História Idiot Neighbor - Imagine Jun (Seventeen) - Fim das férias

 

-Mas, não tenho certeza se você sente o mesmo... – corei quando ele se aproximou de mim, parecia nervoso. – S/n, eu...você...bem, eu quero... – piscou várias vezes. – Você gostaria de namorar comigo? – disse depois de respirar fundo.

Engoli seco, não conseguindo falar nada. Olhei para baixo sem saber o que fazer.

-Eu...     

 

Eu queria aquilo, é claro que eu queria.

Mas mil pensamentos rodavam e rodopiavam em minha cabeça, pensamentos esses que me atrapalhavam formar uma resposta para Junhui.

Eu não sei.

E se tudo dar errado? E se nossa amizade acabar?

Eu realmente estou pronta pra esse relacionamento? E se for uma brincadeira dele e eu dizer sim?

Eu gosto mesmo de Junhui?

- S/N?

- OI! – gritei o assustando, assim que voltei do transe. – A-Ah, Jun...eu...é melhor...

- E aí gente, o que tá rolando? – praticamente dou um pulo, levantando na mesma hora em que a voz grossa atingiu meus ouvidos.

- JESUS!

- Não, sou só eu mesmo. – Mingyu respondeu com um sorrisinho de canto, cruzando os braços. – Vocês tão meio sérios e vermelhos,  o que é que houve?

- Nada não. – respondi rápido. – Acho que vou voltar pro hotel, tchau!

Lancei um último olhar nervoso pra Jun, e saí correndo antes mesmo de ouvir a explicação de Mingyu sobre ele estar aqui.

Só queria dormir.

 

(...)

Eu me encontrava sentada em minha cama, enquanto os dois estavam no chão conversando animadamente. Porém, ás vezes via Junhui me olhar de forma ansiosa, ou me dar sorrisos fracos e tristes.

O que eu faço?

- E então, como minha mãe ainda tinha que cuidar de algumas coisas na escola, decidiu me mandar pra cá e entregar os remédios e mantimentos da minha vó doente! – Mingyu terminou de se explicar finalmente.

Junhui riu.

- Ah, então você é tipo a chapeuzinho vermelho?! – segurei o riso vendo a cara de paisagem de Kim. – Cadê o lobo, hein?

- Você não perde uma! – levantou bravo e veio pro meu lado. – Agora eu sei por que você não quer namorar esse aí!

Congelei.

Abaixei a cabeça lentamente e continuei olhando para baixo, agarrando o cobertor nervosa. Jun também não havia falado e nem feito nada, apenas levantou depois de alguns segundos.

 - Vou ao banheiro.

Mingyu olhou para mim assustado e curioso.

- Estranho, você normalmente me bateria e Junhui me xingaria ou falaria alguma coisa pra te provocar. – levou a mão ao queixo e eu continuei quieta.

Mingyu praticamente pulou em cima de mim me fazendo cair.

 - Aconteceu alguma coisa, certo?! – disse sorrindo, meio empolgado. – S/N!

- Saí de cima de mim! – o empurrei de volta. – Aconteceu, mas... – fiz bico. – Não quero pensar nisso.

- Mas, eu quero! – respondeu empolgado, me ignorando completamente.  – Vamos, não tenho todo o tempo do mundo não, minha filha.

- Eledissequegostavademim. – eu disse rápido e baixo, o fazendo franzir o cenho confuso, sem entender nada.

- Que?

- Ele disse que gostavademim. – falei mais baixo ainda.

- S/N, desgraça, se você não falar direito eu prometo que acabo com a tua raça.

Engoli seco.

- Junhui se confessou, e perguntou se eu queria namorar com ele. – respondi, certo dessa vez.

- E o que você falou?

- Nada, você chegou na hora. – sorri, o vendo desmanchar o sorriso e colocar a mão na testa.

- Eu sou uma decepção, cara, eu devia sumir daqui, caramba eu só faço besteira, alguém me dá um tiro, sério. – começou a murmurar enquanto passava a mão pelo rosto, revirei os olhos.

- Mingyu.

- QUE?

- Eu não pensei em nada, só ia falar que precisava de um tempo. – suspirei. – Não foi sua culpa.

Ele me encarou por alguns segundos, antes de cruzar os braços pensativo.

- S/N você gosta dele ou não?

- Não sei, eu... – olhei para baixo com um bico. – Só não sei.

Parei de falar quando Jun voltou, sorrindo. Mingyu nem pode falar nada.

- Então, gente. – Kim sorriu nervoso. – Vou levar as coisas da minha vó, provavelmente vou voltar amanhã.

Engoli seco, terei que ficar com ele?

- Posso ir com você? – Jun pergunta, Mingyu o olha assustado e depois se vira para mim sem saber o que responde. – Queria conhecer sua avó.

- Ah, claro que pode. – coçou a nuca. – S/N, você vai ficar bem sozinha?

Assenti.

- Vou me arrumar.

(...)

- Bem, isso é tudo.

- Estranho, mas eu entendo. - Vitória disse, enquanto Felipe suspirava meio confuso. – Ele meio que acabou de ser rejeitado, então, deve estar tentando superar, sei lá.

- Eu já falei que não o rejeitei, só não falei nada!

- Você o rejeitou, S/N. – Felipe respondeu, bufei.

Já fazia um tempo desde que os dois haviam saído, desde então estou conversando com Vitória e Felipe pelo computador. Matias e Maria não haviam chegado ainda.

- Tá, digamos que eu supostamente tenha feito isso. – peguei meu copo de água, dando uma pequena pausa para tomar um gole. – O que eu faço agora?

- S/N, você gosta dele ou não?!

- Eu não sei!

- Então, não tem como fazer nada minha flor! – Vitória gritou, enquanto Felipe nos olhava decepcionado.

- Vocês não estão me ajudando, eu vou desligar!

- Mas, e o Mati e a Maria?

- Manda um beijo pra eles!

Desliguei, me jogando na cama. Olhei para o teto branco e vazio, pensativa.

Eu devo aceitar seus sentimentos? Ou esperar um pouco?

(...)

- Quanto tempo vai demorar para chegarmos? – Mingyu disse quase chorando, do meu lado.

- Não muito.

- Odeio aviões, não dava pra pegar, não sei, um trem? – revirei os olhos.

- Mingyu, vai dormir.

- Nossa, sua indelicada.

- Cala a boca.

Jun nos olhou bravo, o que me fez ficar quieta a viagem toda. Não conseguia nem encarar ele.

Eu sabia que isso não iria acabar bem.

- Não acredito! – Mingyu praticamente gritou, alegre. – Que coincidência o senhor sentar bem do nosso lado!

- Como vai crianças? – sorriu gentilmente, fiz o mesmo.  O motorista do ônibus daquela vez se esticou um pouco para ter uma conversa melhor com Mingyu. – Como vai a plantação de beterraba do seu avô?

E lá vamos nós novamente.

(...)

Se passou alguns dias desde que voltamos para casa. Eu e Junhui ainda nos falamos, mas não é a mesma coisa de antes.

Ele não me chama mais com apelidinhos, não temos nenhum contato físico, nossas conversas também não duram muito.

Estou triste com isso, sei que não deveria.

Devo conversar com ele?

- S/N, vamos nos atrasar. – Jun aparece na porta do meu quarto, pego minha mochila na cama e desço correndo junto com ele.

Depois de alguns minutos, estamos quase chegando na escola. Seguro um grito quando os três marmanjos praticamente pulam em cima de mim.

Me viro assustada pra um deles.

- Mingyu?

- Surpresa! – disse sorrindo, continuei séria. – Que isso, dá pra se animar?

- Por que está aqui?

- Convenci a minha mãe de me deixar estudar aqui, gostou?

- Não.

- Você gostou.

- Não queria atrapalhar, mas vamos perder a aula. – Jun diz, e sai andando na frente.

- Aconteceu alguma coisa? – Hyeon pergunta confuso, Minhyuk não tira os olhos de Jun indo embora, tentando entender algo.

- Não. – respondi nervosa.

Entramos na escola e nos separamos. Estava procurando as meninas feito uma louca, suspirei aliviada quando vi Gabi um pouco a frente, estava indo em direção à ela quando sinto meu corpo ser puxado por alguém.

Arregalo os olhos e sorrio fraco.

- A menina perdida!

- Você estuda aqui? – disse feliz. – Nunca te vi antes!

- Comecei hoje, na verdade. – coçou a nuca. – Você é de que ano?

- Estou no segundo, e você?

- Terceiro, que pena. – assenti.

- Sou S/N. – estendi minha mão, e ela apertou.

- Seo Jihye.

Meu sorriso se desmanchou na hora, sentindo meu corpo congelar por completo. Pisco algumas vezes tentando processar.

- Como?

- Jihye?

Me virei assustada para Jun, que estava atrás de mim. Nunca havia o visto tão pálido, os garotos atrás dele se encontravam assustados, assim como eu.

- Olá, Jun. – deu um sorriso largo. Se aproximou dele, o abraçando.

 

 

 

 

- É bom te ver de novo.

 

 

 

Não...

 

 

 

 

 

 

                                                                                                 Continua...