POV Charlie
- Você está gravida!
Não, não, não, não e não! Não pode ser, um deslize e agora eu to gravida. É sempre assim, não é? A minha vida é cheia de surpresas, sempre complicando para o meu lado. Ter um filho é maravilhoso, mas agora não. Eu tenho 17 anos, isso não vai ser fácil. Nem um pouco fácil, não sei o que eu faço agora.
- Não, eu não to – disse andando de um lado para outro
- Filha, agora você precisa ir para a Austrália mais do que nunca – minha mãe disse.
- Você está se aproveitando dessa gravidez para me fazer voltar? – perguntei chorando.
- Não filha, eu só estou dizendo o que é melhor.
- Mãe, por favor, deixa eu voltar para Los Angeles. Eu quero ficar com a minha família. Eu te amo, mas eu não posso mais ficar presa, eu não quero ir para a Austrália – percebi algumas lagrimas escaparem de seus olhos.
- Eu só queria você ao meu lado
- Eu só queria ser feliz. Mãe, você e o papai estão me privando de viver a minha vida – ela assentiu.
- Tudo bem, eu vou comprar as passagens para Los Angeles – sorri – agora vai conversar com o Shawn, ele precisa saber que vai ser papai.
Respirei fundo e assenti.
Eu não faço a mínima ideia de como eu vou contar isso a ele. Comecei a caminhar pelo aeroporto, até avista-lo junto ao meu pai. Ele sorriu meio preocupado, retribui o sorriso não muito animada.
- Oi – disse assim que cheguei neles, umedeci meus lábios.
- Tá tudo bem? – neguei com os olhos ainda marejados – O que acontece? Você vai para Austrália?
- Não, a gente vai voltar para Los Angeles.
- Então o que aconteceu? – segurei a mão dele e o puxei para longe de meu pai.
Não queria que meu pai ouvisse, não queria que ele descobrisse, não agora.
- Charlie, você está me assustando? O que tá acontecendo? – ele repetiu
- Shawn, eu...eu – não conseguia completar a frase
- Ei – ele segurou minha mão tremula e me olhou de um jeito que me fez acalmar.
- Shawn, eu não sei como dizer. Nunca pensei que iria passar por isso, mas a minha vida é toda complicada. A gente foi meio irresponsável na hora de transa – ele ficou confuso no começo, mas quando sua ficha caiu ele arregalou os olhos.
- Por isso do vomito. Você está gravida? – assenti chorando – como você sabe?
- Minha mãe com seu instinto. Ela comprou um teste e deu positivo
Shawn me puxou para um abraço e nem se importou de molhar sua blusa com minhas lagrimas.
- Eu estou feliz, nós vamos voltar para a nossa casa e contar a todos que nós vamos ter um filho. Eu te amo – ele disse limpando minhas lagrimas com seus polegares.
- Eu te amo também.
[...]
Depois de algumas horas de voo, e alguns minutos de carro, nós finalmente tínhamos chegado em casa. Nós tocamos a campainha e quando Cameron abriu a porta ele gritou.
- O que vocês estão fazendo aqui? – Cam perguntou fechando a porta.
- Nós voltamos, essa é a minha casa, lembra? – perguntei sorrindo, logo apareceu Taylor, Blue, Lisa e Jack G junto com a Madison.
- Charlie conseguiu convencer os pais dela – Shawn disse sorrindo para mim.
- Como? – Madison perguntou
Eu e Shawn nos entre olhamos, ele assentiu para que eu falasse, e assim fiz.
- Eu to gravida – todos ficaram boquiabertos.
- Que? Mentira? – Blue disse vindo me abraçar – Meu deus, eu vou ser titia!
- E eu vou ser titio – Taylor completou fazendo uma careta.
- E eu vou ser mãe – disse ainda não acreditando
- E eu vou ser pai – Shawn disse do mesmo jeito que eu.
- Agora nossas vidas vão mudar mesmo – Jack observou e eu concordei – Eu to feliz por vocês.
- Eu tenho que admitir, eu to com medo – disse
- Mas a gente vai estar aqui para cuidar dessa peste que vai nascer – Cameron disse brincando fazendo todos nós rirmos.
- Nós somos uma família – Taylor disse e eu arregalei os olhos.
- Taylor dizendo coisas fofas, milagre – Shawn disse por mim.
- Milagre chamado Blue – Cameron respondeu.
Depois quando todos já sabiam da grande noticia, eu fui para meu quarto e comecei a pensar.
Fui em direção ao espelho e levantei a blusa, me virei de lado e fiquei analisando minha barriga, logo ela estaria gigante.
Shawn chegou por trás de mim e me abraçou. Olhou no espelho junto comigo e colocou sua mão em cima da minha – que estava pousada sobre meu abdômen – ele beijou meu pescoço e apoiou seu queixo em meu ombro.
- A gente vai ter um filho – eu disse não muito animada.
- Pois é. Essa criança é um símbolo do verdadeiro amor – começamos a rir.
- Não, mas é serio – disse parando de rir – Isso vai ser muita responsabilidade, e vamos ter que cuidar, e sustentar e se você não quiser tudo bem. Nós somos muito jovens...
- Ei, tá tudo bem – ele disse me interrompendo. Ele segurou meu rosto com as duas mão e me olhou bem nos olhos – Nós vamos passar por isso juntos.
- Eu e você? – perguntei fazendo uma cara de cachorrinho.
- Você e eu – ele repetiu afirmando.
Ele me abraçou e ficamos abraçados por um tempo.
A ficha não tinha caído completamente. Ainda tinha aquela parte de mim que não queria acreditar que eu ia ter um filho. Eu amo o Shawn, mas é difícil ser mãe na adolescência, tanta coisa a se viver. Ainda não consigo acreditar.
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