PRIIIM PRIM PRIIIM PRIM
Meus olhos se abriram rapidamente assustada com o barulho. O meu celular estava embaixo do travesseiro. Não me lembro de ter o colocado lá, mas tudo bem. Tentei me mexer para pegar o celular, mas Niall me impedia.
Simplesmente porque ele estava com uma das perna por cima de minhas canelas, e com a outra um pouco afastada me deixando espremida na parede. Um de seus braços pra fora da cama e o outro apoiado em minha barriga, com seus dedos bem perto de meu rosto. O lençol que nos cobria no inicio da noite só estava pegando o corpo dele, e eu totalmente descoberta. Sua blusa estava um pouco levantada, e seu cabelo bagunçado. Sua boca entreaberta, podia-se até perceber que roncava bem baixinho.
Bom, isso era totalmente diferente do que eu imaginava, e acho que a maioria das garotas também imaginam assim...
Sabe aquela história de você acordar com o seu namorado, abraçadinhos, no estilo conchinha, tudo fofo e tal? Pois é, eu não presenciei isso com Niall, na verdade, a proximidade disso acontecer não foi nem um pouco atingida.
Sorri com esse meu pensamento. Podia até ser diferente do que imaginava, mas pelo menos isso tornava aquela loiro de farmácia, um garoto diferente, e por isso o motivo de eu gostar e implicar com ele ao mesmo tempo.
Tirei seu braço de minha barriga para desligar o telefone que ainda apitava, e eu sinceramente acho incrível aqueles dois seres vivos não terem acordado com o barulho do despertador... ou devo os chamar de PEDRA? Acho que fica melhor...
Desativei o alarme e me deitei de novo no espaço mínimo entre Niall e a parede, pois a preguiça que carrego comigo todos os dias, é muito maior que minhas energias para levantar.
Continuava encarando o teto, coçando minha barriga por baixo do pijama. Uma mania estranha, que carrego comigo por um longo tempo. Foi aí que visualizo Niall se ajeitando na cama de bruços.
C: Nada disso... Pode ir acordando Niall.- eu disse o cutucando.
N: Hm... – ele reclamou e puxou o lençol com dificuldade, mas é claro que ele não ficou coberto por muito tempo, graças a mim,que o descobri novamente.
C: Vamos dorminhoco! – eu disse acariciando os cabelos de sua nuca e o vendo sorrir discretamente.- Acorda Niall. – desci meus dedos pelo meio de suas costas.
N: Ai... faz cócegas... – ele disse sorrindo de olhos fechados e se retorcendo.
C: Não vai acordar por bem? Então vai ser por mal! – preparei minhas mãos e um forte tapa foi depositado em suas nádegas.
N: AU! Está doida? – ele gritou abrindo os olhos e virando rapidamente de barriga para cima.
H: Hã? O que foi? Ladrão?- vi Harry se sentar na cama, assustado, com a cara amassada de sono, e ri de seu espanto.
N: Mas você tem força hein... –ele disse passando a mão na parte traseira de seu corpo. – Se fosse eu que tivesse feito isso com você, você não gostaria...
C: Você não seria louco de fazer isso... já estaria vendo estrelas meu querido... e se você quer saber... posso ser pior se você não se levantar.
N: Já vou, já vou. – ele disse se espreguiçando.
H: Ao invés de ser acordado com um beijo é acordado com um tapa hein Niall! – Harry zombou.
N: Pra você ver Harry... nem um beijinho de bom dia...
C: Por acaso eu fui acordada sendo abraçada?Acho que não.Só com uma mão em cima do meu rosto. Pra que então você ser acordado com um beijo?
N: Awn! –ele me puxou para trás, me deitando e me apertando em seus braços. – Desculpa por você não ter sido acordada de um jeito romântico. – ele disse me abraçando fazendo com que meu rosto fosse esmagado contra seu peito.
C: Tá bem. Tá bom Niall – eu disse me esforçando para sair dali e conseguir respirar.
N: Mereço meu beijo agora? – perguntou dando espaço para que eu pudesse sair.
C: Não...
N: Mas porque? – ele disse fazendo bico.
C: Chato! – dei um beijinho em sua bochecha.
N: Só isso? – confesso que sua cara foi de decepção.
C: Sim, só isso. – me levantei rapidamente da cama,parando em frente a janela e abrindo a cortina, fazendo com que os pequenos raios solares já adentrassem no quarto.
H: Pelo visto vai fazer calor hoje. – senti a voz rouca de Harry atrás de mim, olhando por entre o vidro da janela limpa.
N: Vai mesmo. – senti outro corpo, quente, encostar-se em meus braços tentando ver como estava o tempo lá fora.
C: Já estou sentindo o calor... –levantei minhas mãos em direção ao meu cabelo, o levantando em um rabo de cavalo e em seguida o prendendo em um coque sem prendedor.
H: O que é isso Niall? –escutei a voz de Harry perguntar de maneira meio assustada.
N: Isso o que?
H: Isso! – vi ele apontando para o pescoço de Niall e na hora, gelei.
N: O que tem? – ele rapidamente encostou a mão naquele lugar, provavelmente não se lembrando do que acontecera noite passada. – Au! – ele reclamou e logo tirou as mãos do pescoço.
Caminhando até o guarda roupa, Niall abriu a porta do mesmo, pois lá tinha um espelho. Virou o rosto para enxergar o machucado provocado.
N: Carol! – ele disse espantado.
Caminhei até ele, parando atrás do corpo um pouco mais elevado que o meu. Olhando através do reflexo do espelho o que o machucado tinha se tornado.
C: Meu deus. –cobri minha boca com as mãos. – Oh... Meu deus. – disse novamente.
H: Isso foi obra sua? – Harry chegou atrás de mim, também encarando o reflexo do ferimento.
N: Não, fui eu mesmo que me mordi. – Niall revirou os olhos, respondendo à pergunta, meio óbvia que Harry tinha feito.
H: Mas que agressão foi esse senhorita? – ele perguntou me encarando pelo reflexo do espelho.
Somente pisquei algumas vezes, digerindo o estrago que eu tinha feito na pele branca de Niall.
C: Me desculpe Niall. – virei em direção a ele, ficando ao lado de seu corpo. – Eu não sabia que ia ficar assim. – movi minha mão em direção ao pescoço dele, mas antes que eu fizesse algo, ele segurou meu pulso, me assustando um pouco.
N: Não me toque. – minhas sobrancelhas se juntaram em uma carranca,enquanto dei um passo para trás. Ele estava bravo.
Olhei para baixo, percebendo o que tinha feito. E pela fala dele, aquilo não tinha sido nada bom. Até porque, não queria que eu o tocasse, poderia machucá-lo de novo.
N: Não me toque... –ele disse novamente atraindo minha atenção, sorriu discretamente me fazendo engolir em seco. – Se não arde um pouco... –ele continuou e me fazendo suspirar aliviada. – Ficou nervosa não é querida? –ele perguntou irônico.
C: Bom, na verdade sim. –sorri desajeitada. – Me desculpe. –falei olhando o ferimento meio avermelhado, misturando-se com a cor roxa. – Ficou meio feio... – olhei para o chão que parecia uma ótima opção para esconder minha face rosada.
H: Que coisa feia... – Harry se intrometeu zombando de mim me deixando envergonhada. – Por acaso vocês me deram algum tipo de droga do sono, para mim não perceber o que aconteceu ontem. –engasguei.
N: Não Harry, você que dorme como uma pedra mesmo.
H: Impossível. Eu deveria ter escutado alguma coisa... Onde estão as roupas jogadas pelo chão? –engasguei de novo com minha própria saliva enquanto permanecia com o piscar dos olhos descompassado.
N: Harry, por favor né! – Niall o repreendeu, balançando a cabeça em minha direção, pra ver se Harry desconfiava sobre o que estava falando.
H: Oh, desculpe. – ele disse envergonhado.
N: Carol? – ele chamou mas continuei de cabeça baixa, o rubor ainda não tinha sumido. – O que foi? Está passando mal? –logo senti as mãos dele em meu queixo, me forçando olhar em seus olhos.
C: Não, tudo bem comigo. –logo tratei de me afastar, mas ele me segurou pelo braço antes que me virasse.
N: Não precisa ficar com vergonha. –ele coçou a nuca- a dor valeu a pena.
H: Ui, pelo visto eu estava certo, vocês me doparam.
C:Quieto Harry. – olhei para ele fazendo minha melhor cara de brava, mas aquilo realmente não intimidava ninguém.
N: Só acho que deveria ter uma revanche. Eu deveria retrucar. – minha mão direita foi automaticamente para a curva do meu pescoço engolindo em seco. – Mas não agora. Você está muito atenta para isso. Tem que ser em uma ocasião onde você esteja desprevenida.
C: Não tem necessidade... –sorri fraco, com medo das palavras dele. Ele pretendia me morder? Arrancar um pedaço da minha pele? Fazê-la de petisco? Talvez com uma pitada de sal ou um tempero minha pele ficasse mais gostosa como comida.
Fui tirada de meus pensamentos totalmente malucos com o toque de Niall sob meu rosto. Me assustei ao sentir os dedos dele tocarem minha boca. Não tive tempo de entender o que ele faria, antes que seu polegar entrasse em contato com meus lábios.
C: O que você está fazendo? –questionei com a voz abafada, ainda pasma com os movimentos dos dedos finos dentro de minha boca.
Meus olhos em concentração, observando como os dedos dele exploravam minha boca.
H: Treinando para ser dentista. – Harry riu voltando-se na direção da gaveta do guarda roupa.
N: Não. –ele respondeu limpando os dedos molhados na bermuda do pijama. - Só estava conferindo se ela não é um vampiro. Porque, olha só os que esses dentinhos fizeram. –ele levou os dedos a cada canto da minha boca, forçando-me a mostrar um sorriso.
C: Me desculpa Niall. –repeti mais uma vez aquela frase. – As vezes uma maquiagem ajuda a esconder. – me afastei de perto dele indo até uma gaveta pequena onde tinham uma bolsinha com estampa de onça.
N: Maquiagem? –ele indagou me olhando, enquanto eu caminhava até ele.
C: Sim. Talvez um pó compacto funcione. – eu mergulhei a esponja fininha no pó e levava em direção ao pescoço do loiro até ele me parar com suas mãos.
N: Não vou passar maquiagem. –ele pareceu indignado.
C: Tenho que passar Niall –revirei os olhos. – Ou você quer ficar com essa marca feia aí?
N: Quero.
C: O que? Qual o tipo de problema você tem?
N: Guarde esse troço. Não vou usar isso nem que me paguem. Prefiro ficar com a marca.
C: Isso é realmente estranho. Você quer mesmo ficar com isso aí? – perguntei olhando para a marca que mostrava nitidamente o efeito da minha boca em conjunto com meus dentes, no corpo dele.
N: Sim. –ele disse sorrindo.
C: Mas porque? – perguntei mais uma vez levando meus dedos em direção ao pescoço dele junto com a maquiagem.
N: Não quero que passe isso em mim. –ele riu segurando meu pulso e o afastando da região machucada. – Sabe... Pensando bem, essa marca me parece sedutora. –ele disse parando momentaneamente- É como se você tivesse me marcado como seu.
Fiquei surpresa com o tom sedutor que causou arrepios estranhos pelo meu corpo. Eu encontrei-me perguntando se Niall teria algum pensamento em me deixar marcas como aquela, usando a boca para deixar marcas possessivas em mim. Corei, imaginando o potencial que seus deslumbrantes lábios poderiam ter. Mas,meus pensamentos foram interrompidos por Harry, ele cutucou a madeira da mesa atraindo a atenção.
H: Ainda estou aqui ok. Não, assim, só pra avisar... –ele disse em tom brincalhão.
N: É, percebi Harry. –ele disse desviando atenção de mim para encarar Harry que sorria mostrando as covinhas.
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