História If I Was Someone Else - Like a Mike Shinoda

“Desde os tempos imemoriais houve menos que meia dúzia de mortais cujas mentes foram capazes de contemplar o universo em sua totalidade seja em qual área fosse. Einstein, Hubble, Feynman, Douglas Adams e Mike Shinoda. Este ultimo, um pouco diferente, eu diria o mais completo. Talvez ele não pensasse como os demais descritos acima, mas sabia implementar o que sabia na área artística, o que lhe tornava mais notável do que os outros, também a época de suas existências, assim como as dificuldade de divulgar suas teses que favorecia Shinoda por pertencer aos tempos modernos.”  

- Cara, o que eu estou fazendo! – Dizia Mike com uma caneta e um caderno em sua mão. Não tinha um objetivo inicial para ele estar com aqueles objetos, ele não iria escrever uma música, ou uma carta ou qualquer outra coisa! Apenas uma pequena tese sobre o que ele pensava de si mesmo. A rotina do japonês não era muito diferente da de Chester, ele era uma pessoa que vivia sozinha, porém nunca estava parado. Sempre procurava se ocupar com algo para preencher o vazio dentro de si. De um tempo pra cá, sempre que Mike saia de casa para fazer qualquer atividade a pé, ele sentia os olhos de alguém sobre ele. Era seu vizinho, um divorciado dos olhos raros que também morava só, tinha o corpo definido e a pele bronzeada. Mike o conhecia como Mr. Smith, eles nunca se falaram, e nem faziam questão. Pelo menos não era mais o que Mike pensava. Mas o japonês tinha suas ideias sobre este acontecimento. E uma delas era Chester, talvez o casal Bennoda tivesse sido descoberto por Mr. Smith no dia em que o tatuado foi fazer uma visita a Mike. Mas isso nem era considerado um problema para o mesmo. Mike praticava esporte quando podia, assim como também malhava. Mas não era nem de perto com a mesma frequência com que Dave fazia. Ele ama uma caneta e papel, às vezes, essas coisas se tornam seus melhores amigos quando o japonês precisa desabafar pra alguém! Gostava de desenhar o que imaginava, de escrever o que sentia e sempre com um tema em comum, Chester. Não tinha nem dois dias inteiros que a banda voltou da euforia, e o rapper já sentia falta dos palcos e do pessoal. Suas coisas que levara para a ocasião ainda estavam na mala, ele olhou para elas e foi até lá, ver o que poderia fazer. Depois de tirar suas coisas ele se deparou com algo que não era seu dentro da mesma, uma calça e uma cueca. Logo ele se lembrou de que era de Chester, a pressa com que eles se arrumaram acabou misturando uma com as outras. Pela forma de como se encontrara, aquelas vestimentas estavam usadas, a cueca estava dentro da calça e a outra estava amassada.

- Muito relaxado! Vou lavar e levar pra ele. – Este seria o decorrer do dia de Mike. O japonês ficou encarando aquelas peças ali, e as pegou juntamente com as suas para levar a lavanderia. Num ato sem pensar, ele movimentou a roupa de Chester até suas narinas e permaneceu cheirando-as por um bom tempo, aquele odor lembrava um momento que o japonês não esquecerá jamais, talvez o marco para conquistar o tatuado. Shino pensou duas vezes em por aquilo para lavar, ele pensou em ficar com a cueca para ele, não para usar, mas para outras coisas. Mas o motivo de ver Chester foi maior, e ele pôs a calça e a outra peça na máquina de lavar roupa. 

Feito isso, o japonês já estava pronto para ir à casa do melhor amigo devolver as roupas e conversar, e quem sabe algo mais.

POV’s Mike on

Sai de casa com a roupa dentro de uma sacola de papel e quando já estava no carro, vi Mr. Smith me olhando de sua sacada.

- Vai olhar a mãe! – Falei para mim mesmo e dei partida no carro, aquilo já estava me irritando, uma hora ou outra eu certamente falarei com ele a respeito. Enfim, cheguei a casa de Chester, peguei a sacola e fui até a porta. Apertei a campainha e uma voz feminina respondeu do outro lado, logo deduzi que fosse Berta, a governanta dele. Mas, quando abriram a porta para minha surpresa, não era ela e sim Amy Lee. Eu fiquei parado na porta, até que ela me cumprimentou e pediu para que eu entrasse. Com educação, eu a respondi e entrei, sentei em uma poltrona e perguntei por Chester.

- Ele não está, ele foi até uma farmácia comprar alguns medicamentos. – Ela me respondeu enquanto sentava a poltrona ao lado.

- Remédios? Ele tá doente? – Realmente eu fiquei preocupado com aquela resposta, até ela me dizer que eram para ela, então tudo bem pensei comigo. Depois disso ficou um silencio meio que constrangedor naquele local, eu não tinha o que falar com ela e nem ela comigo. Escutamos alguém cantando na cozinha e era Berta, eu levantei e fui para o local onde a governanta se encontrava, mas ela não me deu muita bola por estar ocupada. Amy Lee veio até nós e perguntou se eu queria alguma, eu prontamente neguei e pensei: “Nossa, só porque ela dorme aqui às vezes já se acha no poder de fazer certas coisas”. Eu talvez estivesse exagerando, mas enfim, Chester não chegava logo então falei que iria embora, que depois eu voltava, mas Amy me interrompeu dizendo que precisava me perguntar uma coisa. Então nós voltamos para a sala de estar.

- Por que não me perguntou antes? – Eu tinha uma facilidade muito grande de ficar bravo com ela, não tinha paciência! E ela num se toca.

- Porque eu num tive coragem! – Respondeu. Cínica como sempre, sinceramente não consigo imaginá-la com o Chester, mas e agora que pergunta será que ela vai me fazer? Será que ela descobriu ou o Chester falou alguma coisa!? Eu falei pra ela perguntar logo o que tinha que eu estava com pressa.

- Então, não é bem uma pergunta, tá mais pra um recado. Eu só queria dizer pra você esquecer este sentimento que sente por mim, eu já fico com o Chester, seu melhor amigo e você não faz o meu tipo, desculpe. – Ela me falou aquilo da maneira mais normal do mundo e eu não estava entendo nada, eu ri alto do que escutei.

- WTF? Do que você está falando mulher!? Eu nunca senti nada por você, muito menos desejo. Não entendo os gostos de Chester por você, seja qual for! Seu tipo? Poupe-me, eu que te agradeço. – Pronto, falei! Mulher louca! Agora ela que me olhava sem dizer nada! Essa é boa.

- Se você não sente nada por mim, então por que você saiu chorando quando viu Chester e eu no banheiro daquela boate!? – Agora ela me pegou, vou falar o que? Que era por causa do Chaz? Mas nem precisei dizer nada, ela mesmo que se respondeu e me olhava desacreditada.

- Você não gosta de mim, mas sim do Chester! Meu Deus que babado! O Chaz já sabe disso Mike? – Ela não parava de falar e meu rosto queimava de raiva dela, até que num momento explosivo eu confirmei tudo pra ela, e disse mais, que ela ficasse esperta que logo ficaria sem sua “amizade colorida”. Falei e sai, deixei-a conversando com as paredes e não me arrependi do que tinha acabado de fazer, pelo menos não ainda. Voltei pro carro e dei partida, tinha mil e um lugares para ir naquele momento, mas minha casa era com certeza o lugar mais sensato para ir.

Fui tão rápido que cheguei em um pulo, entrei em casa e liguei o som no último volume, não queria nem saber dos vizinhos, eles que se fodam pensei. Eu coloquei as musicas mais badaladas, as que faziam mais barulho, nem prestava atenção nas letras. Tirei minha roupa num gesto rápido, e fui tomar banho para esfriar a cabeça. Já no banho comecei a pensar em como as coisas não aconteciam da nossa maneira e fluíam em ritmo uniforme, logo comecei a imaginar a minha vida perfeita, onde eu era o centro das atenções e Chester era só meu. Terminei o banho e deu certo, me sentia bem melhor. O aparelho de som ainda estava ligado, passava When They Come For Me eu comecei a cantar junto, aquelas palavras eram exatamente como eu me sentia, assim que ela acabou eu desliguei o aparelho, fiquei só com meus pensamentos novamente e fui cozinhar algo para comer. O tempo voa, nem me dei conta de que já era noite, achei melhor deixar pra lá o que eu estava para preparar e disquei o número da pizzaria mais próxima e pedi duas pizzas, sendo uma americana e outra quatro queijos. Não sei por que pedi duas se eu sei que não vou conseguir comer uma. O motoboy nem demorou o quanto eu estimava e assim que paguei ele foi embora. Fui até o frigobar e peguei uma bebida não alcoolizada. Liguei a TV num canal de desenhos, que por sinal gosto muito e tirei uma fatia da de quatro queijos, quando eu fui dar uma mordida a campainha tocou.

- Incrível como aparece visitas quando compramos pizza! – Deixei meu pedaço na mesa de centro e fui em direção à porta. Quando a abri um cara entrou sem nem pedir licença e bravo.

POV’s Mike off

- Porra Mike! Você foi lá em casa, criou a maior confusão dizendo que me amava e tals sem nem me consultar? – O tatuado estava furioso com o japonês.

- Quer pizza? – Foi a única coisa que Mike disse á Chester o fazendo murchar ali e dar risada de si mesmo.

- Não faz eu rir que ainda estou bravo com você! – Chaz até tentava manter-se ríspido, mas logo cederia.  

- Tem de quatro queijos e americana! – Mike falou pegando seu pedaço que tinha deixado ali. Chaz continuava rindo daquela atitude pilantra do japonês, e deixou o que tinha ido fazer de lado e pegou uma fatia de pizza.

- Chaz, eu tenho o pavio curto com ela, você sabe! Ela me provocou e eu falei mesmo! – Michael tinha seus momentos e ele sabia que tinha pisado na bola com Chester.

- Tá, deixa pra lá! Até por que eu também preciso te confessar uma coisa! – O tatuado falava enquanto bebia da bebida de Mike.

- Confessar o que? – Mike já pensava mil coisas sobre o que poderia ser aquela confissão.

- Eu contei tudo sobre a gente pro Dave! Quer pizza? – Agora era a vez de Chester acalmar o japonês que o olhava lindamente bravo.

- O que? Chaz você ficou maluco! Com que cara vou olhar pra ele agora!? Você contou tudo tudo? Com detalhes? Eu quero mais um pedaço sim! – Mike nem ficou bravo, ele estava surpreso por saber que Chester havia contado aquilo pra alguém.

- Você vai olhá-lo com a mesma cara linda de sempre! O detalhe eu deixei pra gente! – Falar daquela maneira era estranho para Chester, mas ele tinha que admitir que gostava. Depois do que o tatuado dissera, Mike nem se importou com o resto, ele sentia que Chester aos poucos se tornava mais intimo dele. Os dois ficaram ali conversando, o japonês contava o que ele fez depois que chegou em casa e Chaz só ria do mesmo. Chester tinha ido até lá, para falar para Mike sobre a gravidez de Amy Lee, que ele seria pai, porém as circunstâncias ao qual se encontrava, a diretriz que aquela conversa tomara não tornou possível aquele desejo. Por mais que os dois conversavam sempre surgia um assunto inédito que incluía ambos, nunca conseguiam colocar o papo em dia. Chaz olhou para seu relógio de pulso e declarou o tempo seu inimigo. Ele terminou de comer seu quarto pedaço de pizza enquanto Mike ainda estava no terceiro.

- Você é mole até pra comer Shino! Dizia o tatuado já em pé. Mike o olhou dos pés a cabeça o reprovando e o tatuado ria daquilo. Assim que Mike terminou, acompanhou Chester a saída e se despediu do tatuado que levava consigo outro pedaço da pizza americana. O tatuado fez um sinal com a mão e saiu com seu carro, Mike retribuiu o gesto, olhou para a casa ao lado e lá estava ele, Mr. Smith. O japonês deu de ombros para aquele ser que o olhava e entrou. Desligou a televisão e subiu para seu quarto, fechou a janela e deitou-se na cama.

- Agora a Amy e o Dave compartilham do meu segredo! O quão perturbador essas coisas me soam. Como são as coisas não! – Resmungou o mesmo com um leve sorriso no rosto refletindo sobre tudo o que tinha acontecido naquele dia, e adormeceu.