— Damian, você deixaria o mundo queimar por mim? — Jonathan chegou perto do Robin, com seu típico sorriso e carregando um pacote de salgadinhos
Damian parou de fazer sua sequência de abdominais, confuso com a pergunta do superboy
— Como assim? — Se virou para o recém chegado
— É que tem essa música do Chris Gray que ele lançou um dia desses — O jovem se sentou ao lado de Damian no chão para falar — e uma parte dela diz “eu deixaria o mundo queimar por você”, na minha escola, tem algumas pessoas dedicando esse trecho da música para outras pessoas que importam para elas
— Primeiro que eu conheço a música, e os idiotas da sua escola deveriam ouvi-la inteira antes de dedicá-la a alguém, ela fala sobre um amor obsessivo, muito poética por sinal, mas nada saudável — voltou a se deitar no chão, se preparando para continuar os exercícios
— Esquecendo todo o resto do contexto da música, e focando nesse trecho… supondo que eu estivesse morrendo, e você tivesse que escolher entre salvar a minha vida e deixar o mundo queimar ou salvar o mundo e me ver morrer — Jon fazia os questionamentos gesticulando tudo de maneira afoita, típico de uma criança hiperativa
Damian bufou, cansado dos questionamentos do parceiro
— Eu salvaria a vida de alguém mais útil — voltou ao exercício sem olhar para o superboy
— Mas Damian — pois um biquinho tristonho nos lábios e segurou o Robin pelos ombros, roubando sua atenção
— Tire suas mãos imundas de mim, seu—
— Damian, não tem essa opção, ou você me salva, ou salva o mundo, o que você escolheria?
— O mundo, logicamente, tem muita gente importante que morreria se eu escolhesse você, imbecil, agora me larga e vai procurar o que fazer — Empurrou o superboy e voltou aos exercícios
O superboy tristonho saiu com seu salgadinho em mãos, o robin não se sentiu nem um pouco culpado, mas talvez arrependido quando o parceiro decidiu ter atos de rebeldia o dia inteiro porque ele não era “importante o suficiente”
12 anos depois…
— Feliz aniversário! — Jonathan exclamou quando viu o amigo, ele e Damian levantaram sacolas de presentes para dar ao aniversariante
— Valeu — Garfield pegou as sacolas, espiando o conteúdo de dentro — Fiquem à vontade, galera — deu um espaço para que os dois pudessem entrar na casa — Ravena foi ao mercado buscar umas cervejas e outras coisas que estavam faltando, então estamos sozinhos por enquanto — Colocou as sacolas em uma mesa e se voltou para dar atenção aos convidados — Vocês chegaram cedo, hein, não estava esperando que ninguém chegasse antes das 10h
— Culpa do Damian e sua pontualidade militar — Jon riu, lançando um olhar divertido para o namorado, que apenas cruzou os braços — Eu tentei convencer ele de demorar um pouco mais antes de vir, mas sabe como é…
— Bem, eu vou me arrumar, curtam uma música enquanto isso — Gar conectou o celular na caixa de som e colocou uma playlist aleatória criada pelo app de músicas, em seguida assumiu a forma de um cachorro e correu para o quarto, deixando os dois a sós
Assim que Garfield desapareceu, uma melodia familiar começou a preencher o ambiente. Jon sorriu ao reconhecer a música, e seus olhos brilharam com nostalgia
— Ei, Damian... você se lembra dessa música? — Jon perguntou, com um sorriso brincalhão nos lábios, puxando Damian de leve pela mão para se sentarem no sofá
Damian levantou uma sobrancelha, mas logo sua expressão suavizou ao perceber qual música era, ele deu uma risada baixa e balançou a cabeça, deixando a postura de lado para se acomodar ao estofado
— Claro que lembro, faz tempo que eu não a ouço, mas toda vez que ouço eu me lembro daquela vez que você me fez aquela pergunta ridícula... — respondeu, os olhos brilhando com nostalgia
— Ridícula? — Jon riu, se aproximando mais — É, talvez eu fosse meio dramático quando eu era criança, não era?
— "Meio" é pouco — Damian respondeu, revirando os olhos, mas seu tom era brincalhão
Os dois ficaram em silêncio por um momento, ouvindo a música e se deixando levar pelas lembranças
As suas versões crianças jamais imaginariam que os dois acabariam juntos de forma romântica, mesmo após tantos anos, Jon riu com esse pensamento, seu eu de 10 anos teria surtado e nunca mais teria olhado para o Robin de novo
— Você foi bem duro comigo naquela época — Jon comentou, rindo baixinho — Mas, honestamente, eu era bem chorão
— E eu era... — Damian hesitou, mas logo completou — agressivo e fechado demais
Jon sorriu, surpreso com a admissão, seu namorado não era do tipo que admitia seus traços tóxicos
Damian olhou para Jon, a cabeça apoiada no encosto do sofá, seus olhos sérios
— Se você me fizesse a mesma pergunta hoje, e se eu tivesse que escolher...
Jon prendeu a respiração, sentindo o ar ao redor deles mudar, a música se tornando um pano de fundo quase poético, o trecho coincidindo com a parte exata da qual eles falavam
— Eu deixaria o mundo queimar — disse Damian, sua voz baixa, mas firme — Eu não saberia como viver em um mundo sem você, e pouco me importa o quão obsessivo isso pode parecer, se fosse preciso eu mesmo acenderia o fósforo desde que isso significasse nunca te perder
A confissão fez o peito de Jon apertar de emoção. Seu coração batia cada vez mais rapido e apaixonado, e suas bochechas demonstraram isso com a coloração rosada que atingiram assim que ouviu a declaração
Sem dizer uma palavra, ele se inclinou ainda mais, até que seus corpos se tocassem no sofá. Damian ergueu a mão e acariciou o rosto de Jon, seus dedos traçando o contorno de sua mandíbula. Jon fechou os olhos ao sentir o toque, sentindo arrepios percorrerem seu corpo
Se aproximaram até que seus lábios finalmente se encontrassem, de início em um beijo suave, terno, mas logo o momento evoluiu. Damian deslizou a outra mão pela nuca de Jon, puxando-o para mais perto, enquanto seus corpos se ajustavam no sofá, ficando cada vez mais colados
Jon, sem se conter, deslizou a mão pelo peito de Damian, sentindo os músculos sob a camisa, enquanto Damian aprofundava o beijo, deixando de lado suas inibições habituais
O som da música ao fundo se tornou apenas um detalhe distante enquanto eles se entregavam ao momento, com toques mais intensos, as línguas se envolvendo em um beijo mais selvagem e necessitado
Jon abriu um pouco mais os olhos, entre o beijo, vendo a expressão suave e focada de Damian. Ele desceu as mãos pelas costas de Damian, trazendo-o ainda mais para si, se não estivessem na casa do amigo, já teria se deitado sobre Damian e começado a tirar as roupas bem ali
Quando finalmente se afastaram, Jon manteve a testa encostada na de Damian, ainda ofegante, com um sorriso suave nos lábios
— Definitivamente uma resposta melhor do que quando éramos crianças — Jon murmurou, a voz baixa, quase como um segredo
Damian sorriu de lado, seus dedos ainda traçando o rosto de Jon enquanto ele respondia em um tom divertido — É... acho que sim
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