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História How to be a Heartbreaker - Luz - História escrita por sankdeepinside - Spirit Fanfics e Histórias
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História How to be a Heartbreaker - Luz


Escrita por: sankdeepinside

Notas do Autor


Olááaá! Como vão?
Minhas aulas finalmente vão voltar depois de 4 meses de férias, então provavelmente minhas atualizações vão demorar um pouco mais, já que estou no penúltimo período e a coisa vai ser mutcho loka de um jeito nem um pouco legal.
Vcs viram aquele momento SuLay mais do que digno no EXO Love Concert? Eu gritei com a saliência x puritanismo daqueles dois viu ahjfdhkasdhkfa
Mas ainda não superei o solo do Myeon, estou aqui juntando os caquinhos do meu coração T^T
Enfim, espero que gostem do capítulo, tem uma surpresinha no final.
Beijões <3

Capítulo 6 - Luz


Fanfic / Fanfiction How to be a Heartbreaker - Luz

- Vire-se. – Falei com a boca colada em seu ouvido e sorri ao notar que sua pele se arrepiara.

Ele me obedeceu prontamente e passei meus braços ao redor de seu corpo magro e nu, sentindo a maciez de sua pele e o aroma suave de sua colônia. Beijei seu pescoço e lentamente o curvei, até ele se apoiar com as mãos espalmadas na parede, a bunda nua virada em minha direção.

O cabelo negro fazia um contraste lindo em sua pele pálida e aquilo me fez pulsar de tesão. Fiz questão de colocá-lo de costas, pois assim eu poderia fantasiar à vontade. Podia fingir que ele era a pessoa que estava em meu coração.

O penetrei com o dedo embebido em lubrificante e o ouvi gemer de prazer, empinando ainda mais o traseiro para mim. Aquele garoto era perfeito pelo único motivo de ter o porte físico quase idêntico ao do meu bartender favorito, levando todas as minhas fantasias ao limite. Apesar da diferença no rosto ser absurda, de costas, era exatamente igual, além disso, a facilidade com que ele se rendia em meus braços era semelhante ao modo que meu querido se entregara a mim naquele primeiro beijo, me proporcionando um deleite indescritível.  

Nas últimas noites, em todas as festas e bares que eu ia, era por figuras semelhantes a essa que eu procurava. No fundo eu sabia que o que estava fazendo era ridículo, afinal, era eu quem não queria me apegar a ninguém e agora estava obcecado daquela forma por uma única pessoa. Mas eu apenas não podia evitar. Não podia evitar caçar jovens morenos e magros para usar e descartar todas as noites, fingindo que todos eles se tratavam da única pessoa que eu não tinha a menor intenção de me desfazer.

Era difícil de admitir, mas eu estava lentamente e decididamente me apaixonando e a saída que eu encontrara para aliviar toda a minha frustração era procurar noite após noite por sósias.

Olhei para aquele rapaz completamente entregue e salivei ao imaginar a mesma situação com o meu amado real. Separei bem suas nádegas e me posicionei sobre ele, penetrando-o apenas com a glande e arquejando com o quão apertado ele era.

Ele tremeu levemente e notei que aplicava força contra a parede.

- Está doendo? – Perguntei me curvando um pouco sobre ele.

Ele negou com a cabeça e acariciei seus cabelos, notando com certo desagrado que a textura era diferente daquele cabelo em minha memória.

- Você nunca disse seu nome. – Disse em meio a um arquejo.

- E nem pretendo dizer. – Segurei em sua cintura e o penetrei mais fundo, gemendo baixo ao ter meu membro completamente envolvido por aquele calor apertado e delicioso. Eu ia foder aquele garoto, mas antes eu ia fechar meus olhos e usar toda a minha imaginação para transformá-lo em Kim Junmyeon.

- Por quê? – Questionou com a voz chorosa e logo comecei a me arrepender de ter entrado naquele diálogo. – Não gostou de mim?

Comecei a estocá-lo devagar, segurando-o pela cintura e o puxando-o para mim em meu ritmo.

- Ah querido, eu gostei demais de você. – Emaranhei meus dedos em seus cabelos mais uma vez. – Mas eu estou estragado demais para me entregar por mais de uma noite.

- Mas...

- Shhhh. Pare de falar. – Puxei seu quadril com força enquanto o penetrava ao máximo possível, forçando-o a substituir as palavras por um grito abafado. – Apenas aproveite.

 

--

 

- Onde está Junmyeon? – Perguntei a Kyungsoo enquanto ele enchia algumas canecas com Chopp.

- Ele e Chanyeol tiraram o dia de folga hoje. – Respondeu com certo mau humor, já que estava visivelmente sobrecarregado de trabalho.

- Por quê?

- Myeon se mudou para a casa do Channie hoje. – Ele depositou as canecas diante de um cliente e o cobrou.

- E onde fica a casa de Chanyeol? Talvez eu possa ajudar em alguma coisa.

- É no quarteirão logo aqui atrás. Espere alguns minutos e eu anoto o endereço para você.

Concordei silenciosamente enquanto o observava andar de um lado para o outro para atender os clientes. Levaram quase quinze minutos até ele enfim ter uma brecha para parar e escrever o endereço em um guardanapo. Notei que havia um vinco enorme em sua testa, ele estava muito irritado.

- Está tudo bem com você?

Kyungsoo ergueu os olhos negros para mim e quase recuei de medo. Havia um brilho ameaçador neles.

- Será que posso perguntar algo a você?

- C-claro. – Respondi enquanto pegava o guardanapo com o endereço e o guardava no bolso.

- Aquele cara ali é realmente seu amigo? – Kyungsoo apontou com a caneta para uma mesa específica do bar.

- Ah, eu não acredito. – Apoiei a testa nas mãos me sentindo muito envergonhado pelo comportamento psicopata de Kim Jongin. – Ele tem vindo aqui com frequência?

- Frequência?!? Está brincando? Ele está aqui todos os dias, esperando por mim, me perguntando coisas estranhas e tenho quase certeza de que ele tem me seguido até em casa.

- Oh, santo Deus! Kyungsoo, eu sinto muito pelo comportamento de Jongin, de verdade. Eu já briguei com ele várias vezes por causa desse problema de sua personalidade, ele tem uma leve tendência a se obcecar por quem o interessa. Mas tenho certeza de que ele não quer lhe fazer nenhum mal.

- Por favor, tire esse cara do meu caminho, senão eu não me responsabilizo pelo que vou fazer com ele.

Trinquei os dentes, ele parecia realmente ameaçador quando estava zangado.

- Tudo bem, vou conversar com ele.

Ele pareceu suspirar discretamente de alívio.

- Obrigado. – Kyungsoo fez uma pausa e lançou um olhar faiscante a Jongin, que sorria animadamente para ele de onde estava sentado. – Preciso voltar ao trabalho agora.

Assenti com a cabeça e me afastei do balcão, indo direto para a mesa de Kim Jongin.

- Que diabos pensa que está fazendo? Você está seguindo ele???

Jongin exibiu um sorriso culpado.

- Sim, isso é muito ruim?

- É sim! Ele pode chamar a polícia, Jongin! Será que não vê que o que faz é assustador?

Ele abaixou o olhar para a mesa, sorrindo languidamente.

- Acho que estou me apaixonando por ele.

Levantei as mãos para o alto completamente incrédulo. Esse cara tinha problemas. Puxei uma cadeira e me sentei diante dele, me controlando para não agir feito uma mãe louca e sair dali puxando ele pelas orelhas.

- Você tem certeza disso? Você não o conhece.

- Não consigo explicar, sinto uma necessidade tão absurda de vê-lo todos os dias. Quer dizer, olhe para ele. – Olhei discretamente por sobre o ombro, vendo Kyungsoo se encostar na parede atrás do balcão e fechar os olhos, estava completamente exausto, já que estava trabalhando por três naquele dia. – Ele é tão bonito e compenetrado. Desde que o ouvi cantar naquele dia, foi como se algo tivesse virado meu mundo de pernas para o ar. Não acho que já tenha visto um ser humano tão belo e poético quanto ele.

- Ele me disse que tem perguntado coisas estranhas a ele, o que andou falando?

Jongin riu e corou levemente.

- Eu perguntei se ele era gay e o que ele sentia quando cantava. – Ele escondeu o rosto entre as mãos. – Ah Yixing, eu quero tanto esse cara na minha vida, eu até sonho com ele. Mas, aparentemente, ele me detesta.

- Você marca em cima demais Jongin, ele não o conhece, é claro que não vai gostar de alguém observando seus passos.

- Eu não sei agir de forma diferente.

- Pelo que Junmyeon já me contou sobre ele, Kyungsoo tem muito apreço por sua individualidade, ele gosta de espaço. Você tem feito o exato oposto daquilo que ele gosta.

- Mas então o que eu devo fazer para que ele goste de mim? Ele não deixa que eu me aproxime, nem responde minhas perguntas.

Olhei para Kyungsoo novamente, ele agora corria de mesa em mesa para anotando pedidos e sendo chamado incessantemente por clientes estressados em todos os cantos do bar.

- Você tem que começar dando pequenos passos. – Levantei da mesa e o chamei. – Venha comigo.

Jongin pareceu confuso com minha atitude, mas me seguiu até o balcão do bar. Me estiquei e peguei um avental e um bloco de anotações que estavam pendurados na parte interna e os entreguei para Jongin.

- O que é isso?

- Ele está trabalhando sozinho hoje, ajude-o.

A princípio, Jongin olhou para mim com certa confusão, mas logo ele se deu conta do que eu o propunha e de repente vi seus olhos brilharem. Rapidamente ele dobrou as mangas da camisa até a altura dos cotovelos e colocou o avental ao redor da cintura.

- Me deseje sorte. – Ele se esticou e também pegou uma bandeja, se encaminhando em direção a extremidade do bar em que Kyungsoo ainda não chegara.

- Boa sorte. – Disse em voz baixa.

Não estava botando muita fé de que Kyungsoo se interessaria por Jongin, mas era meu papel de amigo ajudá-lo. Sorri ao ver a expressão de surpresa de Do Kyungsoo ao notar que Jongin o estava ajudando, e pior, estava esbanjando uma simpatia tão grande que a raiva dos clientes em espera havia se esvaído completamente.

O menor lançou um olhar fulminante para mim, mas apenas sorri para ele e dei de ombros. A partir dali eu não tinha mais nada a ver com aqueles dois. Logo em seguida saí do bar, precisava encontrar Junmyeon.

 

--

 

Fiquei animado ao constatar que a casa de Chanyeol não era muito longe da minha, isso significava que eu poderia visitar Junmyeon com mais frequência e só em pensar nessa possibilidade um sorriso crescia em meu rosto.

Bati na porta do apartamento e alguns segundos depois ela foi escancarada por um Chanyeol suando em bicas, a raiz escura já começava a dar sinais no cabelo platinado, que grudava em sua testa.

- Yixing?

- Oi! Kyungsoo disse que Junmyeon estava se mudando hoje, achei que talvez precisassem de ajuda.

- Bem, acho que você chegou um pouco tarde. Já desempacotamos e arrumamos tudo, mas entre. – Ele abriu espaço para que eu entrasse e assim que eu avistei Junmyeon, meu sorriso se esvaiu completamente.

Ele estava sentado no chão da sala, dividindo uma garrafa de soju com Wu Yifan. Os dois sorriam animados, quase como se fossem um casal novamente.

Oh, Deus, por favor não deixe isso ser verdade.

- Yixing! O que faz aqui? – Junmyeon perguntou sorrindo para mim, estava claramente alterado pelo álcool.

- Vim oferecer ajuda. O que esse cara faz aqui? – Apontei para Yifan, que me encarava seriamente.

- O apartamento que ele deixou é meu, precisei participar da mudança, já que metade das coisas ali dentro são minhas.

- Então vocês dois não...

- Não. – Yifan respondeu enquanto me encarava diretamente nos olhos.

Não consegui disfarçar o extremo incômodo que eu sentia ao ver Junmyeon e Yifan lado a lado, conversando e bebendo amigavelmente. Ele o traíra, o que ele estava pensando? Será que iria perdoá-lo novamente? Se sim... como eu ficaria?

- Myeon, acho melhor eu ir embora. Já ajudei no que podia e seu amigo não parece muito contente com minha presença. – Ele encarava Junmyeon com uma ternura tão dolorosa que chegava a me dar ânsias.

- Tudo bem Yifan, obrigado por tudo.

O maior se curvou e depositou um beijo carinhoso no topo da cabeça de Junmyeon.

- Cuide-se, está bem? Você não tem se alimentado direito ultimamente.

- Certo.

Ele se levantou e parou diante de mim por um pouco mais de um segundo, me encarando de forma quase feroz.

- Boa noite.

Yifan passou e esbarrou propositalmente em meu ombro, me deixando mais zangado do que eu já estava. Eu não era uma pessoa agressiva, nunca fui, mas ao vê-lo ali tão próximo de Junmyeon foi como se meu corpo entrasse em combustão. Apertei os punhos e pisquei várias vezes, tentando controlar aquele impulso terrível de bater em Yifan que brotara em mim.

Olhei para Junmyeon e fiquei ainda mais irritado ao constatar que ele não parecia nem um pouco incomodado com aquela situação toda.

- Você já perdoou ele? – Perguntei de forma mais incisiva do que gostaria de transparecer.

- Sim. – Kim Junmyeon se colocou de pé e me encarou com aqueles olhos negros que eram uma verdadeira perdição. – Eu não posso odiá-lo para sempre, não é mesmo?

Ah, você pode sim.

Antes que eu pudesse bombardeá-lo com perguntas, Chanyeol surgiu na sala.

- Myeon, vou tomar um banho. Estou suando feito um porco. Se vocês dois estiverem com fome, tem alguns congelados na geladeira, okay? Não tive tempo de fazer as compras do mês ainda.

- Okay, obrigado Channie. – Junmyeon respondeu.

O maior se afastou e entrou no banheiro.

Myeon pediu que eu o acompanhasse até a cozinha e o fiz mordendo minha língua, tentando me controlar para não falar uma infinidade de palavrões. Por que ver Yifan ali me deixara tão revoltado? Era porque eu sabia do quão mal ele havia sido para Junmyeon ou pelo medo terrível que me dominara diante da possibilidade de perdê-lo para seu ex?

Já na cozinha, ele logo foi em direção ao congelador e pegou algumas caixas.

- Será que posso perguntar uma coisa? – Junmyeon me encarou por sobre o ombro e depois de um segundo em silêncio, assentiu. – Existe alguma possibilidade de você voltar com Wu Yifan?

- Não. – Ele fez uma pausa e abriu um sorriso doce. – E acho que você já me fez essa pergunta.

Vamos lá Yixing, não aja como uma criança.

- Mas ainda assim ele estava aqui hoje, tocando e beijando você.

Junmyeon colocou a última caixa de congelado sobre a mesa e me encarou incrédulo.

- Você está com ciúme?

- Claro que não. – Desviei o olhar – Estou apenas preocupado que seja enganado de novo pelo cara que fodeu com sua vida.

- Você está com ciúme. – Ele abriu um sorriso triunfal e eu quase quis socar a cara dele, mas infelizmente ele era bonito demais para que eu ousasse ser violento.

- Eu não estou, por que eu sentiria ciúmes de você? Não é como se eu estivesse apaixonado por você ou nada assim. – Pronunciei aquelas palavras com o coração acelerado, eu estava mentindo de forma deslavada bem na cara dele, será que ele ao menos suspeitava?

- Tem razão. – Junmyeon disse calmamente e logo voltou sua atenção para os congelados novamente.

Foi quase impossível controlar a frustração de não notar sequer uma oscilação em sua expressão calma.

- Por que perdoou ele? Já esqueceu que ele traiu você com seu prédio inteiro.

Pela primeira vez em alguns meses de amizade, eu vi Kim Junmyeon perder a cabeça.

- Você acha que eu não sei?!? – Junmyeon se virou de uma única vez e socou a mesa de madeira com os dois punhos cerrados. – Será que não é visível o quão horrível eu me sinto por saber que fui trocado não por uma pessoa, como você, mas por várias? Eu estou mal Yixing, eu me olho no espelho e me sinto a criatura mais inútil do planeta. É claro que eu não esqueci o que ele fez, mas que droga! Eu perdi cinco quilos! – Mordi o lábio ao ser massacrado por aquela fúria inesperada.

- Me desculpe Junmyeon, e-eu...

- É claro que não é fácil receber ele em minha casa, não é fácil ser tocado por ele, nem mesmo olhar para ele é fácil. – Mordi o lábio e encarei minhas mãos sobre a mesa. – Mas ainda assim – Ele suspirou enquanto buscava meu olhar com o seu – Ainda assim eu estou tentando seguir em frente, tentando perdoar e superar não apenas pelo meu bem estar, mas porque você... você, Yixing, me deu esperança. Me deu pequena luz no meio da escuridão que se tornou minha vida.

Arregalei os olhos completamente surpreso.

- Eu? – Meu coração batia tão forte que achei que não fosse suportar mais um único segundo em pé. Seus olhos negros encaravam o fundo da minha alma, como se lessem meus pensamentos e então eu soube que estava perdido. Não havia mais escapatória para mim, eu estava apaixonado por Kim Junmyeon.

Assumir aquilo para mim mesmo me inundava com uma torrente de alívio, contudo, ao mesmo tempo, era como levar uma descarga elétrica, já que eu, mais do que qualquer pessoa, não poderia me apaixonar.

- Mas sinceramente Yixing, você não tem tornado as coisas muito fáceis.

Ele estava pensando em mim, ele cogitava ficar comigo, ele gostava de mim. O que eu devia dizer? Eu queria apenas tomá-lo em meus braços e não soltá-lo nunca mais.

Engoli seco.

- Me desculpe, eu não pensei no que estava fazendo. Quando eu vi Yifan, meu sangue começou a ferver.

Junmyeon se debruçou sobre a mesa, os dedos de sua mão roçaram levemente nos meus e me vi pego em seu feitiço mais uma vez.

- Eu não me refiro a isso, na verdade achei seu ciúme bem engraçado. – Corei envergonhado. – Estou falando da sua bagagem. Estou falando de Luhan. Você odiou ver Yifan aqui, não apenas por minha causa, mas especialmente porque eu o perdoei. Acho que você vê isso como inaceitável por causa do tamanho da ferida em seu peito, Yixing.

Tentei recuar mas ele agarrou minha mão imediatamente.

- Você quer ficar comigo, Yixing?

Abri a boca, ouvindo aquelas palavras ecoarem como se aquilo fosse um sonho. Se eu queria? Tudo o que eu queria era tomar seus lábios, beijá-los, sugá-los e ter aquele corpo moreno em meus braços mais uma vez.

- Quero. – Minha voz era um sussurro rouco e nervoso. Apertei sua mão com a minha e ele se inclinou mais um pouco, me deixando próximo o suficiente para experimentar do soju em seu hálito.

- Então deixe seu passado para trás – Junmyeon se inclinou mais um pouco e seus lábios roçaram na pele da minha orelha. – E pare de perseguir sósias e fique com o verdadeiro.

Ele estava próximo o suficiente para deixar todos os meus pensamentos enevoados. Toquei seu rosto e o vi fechar os olhos enquanto seus lábios vagarosamente se selaram nos meus.

Ah, Kim Junmyeon, qual é o seu feitiço?

O som da porta do banheiro sendo aberta por Chanyeol fez Junmyeon recuar e soltei um gemido de tristeza. Mas ele agora sorria para mim com carinho.

- Estou fazendo minha parte, Zhang Yixing, resta saber se vai querer fazer a sua.

O micro-ondas apitou sinalizando que o jantar deles estava pronto, Junmyeon foi pegar os pratos e fiquei um instante paralisado. Será que eu era capaz de perdoar Luhan? Eu seria capaz de esquecer suas últimas palavras para mim? Eu seria capaz de esquecer aquelas risadas dolorosas no trem ou a forma como ele olhava para Oh Sehun, como se o mundo inteiro se resumisse a ele?

Será que eu seria capaz de esquecer as horas que passei chorando, gritando, pedindo, implorando ao universo que o trouxesse de volta para mim enquanto ele sorria e se divertia com seu novo amor?

Era muita coisa para esquecer.

Olhei para Junmyeon com o coração em desespero. Como ele conseguira? Como ele conseguiu receber Yifan em sua casa, ser tocado, beijado e compartilhar uma bebida como se nada tivesse acontecido? Existe alguma fórmula para esquecer?

 - Ahm. – Pigarreei levemente – Acho que ou deixar vocês jantarem em paz. Não pude ajudar em nada aqui hoje, mas se precisar de minha ajuda, me ligue.

- Claro, obrigado, Yixing.

- Vou pensar no que disse. – Ele abriu um sorriso doce enquanto servia uma porção de lasanha em um prato.

- Obrigado.

Me aproximei dele e depositei um beijo demorado em sua testa.

- Por favor, não coma tanta porcaria.

 

--

 

Já passava das dez da noite, como eu suspeitava, a casa de Chanyeol ficava bem perto da minha e a perspectiva de ter Kim Junmyeon tão próximo me alegrava profundamente. Porém, caminhando por aquelas ruas familiares, eu estava triste.

Apesar de estar contente por enfim ter alguma chance com Myeon, havia uma enorme ferida no meu peito que me impedia de seguir em frente. Por que era tão difícil para mim deixar Luhan para trás? Por que aquela mágoa ainda me afetava tanto?

Era confortável sair com estranhos e não perguntar seus nomes, era agradável parar, numa manhã após uma noite agitada, no bar que os meninos trabalhavam e comentar sobre todos os estranhos que haviam cruzado meu caminho. Não machucava, não me deixava com inseguranças e nem despertava lados obscuros da minha personalidade. Era simples: beijos, carícias, transas e nada de sentimento, nenhuma influência do verdadeiro Zhang Yixing. Nenhuma influência da minha alma defeituosa.

Nas noites eu era um demônio sem alma e sem coração, e eu estava bem sendo assim. Contudo, a ideia de ter Junmyeon para mim era tão tentadora, ele era tão belo, gentil e amável. A cada dia ficava mais difícil me manter firme à minha ideia de desapego, mas pensar em recuar e voltar a ser uma pessoa vulnerável me aterrorizava. Não suportaria outra decepção como a de Luhan.

Luhan.

Eu seria capaz de perdoá-lo? Apenas imaginá-lo com seu novo namorado já era o suficiente para causar dores terríveis no meu coração. Eu queria seguir em frente, mas naquele momento isso parecia impossível com todo o ressentimento e mágoa que eu sentia.

O que Junmyeon me propunha era grande demais. Porém, logo lembrei da fúria e da dor que ele transparecera ao falar do perdão de Yifan. Ele estava sofrendo, mas estava tentando. Tentando por mim. Eu não seria capaz de fazer o mesmo por ele?

Parei de caminhar assim que cheguei em uma esquina familiar, uma que eu não visitava há algum tempo. Uma lágrima tímida desceu solitária pelo meu rosto. Eu precisava fazer isso, precisava tentar.

Bati na porta da primeira casa da rua e rapidamente enxuguei os olhos na manga do casaco. Demorou algum tempo sem que eu obtivesse resposta e já estava virando de costas quando a porta se abriu de uma única vez.

- Yixing?

O som daquela voz tão perto quase me fez cair aos prantos, meu corpo tremia com uma força anormal. Reuni todas as minhas forças, me obriguei a engolir o choro e ergui o rosto para encará-lo. Olhar mais uma vez para aquele rosto em formato de coração, o nariz arrebitado que eu tanto amava, os olhos alegres, era como me apunhalar no peito.

- Boa noite, Lu-ge.

 

 

 

KIM JONGIN

 

- Essa foi a última. – Falei após terminar de limpar a última mesa e erguer as cadeiras.

Do Kyungsoo contava o dinheiro do caixa com o cenho franzido. Ele passara a noite resmungando com aquela expressão enfurecida, seu coração agora se dividia entre a repulsa que sentia por mim e a gratidão que era obrigado a ter, já que eu o ajudara a manter o bar longe do caos. A ideia de Yixing havia sido genial, especialmente porque em determinado momento da noite, Kyungsoo foi obrigado a falar comigo.

Kyungsoo apenas grunhiu e depositou um bolo de dinheiro sobre o balcão.

- O que é isso?

- Seu pagamento.

- Você não precisa me pagar.

- Acredito que existem leis que afirmam o contrário.

- Se você é obrigado a me pagar, então exijo que meu pagamento seja de outra forma.

- Você não exige nada aqui, pegue o dinheiro e vá para casa.

- Ah, Do Kyungsoo, você não dá o braço a torcer, não é mesmo?

Ele enfim desviou os olhos negros da calculadora para mim e o que eles transmitiam podia até ser assustador para algumas pessoas, mas eu era completamente imune.

- Obrigado por ajudar, mas apenas pegue seu pagamento e saia.

Me debrucei sobre o balcão e me inclinei em sua direção, ficando próximo o suficiente para apreciar os detalhes de seu rosto moreno encantador.

- Me pague com sua voz.

- Não.

- Me pague com beijos.

- Não.

- Por favor. – Fiz menção de tocar seu rosto mas ele estapeou minha mão.

- Pare com isso! Você me dá nos nervos! Pelo amor de deus, me deixe em paz!

Apoiei os cotovelos no balcão e segurei minha cabeça entre as mãos.

- Me desculpe, é só que e-eu... estou encantado por você, é como se fosse algo primitivo, não sei explicar. Nunca aconteceu antes dessa forma, é mais forte com você. Mais forte do que tudo o que já senti. Eu apenas gosto de você, não quis assustá-lo, não pretendo lhe fazer nenhum mal.

Meus olhos encontraram os dele e um arrepio intenso perpassou meu corpo, não porque ele não gostava de mim, mas porque de alguma forma, pela primeira vez, ele realmente estava me vendo.

- Saia e não pise nesse bar novamente ou eu chamarei a polícia. – Disse calmamente.

- Entendo. – Desatei o avental desanimado e o coloquei sobre o balcão. – Mas não vou desistir de você, você ainda vai cantar para mim.

Um pequeno lapso de sorriso brotou no rosto de Kyungsoo e aquilo me deu esperanças, mesmo que bem poucas. Me curvei em uma pequena reverência e me virei para ir embora.

- Ei. – Ele me chamou e eu parei, lançando a ele um olhar por sobre o ombro, sorrindo com muita sinceridade. – Pegue o dinheiro, você mereceu ele.

- Fique para você, eu já fui recompensado.

- Com o quê, exatamente?

- Sua atenção.


Notas Finais


Kaisoo de leve pra não dizerem que eu só coloco tristeza na fanfic. Em breve sai o spin off deles :9

Merchan Time: Eu publiquei recentemente uma one shot com outro ship que acaba com a minha vida completamente. Boatos de que é a primeira fanfic dedicada a esse ship do site (não basta a Lara ser shipper frustrada de SuLay, tem que ser shipper frustrada de tudo na vida). Se alguém quiser conhecer, é uma one 2Ho (Minho x Suho), aqui está o link: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-exo-mirotic-4626786
Obrigada todos que favoritaram e a todos que acompanham, vocês são lindos <3
Beijões.


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