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História I (Already) Love You - 26: Happy birthday, Hazel! - História escrita por writergirlz - Spirit Fanfics e Histórias
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História I (Already) Love You - 26: Happy birthday, Hazel!


Escrita por: writergirlz

Notas do Autor


Voltei povo depois de muito trabalho
N posso dizer "Vou atualizar hoje" ou "vou escrever hoje" que dá tudo errado impressionante
Mas temos uma vitória, A TRAMA DO CELULAR CHEGOU-SE AO FIM!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Enfim, o capítulo tá curto e meio parado, mas eu precisava fazer esse capítulo, acho q mostrei coisas importantes nele
Espero que gostem!

Capítulo 26 - 26: Happy birthday, Hazel!


Fanfic / Fanfiction I (Already) Love You - 26: Happy birthday, Hazel!

Posso expirar por um minuto?

Posso desabafar?

Posso me sentar por um segundo?

Posso respirar?

Posso expirar por um minuto?

Podemos conversar? Eu não entendo

Posso me acalmar por um momento?

Posso respirar por apenas um segundo?

Exhale - Sabrina Carpenter 

Hazel Rhode Baldwin

Meu dia mal havia começado e foi de zero a um milhão em uma velocidade absurda. De manhã, assim que acordei só conseguia pensar em comida, por isso nem me lembrei de esperar AJ ir para a sua faculdade para que eu pudesse sair do quarto, como costumo fazer normalmente, quando cheguei na cozinha, ele já preparava o café da manhã, eu quis voltar correndo para o quarto e me trancar lá, encará-lo ainda é difícil, mas consegui tolerar muito bem hoje. Ele perguntou se eu iria comer, e como eu já estava lá embaixo e faminta, decidi concordar, com a influência da voz de Justin no fundo da minha mente insistindo para que eu me alimentasse corretamente. O ápice da refeição foi quando AJ teve a infeliz ideia de mencionar que eu deveria começar a tomar anticoncepcionais, acho que eu morri ali mesmo, meu corpo ainda deve estar lá na cozinha enquanto meu espírito não percebeu e se aprontou para ir para a escola.

AJ conseguiu soar natural com suas palavras, mesmo assim, o meu constrangimento pairou no ar. Ele disse que não tinha problema algum para ele, se eu decidisse ter uma vida sexual ativa de agora em diante, ele disse; estou duvidando, mas enfim, apenas frisou que preferia que eu começasse a me prevenir desde agora, mesmo se fosse demorar para que eu fizesse essa escolha, além disso, sugeriu que eu fizesse uma visita ao ginecologista, apenas para ter certeza de qual seria o melhor método contraceptivo para mim, mas apenas se eu quisesse. Mesmo diante da situação em que AJ e eu estamos, e da conversa constrangedora sendo abordada, não poderia negar que ele estava certo em ter essa conversa comigo.

Os momentos entre mim e Justin têm ficado cada vez mais intensos, temos seguidos caminhos difíceis de desfazer, afundando em desejo e quase não conseguimos voltar a superfície, ele está convicto de que não irá tirar a minha virgindade, mesmo que eu peça a ele, mas todos sabemos que não é tão simples assim, podemos mudar de ideia de última hora e acontecer. Não só isso, eu infelizmente ainda sou solteira, Justin não é o único homem no mundo, não sei que caminho seguirei, posso perder com outra pessoa. De qualquer forma, começar a me prevenir agora seria uma boa ideia, por isso aceitei ir a visita. 

Ainda é estranho pensar em toda essa questão de iniciar a minha vida sexual e pensar em métodos contraceptivos, a minha vida mudou tanto nos  últimos meses, há um tempo eu sequer sabia como era ser beijada, agora conversei com um garoto sobre ele me comer na noite passada, sem falar naquele momento em que Justin parou o carro e atacou os meus lábios, genuinamente acreditei que iríamos até o fim, sua mão na minha coxa, as minhas passeando por seu abdômen definido, os gemidos que eu deixava escapar, a maneira que ele me beijava, foi um balde de água fria quando ele disse que deveríamos parar, foi frustrante, mas gosto de saber que o motivo de ele agir dessa forma é o seu respeito por mim.

Por falar em Justin, quando acordei ele já não estava ao meu lado na cama, me senti frustrada é claro, queria poder vê-lo ao me despertar, de qualquer forma, só notei o recado que ele deixou na cômoda ao seu lado da cama quando voltei para o quarto após o café da manhã, lá ele explicou o motivo pelo qual foi embora, AJ havia chegado e ele gostaria de evitar riscos. Também disse que gostava muito da noite anterior, avisou que talvez fosse me ver hoje na escola, compreendi essa parte apenas quando o sinal tocou e ele não havia chegado, concluí que ele faltaria hoje.

Antes de a aula começar, contei às meninas, Jaden e Devin como havia sido a noite anterior com Justin, eu evitei certos detalhes, e preferi contar as partes mais relevantes, o que eu assumo que foi difícil de fazer, cada momento daquela noite pareceu ser verdadeiramente importante. Até quando ele praticamente me chamou de burra, fiquei ofendida, é claro, mas Justin pareceu ter tanto medo de que eu não fosse perdoá-lo, para ser honesta eu realmente não queria naquele momento, mas a súplica em sua voz me amoleceu completamente, ele parecia estar verdadeiramente arrependido, então lhe dei mais uma chance.

Mas admito que elas estão acabando, ao mesmo tempo que penso que estou disposta a dar a ele todas as chances do mundo, sinto que não dá para insistir tanto assim, parece que era mais fácil quando não nos conhecíamos, ou talvez, dei chances demais durante esses três anos, agora que temos algum tipo de relacionamento, elas estão acabando. Estou impaciente e ansiosa, tão cansada, é tanta coisa e me deixa exausta, eu me esforço tanto para ter algum contato com ele, não deveria ser tão difícil.

Acho que todo mundo está percebendo isso, enquanto eu contava sobre tudo o que aconteceu ontem, meus amigos pareciam felizes, mas ao mesmo tempo, conseguia ver seus olhos me dizendo “Não crie expectativas, você vai se machucar” e isso vindo do Devin ou do Jaden significa muito, eles são amigos do Justin há anos, o conhecem bem. Jaden estava ainda mais sério, ele parecia feliz, mas não sorria e falava muito, o que me deixou paranóica de primeiro momento, pensei que eu pudesse estar fazendo ou dizendo algo de errado.

Mais cedo eu estava muito mais animada com todos os acontecimentos de ontem do que estou agora, foi uma noite maravilhosa e a maneira em que Justin me tratou e agiu comigo, seus toques carinhos, os beijos, abraços, elogios, ontem foi um sonho, eu pude fingir que éramos um casal de verdade, puramente apaixonados e assumidos, pensar nisso ainda aquece o meu coração e me proporciona uma alegria genuína, mas ainda me deixa triste, pensar que eu tenho que fingir isso para me sentir amada por ele mesmo não sendo, pode nunca se tornar real, ou pode não acontecer nada parecido de novo, isso me machuca mesmo, estraga o momento que deveria ser ótimo.

— Oi. — Jaden surgiu ao meu lado enquanto eu caminhava pelos corredores da escola em direção ao refeitório.

— Jaden, oi!

— Está tudo bem? — Eu cruzei os braços e assenti, com um sorrisinho contido.

— E você? 

— É, estou bem. — Respondeu um pouco vago.

— Mesmo? — Questionei notando que ele estava bem sério.

— Sim. Queria falar com você. — Encarei-o curiosa.

— Sobre o que? — Parei de andar para prestar melhor atenção nele.

— Sobre o Justin. — Respondeu seriamente, olhando em meus olhos.

— Está tudo bem? — Questionei sentindo uma aflição em meu peito.

— Sim, não é nada demais, quer dizer… Não precisa ficar preocupada. — Olhei para ele por alguns segundos e então assenti, um pouco aliviada, mas a aflição não havia desaparecido.

— Posso almoçar primeiro?

— Claro, também estou com fome. 

Após pegarmos nossos almoços fomos para a nossa mesa ao lado de fora, onde costumamos ficar quase sempre. Jaden e eu não tocamos mais no assunto, mas sua fala continuou martelando em minha mente enquanto eu me alimentava, queria saber o motivo de Jaden querer conversar comigo sobre Justin, torcia para que não fosse algo sério, mas pela sua expressão e tom de voz, foi difícil acreditar nisso, me perguntava se eu estava agindo errado com Justin e ele fosse me alertar sobre isso, ou se eu realmente estava sendo uma sonhadora iludida e ele me mandaria a real, de qualquer forma, minha mente não parou um só segundo enquanto eu comia, fiquei em silêncio grande parte do tempo durante o almoço.

— Aí, Rhode, fala “oi”. — Jaden declarou chamando a minha atenção, quando olhei para ele, a câmera de seu celular estava apontada em minha direção, terminei de mascar a comida em minha boca e engoli antes de falar.

— O que é isso? 

— Justin pediu provas de que você está comendo direito. — Eu sorri instantânea. — Fala um “oi” para ele. — Mandei um beijo no ar para a câmera, Jaden riu e parou de me gravar. — Justin respondeu: “Que linda ela parando de tentar se matar”. — Eu gargalhei enquanto Jaden respondia alguma coisa.

— Rhode queria um namorado e conseguiu um pai. — Devin brincou.

— Bom para ela, você não me trata assim. — Kendall disse.

— Porque… Porque nunca tive a oportunidade, ué! — Ele se defendeu imediatamente.

Eu já tinha terminado de almoçar, olhei para Jaden e ele também, por isso esperei até que ele olhasse para mim, para sinalizar com a cabeça para que fossemos ter a tal conversa sobre Justin, ele concordou e se levantou, eu acompanhei. Keila perguntou para onde iríamos, Jaden deu a desculpa de que eu o ajudaria a fazer uma revisão de geografia para uma avaliação que eles teriam hoje, eu nem sabia que haveria uma avaliação de geografia, Justin ter faltado me deixou preocupada. Mas minha mente não se manteve tanto nesses pensamentos, Jaden e eu caminhamos até uma mesa vazia e um pouco longe da mesa onde nossos amigos estavam. Em meu peito havia uma leve aflição, eu nem sabia do que eu sentia tanto medo.

— Pode falar. — Disse assim que me sentei, ele fez o mesmo, e levou alguns segundos para começar a falar.

— Eu quero te aconselhar sobre o Justin. — Explicou, com um tom de voz sério e um olhar distante. — Me perguntei sobre o que se passava na cabeça dele enquanto esteve com você ontem, é uma maneira que eu tenho de…. Bem, de não deixar ele me afastar. — Olhei para ele com surpresa, nunca pensei que Justin pudesse querer afastá-lo.

— Ele tenta te afastar? — Minha surpresa se fez presente em meu tom de voz, Jaden assentiu.

— Eu acho que ele nem percebe que faz essas coisas, acho que ele apenas faz. — Ele olhou para mim. — Sinceramente, enquanto você falava, pensei que estivesse mentindo, mesmo que eu soubesse que era verdade, só simplesmente não parecia que era do Justin que você estava falando. — Juntei as sobrancelhas.

— Por que não?

— Ele não é assim. — Jaden desviou o olhar. — Justin não deixa as pessoas se aproximarem da maneira que você se aproximou. — Seus olhos voltaram para mim. — Ele não dá essa entrada a ninguém, as coisas que ele disse e fez, não é comum dele. Justin é uma pessoa que estabelece limites e poucas pessoas só podem ultrapassar aos poucos, exatamente o oposto do que aconteceu ontem. Foi isso que me chocou tanto, em comparação com o tempo em que vocês estão próximos, ele confiou em você rápido demais, é pouco, mas é muito para a situação.

— Mas isso é bom, não é?

— Eu não sei, com Justin tudo é mais complexo. — Respirei fundo. — Para ser sincero, eu acho que ele vai precisar digerir tudo o que aconteceu entre vocês ontem. Acho que ele vai se assustar com todo o significado daquilo… Ele pode querer te afastar.

Meus olhos marejaram imediatamente, eu consegui controlar o choro com muito esforço. Jaden era quem o melhor conhecia, se ele dizia isso, então provavelmente era verdade. E essa verdade doía, pois depois de ontem, as minhas expectativas haviam subido muito.

— Não fique triste, Rhode, não quero que você perca as esperanças, o que eu quero é exatamente o contrário. — Olhei para ele curiosa com as suas palavras. — Quero te pedir para que seja paciente.

— Eu já estou cansada de ser paciente…

— Eu entendo, mas vai valer a pena, não acha? — Eu não respondi. — Com o Justin as coisas são lentas, foi difícil para mim também, levei dois anos para que ele me desse uma chance. — Olhei em sua direção com uma feição surpresa.

— É sério? Dois anos?! Como você não desistiu? — Jaden riu.

— O jardim de infância foi cruel comigo, ele foi a minha única opção, mas não estamos aqui para falar disso. — Ele me encarou seriamente. — Justin vai tentar afastar você, e você não deve ficar em cima dele, insistindo demais, mas não desista dele, eu o conheço, ele gosta de você, só está com medo.

— Com a Monique pareceu ser muito mais fácil.

— E foi, mas ninguém tinha partido o coração dele antes dela.

— Mas ele não confiou em você com facilidade.

— É diferente, ele tinha acabado de se mudar, ainda estava lidando com tudo o que aconteceu no Canadá, com a Monique, alguns anos já tinham se passado, ela era a primeira experiência amorosa dele, não dá para comparar, Rhode. — Respirei fundo mais uma vez. — Vai fazer o que eu estou pedindo?

— Eu vou tentar. — Respondi mexendo em meu cabelo nervosamente. — Mas eu já estou nessa a três anos.

— E vai  desistir agora que está tão perto?

Fiquei em silêncio, entendendo o seu ponto.

— Não, não vou. — Ele sorriu, parecendo satisfeito com a minha resposta.

Olhei para Jaden, apreciando o seu esforço para garantir que eu não desistiria de Justin. Sempre apreciei a amizade deles, observava-os de longe e percebia o quão conectados eles eram, mas de certa forma, sempre notei que Jaden cuidava de Justin, ele parecia ser seu irmão mais velho, sempre o protegendo e tomando conta dele, as vezes sendo o único que o compreendia, ou que defendia. Eu não sei se Justin percebe o esforço dele, ou se é uma via de mão dupla e os dois cuidam e protegem um ao outro, mas consigo ver que Justin nutre um carinho e gratidão muito forte por ele.

Pensar nisso faz com que surjam dúvidas em minha mente, como o que o machucou tanto? Do que Jaden o protege? Qual é a história do seu passado e por que tantos segredos?

— O que foi? — Jaden questionou após passar longos segundos em que eu me mantive em silêncio fitando um ponto específico.

— Eu queria entender o que aconteceu com o Justin. — Respirei fundo. — Ele se afasta sempre que eu pergunto.

— Então pare de perguntar. — O encarei descontente. — É sério, perguntar para ele sobre o seu passado é uma péssima ideia, não pergunte a ele sobre sua mãe, sua infância, as tatuagens…

— Tatuagens?

— Sim, por mais que ele goste delas, detesta lembrar do motivo de ter começado a fazê-las.

Desviei o olhar, lembrando-me do dia em que perguntei a ele sobre elas, e ele me respondeu grosseiramente, nunca imaginaria que uma pergunta tão inofensiva seria proibida.

— Eu já perguntei isso, ele disse que não me interessava. — Jaden sorriu com piedade.

— Ele foi até fofo. — Nós dois rimos fraco. Mas logo Jaden desviou o olhar, mostrando uma expressão que parecia ser de tristeza. — Está tudo voltando nos últimos meses. — Olhei para ele sem entender o que ele quis dizer. — O passado dele. — Explicou. — Ele nunca falou, mas dá para perceber. — Jaden respirou fundo. — Justin não está bem, Rhode.

— Eu sei, percebi isso também. — Respondi com um peso no peito indescritível.

— Não desista dele, por favor. — Era quase uma súplica, o que se passa com Justin é muito mais sério do que eu sequer posso imaginar, não saber a gravidade disso me assusta, mas algo me diz que eu não saberei tão cedo.

— Eu não vou. — Prometi.


Dia seguinte:


Após a escola, ao voltar para casa, me encontrei com AJ novamente, como sempre, a tentação de fugir para longe era grande,  mas sentia que estava conseguindo criar coragem para encará-lo aos poucos. Eu não consigo mais ver AJ da mesma maneira que via antes, sempre que olho para ele, minhas piores lembranças dele vem a minha mente, momentos em que ele se mostrou alterado e agressivo, nossas brigas, vezes em que ele gritou comigo, ou então discussões dele com outras pessoas as quais eu assisti. Não consigo me lembrar das boas lembranças, mesmo que eu as procure, parece que elas nem mesmo existem mais. Dói tanto pensar assim, me machuca perceber que não somos mais o que já fomos e que podemos nunca mais voltar a ser. A pior parte é que não parece ser uma opção, sem AJ quem eu tenho? Eu tenho que perdoá-lo e seguir em frente, não há outro caminho, mas não é fácil ou simples.

Não consigo confiar em AJ, ainda duvido de seu diagnóstico de TEI, o que nem faz sentido, como e por que ele mentiria para mim dessa forma? Se até mesmo Justin acredita então eu não deveria duvidar, mesmo assim eu não acredito totalmente. Tudo está em “paz” desde o dia da boate, mas ainda temo o momento em que ele irá mudar do nada e as discussões vão voltar, se o diagnóstico for real, AJ é ainda mais instável do que eu penso que é e isso me deixa tão aterrorizada.

De qualquer forma, ele parece estar tentando, falou sobre o dia seguinte, no caso, hoje, o meu aniversário. Disse que eu poderia escolher fazer o que eu quisesse, desde que, é claro, Justin não estivesse junto. Eu não estava e ainda não estou animada para meu aniversário, então decidi apenas chamar os meus amigos para minha casa em uma comemoração simples, pedi para que eles não convidassem mais ninguém, pois os conheço e sei das suas intenções de transformar qualquer coisa em festa. Até onde sei, tudo o que teremos será um bolo, petiscos e bebida, AJ permitiu, mas pediu para que eu tomasse conta da bebedeira. Ele não vai participar, é claro, todos os meus amigos o odeiam, exceto Jaden que consegue sentir mais do que ódio, se é que é possível, e além disso ele sabe que eu não o queria por perto.

Quem eu realmente queria por perto não pode vir. Não só por AJ ter proibido, mas também Justin voltou a trabalhar, ele não pode mais faltar em seu emprego no mercado, pois seu chefe insuportável ainda o persegue, não conheço esse cara porém o detesto muito. Justin e eu não nos falamos ontem, mas hoje tivemos uma breve conversa antes da aula, como Jaden havia avisado, Justin se distanciou bastante, como se nada do que aconteceu na segunda-feira tivesse acontecido de fato, não vou negar que foi doloroso, mas eu estava preparada, dei a ele o espaço que ele precisava, e darei até que ele se sinta seguro para deixar que eu me aproxime novamente, acredito que seja essa a maneira de lidar com ele, é demorada e difícil mas pelo menos eu sei qual é.

Meus amigos já haviam chegado, estavam todos na sala enquanto AJ terminava de preparar as nossas refeições. AJ ficou encarregado de organizar tudo, ele se ofereceu e eu não me opus, ele está tentando se redimir e eu deveria deixar ele fazer isso, pois como eu disse anteriormente, eu e ele temos que nos resolver, sem mais. Caminhei em passos lentos em direção a cozinha, teria que avisar a AJ que meus amigos haviam chegado, e mesmo que eu estivesse suportando a presença dele mais facilmente do que no início, ainda preferia evitá-lo. Quando atravessei a entrada da cozinha, me deparei com AJ terminando de lavar a louça, sobre o balcão havia algumas bandejas com diversos petiscos, doces e salgados, eu não sentia muita fome, mas os alimentos pareciam estar ótimos.

— Eles chegaram. — Avisei da porta da cozinha, sem dar muitos passos para me aproximar.

— Tudo bem. — Respondeu, secando as suas mãos. — Eu já terminei aqui. — Pegou o seu celular de seu bolso. — Vou para a casa da minha namorada mais tarde, ficarei em meu quarto até lá. — Eu concordei com a cabeça.

Por um momento pensei sobre conhecer a namorada misteriosa de AJ, mas estava fora de cogitação por um tempo, mesmo estando curiosa, não havia ambiente para uma apresentação.

— Como vocês dois estão? — A pergunto me escapou, o que me surpreendeu e, aparentemente, a ele também. — Imagino que ela saiba sobre o que aconteceu.

— Ela está estranha, mas todo mundo está, então… — Ele deu de ombros com um olhar triste.

Por um momento eu me senti mal, mas não há motivos para isso, são as consequências dos atos dele e não há nada que eu possa fazer.

— Eu queria te dar isso. — AJ pegou um objeto no bolso de seu casaco e se aproximou de mim, eu recuei involuntariamente. — É o seu presente de aniversário. — Ele esticou o braço para me entregar o presente, eu fiz o mesmo, vendo que era uma caixinha de anel.

Ao abri-la, me deparei com um anel muito conhecido por mim, era da minha mãe e eu era obcecada por ele quando criança. É uma jóia fina e pequena, com dois fios de ouro trançados, onde apenas um deles tem minúsculas pedras azuis cravejadas. Meu pai havia dado a minha mãe quando eles se conheceram, eu sempre pegava ele escondida da minha mãe, no meu aniversário de dez anos, dias antes do acidente de carro, ela prometeu que me daria o anel quando ele soubesse em meu dedo, acho que ele cabe agora.

— Não estou pronta para isso. — Fechei a pequena caixa e ofereci a ele. Ele não pegou.

— Você ainda não perdoou ela? — Respirei fundo.

— Você já?

— Já se passaram cinco anos, Rhode.

— E isso não muda nada. — Ofereci o objeto novamente. — Eu não quero.

— Guarde. — Ele pediu. — Pode querer em algum momento. 

Respirei fundo.

— Tudo bem.

— Rhode, você viu o… — A voz eufórica de Devin soou se aproximando da cozinha, no entanto, ele se calou assim que viu AJ, sua feição ficou séria imediatamente. 

— Eu já vou. — Avisou, vestindo o casaco, concordei com a cabeça. 

Devin continuou o encarando de cara fechada enquanto AJ caminhava até a saída da cozinha. Assim que ele saiu, Devin revirou os olhos e olhou para mim, sua expressão se suavizou e ele sorriu.

— Olha só isso! — Exclamou, desbloqueando o celular. — O Justin postou os parabéns de aniversário pra você.

Devin entregou-me o celular, e lá estava: uma postagem no feed do Instagram. Um carrossel de fotos nossas, algumas só minhas, e dois vídeos onde ele começava a me gravar do nada e eu resistia, mesmo sorrindo, tampava o rosto e pedia para que ele parasse. Um sorriso escapou de meus lábios enquanto eu os assistia.

— Olha a legenda. — Devin parecia quase vibrante. Segui sua sugestão.

“Hoje é o dia da minha garota”...

Espere, eu li certo? Justin realmente escreveu essas palavras? Certo, primeiro vou terminar a leitura.

“Hoje é o dia da minha garota @rhodehbaldwin, a pessoa mais doce, preciosa e incrível que já conheci. Feliz 16 anos, espero que nunca deixe de ser quem é!” O texto terminava com alguns emojis.

Fiquei atônita, meu coração batendo tão forte que podia jurar que qualquer um poderia ouvi-lo. Justin me chamou de “minha garota” abertamente no Instagram, para que todos os seus seguidores - basicamente a escola inteira - vissem. O que isso significa? Ele está me assumindo? Mas assumindo o quê, se nunca conversamos sobre o que somos?

Céus, estou prestes a entrar em colapso!

— Mas o que é isso? — Questionei ainda em choque.

— Todos queremos entender. — Declarou risonho. — Pensei que tivessem algo para nos contar.

— Eu acho que ele que tem algo para me contar. — Devin riu. — Vamos levar a comida para a sala,  e então pensar sobre isso.

Assim fizemos, levamos duas das bandejas de petiscos para a sala de estar, ao chegarmos lá, o assunto não poderia ser outro que não a postagem de Justin. As meninas estavam eufóricas, eu não entendia bem sobre o que as três falavam, mas definitivamente o assunto era eu e Justin, Jaden estava em silêncio, mas ouvindo atentamente o que as meninas falaram.

— Você já viu a publicação? — Kelia perguntou a mim.

— Devin me mostrou.

— Veja no seu celular e curta. — Ela sugeriu e as outras duas concordaram.

— Não sei se é uma boa ideia. — Olhei para Jaden, esperando que ele dissesse que eu estava certa.

— Você vai ter que curtir, ele está te parabenizando. — Ele diz o oposto do que eu pensei que diria.

Ainda achava que era uma má ideia, mas decidi fazer o que eles sugeriram, esperando que eles soubessem do que estavam falando. Assim que abri o aplicativo, a primeira postagem que vi era a de Justin, no entanto havia alguma coisa de diferente agora.

— No meu está “Hoje é o dia da melhor garota”. — Todos me olharam atentos.

— O pau no cu editou?! — Jaden questionou retoricamente pegando o seu celular para conferir. — É, ele editou.

Não era tão ruim quanto eles pareciam estar achando que era, tem muitos significados para o que estava escrito no texto, as pessoas podem interpretar de várias formas e no momento tudo o que menos precisamos é de chamar atenção. Eu curti a publicação sem receio algum.

— Ainda bem que ele editou, eu não gostava nada da ideia de ter a escola toda vendo isso. — Guardei o meu celular.

— Eu gostava. — Kendall reclamou. — Justin está sempre estragando o meu casal. — Ela cruzou os braços e fez cara feia.

— Se ele estraga para você, imagina para mim. — Eu ri. — Vamos esquecer isso, AJ deixou o armário de bebidas aberto, podem pegar o que quiserem, eu vou buscar os copos. — Justine levantou-se animada e caminhou até o armário de bebidas, enquanto eu ia até a cozinha para buscar os copos.

Kelia acompanhou-me até à cozinha decidindo ajudar-me a pegar os copos. No meio do caminho, ela me indagou se eu estava bem, acredito que a pergunta fosse referente a legenda editada por Justin, eu fui sincera e respondi que sim, um texto no Instagram não era um atestado de evolução para o nosso relacionamento, não significaria automaticamente que Justin aceitou que é apaixonado por mim, nem que ele percebeu de uma vez por todas que não é. Voltando para a sala de estar, um som baixo de música reverberava pelo ambiente, as bebidas estavam sobre a mesa e a risada dos meus amigos soava alta. Enchemos nossos copos e nesse momento a euforia da nossa noite se iniciou.

Não demorou até que as nossas risadas preenchessem o cômodo trazendo uma sensação de leveza e alegria consigo. As palavras, assim como os risos, nunca saiam de nossas bocas, eu me sentia envolvida por uma grande gratidão ao notar que esse era oficialmente o primeiro aniversário em que eu comemorava para mim, sem festas comerciais como foram para os meus pais, era genuíno,  uma celebração feita para comemorar, não por aparências como tem sido por toda a minha vida, sem conhecidos de AJ os quais eu não tinha ideia de quem quer que fossem. Apenas os meus amigos e eu.

Não vou negar que o momento poderia ser melhor, AJ e Justin poderiam estar aqui sem que isso se tornasse um pé de guerra. Meu irmão estar nessa comemoração comigo e meus amigos com certeza faria com que o momento se tornasse ainda melhor, essa festividade verdadeira seria tão boa tendo minha única família ao meu lado, junto aos meus amigos, eu queria que AJ não tivesse feito o que fez, de modo que nosso relacionamento como irmãos estivesse intacto e eu pudesse estar com ele nesse momento sem que meus amigos detestassem a ideia, assim Justin também poderia estar aqui, sem que ele e AJ brigassem, não consigo parar de pensar que com Justin presente, esse momento seria extraordinário, eu estaria feliz por completo, sem essa sombra que a falta dele faz. Justin é capaz de fazer com que eu sorria verdadeiramente, do profundo do meu coração sem o menor esforço, ele traria uma leveza a mais; eu teria os seus toques comigo, a sua presença, não há nada que eu queira mais do que isso para hoje.

Estou sentindo tanta falta dele, após aquele dia, não passamos nenhum tempo juntos a não ser ontem pela manhã, tanto ele quanto eu chegamos na escola mais cedo, ele parecia menos cansado, as manchas em sua pele já estavam quase desaparecendo, mas ele estava fechado, a nossa conversa foi breve e rasa, ele logo se afastou quando os alunos começaram a chegar. Fiquei frustrada mas não tão surpresa, ele disse que nos afastariamos a partir de ontem, além disso, levei a sério tudo o que Jaden disse, ele avisou que Justin esfriaria comigo, que era possível que ele passasse a fingir que nada aconteceu, e ele estava certo, agora eu tenho que dar um tempo a ele, só desejo que não seja muito.

Isso ficou em minha mente até o momento de cantar parabéns, olhei para as duas velas que formavam o número dezesseis e antes de soprar, eu desejei que não só Justin estivesse aqui também, mas que ele entendesse os meus sentimentos por ele, eu soprei acreditando fielmente que duas velinhas resolveriam os impasses que envolvem eu, Justin e AJ. Após a música acabar, fugi para a cozinha com a desculpa de que precisava pegar os pratos e talheres e assim fugir da pressão de escolher alguém para dar o primeiro pedaço do bolo. Peguei os pratos e os deixei sobre o balcão, em seguida, fui até o armário em busca dos talheres, mas antes que eu os pegasse, meu celular vibrou me avisando sobre uma notificação, era uma mensagem de Justin. 

“Estou te esperando na porta dos fundos.”

Meus olhos se arregalaram assim que terminei de ler, e com o coração pulsando, me dirigi até a porta sem nem mesmo responder a mensagem tamanha ansiedade para vê-li. Abri a porta e assim que a atravessei, vi Justin encostado na coluna, ele estava virado para o outro lado, observando o jardim, sequer notou que eu estava por perto. Senti um certo alívio ao ter certeza de que ele veio me ver. 

— Justin. — A minha voz falhou, eu estava tão emocionada por ele estar aqui.

Não havia percebido o quanto eu queria vê-lo hoje, mesmo que tivéssemos nos falado hoje na escola, foi tão vago, ele pareceu nem se lembrar de que era o meu aniversário. Justin olhou para mim e sorriu fraco, eu corri em sua direção enquanto ele abria os braços para me receber. Ele quase perdeu o equilíbrio quando o alcancei, mas conseguiu se manter, nossos corpos se encontraram e meu ser se derreteu quando o senti rodeando o meu corpo com firmeza, apertando-me contra o seu, tentando evitar qualquer distância possível, eu o abracei com força. Os segundos se prolongaram e nenhum dos dois fez menção de se separar, eu me sentia tão acolhida ali que não me afastaria dele tão cedo.

O tempo se prolongou e à medida que a excitação passava, eu conseguia perceber que Justin não parecia bem, o abraço apertado demais, mesmo para ele que costuma sempre me espremer em seus braços, os seus músculos estavam tensos, uma angústia o rodeava. Era perceptível que ele não estava bem, meu coração se apertou no mesmo momento, não havia nada que eu odiasse mais do que assistir o sofrimento do Justin, me sinto impotente, incapaz de aliviar a sua angústia. Sempre desejo poder ajudá-lo de alguma forma, mas nunca sei como agir, enquanto ele por outro lado, sempre é capaz de me consolar sem se esforçar.

Ainda sem saber que atitudes tomar, fiquei em silêncio e acariciei os cabelos de sua nuca a procura de mostrar a ele que eu estava bem ali, era óbvio que eu estava, mas queria que ele entendesse que eu queria consolá-lo, a única maneira que conheço de fazer isso é tratá-lo com carinho, por alguma razão, acredito que esta é a forma de fazer com que ele se sinta melhor. Justin respirou fundo e soltou o ar, deitou sua cabeça em meu ombro, e assim ficou por mais um tempo, eu não sei se estava ajudando, mas se ele não me afastou é porque estava, eu acho.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei após muito tempo em silêncio.

— Eu só estou sentindo muito a sua falta. — Eu sorri fracamente mesmo sabendo que ele disse essas palavras para me distrair.

— Eu também sinto a sua. — Respondi em um sussurro. — Mas ainda quero saber o que aconteceu.

Em um movimento rápido, Justin levantou sua cabeça e aproximou seu rosto do meu, juntando os nossos lábios em um beijo que me pegou de surpresa. Era um beijo lento, diferente do que costuma ser, o desejo era inexistente e o que predominava era uma melancolia profunda, parecia uma troca de afeto em busca de consolo. Acho que ele quis tentar me distrair da minha pergunta, mas o efeito foi adverso pois apenas confirmou para mim que alguma coisa ruim aconteceu.

— Eu só estou com saudade. — Sussurrou com o seu rosto ainda próximo do meu, meus olhos ainda estavam fechados mas conseguia sentir sua presença.

— Aconteceu alguma coisa no trabalho? — Insisti, preocupada demais para apenas ignorar como ele queria que eu fizesse.

Afastei nossos rostos e abri os olhos, o encarando com dúvida.

— Seu expediente ainda não acabou, o que está fazendo aqui? — Seu olhar desanimado se encontrou com o meu, me entregando a resposta.

Justin tinha problemas sérios com o seu chefe, uma implicância doentia, era uma perseguição infundada e revoltante, as vezes eu pensava em tomar um providência com todo esse assédio que Justin sofria por conta desse homem em seu trabalho, eu tenho influência por conta da minha família, mas temia que ele reagisse mal, além disso, não imagino que estratégia eu poderia usar. De qualquer forma, só havia um motivo para que ele estivesse fora do trabalho antes de o seu expediente terminar, especialmente tão triste dessa forma.

— Você foi demitido?! — Questionei surpresa e preocupada, ele precisa desse emprego.

Justin se afastou de mim e encostou na coluna.

— Eu mereci, mas agi sem pensar. — O arrependimento estava claro em seu tom de voz. — Não queria perder esse emprego. — Ele bufou, eu ainda estava surpresa, mas tratei de me recompor.

— Me conta o que aconteceu. — Pedi com cautela, esperando que talvez assim ele se sentisse melhor.

— Meu chefe estava me enchendo o saco como sempre, e eu mandei ele ir se fuder. — Não consegui segurar a risada, era triste mas a maneira que ele contou foi cômica.

— Desculpa. — Justin olhou para mim com um sorriso fraco. — O que você esperava falando isso?

— Eu disse que não pensei direito. — Explicou desanimado, em seguida, desviou o olhar. — Me desculpa, não vim aqui para despejar os meus problemas em você. — Me aproximei dele.

— Para com isso, pode despejar o quanto quiser. — Ele sorriu, parecendo agradecido, eu retribui com um sorriso confortante. — Queria que você pudesse entrar. 

— AJ está? — Eu assenti com a cabeça. — Eu não posso ficar por muito tempo. — Declarou causando um aperto no meu coração. Eu assenti desanimada. — Eu só queria te desejar feliz aniversário pessoalmente, queria trazer um presente. — Desviou o olhar, posso estar enganada, mas ele parecia envergonhado. — Mas não consegui comprar.

Essa frase partiu o meu coração.

— Não precisa me dar presente nenhum, Justin. — Assegurei com convicção, segurando a sua mão.

— Mas eu quero. — Ele brincou com o seu pingente. — E eu vou. — Justin limpou a garganta, parecendo desconfortável. — A minha discussão com meu chefe aconteceu porque eu queria um adiantamento para comprar, mas eu vou ganhar o meu último salário na sexta. — Ele olhou para mim.

— Foi demitido por minha causa? — Questionei com pesar na voz.

— O que?! Não! Não é culpa sua, Hazel! — Ele tentou assegurar, mas a culpa já estava se manifestando em meu ser. 

— Eu posso fazer alguma coisa para… — Justin me interrompeu juntando os nossos lábios.

Dessa vez o beijo foi como o habitual, sensual e transbordando desejo, mas não se estendeu muito.

— Não ouse se sentir culpada. — Justin olhou em meus olhos, enquanto praticamente ordenava. — É sério. — Eu assenti mesmo que ainda sentisse que a responsabilidade era minha.

Nossos lábios se encontraram novamente, desta vez o beijo foi longo e lento. 

— A comemoração tem que ser hoje? — Perguntou depois de nos separarmos. 

— Como assim? — Olhei para ele não entendendo a sua pergunta.

— Importa se for outro dia. — Explicou, eu neguei com a cabeça.

— Não, por quê?

— Eu não posso ficar hoje, mas poderíamos comemorar outro dia. — Sugeriu, parecendo animado com a ideia. — Poderia ser no final de semana, meus pais tem uma casa do lago que eu posso usar.

— AJ não deixaria.

— Ele não saberia, você pode inventar uma desculpa. — Ele desviou o olhar parecendo pensar. — Sei de uma coisa que pode persuadir ele facilmente. — Juntei as sobrancelhas.

— O que?

— Eu tenho meus métodos. — Eu revirei os olhos, mas ri de sua fala. — E aí? Pode ser?

— Tudo bem. — Justin sorriu animadamente e me beijou mais uma vez.

Meu celular vibrou indicando que eu havia recebido uma mensagem, eu ignorei e continuei apreciando os lábios de Justin, no entanto, outra mensagem foi enviada. Era de Kendall.

“Onde você está?”

“AJ está saindo, quer saber de você”

— Eu tenho que entrar. — Avisei com um peso no coração, queria poder passar mais tempo com Justin, mesmo que fosse aqui fora.

Justin olhou para mim com uma expressão triste, eu me aproximei para abraçá-lo como despedida, rodeei o seu pescoço com meus braços enquanto Justin circulava a minha cintura, dessa vez, o abraço era mais leve, Justin não estava tão tenso quanto antes. O momento se prolongou mais do que deveria, eu fechei os olhos e me deitei em seu ombro, aproveitando a sensação de paz e segurança que ele me proporcionava, era curioso como eu sabia que a minha mente voltará a ser um caos assim que nos afastarmos, ele é capaz de manter os meus demônios longe de mim sem o menor esforço.

Mas infelizmente, o maior problema não estava na minha cabeça, o maior problema era AJ, Justin nada poderia fazer.

— Você tem que ir. — Avisei me afastando dele. — AJ está me procurando.

— Eu já vou. — Disse levando sua mão para meu rosto e acariciando a minha pele com as costas dos dedos, ele aproximou-se para me dar um selinho longo e então me soltou. — Nos vemos no sábado de manhã? — Eu assenti. 

— Que horas?

— Eu te aviso. — Concordei com a cabeça novamente. — Feliz aniversário, Hazel.

Foi a última coisa que disse antes de dar as costas e dar passos largos para fora do meu jardim. Antes que Justin saísse do meu campo de visão, corri até a porta de casa e entrei, dei poucos passos para longe da porta antes de trombar com AJ, o que fez com que meu coração disparasse imediatamente por conta do medo ele perceber que eu estava com Justin. Ele me encarou desconfiado e cruzou os braços, enquanto eu tentava fingir normalidade.

— O que fazia lá fora? — Seu tom não parecia duro, era quase descontraído.

— Vi alguma coisa se mexendo nos arbustos, fui conferir. — Dei de ombros, caminhando em direção ao balcão, onde os pratos e talheres estavam.

— E o que era?

— Deveria ser o gato de algum vizinho. — Declarei sem dar importância. 

— Entendi. 

Me virei em sua direção, tomando coragem para pedir que ele deixasse eu passar o final de semana com Justin, é claro, sem que ele saiba que é com Justin.

— As meninas queriam comemorar o meu aniversário só eu e elas. — Comecei, ele me olhou atentamente. — Como uma festa do pijama, só nós três na casa do lago dos pais da Kendall, durante o fim de semana.

— Elas podem dormir aqui hoje, vocês podem fazer uma festa do pijama quando os meninos irem embora. — Ele sugeriu, dando uma solução quase irrefutável.

— Não! Não planejamos nada, queremos passar o dia inteiro juntos, aliás amanhã é o ação de graças. — Ele desviou o olhar parecendo pensar.

— Acho que não é uma boa ideia. — Revirei os olhos.

— É claro que você acha! — Não segurei a raiva em minhas palavras.

Não sei o que me fez pensar que ele deixaria, seja lá o que Justin for fazer, espero que dê certo, AJ já estragou aniversários o suficiente. Caminhei com passos firmes em direção a saída da cozinha, ouvindo o som de notificação vindo do celular de AJ, provavelmente a sua namorada que ninguém o proíbe de estar com ela.

— Espera. — Virei-me em sua direção, não muito interessada no que ele tinha a dizer. — Você me promete que serão só vocês três?

Eu me sentia mal em mentir para ele dessa forma, mesmo que fosse necessário.

— Prometo.

— Mesmo? Não me faça…

— Cumprir com as suas ameaças? — Meu irmão ficou em silêncio. — Não farei. — Declarei com convicção, não sei de onde surgiu, pois eu estava mentindo muito.

Ele suspirou.

— Tudo bem, você pode ir.

Eu sorri abertamente, sentindo o alívio me consumir junto a felicidade.

— Obrigada! — Aproximei-me dele e sem pensar muito, deixei um beijo rápido em sua bochecha, ele pareceu surpreso, não muito diferente de como eu estava, porém apenas fingi que não era nada demais e voltei a caminhar em direção a sala de estar.

Ele deixou! Eu passarei o final de semana inteiro com Justin, eu nem consigo dimensionar o quanto isso é bom e assustador! 


Notas Finais


Gostaram do capítulo? Espero muito que sim, deixem nos comentários as suas opiniões, teorias e surtos, adoro ler cada comentário que vocês deixam!❤️

O próximo capítulo será muito importante e decisivo, não só para o enredo, quanto para o continuamento da fanfic, pois estou pensando em terminar com a fic antes do previsto.

Lancei essa one a alguns dias mas infelizmente a notificação não foi enviada, enfim, é Jailey como de costume, cá está o link e a sinopse, espero que gostem dela e de quiserem deixar seus feedbacks eu irei adorar!❤️

Após quase seis anos de casamento, a relação de Nic e Justin atingiu um ponto de insatisfação profunda. Os corações que antes batiam em sintonia agora pareciam distantes, seguindo ritmos opostos e caminhando por trajetórias que se afastavam a cada dia. Uma rotina monótona e confortável substituiu a chama do amor, onde o trabalho tornou-se a prioridade, e evitar conflitos era o suficiente para manter as aparências. Entretanto, Nic chegou ao seu limite, ansiando pela reconexão com o amor verdadeiro e arrebatador que ela e Justin compartilhavam no início. Determinada a reavivar a chama, ela não imaginava que os desafios para alcançar esse objetivo seriam mais profundos e dolorosos do que ambos poderiam imaginar.

https://www.spiritfanfiction.com/historia/em-nome-do-amor--one-short-24896020

Desejo verdadeiramente que estejam gostando da história, lembrando que eu sou bastante ativa no twitter e quem quiser interagir comigo lá pode ficar a vontade, lembrando que eu tenho uma thread onde posto todos os looks da Hazel e um grupo para os leitores da fanfic, que quiser entrar é só pedir!❤️

https://x.com/jaileyzgirl?t=5d_lBBlipEWXEvvL1dDlNQ&s=09

Bjs!


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