Depois do ocorrido da tarde passada, Tayla resolveu que o melhor a fazer seria manter distancia dos alemães e de Bürki. Não iria sair com Mats durante a Euro, já que evitaria a todo custo encontrar-se com Manuel.
Estava de férias e iria aproveitar os jogos com seus pais nos estádios e conhecer os pontos turísticos da França. Tayla fez questão de assistir o jogo do dia, que seria Espanha vs Turquia, e a ruiva iria tietar os ídolos do Barça, que era o seu time favorito em toda a Europa.
De fato evitava o futebol como o diabo fugia da cruz, pois o esporte lhe trazia lembranças de sua infância. Principalmente das tardes de domingo que assistia aos jogos com seu pai, quando ele não estava desequilibrado. Mas estava disposta a dar uma chance aos seus pais e a si mesma de construir novas lembranças. Boas, para variar.
Vestiu sua camiseta do Barcelona, com uma calça skinny, e calçou seus coturnos pretos, caprichando no delineador e no batom vermelho e foi para o térreo do hotel, esperando seus pais aparecerem para ir ao estádio.
— Cadê o seu casaco Tay? - perguntou a mãe, assim que a viu com os braços desnudos.
— Não está frio mãe - respondeu a ruiva — O tempo está bom, tem até sol hoje! - disse ela animada.
— Nós estamos na Europa! - disse o pai a repreendendo — O tempo pode mudar a qualquer momento por aqui.
— Ok chefes, vou pegar um casaco enquanto vocês providenciam um táxi, pode ser? - perguntou a Tayla já sumindo no elevador.
(...)
Entraram sem muitos problemas no estádio, e seguiram para a área vip, já que a ruiva não queria ser incomodada durante o jogo.
— Mas eu não acredito! - berrou Louise, ao encontrar Tayla com a família, já acomodados em seus acentos. — Você veio para a Euro!
— Hey! - levantou-se a ruiva, correndo para abraçar a amiga que estava de mãos dadas com o marido.
— Olha só - disse Xabi surpreso — Eu sempre soube que tinha algo errado com você! - acusou ele, apontando para a camiseta que Tayla usava, fazendo Louise revirar os olhos.
— Ah querido, supera! - disse Lou — Nem todo mundo gosta do Real Madrid tá? - completou a morena, em defesa da ruiva, que ria da cena.
— Sentem-se conosco! - chamou Rob, o pai de Tayla.
— Claro! Como estão? - perguntou Lou, sentando-se entre Tayla e Xabi.
— Estamos maravilhosamente bem! - respondeu Margareth — Nem acreditamos quando Tay aceitou nos acompanhar nas férias! - disse a mulher mais velha, com um sorriso largo no rosto, fazendo com que Tayla ficasse sem graça.
— Gente, o jogo já vai começar - berrou Xabi, mal podendo se conter de euforia.
— Você está insuportável hoje, amor. - comentou Lou, e Tayla concordou com a cabeça e concentraram sua atenção na partida.
Depois da vitória da Seleção Espanhola de 3 a 0 sobre a Turquia, Xabi resolveu cumprimentar os seus amigos e carregou a esposa junto. Tayla quase implorou de joelhos para levá-la para conhecer Don Iniesta e ele terminou cedendo.
— Eu não acredito! - berrou Tayla, animada quando desceram para o corredor que levava aos vestiário das equipes e ela avistou Iniesta conversando com De Gea — Você se importa em tirar uma foto comigo? - pediu ela nervosa, dirigindo-se a Iniesta, fazendo Xabi gargalhar dela.
— Claro! - respondeu o homem, com um sorriso e tirou a selfie com a ruiva que logo ficou serelepe e o abraçou, sem mais nem menos.
— Me desculpe! - pediu ela constrangida pela sua atitude — É que você é meu ídolo e eu estou falando demais já - resmungou, fazendo Iniesta rir.
Tayla acabou fazendo a festa com os jogadores do Barcelona que estavam na seleção espanhola e fez um selfie com todos eles e postou no instagram, fazendo questão de aparecer com a camisa do time catalão.
"Se eu estiver sonhando, por favor não me acorde" dizia a legenda da foto.
(...)
Alguns dias se passaram e tanto Manuel como Roman tentavam entrar em contato com Tayla, mas ela ignorava sempre que possível. Não queria fazer parte do joguinho deles. Ela não tinha cabeça e muito menos coração para isso.
Por puro azar de Tayla, seus pais decidiram ir ao estádio para o jogo entre Alemanha vs Itália, para as vagas das semifinais.
— Faço questão de que venha conosco! - disse Rob, enquanto Tayla fazia birra para não ir ao jogo.
— Tem alguma coisa com aquele goleiro não é? - perguntou Margareth com tom acusatório.
— Sim mãe, tem sim. - respondeu Tayla, sendo sincera e chocando seus pais — Eu não quero vê-lo.
— O que aconteceu entre vocês? - perguntou a mãe, preocupada.
— Eu estou confusa, o Manu é confuso - começou Tayla — Ele não sabe o que quer e eu não vou ser brinquedo de ninguém. - respondeu a ruiva, com os olhos marejados.
— Tudo bem querida, nós entendemos. - respondeu Rob, a abraçando de lado — Mas vai ser um jogão! - disse ele animado, aliviando o clima da conversa.
— Eu vou ao jogo com vocês! - respondeu ela, deixando os pais felizes da vida.
Tayla decidiu que iria ao jogo, pois Manu não tinha o direito de privá-la das coisas boas da vida mesmo sem saber, e precisava sair com seus pais, pois não tinha mais desculpas para recusar os convites dos dois.
Vestiu a camisa da Seleção Alemã que Hummels havia lhe dado de presente, como um incentivo para ela ir aos jogos da Alemanha, já que tinha boicotado todos, e vestiu uma blusa de frio preta por cima, já que o clima estava oscilando. Vestiu uma calça preta que realçava suas pernas e calçou os seus coturnos pretos, surradíssimos. Caprichou na maquiagem dos olhos e na hora do batom optou por um nude amadeirado.
(...)
Tayla chegou com a sua família e logo encontrou-se com algumas pessoas conhecidas na tribuna, inclusive Lisa e Ann Kathrin. As três tiraram fotos juntas e a ruiva sentou-se com os pais, para assistir ao aquecimento das seleções.
Tayla acenou para Mats que ficou feliz ao vê-la lá, e ela mostrou que usava a camiseta que ele havia lhe dado de presente e ele correu até o lado que ela estava sentada, berrando o quanto ela estava maravilhosa com aquela camiseta, deixando-a sem graça. Manuel notou a presença da ruiva e ouviu seu nome gritado por Hummels, e virou o olhar na direção dos dois, e sorriu ao vê-la lá, talvez nem tudo estivesse perdido para ele.
Manuel sentia-se perdido. Porque o que Tayla havia lhe dito era a pura verdade. Ele realmente não sabia o que queria, e parecia usá-la para esquecer Nina. Mas ele não sentia que usava Tayla, pois sentia-se bem com ela. Como se nada faltasse. Milhões de pessoas assistiriam a partida que estava para começar, mas Manuel decidiu que jogaria por ela aquela partida, e eles venceriam.
A partida estava tensa, afinal eram duas grandes seleções disputando uma vaga. O pai de Tayla estava quase infartando, pois estava claro que torcia para a Alemanha, e Lisa a todo momento entrava em desespero, sendo consolada pelos pais de Thomas. E Tayla, bem, ela estava calada, quieta e tentava não ficar tensa pensando nos possíveis pênaltis. Sentia-se mal por não poder ajudar e estava se preocupando demais com Manuel, que demonstrava nervosismo e estresse no gol.
Por puro azar o jogo foi para os pênaltis, e foram vários batidos, e a maioria perdia os gols. Todos estavam aflitos e nem Tayla conseguia se conter, roendo as unhas, enquanto tweetava sobre o jogo.
No fim a Alemanha venceu a Itália numa disputa de penaltis quase interminável e todos os jogadores foram aplaudir a torcida, enquanto Manuel veio correndo na direção da tribuna. Tayla procurou alguém que lembra-se a aparência de Neuer e não encontrou ninguém, então concluiu que ele estava indo em sua direção.
— Vem cá! - gritou Manu para que a ruiva escutasse, e logo desceu até a grade que separava os dois.
— Parabéns Manu! - disse ela sorrindo — Você foi incrível! - completou e ele a puxou para um abraço desajeitado.
— Você tá usando uma camisa do Mats? - cochichou ele, passando seus braços suados pela camiseta dela — Você deveria vestir uma com o meu nome! - disse ele, apertando a cintura da ruiva.
— Você tá todo suado Manu, credo! - comentou ela, enquanto ria do comentário dele. Ele estava com ciúmes?
Manuel a olhou fixamente nos olhos, e depois reparou nos seus lábios, que não estavam pintados de vermelho, como era de costume. Aproximou-se o suficiente para sentir a respiração pesada de Tayla, a puxando para um beijo apaixonado que durou apenas alguns segundos, por conta da plateia, que ovacionava o casal.
— Você quer sair comigo hoje? - perguntou Manuel, como se nada tivesse acontecido.
— Pode ser. - respondeu ela, atordoada e perdida pela atitude de Neuer, que depositou um beijo em sua testa e saiu em direção aos amigos para cumprimentar a torcida, enquanto Tayla voltou para seu lugar, ao lado dos pais.
— Gente! - berrou Lisa para os três — Que bela maneira de assumirem o relacionamento! - comentou a loira, parabenizando Tayla.
— O QUE? - berrou ela de volta, fazendo Lisa gargalhar, enquanto seus pais a enchiam de perguntas.
A atitude de Manuel havia sido impensada e todo o mundo estava considerando aquilo como uma confirmação oficial do relacionamento dos dois.
Mas Tayla não sabia lidar com aquilo.
Ela não retribuiu o beijo pensando nas câmeras, porque naquele momento ela só pensou em como Manuel beijava bem.
Será que Tayla e Manuel estariam prontos para lidar com aquilo, naquele momento?
(...)
Tayla trajava um vestido azul marinho de alças, que tinha um leve decote entre os seios. O vestido marcava bem a curva da sua cintura e descia em uma saia mais aberta, dando uma leveza ao look. Calçou seus sapatos vermelhos e abusou do batom vermelho vivo. Seus cabelos cacheados desciam pelas suas costas e ela os deixou ao natural. Sentiu-se bonita quando viu a sua imagem refletida no espelho. O vestido lhe caia bem e não lhe deixava com a aparência de um balão, o que era ótimo.
A ruiva esperava Manuel no restaurante do hotel que ele estava hospedado, e por incrível que pareça, o loiro estava atrasado.
— Mil perdões meu amor - pediu Neuer, a abraçando pelas costas, fazendo com que a moça ficasse tensa ao ouvir aquelas palavras.
— Tudo bem. - respondeu ela, enquanto bebia seu drink.
— Você está com fome? - perguntou o loiro, enquanto ela o observava atentamente.
— O que você quer comigo Manuel? - perguntou Tayla, direta como sempre.
— Olha, vamos comer alguma coisa primeiro e depois conversamos, pode ser? - sugeriu ele, impaciente com a lerdeza da ruiva.
— Tá ok - respondeu ela, enquanto encarava o cardápio.
Estava disposta a matar Manuel de raiva. Ela havia gostado do beijo, não podia negar. Mas para o mundo inteiro assistir aquilo? Ela, definitivamente, não havia gostado disso.
— Por que está tão arisca? - perguntou ele, quando terminaram de jantar e Tayla insistiu para dividirem a conta.
— Eu estou normal. - respondeu ela, cortando a possibilidade de conversa entre eles.
— Eu pensei em sairmos para conhecer um pouco da noite parisiense... - começou ele.
— Olha, eu acho uma ótima ideia sair daqui - interrompeu ela, que estava incomodada com os olhares de Ann Kathrin na mesa próxima a eles, com Mario.
Eles saíram andando pelas ruas movimentadas da Cidade Luz, e pararam na ponte do Rio Sena.
— A gente já andou horrores - começou Tayla — E eu estou com esse salto horrível - reclamou ela — Então por favor, pare de me enrolar e me diga o que quer comigo! - pediu Tayla, impaciente.
— Tudo bem - começou Manuel, limpando a garganta — Percebi que nos últimos dias tenho sentido sua falta, mais do que qualquer coisa. - disse o loiro, encarando-a nos olhos — Eu estou apaixonado por você, e eu sei que existe chances do sentimento não ser recíproco, mas eu quero arriscar.
— Manu, eu... - começou Tayla, insegura.
— Não me interrompa, por favor - pediu ele — Eu acho que amo você Tayla. - disse Neuer, com os olhos marejados.
— E a sua ex? - perguntou Tayla demonstrando insegurança.
— Quando eu tive que decidir sobre o meu futuro como goleiro, minhas memórias me diziam que eu deveria permanecer no Schalke 04, mas meu coração me dizia para vir para o Bayern. - disse ele, deixando-a confusa — E agora, minhas memórias dizem a Nina, mas meu coração diz que é você. — finalizou Manuel, tirando um peso de si. — O que eu estou tentando dizer é que eu não errei em seguir o meu coração. E é você quem eu quero. - explicou Manuel, enquanto Tayla segurava as lágrimas, engolindo em seco.
— Por favor, fale algo. - disse Manu, sem graça, pelo longo silêncio que seguiu.
— Eu não tenho o que dizer Manu, eu... - Tayla não conseguiu finalizar a frase, porque não conseguia dizer que o amava. Ela se sentia incapaz de amar alguém, então porque amaria Manuel?
— Eu não preciso que você diga que me ama, eu só precisava dizer que te amo. - dito isso, Manuel a puxou para um beijo apaixonado, que logo foi retribuído pela ruiva, que entregou-se de corpo e alma àquela demonstração de afeto.
— Seja minha. - sussurrava Manuel entre o beijo.
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