História House Of Cards - Versões e visões

Lyn POV

Jung Hoseok estava no mais profundo sono quando me sentei ao seu lado na mesa da praça de alimentação da faculdade. A boca entreaberta e o semblante sereno, indicava que ele deveria estar muito cansado. Embaixo de seus braços, um livro de diâmetros de materiais de construção, pelas anotações, ele estava estudando pequenos prédios. Todas aquelas contas espalhadas estavam me deixando zonza só de olhar. 

- Tadinho do meu bicho. Tá destruído. - Namjoon chegou se sentando na minha frente. 

- O que aconteceu? 

- Trabalho do Sr. Chuyong. É terrível! - Ele se balançou com se estivesse tremendo. Eu ri com a sua reação. 

Hoseok se mexeu um pouco mais e apoiou sua cabeça em meu ombro, ainda de boca entreaberta. 

- Será que entra uma mosca aí? - Sora riu, sentando do lado dele e o cutucando. 

- Deixa o garoto dormir. - Protestei. 

- Eu deixo. Mas não aqui, né?

- Hum... Sorinha quer levar o Hope para um lugar mais reservado. - Brincou Namjoon. 

- Aish! Deixa de ser idiota. - Tentou estapeá-lo sem sucesso, já que havia uma mesa separando os dois. 

- Você gosta dele, Sora. Não negue. - A encarei. 

- Eu gosto do Park Jimin. O Hoseok é meu amigo. 

- Um amigo que você quer beijar. - Provoquei. 

- E transar. - Namjoon acrescentou recebendo olhares repreensivos de nós. - O que foi? Vai dizer que eu to mentindo?

Sora iria respondê-lo, mas Hoseok abriu os olhos lentamente, tentando compreender onde estava.

- Nossa! - Se espreguiçou. - O que aconteceu? 

- Você aconteceu, Jung Hoseok. - Sora o encarou mexendo nos livros dele e guardando seu material de forma que tudo ficasse organizado. 

- Pois é, eu sou uma maravilha, não acha? - Riu, daquele seu jeito único, deixando Sora sem ação. Logo, engatou um papo animado com todos da mesa. Era fácil conviver com o Hoseok. 

- Quais são os planos de vocês para hoje? - Hope colocava as coisas em sua mochila enquanto prestava total atenção no que cada um falava. 

- Eu tenho treino de vôlei, mas depois, vou no cabeleireiro, quero mudar o visual. - Falou Sora. 

- Então, na próxima vez que eu te ver estará diferente? Mal posso esperar. - Disse animada, já imaginando uma cor diferente que ela poderia usar. 

- Sim. Ainda não sei a cor, nem o corte, decidirei tudo lá. 

- Eu vou me encontrar com o pessoal do clube de moda e depois vou ir ao cinema com a Moonbyul. - O cabelo de algodão doce comentou sorrindo.

- Então, as coisas estão dando certo entre vocês dois? - O olhei animada, Namjoon estava radiante. 

- Melhor impossível. - Deixou suas covinhas a mostra e eu tive que dar a volta na mesa só para abraçá-lo. 

- Eu estou tão feliz por você. 

- Tão bonitinho ver você aconselhando meu primo. - A loira sorria com a cena enquanto mexia no zíper do casaco de Hoseok. 

- Pelo menos ele me ouve, só falta você deixar de ser teimosa e me ouvir também. - Disparei. 

- HAHA! Nunca! - Sora forçou a risada e deixou aquele seu ar falho de indiferença tomar conta. Ela sabia que ninguém além de mim entenderia essa atitude. 

- Ai como você é complicada, garota! - Ri. 

- E o que você vai fazer hoje, Lyn? 

- Vou sair com o Taehyung para resolver umas coisas e depois clube de teatro. 

- Taehyung e você...

- NÃO! - Falei rápido. - Não tem nada entre o Taehyung e eu, Hope. 

- Aish como é burro! Você não vê? A conexão real aí é Jin e Lyn. Mas será que eu tenho que ficar explicando tudo? - Sora apertou as bochechas, agora rosadas, de Hoseok.

- Vocês não comecem! 

- Relaxa, Lyn. Aprovamos essa ideia de você e o Jin juntinhos, embora, vocês não tenham dito nada ainda. - Namjoon comentou abrindo um pirulito. 

- Ainda, né? Porque é óbvio que esses dois vão se comer. - A loira falou com a maior naturalidade do mundo. 

- Sora!

- Admite que você quer o corpo de Kim Seokjin nu.

- SORA! - Puxei um dos livros de Hoseok que estava em sua mão e bati em sua cabeça. 

- Estou mentindo? O mundo sabe que você quer o corpo nu do Jin. 

- Quem quer meu corpo nu? - Seokjin surgiu das cinzas como uma fênix, me deixando surpresa e fazendo com que eu me assustasse ao ouvir sua voz. 

- NINGUÉM! NINGUÉM QUER SEU CORPO NU! - Falei puxando Jin dali antes que a situação ficasse mais desconfortável. 

- Quer sim! - Fui capaz de ouvir Hoseok falando antes de rumar para o jardim que ficava entre os prédios dos dormitórios. 

- O que tem meu corpo? - Jin me encarou confuso. 

- Nada. Estavam apenas me zoando. 

- Então, por que você está vermelha? - Riu. 

- Não... - lhe dei um tapa. - dê risada... - outro tapa. - de mim!

- Olha que pessoa violenta que eu fui arranjar. - Seokjin gargalhava enquanto se defendia das minhas investidas. 

- Pois é, querido. Agora aguenta!

Provoquei e como estávamos em uma parte mais escondida, Seokjin me jogou contra a parede sussurando em meu ouvido algo como "você é maravilhosamente linda" e mordeu meu pescoço em seguida. Senti um formigamento nas pernas e a área da minha genitalha pulsar. Jin começou a me beijar com vontade, senti a temperatura ambiente se elevar e meu coração acelerar. Afundei meus dedos em seus cabelos e passei minhas unhas em sua costas, sob sua camisa branca de botão. Gemi baixinho contra seus lábios, o que fez ele ficar mais maluco ainda e colocar uma de suas mãos na minha coxa. 

- Jin... alguém pode nos ver. - Me afastei devagar. 

Seokjin suspirou profundamente e fechou os olhos tentando se recompor. Eu fiz o mesmo. 

- Tem razão. Podemos prosseguir com isso em outro momento. 

Jin falou e eu ruborizei no mesmo instante, encarando meus pés. 

- Não fica com vergonha. - Jin passou um dos braços pelo meu pescoço e me deu um beijo na bochecha. - Onde vamos? - Mudou de assunto para que os ânimos se acalmassem. 

- Que tal para o refúgio? - Sugeri - Precisamos ensaiar a música que vamos apresentar hoje a noite no clube de teatro e eu tenho que olhar os últimos detalhes do plano de hoje a tarde com o Tae. 

- Certo. Vamos! 

------

 

Jin POV

A Factory Company estava cheia de engravatados, eu era um deles. Enquanto Lyn e Taehyung iriam vasculhar uma das fábricas, eu tinha que estar presente em uma reunião da empresa com o meu pai, mas minha missão não era apenas cumprir meu papel como sucessor daquele império, eu iria tentar achar documentos que falassem das negociações que estavam sendo feitas entre a Factory e empresas de outros países. Eu havia descoberto que muitas dessas empresas eram apenas de fachada, só um nome fictício onde o dinheiro para o comércio e produção ilegal poderia ser depositado sem despertar atenção externa. 

- Fique do meu lado, Seokjin. Não esqueça de anotar as coisas importantes. - Meu pai repassava comigo o mesmo texto de sempre.

- Sim, senhor. - Respondi. 

Caminhamos em direção a grande sala de reuniões no último andar e minha mente estava concentrada no plano, dali a exatas 1 hora e 45 minutos, eu sairia da sala dando a desculpa, para o meu pai, de querer ir no banheiro. Então, rumaria para sua sala e teria 10 minutos para vasculhar o que eu quisesse. Esse plano tinha que funcionar. 

Após a 1 hora e 45 minutos mais torturantes da minha vida, eu comecei a colocar o plano em ação. Saí da sala observando os corredores tranquilamente, virei a esquerda no final do corredor e fui até a sala de meu pai que ficava no fundo. Entrei e tranquei a sala por dentro, começando uma busca rápida e silenciosa pelos arquivos. 

Segundo o levantamento que Taehyung tinha feito, eu consegui alguns nomes das possíveis empresas fictícias, então, estava procurando por qualquer coisa que batesse com o que meu melhor amigo tinha encontrado. 

- Vamos, Jin! Vamos! Você consegue! - Sussurrava para mim enquanto sentia o suor rolar pela minha testa. 

Depois de algumas gavetas vasculhadas e 2 armários observados, me aproximei de algumas caixas que ali haviam um pouco escondidas debaixo de uma estante. Abrindo uma das caixas consegui um envelope grande que possuía um dos nomes que Taehyung havia encontrado. Peguei o envelope cuidadosamente, o colocando preso na parte da frente da minha calça, onde sentia o papel na minha barriga e coloquei minha camisa e o terno por cima. Saí da sala com o semblante tranquilo e cacei algum lugar onde poderia guardar o envelope. Achei um vaso de plantas meio abandonado em um canto e guardei o envelope ali, onde quase ninguém circulava. 

Quando rumava de volta para sala, vi a porta do elevador se abrir e de lá de dentro sair um dos funcionários de meu pai e ao seu lado, Jeon Jungkook. 

- O que faz aqui? - O fitei surpreso. 

- Vim fazer um teste para a vaga de estágio. - Sorriu. - Me deseje sorte. 

Sorri de volta, mas por dentro estava torcendo para que ele não conseguisse, embora, soubesse que era quase impossível que não o pegassem, ele entendia tudo sobre sistemas de computadores. 

Jeon Jungkook estava começando a me incomodar. E muito. 

------

 

Lyn POV

- Taehyung, como a gente entrou tão fácil? - O encarei perplexa enquanto caminhávamos pela fábrica tranquilamente. 

- Eu dei meu jeito. - Riu. - Meus pais sempre vem aqui negociar algo com os chefes das fábricas da Factory, então, eu to sempre aqui. 

- Compromissos de família. - Falei. 

- Sim. - Suspirou. - Para aonde vamos primeiro? 

- Ala leste. - Olhei na foto que continha os locais da fábrica que estava em meu celular. 

- Certo. É por aqui. 

Taehyung começou a caminhar comigo enquanto ficávamos atentos a qualquer conversa ou atitude suspeita. Quando estávamos quase em nosso destino, senti as mãos de Taehyung envolverem a minha cintura e me puxarem para o canto da parede. Alguém se aproximava. 

- São 400 quilos e temos que juntar tudo rápido. - Falou um homem de voz grossa e que aparentava ser o mais velho dali. 

- Para onde isso será levado? - Outro homem perguntou. 

- Para o México e a Colombia. 

- Estarão esperando por nós no porto? - O mais velho perguntou. 

- Sim. Já está tudo certo. - Respondeu um rapaz franzino que levantava as sacas com dificuldade. 

O homem se aproximou do rapaz franzino, o puxando pela gola da camisa, o encarando firme. 

- Sr. Min. Se o seu irmão vier aqui dar show novamente por conta de seus vícios, eu serei obrigado a apagá-lo, assim como fiz com seus pais. É isso que quer? - O homem disse firme para o rapaz que tremia. 

- Não. Não, senhor. 

- Bom menino. Agora, termine de carregar essas sacas e depois... - Tirou uma seringa do bolso. - Se divirta injetando isso. 

O rapaz sorriu e aceitou a seringa, quando ele se virou na direção em que eu estava, eu consegui ver um pouco de seu rosto e fiquei chocada ao perceber, que aquele moço me lembrava muito...

- Yoongi! - Falei subitamente, fazendo Taehyung me encarar. 

- O que houve? 

- Eu me lembrei de uma conversa que tive com o Yoongi. Só isso. - Eu fui sucinta, não podia tocar nesse assunto com ninguém sem conversar com Suga antes. 

- Vamos. O caminho está livre pra gente chegar no nosso alvo. - Taehyung falou e nós prosseguimos. 

Após subir alguns lances de escada, chegamos na parte química da fábrica, onde alguns componentes para a produção de materiais promordiais para as máquinas e veículos da Factory Company eram feitos. Senti meu coração acelerar e um cheiro forte invadir todo lugar. Minhas pernas fraquejaram e senti minha visão ficar turva.

- Tae... esse cheiro... 

Taehyung fez com que eu me abaixasse e ficase mais perto da porta. 

- Fica aqui. Eu vou tentar coletar alguma coisa e já volto. Não sai de perto da porta. - Ordenou e logo sumiu do meu campo de visão. 

De fato, o cheiro era forte e parecia que eu ia vomitar toda minha parte interna para fora. Comecei a implorar mentalmente para que Taehyung conseguisse algo rápido. Fiz muita força para manter meus olhos abertos e quando eles estavam pesando, pude ouvir a voz de Tae distante, dizendo que tinha obtido uma amostra do líquido de um dos componentes. Eu não conseguia reagir. Ficamos de pé e eu apoei meu braço na nuca dele que saiu comigo da sala lentamente.

Voltamos para as áreas com bastante circulação de pessoas, nos sentando em algumas poltronas. Quando consegui recuperar o fôlego e a consciencia perguntei o que ele tinha obtido. 

- Peguei uma amostra do líquido fabricado, preciso levar para que seja analisado, e se bater com o que encontramos na pesquisa, o narcotráfico é o maior da história e o mais duradouro também. 

------

 

Jin POV

Estávamos no teatro, todos os olhos em nós dois. Mesmo com as loucuras dos últimos dias, eu e Lyn tínhamos nos dedicado a nossa canção para o clube de teatro. Agora, era o momento de fazer isso. Quando eu a fitei olhando para mim, me senti completo. A música começou indicando que aquele era o momento de se deixar levar por cada palavra que compusemos juntos.

(N/A: O link para a música que eles cantam está nas notas finais. Finjam que é em coreano)

 

Jin

Can you imagine

(Você pode imaginar)

What would happen

(O que aconteceria)

If we could have any dream?

(Se nós pudéssemos ter qualquer sonho?)

I'd wish this moment

(Eu desejaria que esse momento)

Was ours to own it

(Pertencesse a nós)

And that it would never leave

(E que nunca acabasse)

Lyn

Then I would thank that star

(Então eu agradeceria àquela estrela)

That made our wish come true

(Que fez nosso desejo virar realidade)

Jin

Oh, Yeah.

'Cause it knows that where you are

(Porque ela sabe que onde você está)

Jin e Lyn

Is where I should be, too

(É onde eu devo estar também)

Right here, right now

(Bem aqui, bem agora)

Lyn

I'm looking at you

(Eu estou olhando para você)

And my heart loves the view

(E meu coração adora o que vê)

'Cause you mean everything

(Porque você significa tudo)

Jin e Lyn

Right here

(Bem aqui) 

Lyn

I promise you somehow

(Eu prometo de algum modo)

Jin

Somehow 

(de algum modo)

Lyn

That tomorrow can wait

(O amanhã pode esperar)

For some other day to be

(Para que algum outro dia nasça)

Jin

To be, but right now there's you and me

(nasça, mas agora é só você e eu)

Lyn

Oh, we know it's coming 

(Oh nós sabemos que está vindo)

And it's coming fast 

(Oh está vindo rápido)

Jin e Lyn

but right now, there's you and me

(Mas agora é só você e eu)

Jin

So let's make every second last

(Então vamos fazer esse segundo durar)

Jin e Lyn

Make it last

(Faça durar)

Jin

Right here

(Bem aqui)

Lyn 

Oh right now

(Oh, bem agora)

Jin

Yeah, I'm looking at you

(é, eu estou olhando para você)

Lyn

And my heart loves the view

(E meu coração adora o que vê)

Jin

'Cause you mean 

(Porque você significa)

Jin e Lyn

everything

(tudo)

Right here, I promise you somehow

(Bem aqui, eu prometo de algum modo)

Jin

That tomorrow can wait

(O amanhã pode esperar)

Lyn

For some other day to be 

(Para que algum outro dia nasça)

Jin

To be

(nasça)

But right now there's you and me

(Mas agora é só você e eu)

Lyn

You and me

(Você e eu)

Jin

You and me

(Você e eu)

Lyn

Oh you and me

(Oh, você e eu) 

Jin

but right now there's 

(Mas agora é só)

Jin e Lyn

you and me

(você e eu)

 

Eu ouvi os aplausos empolgados, enquanto eu apenas tinha olhos para Kang Jaemin Lyn. Eu amava aquela garota. 

Porém, a magia do momento foi quebrado, quando nos bastidores, uma face conhecida se aproximou de nós empolgado. 

- Vocês foram ótimos. Ficou inrível. - Jungkook comentava empolgado e abraçava Lyn que ria com o gesto. 

- Calma! Foi só uma música. - Falou. - Obrigada pelo apoio, Kook. 

- O papel de casal principal já é de vocês. Eu tenho certeza disso. 

Jungkook pegou Lyn pelas mãos e eu fiquei irritado, não só com o gesto, mas de estar de frente com ele. 

- Obrigado. Agora, se não se importa, eu e Lyn temos coisas a fazer. - Falei seco e saí arrastando Lyn comigo para fora do teatro. 

- O que foi isso, Seokjin? Não me diga que você está com ciúmes do Jungkook. 

- Não. Eu estou te protegendo, é diferente. - Expliquei. 

- Como assim me protegendo? Precisava ser grosso com o garoto? 

- Lyn, você não entende... - Comecei a pensar em como explicar as coisas para ela. 

- Eu entendo. Você tem problema com qualquer cara que se aproxima de mim. - Bufou. 

- Não! - Segurei seus braços. - Me escuta, me escuta com atenção. Jungkook não é aquilo que ele diz ser. Não é. Você precisa acreditar em mim quando digo isso. 

 - Jin.

- Lyn, se você realmente se importa comigo, ao menos reflita sobre o que eu estou te dizendo. Não precisa se afastar dele, apenas, toma cuidado. Não acredite em tudo que ele disser. - Eu a encarava de maneira firme, querendo passar segurança em cada palavra proferida. 

- Tudo bem, Jin. Eu prometo ficar atenta em relação a ele, mesmo que não veja motivos para tal. 

- Eu vejo. Por isso, estou te dizendo isso. - Ergui seu queixo, fazendo com que seus lábios se elevassem um pouco e eu lhe desse um selinho demorado. - Você é muito importante para mim, Lyn. 

- Você também é. - Ela sorriu, acariciando meu rosto. 

-----

 

Lyn POV

Eu seguia rumo ao meu dormitório com Sora ao meu lado contando piadas e falando sobre seu dia. Tudo estava ocorrendo de maneira perfeita, até que vi Yoongi aparecer na minha frente, apenas com alguns metros de distancia. 

- Eu preciso falar com você. - Falou com voz fraca. 

- Tudo bem. - O encarei. 

Sora saiu de lá nos dando espaço, comecei a encará-lo e senti seus olhos fixos em mim. 

- O que eu tenho para te falar, talvez, te choque, mas eu precisava dizer isso. Eu tenho observado você no seu engajamento de pesquisar sobre as empresas. 

Arregalei os olhos surpresa por Yoongi saber, ao menos em partes, sobre o que estava acontecendo.

- Não se surpreenda. - Continuou. - Eu vivo em meio a esse inferno. Meu pai começou a trabalhar em um das fábricas, mas ele descobriu todas as podridões que existiam na Factory Company, que era a única que ele tinha provas contra. Ele denunciou a empresa, mas dois dias depois, quando ele e minha mãe voltavam do supermercado foram assassinados, mas não foram só eles, havia um terceiro elemento. O seu pai, que você diz ter morrido quando você ainda era uma criancinha, era amigo do meu pai, o melhor amigo. Os dois trabalharam firme para revelar tudo, seu pai estava nesse carro. Foi uma morte encomendada pelo Sr. Kim, o pai do Jin. E ele sabe, Lyn. O Seokjin sabe que seu pai for morto indiretamente pelas mãos do pai dele. 

Meu coração parecia ter saído do peito, as lágrimas se acumularam em meus olhos. 

- Como assim? Não pode ser verdade, se fosse, o Seokjin me contaria. 

- Você acha que pode acreditar em alguém assim? Eu me aproximei, porque eu quero vingança, tiraram tudo de mim, meus pais e meu irmão, que trabalha na fábrica de drogas do pai do Jin e para manterem os funcionários ali, os chefes injetam drogas misturadas neles, os fazendo se tornarem dependentes daquilo. Eu fui lá esses dias e quebrei um monte de coisa, mas agora estou ameaçado de morte. Ali, eles fabricam drogas para vender para empresas fictícias, é um tráfico internacional. E o Taehyung e o Jin sabem sobre meus pais, seu pai, eles sabem. Os dois não são tão inocentes assim.

Eu senti minhas pernas fraquejarem e só não caí no chão, porque Yoongi me amparou. Senti o choro vir com tudo e não consegui evitar. Chorei em seus braços. 

- Eu não sei mais o que pensar. - Falei soluçando. 

- Nem eu, Lyn. Nem eu. - Suspirou.