Ellie Moore POV
A vida foi tão estupida comigo. Sempre foi. Ela estava me dando um castigo, mas eu sentia que esse castigo ainda não tinha acabado.
Primeiro foi ser abandonada pelos meus pais, eu não ligava pra eles, foi até bom eles partirem dessa pra melhor. Ou pior. Vai saber onde eles estão.
Agora, foi a pessoa que eu mais amei nesse mundo. Louis.
Ele me abandonou na hora em que eu mais precisava.
Eu nunca pensei que ele diria coisas tão duras pra mim. Como ele teve coragem de pedir pra tirar o meu bebê?! Não! Eu nunca teria coragem de tirar o meu filho.
Que se dane a porcaria do programa! Que se dane se ele cometeu um erro! Eu já amo esse erro.
Não sei como eu reuni coragem pra pegar todos os meus documentos. Eu só queria sair daquela casa o mais rápido possível. A chuva caia com muita força, junto com as minhas lágrimas. Coloquei tudo que eu precisava em uma bolsa e desci as escadas.
Louis estava de cabeça baixa e chorava. E eu me perguntava, como ele podia chorar?
- Me esqueça. E esqueça esse filho. - Louis levantou a cabeça e a raiva estava estampada em seu olhar.
- ELE É MEU FILHO TAMBÉM! - Louis gritou se levantando.
- VOCÊ ESTAVA ME OBRIGANDO A TIRAR! - Gritei de volta e Louis se sentou novamente no sofá.
- É a minha carreira... - Louis sussurrou e eu revirei os olhos com tamanho egoísmo dele.
- É o meu filho... - Ele olhou pra mim com os olhos cheios de lágrimas.
- Não posso deixar essa chance escapar Ellie, você sempre soube que era o meu sonho ser cantor. Pare de ser egoísta, pare!
- Egoísta?! Você está mesmo me chamando de egoísta? Você que é um cretino egoísta! Eu quero que você se dane, Louis! Que se dane! - Gritava em pleno os pulmões.
Eu não estava reconhecendo esse Louis. Frio, egoísta, imaturo. E eu odeio esse Louis.
- Ellie, eu não quero esse filho. - Louis sussurrou e eu me encolhi com tamanha frieza nas suas palavras. - Eu não tenho maturidade pra ter um filho, eu não tenho tempo pra ter um filho, e eu quero que você tire essa coisa de você.
Coisa.
Ele acabou de chamar meu filho de coisa.
- Eu não vou tirar o meu filho. Eu tenho muito tempo pra cuidar de um filho e eu tenho maturidade pra ter um filho. Não vai ser você que vai me impedir de ter o meu bebê, Louis.
- Você vai ter isso sem mim? - Ele perguntou apontando para a minha barriga.
- Sem pensar duas vezes. - Eu disse firme e ele bufou.
- Pra onde você vai? - Ele perguntou se levantando.
- Pra longe desse monstro que é você. - Eu disse cuspindo as palavras.
- Não era pra ser assim, Ellie - Louis passou as mãos em minha bochecha e eu me segurei pra não abraçar ele.
- Tem razão, Louis. Se eu tivesse uma bola de cristal e ficasse sabendo o que aconteceria tudo aqui, eu nunca falaria pra você desse filho. Eu só fico triste em pensar que um dia ele vai me perguntar do pai, e a unica coisa que eu vou dizer é: ele não te quis, nem a mim, nem a você.
- Eu sinto muito, Ellie. Não queria que tudo terminasse assim.
- Só me prometa que nunca vai tocar nesse assunto com ninguém. Não queria que a Jay soubesse o monstro que ela tem como filho.
- Espero que ache alguém ...
- Nem termine a frase. - Interrompi ele. - Daqui pra frente só vai ser eu e o meu bebê. Boa sorte na sua carreira.
Sai dali antes que eu desmoronasse na frente dele. Odeio ser fraca.
Corri até algum ponto de táxi, assim que achei entrei em um e pedi que me levasse ao aeroporto. Eu estava encharcada por causa da chuva, mas o motorista nem ligou muito.
Eu estava engolindo o meu orgulho.
Eu estava voltando para Denver.
...
As pessoas me olhavam estranho. Como se nunca vissem uma garota sem nenhuma mala saindo de um aeroporto. Na correria eu saí só com a roupa do corpo. Esqueci de fechar a casa, esqueci tudo. Menos as palavras de Louis.
Vai ser dificil retomar minha vida antiga sem a presença dele. Mas eu vou conseguir, eu vou ter o meu filho e vou cria-ló sem a presença do idiota do pai. Louis Tomlinson, pra mim não existe mais.
Rapidamente entrei em um táxi e dei o endereço que eu nunca me esqueci.
As ruas em Denver eram as mesmas, eu nunca fui totalmente feliz aqui, mas sempre gostei do ar puro e das paisagens.
O táxi parou em frente a uma mansão, o que eu sempre achei exagerada. Ela continuava a mesma, branca com alguns detalhes azuis. Paguei o táxi e sai, andei até a porta com o coração acelerado.
Eu, sinceramente, estava com medo da reação dos meus irmãos. Depois de tantos anos sem nos falarmos, eu estava de volta.
Com a mão um pouco tremula, toquei a campanhia. Meus pés pareciam que estavam colados no chão. Eu não tinha outra saída a não ser voltar para a casa onde fui esquecida pelos meus pais.
- Ellie? - Olhei para minha irmã que me olhava assustada.
Ela continuava a mesma. Olhos azuis como o mar e cabelos pretos. As únicas coisas que diferenciavam ela de mim.
Não pensei duas vezes e a abracei chorando. Ela de inicio se assustou, nunca fomos as irmãs gêmeas perfeitas, unidas. Mas ela me abraçou de volta com toda força. E eu precisava desse abraço.
- Sarah... - solucei em seu ombro. - Me ajuda...
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