História Ilha Misteriosa - Capítulo 2: Laços

Ilha Misteriosa

 

Já nas aulas, novamente houve um atraso. Que foi? Sim, Konoha High School é a única escola particular de Konoha, mas nem todas as escolas são diferentes.

Mas dessa vez os alunos veteranos tiveram um semblante sério, era sinal que aquele atraso não era normal.

De repente a porta foi aberta bruscamente e uma figura alta foi vista,  uma mulher alta e morena caminhou depressa até a sua mesa e depositou suas pastas, ela pegou um pano e limpou rapidamente sua boca, e assim que se virou para a sala os calouros puderam admirar a beleza da professora. Por uma bela coincidência ela também havia cabelos escuros e olhos cor rubi, Hanabi achou essa coincidência cômica.

—Eu sou a Kurenai, para aqueles que ainda não me conhecem. — ela responde com um sorriso singelo— Queria muito ouvi um pouco da biografia de vocês, mas como viram, estou atrasada. Bom, vamos lá! — disse virando-se para o quadro. —Espero que lembrem de função quadrática, hein. — disse e recebeu vários “claro!” de forma irônica.

—Wow.. — Dante exclamou baixinho, estava surpreso pela tamanha beleza da professora.

—É cara, ela é linda mesmo. — Kiba disse no mesmo tom, mas falava de um tom fraternal, ele realmente gostava muito dela.

—Aaa, você nunca vai ouvir Kiba falando mal da professora Kurenai, é um puxa saco, só porque ela foi a líder do grupo deles na gincana ano passado. — Shikamaru diz num tom desinteressado para Dante, Kiba apenas revira os olhos— Foi o.. Time 8, né?

—Algo do tipo, quem grava os números é a Hinata. — Kiba responde e deu de ombros.

Enquanto isso Aline batia gentilmente os dedos na cadeira, estava transparecendo sua crise de abstinência que estava tendo naquele momento. Algo relacionado a drogas lícitas? Não. Logo será revelado. Enquanto isso a brasileira olhava incansavelmente para a sua mochila. Ela precisava fazer aquilo.

Não posso!, ela pensa convicta e fecha a mão cessando as batidas, formando um punho. Angelique observava tudo isso, não fora com a cara da brasileira e viu isso como um passatempo doido da menina, já que era visível que não queria prestar atenção.

—Alguém sabe o resultado? — Kurenai pergunta mostrando a conta no quadro.

Angelique levanta a mão, já sabia o resultado, era uma aluna aplicada.

—Diga. — Kurenai incentiva.

—É 16.. — Angelique nem termina de falar quando é interrompida.

—Não. — Aline intervém— É -16,6. — diz convicta. A jovem estava tão concentrada e perdida em seus pensamentos que nem se tocou no que fizera. — Ah, me desculpe, eu não me toquei que você falava.

Angelique perde o fio da meada, não gostava de ser interrompida.

Ela está me desafiando?! , a Atala pensa irritada.

—Preste mais atenção da próxima vez. E não me interrompa. — Angelique diz arrogante.

—Calma, não foi nada demais. — Aline tenta acalmar os ânimos.

Angelique a olha séria e a ignora.

—Certo. — Kurenai se pronuncia. — Sendo a resposta “ -16,6”, essa é...? — aponta para outra conta.

—234... — novamente Angelique é interrompida.

—234,99; então arredonda para 235. — Aline diz novamente olhando de canto para a mochila.

Santa Capivara! Vai começar tudo de novo... Bendita distração! , Aline pensa alarmada. Ela apenas viu o cálculo e respondeu sem se tocar no que novamente fizera.

—Me des.. — Angelique interrompe Aline de se desculpar.

—Acho melhor você se ligar, garota! Está querendo se exibir por algum acaso?! Para de ser aluada! —Angelique diz ríspida.

—Angel, chega, tá. — Sakura fala baixo pra ela. Angelique olha pra ela e arregala os olhos. Como assim? Essa, essa.. brasileira estava brincando com à sua pessoa e ela era vista como a antagonista? Que seja. Talvez ela realmente poderia uma antagonista.

Estava na ponta da língua a definição do que a Aline era para Angel, mas, precisaria observar mais, e assim que soubesse sua conclusão, todos ficariam sabendo.

—Se houver mais alguma interrupção por esse motivo vocês irão para a sala da vice-diretora! — Angel quase quis rir, ela não se importava nem um pouco com aquela sala, mas, respeito aos profs. apesar de tudo.

E assim a aula continuou, Aline continua com o olhar alternando entre a aula e a mochila. Não era pra o primeiro dia prosseguir assim! Mas pelo menos ela conseguiu transparecer sua crise. Ninguém poderia saber o que continha naquela mochila.

 

Às aulas cessaram, estava no auge do meio dia e todos os alunos saíram eufóricos. Quem nunca?

 

—Encontrei a melhor parte da escola. — o Blake disse, estava próximo de seus colegas da turma do "Naruto". Todos o olharam curiosos, ele não aparentava ser estudioso. — O lado de fora. — todos riram, a própria pessoa do Dante Blake era contagiante, está aí o motivo da tamanha afinidade com o Naruto.

 

 —Vamos, Sasuke? Ah, você não pode. — Kiba provoca e o Uchiha bufa.

 

—Cuidado com esse chato! — Sakura dá uma piscadela para Hanabi que estava um pouco distante do moreno e a Hanabi novamente dá um sorriso imperceptível.

 

E assim Aline, Sakura, Ino, Dante, Naruto, Hinata e Angelique foram em direção a saída o resto do grupo se dispersaram. Longe viram uma nuvem carregada.

 

—Vai cair um toró.. — Aline comenta e Angel olha de soslaio.

 

—Um o quê? — Ino exclama.

 

—Muita chuva. — Dante responde.

 

—Você é tão zueiro quanto um brasileiro! — Aline comenta.

 

As ruas de Konoha eram cobertas de calçamento, muito belo, os arbustos ficavam nas margem com flores pequenas e coloridas.

 

Dante ri e diz:

 

—Sou um losangeleno.

 

Hinata estava quieta, olhando as nuvens, sua expressão é tão singela e calma.

 

 —Gosta do período nublado? — Dante se aproxima e indaga.

 

—Sim. É tão calmo, melancólico e frio. Eu gosto muito. — Hinata diz calma. Dante se impressiona pelo jeito da moça, tão fofa, tão meiga. Mas para a Hinata era comum ouvir isso.

 

—Ótima análise. — Dante diz apreciando a fala da moça.

 

— Não sabia que gostava disso, Hinata. — Naruto comenta, era tão raro ele entender algo da moça.

 

—Ah, Na-Naruto-kun. Eu. Eu. Hân.. — a Hyuga se embaralha e fica muito vermelha. —Te-Tenho que im, digo, ir. — e assim ela atravessa a rua e vai ao seu destino.

 

—Agora entendi tudo. — Dante diz entendendo a cena.

 

—Só o Naruto não entende. — Ino diz revirando os olhos e Naruto olha tudo sem entender nada.

 

—O quê que eu fiz? — o loiro indaga e recebe um "Nada, Naruto!".

 

—Vamos à praça um dia, sim? — Aline pergunta pra Sakura e a mesma parece não gostar da ideia.

 

—Estou enjoando daquela praça. — a rosada diz, e Aline responde com um beicinho. — Não faça essa cara! — Sakura segura o riso. — Okay, okay! Vamos à praça.

 

Aline comemora.

 

Ela é... Será? Eu tenho certeza... , Angel pensa convicta.

 

—E... Aquela história do grupo da cantina? Por que não falamos com eles? — novamente indaga.

 

—Bem... — Sakura titubeia — Aquele é o grupo do Ichigo, o garoto ruivo..

 

—Por sinal muito bonito. — Ino interrompe e é respondida com olhares repreensivos — O quê? Não menti.

 

—Continuando. Chamamos aquele grupo de Bleach, eles, assim como nós, chegaram em 2018 em KHS. Ele, o ruivo, teve problemas com o Naruto nesses tempos. E, como bons amigos, o protegemos. Mas eles fizeram nossa vida um inferno! Tinha cartazes de nós nos armários pichados, normalmente íamos sempre para diretoria por alguma armação que eles fizeram e muito mais!

 

Os chamaria de os Bonde dos 50, isso sim!!, Aline pensa chocada pelas informações dadas.

 

—2019, ano passado, Naruto e Ichigo fizeram um acordo de paz temporariamente, eles não falam conosco, nem nós com eles. Assim a paz reina. — Sakura conclui.

 

—Aaa, vocês chegaram na fase boa! Nesses dois anos anteriores foram bomba, guys! Era briga, indiretas, cutucadas e muito mais. Era como a Idade Média, a Idade do Escuro. — Ino fala num tom sinistro.

 

—Idade das Trevas. — Dante corrige.

 

—Isso aí! — a loira fala desinteressada mexendo no celular.

 

—Mas aquela morena de olhos roxos, ela sorriu pra mim. — Aline reflete.

 

—Ah.. — Sakura suspira — Ela é unha e carne com o Ichigo, é a Rukia. Ela é perigosa, não confie nela. Dizem que ela corre pela madrugada de Konoha e fica observando a população dormir. — Sakura fala a última frase como em um sussurro para apenas a brasileira ouvir.

 

—HM.. — Aline mostra um falso espanto.

   Angelique assim que viu sua residência se despediu da rosada e da Yamanaka e saiu ignorando a Bálber.

—Ela é assim. — Sakura declarou antes que qualquer um comentasse.

Sakura e Ino param numa curva da avenida e se despedem da Aline e por algum motivo Naruto ainda estavam com eles, e Dante tinha ido embora também assim que chegou na sua rua.

 

—Hãn... Aline posso te acompanhar até em casa? — pergunta coçando a nuca envergonhado. Aline dá um sorriso tímido e diz:

 

—Claro! — E assim caminham. O caminho todo foi em silêncio, o que é incomum para duas pessoas extrovertidas, muito incomum.

 

Aline morava numa parte um pouco afastada da movimentação urbana, aproximadamente duas quadras de distancia e o resto era apenas árvores e ruas com calçamento. Logo viram uma casa no pequeno campo seco, sem flores ou plantações, apenas uma larga planície e gramíneas; era uma casa pequena e de cor cinza.

 

—É aqui.. —Aline diz assim que ficaram em frente ao campo.

 

—Olha... Eu nem sei como dizer.. Mas.. — Naruto olha para os lados, realmente não sabia como agir diante daquilo. — Nos conhecemos?

 

Aline franze o cenho pela pergunta e solta um "Hãn?".

 

—É que tipo, eu tenho uma leve impressão, digo, leve não, uma forte impressão que nos conhecemos. O seu nome, a sua aparência. É familiar.

 

Aline dá um sorriso bobo e fala gesticulando aleatoriamente:

 

—Olha.. Não sei. — ri fraco — Talvez a gente tenha se visto nas ruas, sei lá. Você já foi ao Brasil?

 

Naruto volta a coçar a nuca.

 

—Sim, fui quando tinha sete anos e... — ele arregala os olhos. — Caramba! É você! — Naruto pega seu celular e mexe na galeria feito louco procurando a foto que desejada — Andei remexendo uma coisas antigas minhas e achei um desenho, e ele ficou na minha cabeça por muito tempo! Eu não sabia e nem lembrava de nada! Caramba... é você! —Naruto diz animado e surpreso, e assim que acha mostra uma foto de um papel já amarelado, havia duas pessoas, duas crianças, muito mal feitos por sinal. Uma menina com típico modelo boneco palito, estava assinado bem no cantinho ao lado da boneca um nome de letra cursiva mas cheia de garranchos, dizia "Aly". O desenho do menino ao lado da menina era um pouco mais bem feito, pois havia sombreamento e mais detalhes nos cabelos, e de letra de forma e bagunçada assinou "Xaruto".

 

Aline pegou o celular espantada e viu que colocaram até a data do desenho, "2009". Aquele desenho, aquela data, aquele menino.

 

—Eu.. Eu.. — Aline titubeia, estava sem reação.

 

—Eu esqueci de você. — Naruto diz tão surpreso quanto ela. Ele abre os braços e diz: — Eu sei que estou velho mas.. — fora interrompido pois Aline o cortou com um abraço. Ele a abraçou e afagou seus cabelos..

 

Como me esqueci de você?!, ela pensa.

 

×××

O restante da tarde foi marcado pelos morenos limpando as salas. Lá estava a Hanabi com um avental meio encardido e luvas amarelas, a mesma carregava um balde cheio d’água enquanto Sasuke carregava um balde cheio de sabão coberto de espuma, o Uchiha se recusou a usar o avental — o que traria consequências para ele—. Os mesmos nem ousaram se olhar, e tinham cara de poucos amigos.

 

—Limpa as cadeiras que eu limpo a lousa. — Hanabi se pronuncia.

 

—Hahaha.— Sasuke ironizou — Eu fico com a parte difícil e você com a fácil?

 

—Apenas vamos limpar isso, essa é a última sala, quero logo sair daqui e de sua presença. — Hanabi diz arrogante. A morena passa a limpar o quadro passando de primeira um pano de modo superficial.

 

Eu não vou aceitar isso! , Sasuke pensa irado. Ele sorriu maleficamente e pega um pouco de espuma e vai de fininho até a Kurosawa e joga em seu cabelo.

 

—Me desculpe..  — Sasuke diz vitorioso e nem ao menos disfarça sua intenção. — Queria limpar a lousa.

Hanabi respira fundo e diz:

—Tudo bem. — assim que Sasuke se vira ela pega rapidamente seu balde d’água e joga no garoto; ele foi surpreendido e o contato com a água fria o fez tremer. — Sinto muito, queria limpar a cadeira. — Hanabi deixou escapar um leve sorriso.

Sasuke vira-se para ela e a olha indignado e diz:

—Então que comece a guerra, anã! —ele pega seu balde de espuma e começa a jogar nela e em todos os cantos que via. Risos e gargalhadas se faziam presentes, com certeza Hanabi mal lembrava direito como era ter dor de barriga de tanto rir.

Após minutos lá estavam eles, deitados no chão com a sala coberta de espuma.

—Você não tem roupa reserva não é? — Hanabi indaga.

—Poxa, pior que não. Devia ter usado aquele avental ridículo.

—É, devia. — Hanabi fala no seu tom habitual.

Um leve silêncio pairou até que Sasuke disse:

—Talvez tenhamos começado com o pé esquerdo. — Hanabi ouviu surpresa.

—Está se desculpando? — a morena indaga.

—Não. — ele fala de imediato. — Vai se desculpar por ter me socado?

—Não. — Hanabi responde, e de fato ela não estava arrependida.

—Meu nome é Sasuke.

—Eu sou a Hanabi. — é, talvez tenham realmente começado com o pé errado.

Após limparem — de verdade— a sala eles saíram da escola e logo na porta viram moto Triumph Daytona 675.

—Wow.. — Sasuke exclama, aquela poderia ser a moto de seus sonhos!

Ele se surpreende mais ainda após ver Hanabi motando nela e inserindo a chave.

—Ou— Hanabi dá atenção a ele—, como estou todo molhado e tal... Me dá uma carona? — não sabia se ele se surpreendia pela moto, por ela saber dirigir, pela moto ser dela ou por ele estar pedindo uma carona.

Hanabi o olha com um mínimo sorriso e diz decidida:

"Molhar minha moto..?", ela pensa. 

—Não. — Hanabi diz e Sasuke tem um leve ar de decepção.

Isso que dá ser gentil... , Sasuke pensa desapontado.

 —Posso pelo menos te chamar de Hana? — Sasuke diz sem aquele ar de paciência, havia se cansado de pedir as coisas.

—Sim. — e assim a Kurosawa sai com rapidez com sua moto, Sasuke apenas a observou de longe e logo tratou de ir para casa de um conhecido.

No caminho Kurosawa, apesar de sempre mostrar uma inexpressividade, estava feliz, feliz pelo dia, pela encrenca, feliz pelo recém laço criado com o moreno. Era uma nova vida, e faria de tudo para esconder sua vida passada. A antiga Hanabi deveria ser reacendida? Não. Estava fora de cogitação. Era hora de seguir em frente, e é por isso que ela está em Konoha.