Notas do Autor
O capítulo não fico la essas coca cola sabe...
Mais nos próximos aguentem o coração, vou tentar fazer umas ceninhas fofas...
alguém quer spoiler?
Rs
boa leitura!
Capítulo 9 - Desvendando o passado (Kyungsoo)
*Desvendando o passado*
"Mãe?"
Bati na porta.
"Não entre!"
"Mas mãe... você precisa comer, já está ai a mais de duas semanas..."
"Me deixa em paz"
Gritou. Levei um tapa na cabeça.
"O que está fazendo aqui?"
Era minha avó.
"Eu vim ver se ela precisava de alguma coisa"
Ela puxou minha orelha e começou a me puxar para longe do quarto de minha mãe.
"Já te falei que não deve falar com ela, nem ver ou toca-la, ela pode te contaminar"
Me jogou em cima do sofá.
"Não e verdade! Ela não tem doença nenhuma"
Falei.
Eu só tinha 12 anos, mas com o tempo aprendi a agir como um adulto, ou pelo menos tentava, mas eu tinha sabedoria o suficiente para saber que minha mãe tinha uma doença mental, e não algo grave como minha avó dizia.
"Kyungsoo o medo é uma doença transmissível... não quero você perto dela"
"Mas ela é minha mãe"
"Esqueça ela! Ela e doente!"
Gritou, e do nada começou a me bater, como sempre fazia, como se aquilo fosse uma resposta para todas as minhas dúvidas.
A minha vida era um merda, pode se dizer que cresci antes do tempo. Minha mãe tinha agorafobia, medo da multidão, das pessoas, de sair de casa.
Quando eu tinha 7 anos, meu pai nos abandonou, ele estava cansado dos surtos de minha mãe, passei 4 anos e meio cuidando sozinho de minha mãe, trabalhava nas ruas, e ajudava em um asilo, o que me garantia dinheiro o suficiente para sustentar a casa, mas quando as coisas começaram a apertar, minha avó se mudou para nossa casa, e começou a nos 'ajudar', quer dizer tentou. Minha avó tinha ódio da minha mãe, por ela ser problemática, não assumia que ela era normal, mais dizia para todos que minha mãe tinha doença, uma doença contagiosa. Além disso ela me batia por tudo, por estar estudando, por sorrir, por ver tv, por tentar falar com minha mãe, por tudo... era terrível, mas eu tinha que suportar tudo calado.
Quando completei 17 anos, minha avó adoeceu, os médicos disseram que ela morreria logo, então eu assumi a responsabilidade de cuidar dela e de minha mãe.
"Kyung ....Kyungsoo"
Minha avó já não tinha forças nem para se levantar, eu a ajudava em tudo.
"Sim, vovó ?"
"Me ajude a sentar um pouco"
Pediu, e assim eu o fiz, coloquei alguns travesseiros em sua costa, e ela se sentou, segurou em minha mãe.
"Minha hora está perto Kyung... logo não existirei mais nesse mundo, e você ficara sozinho com aquela coisa que você chama de mãe"
Não importava o tempo, se estava ou não morrendo, minha avó era e sempre foi incapaz de aceitar a doença de minha mãe.
"Eu sei vovó"
"E você ainda e uma criança, precisa viver, estudar, ter sua própria casa... apesar de tudo.... tudo o que te fiz, eu sempre amei você"
"Você não fez nada de errado, só me ajudou a crescer"
Não era hora de decidir se ela estava errada ou não.
"Não Kyung... eu errei com você, eu devia ter te dado amor, o amor que a coisa não pode te dar, ter te apoiado e ensinado coisas"
"Mas você me ensinou muita coisa vovó"
Ela tocou em meu rosto, sorria fraco e os olhos estavam semicerrados, a pele enrrugada e cheia de marquinhas das agulhas e tubos de remédio.
"Pare de tentar ser bonzinho comigo, só porque estou morrendo garoto... ainda posso te dar umas palmadas"
Eu ri baixinho, apesar disso meus olhos se enxiam de lágrimas, aquilo tudo parecia uma despedida, e eu nunca estive pronto para isso, eu não estava pronto para ficar sozinho e encarar a vida sem ter alguém para ao menos me repreender.
"Kyung...estou velha de mais, e não tardará a chegar minha hora, mais antes que ela venha, tenho um último pedido a lhe fazer"
Apertei sua mão com essas palavras.
"Pode...pode fazer"
Meu coração dóia, e se eu não estivesse sentado, com certeza já teria desabado no chão de tanto que eu tremia.
"Me prometa duas coisas Kyung... só isso que te peço, serão meus dois últimos desejos nesse mundo"
Eu acenti com a cabeça, e ela sorriu.
"Primeiro... prometa-me que quando eu morrer irá internar sua mãe..."
Era a primeira vez que ela se referia com respeito a minha omma.
"Não posso abandona-la vovó"
"Ela já te abandonou a muito tempo Kyung... desde o momento em que ela se isolou naquele maldito quarto, desde o momento em que deixou o medo a dominar, ela te abandonou primeiro... então me prometa que irá interna-la?"
Passei um bom tempo em silêncio, e ela voltou a falar.
"Você precisa viver, e se ela continuar aqui, você nunca poderá viver, porque não teria tempo nem para si próprio... existem pessoas mais capacitadas para isso Kyung"
Eu fiz que 'sim' com a cabeça.
"Eu prometo"
"Segundo e último... eu sei que sempre falei mal de sua mãe, que a xingava e dizia que ela tinha uma doença transmissivel, sinto muito por ter feito isso Kyung...mas eu não queria que se tornasse como ela... eu sempre soube que ela tinha uma doença mental"
"Vovó...o medo não e uma doença, só que minha mãe, tem algo além de medo..."
"Está errado Kyung....o medo, e uma doença... ter medo faz o ser humano ser fraco, independente de qual for a razão, o medo enfraquece o ser humano, o medo e uma doença..."
Apenas fiquei calado.
"Me prometo Kyung...prometa para mim que nunca terá medo, que irá enfrentar tudo e todos, mesmo que o mundo diga que você e fraco, nunca reaja, nunca denucie, pois isso significa ter medo"
"Mais...não posso ser assim..."
"Sim você pode Kyung... só basta prometer"
Fiquei um tempo pensando se prometia ou não, prometer não ter medo talvez fosse burrice minha, porque a tendência humana e sentir medo... mas era minha avó que estava pedindo, e ela estava morrendo.
"Eu prometo vó, prometo não ter medo"
Com isso ela suspirou baixinho e começou a contar algo que ela tinha sonhado na noite passada. Minha avó talvez tenha sido uma pessoa ruim e sem coração, mais em seus últimos dias, ela agiu como uma mãe que precisa e ama seu filho, ela cantava para mim, mesmo que sua voz não fosse uma das melhores, e mesmo quando sua garganta doia, ela fazia um esforço para conversar comigo e me ouvir... mas... uma semana depois de minha promessa, ela morreu. Acho que minha avó morreu feliz, e que não sentiu dor... porque estava sorrindo quando descobri que morreu, e além de tudo, ela morreu da maneira que queria morrer, dormindo.
Um mês depois de sua morte, internei minha mãe em um hospital fora da cidade, um daqueles que cuidam de gente com problemas, e comecei a estudar e a me dedicar em meus estudos, era o que minha avó queria, e mesmo que eu ainda a odiasse um pouco, eu ainda amava la no fundo, grato por tudo o que fez, por tudo o que esqueceu e deixou para trás, apenas para se dedicar a mim e minha mãe.
Notas Finais
Então...tá ruim ne?
Eu achei... sei la, falto alguma coisa no capítulo...
mas, esquecendo eu, o que estão achando?