde, porque eu sempre chego alguns minutos atrasada ou em cima da hora.
Assim que cheguei à CK adentrei a mesma – que já se encontrava aberta – e dei de cara com Jennifer, Elisa e Zoe. Dei um meio sorriso a elas, – lê-se somente a Elisa e a Zoe – fui me trocar e guardar as minhas coisas. Assim que eu voltei, Elisa atendia uma moça e Jennifer estava no caixa. Olhei para Zoe e a mesma fez um gesto com a mão me chamando. Aproximei-me e ela sorriu.
– Como vai? – perguntou e eu dei de ombros.
– Vou bem, obrigada, e você? – perguntei.
– Bem também – respondeu. – Eu queria vir tratar sobre as negociações com você para que você vá trabalhar na outra extensão da Calvin Klein, será que a gente poderia ir lá pra trás para conversarmos?
– E quanto ao meu expediente? – era uma pergunta tola, mas eu deveria me demonstrar preocupada pelo trabalho, afinal, eu estava na frente da representante dessa extensão da CK.
– Não será problema, a Jennifer sai do caixa e te cobre, não é Jennifer? – Zoe a olhou sorrindo, sabendo que ela ouvia a conversa. A mesma deu um sorriso sem graça e eu comemorei internamente por ela ter sido pega no flagra.
– Sim – respondeu.
– Obrigada por me cobrir, Jenni – sorri falsamente a ela que retribuiu do mesmo jeito e eu segui Zoe para o vestiário.
– Então, eu gostaria de tratar sobre seu novo contrato – Zoe disse assim que adentramos ao vestiário dos funcionários.
– Claro, sobre o que quer falar exatamente? – perguntei enquanto me sentava e ela fazia o mesmo.
– Eu trouxe o contrato para você assinar – tirou a bolsa do ombro e colocou em cima da mesa que estava a nossa frente. Zoe retirou uma pasta de dentro da mesma e logo a abriu. – E se você quiser ir atrás de um advogado, caso a sua própria leitura te dificulte, você está livre para isso – desviou seu olhar rapidamente da pasta e sorriu para mim, logo voltando seu olhar para a mesma.
– Vou dar uma lida e se houver necessidade, eu irei atrás de alguém sim – afirmei. – Quando irá inaugurar a loja? – Perguntei.
– Daqui a duas semanas – assenti. – E a quanto o endereço, está tudo ai no contrato.
– Certo.
– Bom, aqui está o papel – tirou-o de dentro da pasta e me entregou. – Você quer tempo para ler e outro dia eu venho atrás de você? – perguntou enquanto eu dava uma lida.
– Você poderia vir outro dia? Porque eu acho que ler aqui e agora, eu não iria prestar muita atenção. Ou eu mesma vou te procurar.
– Depois a gente combina quem vai ver quem, certo? – sorriu enquanto levantava-se e colocava a bolsa no ombro após ter guardado a pasta.
– Tudo bem – sorri para ela e me levantei com o papel nas mãos. – Obrigada por essa nova oportunidade, Zoe.
– Que isso, você sabe que você é bem querida por mim, não sabe? – afagou meu ombro e eu sorri sem mostrar os dentes. – Acredite ou não, eu tenho um pouco de você em mim – piscou e eu ri fracamente.
– Tudo bem, até em breve – acenei com a minha mão livre. – Vou ficar por aqui para que eu possa guardar isso – apontei para o papel e Zoe assentiu.
– Tchau, querida.
***
Cheguei à casa de Matthew e nem o procurei, apenas subi a escada pra que eu pudesse arrumar as minhas coisas para que eu pudesse ir embora nesta mesma noite.
Adentrei o quarto de hospedes – onde eu estava ficando – e então coloquei a bolsa que eu havia trago em cima da cama. Entrei no banheiro e retirei todos os meus pertences dali de dentro e os coloquei dentro da bolsa. Peguei as coisas que estavam na cômoda – tais quais eram meus perfumes, minhas maquiagens mais simples que eu usava diariamente, o despertador, que não fora utilizado nenhum dos dias que fiquei aqui, graças a Matt, e meu relógio – e também as joguei dentro da bolsa.
Assim que terminei de tirar todas as minhas coisas e arrumar completamente o quarto todo, coloquei a bolsa sobre o meu ombro – com certa dificuldade – e sai cambaleando do quarto. Desci a escada e quando cheguei ao último degrau, tirei a bolsa do meu ombro, fazendo uma careta por conta do esforço e da força usada durante o processo, e a joguei no chão.
Andei pela casa inteira atrás de algum vestígio de Matthew ou do tio Marcos e da tia Marta – procurei até mesmo pela Francesca – mas a minha conclusão foi a seguinte: Os pais de Matthew estavam no trabalho, Fran estava no mercado e o vagabundo do Matthew estava, provavelmente, no quarto.
Se ele estiver com alguma garota, aqui dentro desta casa, comigo aqui dentro, ele vai levar uns socos.
Subi correndo a escada e andei calmamente pelo corredor do quarto de Matt. Eu sei que eu só estou criando história na minha cabeça e que ele não estaria com ninguém aqui dentro de sua casa, sabendo que eu poderia chegar aqui e invadir o seu quarto a qualquer momento – o que estou fazendo agora, no caso – e então eu sei que não devo me preocupar. Porém, é justo que eu desconfie.
Abri a porta do mesmo e não havia ninguém no quarto. Revirei os olhos enquanto bufava e quando entrei no quarto para procurar uma caneta e um papel e escrever que eu estava indo embora, a porta do banheiro foi aberta e revelou um Matthew só de toalha. Por causa do barulho, fechei rapidamente a gaveta e o olhei instantaneamente com os olhos arregalados por causa do susto.
Ele franziu o cenho, olhou para mim com os olhos semicerrados e logo olhou para a gaveta atrás de mim. Matt arqueou uma sobrancelha e andou até a minha frente. Ele cruzou os braços – e já que ele estava sem camisa, seus músculos ficaram maiores que o normal – e meu olhar foi diretamente para o seu peitoral. Fiquei olhando aquela paisagem por um momento – olhar não arranca pedaço – quando fui interrompida pelo som dele limpando a sua garganta.
– O que você faz aqui no meu quarto mexendo nas gavetas, Katherine?
– Eu estava atrás de você, mas já que eu não estava te achando em lugar nenhum e não sabia que estava no banho, decidi fazer um bilhete e então eu estava procurando um papel e uma caneta – dei de ombros e ele estreitou ainda mais os olhos.
– Verdade?
– Tá me achando com cara de mentirosa? – perguntei revirando os meus olhos e ele não respondeu. – Ok, estou indo embora – comecei a andar em direção a porta, mas ele segurou o meu braço e me puxou para si e me abraçou.
– Eu vou com você – falou enquanto acariciava meus cabelos e eu circulei a sua cintura enquanto metia a minha cara entre o seu pescoço inspirando o seu cheiro natural. Matthew é uma das pessoas mais cheirosas que eu já conheci.
– Por quê? – murmurei.
– Porque você iria dormir sozinha naquela casa, já que os seus pais só chegam amanhã – falou e eu ri enquanto o desabraçava.
– Vai trocar que eu vou te esperar lá embaixo – falei e ele assentiu e eu sai do seu quarto.
***
Remexi-me na cama sentindo um peso em cima da minha barriga e da minha perna. Abri os olhos lentamente para não sofrer tanto com a claridade, e me espreguicei. Olhei para o meu lado e Matthew dormia tranquilamente enquanto seu braço estava em cima da minha barriga e uma de suas pernas em cima da minha.
Levantei-me calmamente e foi só então que eu percebi que eu estava somente com a blusa de Matthew no corpo. Logo me lembrei de que eu o fiz dormir sem camisa porque eu queria dormir com a mesma pelo simples motivo de que eu adoraria dormir sentindo o seu cheiro em mim. Doentio, eu sei.
Desci as escadas calmamente e cocei os meus olhos assim que a claridade – tanto do sol, quanto das paredes brancas no andar debaixo – me cegou. Fui até a cozinha e coloquei pães em cima da mesa, maionese, manteiga, algumas torradas, leite, preparei um café e um suco e me sentei para comer, pois meu estomago roncava.
Assim que eu estava quase terminando meu café da manhã, ouvi passos indicando que alguém estava descendo a escada e logo em seguida um ser adentrou a cozinha. Matthew sorriu sonolento para mim e eu retribui de forma normal, já que havia ingerido cafeína e acordei primeiro que ele.
– Acordando primeiro do que eu, Kathe? – riu e eu fiz uma careta para o mesmo que se sentou a minha frente.
– Eu posso fazer isso sempre que eu quiser, ok? – falei indiferente e ele riu pelo nariz. Comi a minha última torrada e bati as minhas mãos uma na outra me livrando dos vestígios de farelos. – Vou me trocar, porque talvez eu ainda estou com a sua blusa.
– Aproveita, tira ela e já me entrega – falou enquanto se servia com o suco.
– Vou ficar com ela, você sabe que você tem roupas suas no quarto de hospedes, eu só vou colocar um short – falei e ele revirou os olhos.
– Vai roubar mais uma blusa minha, Katherine? – perguntou e eu cruzei os braços o encarando.
– Eu nunca roubei uma blusa sua.
– E o que explica ter várias camisetas minhas no quarto de hospedes? – perguntou e eu dei de ombros.
– Porque talvez você sempre esquece as suas blusas no meu corpo e consequentemente esquece de buscar – falei e sai da cozinha sem esperar que ele me respondesse, porém eu consegui ouvir uma risada de sua parte.
– Belas pernas – o ouvi gritar.
– Pena que nunca irá tocá-las – gritei de volta e não sei se ele respondeu ou se eu não consegui mesmo ouvir a sua resposta.
Cheguei ao meu quarto e vesti um short jeans desfiado e simples. Dirigi-me até o banheiro e escovei os meus dentes, penteei o meu cabelo logo em seguida e os prendi em um rabo de cavalo. Depois de arrumada, abandonei o meu quarto.
Enquanto eu estava descendo as escadas, vi a porta ser aberta e revelar dona Helena e o senhor Christian. Soltei um grito e os dois se assustaram e então eu comecei a rir e desci correndo as escadas logo os abraçando.
– Eu senti tanto a falta de vocês – falei com o rosto no meio do ombro dos dois, já que um braço meu circulava o pescoço da minha mãe e o outro o de meu pai. Logo ouvi passos apressados até a sala e eu desabracei meus pais para ver um Matthew com uma aparência aliviada.
– Que susto que você me deu, garota! – resmungou e eu ri.
– Finalmente está namorando o Matthew! – meu pai comemorou e eu fiz uma careta.
– Vai com calma aí, ele está seminu porque ele é um lobo e sente muito calor e não porque ficou comigo – falei e minha mãe me olhou estranhamente.
– Minha filha acredita em lobos, que futuro brilhante você terá querida – revirei os olhos pelo sarcasmo explícito em sua frase e ela riu enquanto beijava a minha testa. – Christian e eu vamos colocar as coisas lá em cima, já voltamos – falou nos olhando com um sorriso e sumiu escada acima.
***
Eu e Matt estávamos jogados no sofá da sala de TV, enrolados em um cobertor assistindo um filme qualquer e que eu não estava prestando atenção porque o Matt estava fazendo carinho no meu cabelo e eu estava quase dormindo.
– Vamos jantar fora crianças? – minha mãe perguntou da porta.
– Não, mãe – disse manhosa, me enrolando até a cabeça com o cobertor. – Katherine, deixa a preguiça de lado! A gente vai ao Galvin.
– Tá, me convenceu! – me desenrolei do edredom. – Mas só porque esse é meu restaurante favorito! – levantei-me do sofá. – Vai se vestir, James – disse pra Matt, que revirou os olhos.
– Já estou indo, Anne – ele respondeu e se levantou.
– Shiu, vai se vestir, vai... – dei um peteleco na cabeça dele e sai andando até a escada. – AAAH! – gritei de susto quando senti os meus pés saírem do chão, logo entrelacei meus braços no pescoço de Matt com medo de cair, enquanto ele corria escada acima. – Matthew James Reedus, me coloca no chão agora! Eu vou cair, caralho! – gritei, mas ele continuou correndo. – Matt, me solta! – de repente ele parou de correr.
– Você que pediu. – deu de ombros e me soltou e eu senti uma superfície macia embaixo do meu corpo, presumindo ser minha cama, em seguida.
– Quer me matar do coração?! Eu pensei que eu ia cair no chão! – resmunguei o estapeando enquanto o mesmo ria.
– Já estão prontos? – ouvi minha mãe gritar do pé da escada e revirei os olhos. Helena sabe que nós estamos brincando um com o outro e que se continuarmos, iremos enrolar e com certeza iremos acabar por comer pizza enquanto assistimos TV.
– Já, espera aí que eu só vou por os brincos – gritei em resposta e empurrei Matt para fora do quarto. – Vai se trocar antes que eles nos deixam aqui com fome.
– Tia Helena não faria isso – falou rindo e eu o encarei séria. – Ela faria né? – fez uma careta e eu assenti rindo e ele deu as costas para mim, indo rapidamente em direção ao “seu quarto” para se trocar.
Leiam as notas finais.
Leiam as notas finais.
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