História Identidade Roubada - Larry version - Apaixonado

No dia seguinte 

Acordei no sofá com um lençol em cima de mim. 

-Bom dia Sun – a voz rouca do Harry me assustou. 

-Bom dia...

Do que ele me chamou? 

-O café da manhã está subindo. 

-Não estou com fome. - menti. 

-Você precisa comer alguma coisa - Ele vestia apenas uma bermuda cinza de moletom, se aproximou de mim e se sentou ao meu lado, encolhi as pernas para me afastar dele - Olha Lou, precisamos conversar sobre voltar para Londres. 

-Não. - falei rápido, não posso deixar que ele me tirem do país, seria quase impossível fugir. 

-Eu sei que você gosta de NY, mas eu tenho assuntos pendentes em Londres. E o FBI está na nossa cola. 

-Por favor não me leve pra Londres. 

-É só por um tempo, depois podemos comprar uma casa aqui e vir sempre que você quiser. - Ele parecia realmente se preocupar com o que eu quero – Por favor Louis, depois do que aconteceu eu não vou tirar os olhos de você de novo. 

-Mas eu preciso ir pra casa, preciso trabalhar. 

-Já disse que tem alguém no seu lugar. 

-Trabalhar na clínica veterinária, não na administração do tráfico – Falei mais alto do que gostaria 

-Você não precisa voltar a trabalhar. - Ele revirou os olhos. 

-Preciso sim, eu estou juntando dinheiro pra abrir a minha própria clínica, ou pelo menos estava...

-Eu compro uma pra você. 

-Compra o que? 

-Uma clínica, basta escolher uma em Londres e ela é sua! 

-Não, não isso é loucura, não posso aceitar 

-É claro que pode, estamos juntos Louis – ele segurou minha mão - Eu vou te dar o mundo. 

-Eu só quero a minha vida de volta – puxei a minha mão rápido e meus olhos se encheram de lagrimas. 

-Eu... - pela primeira vez desde que o conheci, Harry ficou sem palavras e me puxou para perto dele me abraçando, fiquei tenso por um minuto, mas retribui o abraço, é tudo tão assustador que eu precisava de um pouco de conforto, mesmo que seja de um completo estranho - Eu não quero tirar nada de você... 

-Me leva pra casa então, por favor... 

-Louis, mesmo que aquele apartamento fosse seu, ele foi destruído, não sobrou nada... 

-Eu quero ver, eu preciso ter certeza de que esse incêndio foi real mesmo, porque de repente eu não sei mais o que é verdade e o que é mentira... 

-Tudo bem, eu levo você - Ele concordou e eu me soltei dele – Você vê o seu antigo apartamento e depois nós voltamos para Londres, pelo menos por um tempo. Pode ser? 

-Obrigado

-Mas primeiro você vai comer alguma coisa. 

Harry insistiu e eu acabei comendo um pouco, depois ele me pediu pra fazer as malas e saiu para resolver uns "assuntos", me deixando com o Niall

Viajar para Londres com uma gangue criminosa é loucura, eu perdi completamente a noção do perigo. Por outro lado, tudo o que eu tinha estava naquele apartamento e eu o perdi, não tenho mais nada a perder... E essa história do Harry por mais estranha que pareça pode ser verdade, afinal ele tem uma foto minha, se for verdade eu devo ter esquecido um ano inteiro da minha vida. 

-Eu não posso fazer as malas – Falei encarando o guarda-roupa, Niall deitou na cama. 

-Por que não? 

-Porque nada disso aqui é meu. 

-Tudo isso é seu Lou – Ele respondeu. 

Dei uma olhada nas roupas, são marcas caras, eu nunca poderia comprar tudo isso, fora os inúmeros pares de sapatos. 

-Isso tudo nem cabe nas malas – falei olhando para as duas malas azuis abertas em cima da cama, uma grande e a outra um pouco menor. 

-Você leva apenas o essencial, afinal você já tem tanta coisa na casa de Londres. O que ficar pra trás a gente manda buscar depois. 

-Eu nunca tive uma casa em Londres – falei sem olhar pra ele. 

-Alguém chamado Louis Tomlinson tem. 

-Você também vai pra Londres? 

-Vou, eu sou tipo um conselheiro do Harry, onde ele vai eu vou. 

-Você parece mais o assistente pessoal dele. 

-Conselheiro é menos gay – Ele riu. 

-Você acha que ele vai me trazer de volta depois? 

-Louis você não é refém, é só pedir pra ele. 

-Eu sou o que então? 

-Namorado do chefe, o que faz de você chefe também. 

-Não quero ser chefe de nada, só quero me lembrar de como a minha vida mudou radicalmente desse jeito em um ano.

De repente o celular do Niall tocou, ele ficou tenso e se levantou pra sair do quarto. 

-O que foi? - perguntei. 

-Temos visitas, fique aqui e termine sua mala ok? 

Sozinho, juntei algumas peças de roupas e sapatos. Depois tomei um banho e me troquei. Quando terminei fui devagar até a sala de estar para ver quem são as visitas. 

-Aí eu disse pra ele "se você não dá conta de fazer o seu trabalho, eu vou arrumar alguém que faça" - Ouvi uma voz masculina falar, cheguei mais perto e reconheci os dois "gerentes" do Harry sentados nos sofás com o Niall. 

-Olha ele aí - Um deles falou quando me viu – Se sente melhor Tomlinson? 

-Por favor, me chame de Lou – pedi. 

Eles olharam pro Niall esperando a aprovação dele. 

-Como quiser – O mesmo respondeu. 

-Certo, Lou está se sentindo melhor? - ele repetiu a pergunta. 

-Me sinto do mesmo jeito – dei de ombros. 

-Ele não se lembra de vocês caras – Niall avisou. 

-Nesse caso, eu sou Liam – Ele levantou e estendeu a mão para eu apertar. 

-Louis – falei mesmo sabendo que ele já sabe. 

-Eu sou Zayn – O outro cara falou

Foi nesse momento que eu me lembrei da foto que o detetive me mostrou no hospital, o cara magro e loiro é o Niall. Então tudo fez sentido, eles são a "associação criminosa" que o detetive Field está investigando, por isso ele me procurou. 

-Está tudo bem? - Zayn perguntou e me dei conta de que estava encarando ele. -Você se lembrou de mim?

-Está tudo bem sim – Menti - Mas não me lembro sinto muito

-Tudo bem 

-O que estão fazendo aqui? - perguntei me lembrando das funções deles, sem a presença do Harry eles pareciam mais relaxados. 

-Somos amigos, estamos colocando o papo em dia. 

-Certo e onde está o Harry? 

-Ocupado – Liam respondeu. 

-Não se preocupe Lou, ele volta logo. 

-Quando a gente for pra Londres, o que eu vou fazer? 

-Provavelmente compras – Niall riu. 

-Estou falando sério, o Harry vai cuidar dos assuntos de vocês e eu faço o que? 

-Você vai relaxar e se divertir, você adora a casa de Londres. - Zayn respondeu. 

-Adoro? 

-É claro, o Harry deixou você escolher tudo o que tem dentro dela. 

-Ele deixou? Por que ele faria isso? - Perguntei impressionado, ele deve confiar mesmo em mim. 

-Sim, a cor das paredes, os móveis... Porque ele construiu a casa pra você  

Fomos interrompido pelo celular do Niall mais uma vez, ele atendeu e trocou umas duas palavras. 

-Mudança de planos - Ele se levantou e os caras fizeram o mesmo – Harry vai direto pra Londres e a gente precisa ir agora. 

-Por que? - perguntei confuso – Mas ele ia me levar no apartamento antes. 

-Fica tranquilo Lou, nós te levamos - Niall falou – Pegue suas malas. 

A urgência no tom de voz dele me deixou nervoso, mas obedeci, voltei ao quarto e peguei as malas. 

-Está pronto? - Niall perguntou. 

-Acho que sim. 

-Ótimo, eu levo suas malas e o Zayn vai levar você - Ele avisou chamando o elevador. 

-Espera, porque eu não posso ir com você? 

-Porque eu sou o cara em quem o Harry  mais confia, é óbvio que ele deixaria você comigo. 

-Edaí? 

-Precisamos despistar os inimigos, eles vem atrás de mim antes de ir atrás do Zayn

-Que inimigos? 

-Não importa, nós temos muitos. 

-Vem Louis – Zayn me puxou pelo braço pra dentro do elevador e nos separamos do Niall 

-Abaixe a cabeça - Ele mandou enquanto eu seguia ele pelo estacionamento. 

-Isso é ridículo, estamos fugindo de um inimigo invisível - reclamei. 

-Só porque você não está vendo não quer dizer que não estão aqui - Ele respondeu abrindo a porta do carro pra mim. 

Zayn deu a partida e saiu acelerando, depois de uns 20 minutos ele parou em frente ao meu prédio. 

-Está vendo? Não sobrou nada, o incêndio acabou com tudo – ele falou. 

-Oh meu Deus – Encarei os escombros do prédio, abri a porta para descer, mas ele me segurou pelo braço. 

-Não adianta ir até lá, esse lugar vai desabar a qualquer momento. 

-Não sobrou nada mesmo... Vocês destruíram a minha casa... 

-Vamos sair daqui, fecha a porta Lou... - Ele pediu.

Encarei a porta aberta e em seguida a mão do Zayn no meu braço, eu posso facilmente me soltar dele e fugir, mas fugir pra onde? não tenho dinheiro, não tenho amigos, nem família aqui, se eu for pra clínica veterinária eles vão me encontrar 

- Lou? - Ele me chamou e olhei pra ele - ... a porta

Obedeci, ele me soltou e deu a partida, acelerando novamente

- Está tudo bem? 

-Ta – respondi esfregando as mãos no rosto. Ele falou alguma coisa mais eu não prestei a atenção.

– Eu odiava aquele apartamento – Confessei, pensando em voz alta – Desde que eu vim pra Nova York eu falo que vou me mudar pra um lugar melhor, mas eu ficava adiando... 

Ele riu. 

-Você vai pra uma casa mil vezes melhor do que essa aí. 

Suspirei.  

-Está vendo? Voltar pra Londres não parece mais tão ruim, eu diria que é a sua melhor opção agora. 

-É a minha única opção, tudo o que eu tinha estava alí, dinheiro, celular, tudo...

-Esta tudo em Londres - Ele insistiu - Lá você vai encontrar tudo o que precisa.

-Vai mais devagar por favor. - Pedi 

-Não posso, eles vão seguir a gente. 

-Eles quem? 

-Olha pra trás. 

Me virei e vi uma caminhonete preta seguindo a gente. 

-Zayn encosta – Falei – Se a gente der o que eles querem eles vão embora. 

-Está louco??? Eles querem você Louis! Se eu te entrego Harry corta a minha garganta. 

-Então o que vai fazer? 

-Vou despistá-los – ele pisou fundo no acelerador 

Depois de alguns minutos correndo, ele virou uma esquina e se misturou aos demais carros deixando a caminhonete pra trás. 

-Caralho, isso foi muito foda! – Ele comemorou parando no sinal vermelho, pelo menos eles são mafiosos que respeitam as leis de trânsito. 

-Você é louco, podia ter matado a gente. 

Zayn riu, de repente senti sua mão na minha coxa. 

-Está sentindo a adrenalina? 

-A única coisa que eu sinto é enjoo – respondi, o sinal abriu e ele acelerou de novo. Mas o celular dele tocou e parou o carro para atender. 

-Sim chefe... Consegui despistar eles...Sim senhor – Ele deu o celular pra mim – Ele quer falar com você. 

-Alô? - falei no telefone. 

-Oi querido, está tudo bem? 

-Sim. 

-Me desculpe por essa confusão, eu vou compensar você quando chegarmos em Londres. 

-Ok... 

-Conseguiu ver o apartamento? 

-Não tinha muito pra ver, o fogo destruiu tudo. 

-Não se preocupe com isso, vamos começar do zero.... De novo

-Onde você está? - perguntei curioso. 

-No avião. Zayn vai levar você ao aeroporto onde o Niall está esperando. 

-Ok. 

-Estarei em casa quando você chegar. Eu te amo. 

Eu não respondi e ele continuou. 

-Se precisar de qualquer coisa peça ao Zayn pra me ligar ok? 

-Ok. 

-Tchau amor, até mais tarde. 

-Tchau Harry 

Desliguei e devolvi o telefone. 

-O que ele queria?  

-Nada demais – dei de ombros. 

-Então, onde estávamos? - Ele se inclinou sobre mim e tentou me beijar. 

-O que está fazendo? - perguntei empurrando ele. 

-Como assim, estou fazendo o que a gente sempre faz. 

-A gente sempre faz isso? - perguntei chocado 

-Às vezes quando ficamos sozinhos. - Ele tentou de novo e dessa vez sua mão foi direto até o meu pau 

 -Para com isso! Isso é horrível. 

-Hey, não precisa me ofender. 

-Não você, a situação é horrível - expliquei – Se eu sou namorado do Harry porque eu tive um caso com você? 

-Porque eu sou melhor na cama do que ele. - Ele sorriu com malicia. 

-Me leva pro aeroporto ou eu vou andando – pedi. 

-Tudo bem, já entendi – ele deu a partida - Você perdeu a memória e esqueceu que estava apaixonado por mim. 

-Eu não estava apaixonado por você. 

-Não era isso que você dizia quando a gente transava. 

-Para de falar isso – pedi tentando tirar a cena da minha cabeça. 

-É verdade - Ele deu de ombros - Eu achei que você estava fingindo amnésia para se afastar do Harry

-Porque eu fingiria?

-Pra ficar longe dele e perto de mim.

-Eu tenho que contar pra ele - pensei alto. 

-Não! De jeito nenhum você não pode! 

-Ele tem que saber. 

-Ele vai me matar Lou – Zayn falou assustado. 

-Não exagera. 

-Isso é muito sério, o Harry não perdoa traição ele vai mandar me matar. 

Zayn estacionou no aeroporto. 

-Fique longe de mim senão eu conto – falei e sai do carro. 

Quando nos encontramos com o Niall e o  Liam, eles me levaram até o jatinho particular deles. E  demorou um pouco até aterrissarmos em Londres. Insisti para ir com o Niall afinal eu não pretendo ficar sozinho com o Zayn nunca mais. 

Quando Niall estacionou na frente de uma mansão de luxo, Harry estava esperando por mim. 

-Até que enfim, vocês demoraram – ele falou pro Niall, quando eu me aproximei ele me abraçou - Oi amor. 

-Essa casa é sua? - perguntei impressionado. 

-É nossa. 

-Se gostou do lado de fora espere até ver por dentro – Liam falou passando por nós com as minhas malas. 

Harry me levou pra dentro, passamos pelo Hall de entrada e subimos as escadas até o quarto principal. 

-Esse é o nosso quarto – Ele falou quando entramos. Na estante haviam porta-retratos com várias fotos de nós dois sorrindo, beijando e abraçando. 

Como eu não me lembro de nada disso? Não é algo fácil de esquecer. 

-Se lembrou de alguma coisa? 

-Nada, eu vejo essas fotos e não consigo acreditar que sou eu. 

-Tudo bem, você vai se lembrar – Ele se aproximou e beijou minha testa, eu fiquei parado como uma estátua com medo até de respirar errado perto dele – Quer que eu chame a empregada pra te ajudar a desfazer as malas? 

-Não, eu posso fazer isso sozinho – respondi encarando as malas empilhadas em um canto. 

-Não precisa ser agora, se quiser conhecer a casa primeiro... 

-Eu estou cansado, eu posso ficar um pouco sozinho? - Pedi e ele me encarou surpreso. 

-Claro, descanse o quanto quiser, eu estarei na sala de estar – Falou indo até a porta – Fique à vontade, se precisar de alguma coisa tem vários empregados andando pela casa. 

-Ok, obrigado – Agradeci e ele saiu me deixando sozinho

 Isso tudo é loucura, eu acredito sim que possa ter me apaixonado pelo Harry, alias seria fácil demais eu me apaixonar por um cara lindo assim, mas como ele se apaixonaria por um garoto como eu?  E agora o Zayn... Ou será que tudo não passa de uma mentira e eu fui sequestrado, me fazer acreditar nessa história maluca pode ser um jeito de me impedir de tentar fugir.