Ilha Misteriosa
Vinte e cinco de abril de dois mil e vinte. Nenhuma data em especial. Mas nesse dia em plena seis horas da manhã, lá estavam os dois homens mais importantes do governo de Konoha sentados se olhando seriamente.
—Por que não bebe uma cerveja comigo? — indagou Aizen, com humor.
Madara arqueou a sobrancelha.
—Está desconfiando de minha lealdade. Capaz de me matar com veneno e eu realmente não estou afim de morrer hoje. — Aizen riu.
—Você me conhece tão bem, Madara! — deu um gole de whisky— Mas você bebia comigo antigamente.
—Bebia guaraná pra seu cérebro imaginar que ambos estávamos bebendo cerveja.
—Mas bebia. — Madara revirou os olhos — Depois que aquela Kurosawa chegou você ficou tão chato. Que foi? Ficou com medo de morrer?!
—Você é tão presunçoso, vive falando besteiras. Tens sorte de me ter como teu vice, se não já teriam te tirado da presidência. — Madara disse com rouquidão.
—Oh, você dá muito sermão! Se quiser tanto entender aquela garota, é só mandar investigar o passado dela!! O que foi? Diga o que te incomoda!!
—O fato de você beber whisky às seis é meio agoniante, pode fazer isso quando eu não estiver aqui?
Aizen o olhou com descrença e riu sarcástico.
—Você é inacreditável.
Madara deu um sorriso ladino por ter conseguido tirar aquele sorriso de presunção e perspicaz do rosto do moreno, então voltou a fita-lo e disse calmo.
—Aizen— o outro automaticamente lhe deu atenção—, a Hanabi não me dá trabalho, é só uma adolescente com problemas.. Seu filho por outro lado.. — Aizen ergueu a mão para que ele parasse, e assim o Uchiha o fez.
—Já sei que quer dizer. E também já sei que vou fazer. — suspirou fundo e o encarou.
Madara, após ver aquele olhar, respirou fundo também. Ali. Ali estava o homem por trás da máscara de bom homem. Um homem sério, amargurado e sombrio.
O velho Uchiha sabia tudo sobre o Jones, suas motivações e suas histórias, e se estivesse no lugar do mesmo, não teria feito diferente. Não, com certeza teria feito pior.
—Vou excluir ele de nossos planos, não o deixe a par de nada. Vamos exclui-lo aos poucos para que o impacto seja menor.
“Ele colocou o menino desde o começo e agora quer deixa-lo ter uma vida normal. Que saco!”, pensou Madara.
—Sei o que pensas. — Aizen desviou o olhar após virar o copo. — Mas antes tarde do que nunca.
—E sobre a brasileira? Já desencanou dela? — indagou o outro indiferente.
—Observei ela nesse último mês.
—E?
—Nada. — disse com uma decepção na voz.
—Você quer mesmo achar algum erro, não é??
—Não finja que não se importa!! — sua voz baixa era afiada. — Ela com certeza deve ter visto o colar do Alfred!! Ela com certeza sabe.
—Paranoico... — murmurou.
—Quê?!
—Nada.
Aizen suspirou.
—Madara, eu sei que você também se preocupa. Dê-me ideias.
Madara desviou o olhar refletindo, assim que voltou a encarar o outro, Aizen sabia que ele tinha uma resposta.
—Se ela viu mesmo o colar, e não fez nada quanto a isso.. Um: ela é burra e não tinha nenhum laço com seus parentes.
—Ou?
—Dois: ela é esperta o bastante para te encurralar; pode estar tramando algo. Não podemos deixar passar que ela é filha de um detetive e neta de um cientista.
—Mas ela não demonstrou nada nesses meses. Nada. — Aizen colocou mais whisky para si.
—Isso dá pontos para a hipótese um.
—Vamos espremer o limão até sair tudo. — Aizen pensou alto, e após notar a encarada de Madara ele suspirou desapontado.
—Acho melhor você melhorar nas metáforas, tipo fazendo com que eu as entendesse. — disse sério.
—Quis dizer que devemos pressiona-la, pra ver a verdadeira face dela. Na dor é onde o caráter é mostrado, ela pode deixar alguma pista, rastro, seja lá o que talvez estiver tramando.
—Você quer extrair tudo dela.
—Sim, óbvio.
—E se ela não for o que esperamos?
—Vamos deixa-la de mão. Essa é a minha última jogada.
—Okay. — Madara se levantou e ajeitou seu paletó. — Esteja na Câmara às sete e meia.
Aizen caminhava para a escada e disse de costas um fraco “Você sabe a saída.”. Madara assim que seguia seu caminho foi barrado pela voz áspera do outro.
—Madara! — o Uchiha o olhou por cima do ombro.
—Sabes que tenho motivos para desconfiar de ti. Me diga logo de uma vez, ainda está comigo? Por que se juntou a mim nisso?
Madara suspirou, e disse:
—Vou te dizer o que já tinha dito da última vez: — houve um breve silêncio— Estava entediado.
xxx
Às 14h45...
Tsunade jogava todas suas roupas do armário no chão, como isso foi acontecer? Logo a Sakura?!
Quando Naruto, Sasuke e o Idiota Dante vieram dizer que a rosada largou o cursinho de medicina para entrar para um de teatro a Senju simplesmente surtou. Como isso seria possível?? Como a Haruno ousara jogar assim sua futura carreira??
“Não, eu vou dar uma lição nela! Ah se vou!” foi o que a loira disse de imediato. E só ouviu um “Por favor, quero minha namorada ainda viva!” de Naruto e um “É, vovó, quem vai bater no Dante se a Haruno morrer?!” do Sasuke. Mas estava apressada demais para responde-los.
Angel, sua filha teimosa, pegou seu carro assim que soube e saiu, fazendo sua mãe ir a pé. Mas isso não deteria a fúria de Tsunade Senju, não mesmo.
Assim que pegou uma roupa que prestasse saiu às pressas com os três rapazes.
—Pra uma vovó a senhora é rápida, hein! — Dante provoca.
—Não me faça puxar sua orelha, Dante Blake! — disse sem tirar o olho do caminho, Dante logo engoliu seco e tampou suas orelhas.
—Calma, vovó Tsu. Pra quê pressa? — Naruto repousou as mãos atrás da nuca.
—Como assim “pra quê pressa”?! — elevou a voz. — Ela é sua namorada, Naruto! Como deixou isso acontecer?!?
—Ah, sabe que quem manda na coisa é a Sakura. — Sasuke resmungou, e Naruto lhe deu um cascudo enquanto Dante ria.
—Olha quem fala, como se com a Rukia fosse diferente!! — nesse instante o Uchiha corou e desviou o olhar.
—Idiota.. — resmungou.
—Vovó, de qualquer forma, a Saky já está no teatro há um mês. — Dante comenta.
—O QUÊ? — berrou atônita. — E por que não me disseram antes?!
—Bem.. — disseram em uníssono.
—Queríamos deixar a senhora viver seu luto. — Dante remenda.
—É.. sacomé. A senhora perdeu o emprego e..
—Luto?! — Tsunade interrompe e riu— Meus queridos, eu tenho boas condições de vida, tenho sorvete e Netflix todo dia, e principalmente: Não tenho mais que me estressar com vocês. O que mais eu poderia querer?
Os três a encararam falsamente magoados.
—Nossa, vovó. A senhora é um monstro. Agora sei porque a Angelique é uma bruxa.
—Chamam a minha filha de bruxa?!
Os três coçaram a garganta.
—Chegamos!!! — Dante cantarola.
Depois de tanto discutirem, mal notaram que tinha parado em frente à casa da rosada.
—Vamos entrar. — disse a Senju decidida.
—Espera. — Sasuke interveio. — Olhe, está tudo escuro. Ela deve estar no primeiro andar.
—É, deve tá tomando banho. — Naruto comentou ao semicerrar os olhos pensativos.
—Tomando banho?? — Dante exclamou com um sorriso malicioso.
—Talarico. — Sasuke resmunga.
—Nojento!! — Dante se esquiva do cascudo que Naruto lhe lançara, e foi até ele dar uns tapinhas no ombro do loiro.
—Naruto— o mesmo lhe deu um olhar desconfiado—, nós somos irmãos, certo?? — o mesmo assentiu. Sasuke cruzou os braços pela bajulação.
—Então, toda namorada sua é nossa namorada também! — riu sapeca e abriu a porta alheia às pressas e berrou enquanto gargalhava: — Tô chegando, amorzinho!!
Naruto ainda descrente foi correndo afim de proteger a namorada das loucuras do amigo.
Sasuke coçou o nariz e disse indiferente:
—Vou atrás deles para que não se matem, e para que a Sakura tome banho em paz. Entra aí, vovó. — caminhou tranquilo.
—Oras, seu pivete.. — riu fraco. Aquela amizade deles era peculiar, mas linda.
Abaixou a cabeça lembrando da infância com Jiraiya e Orochimaru.
—Faz tempo que não falo com eles. — murmurou. Mas decidiu pensar nisso depois e entrou na casa. Estava tudo escuro.
De repente ouviu uma voz fraca na escuridão:
—Veio me matar, vovó?
Tsunade semicerrou os olhos pela escuridão e bradou:
—Sakura? Oras, isso aqui não é filme de terror. Liguem essa lâmpada logo! Querem me deixar cega??
Ouviu várias risadas, e logo a loira franziu o cenho e se preocupou. “O que estaria acontecendo?!”
Abruptamente, a luz surgiu como um raio e palmas se fizeram presentes, assim como decorações e bolos e uma cantiga:
—Parabéns pra você, nessa data que-ri-da! Muitas fe-li-ci-da-des, muitos anos de vi-da!!! — ela viu rostos conhecidos, seus ex-alunos, ex-colegas professores. Sua filha mostrava-lhe a chave do carro com um sorriso sapeca e os três que a acompanharam faziam caretas e risos.
Até a Hanabi estava ali, com um mínimo sorriso e murmurou um “Parabéns, vovó.”.
Sem perceber, lágrimas silenciosas inundavam o rosto de Tsunade, ela riu fraco.
Como ela esquecera o próprio aniversário?!
—Eu.. Vou matar vocês por esse susto! Muito obrigada, gente! — limpou suas bochechas.
Após as saudações casuais, em que todos já estavam se divertindo. Tsunade foi admirar a vista pela janela.
De repente, ela sorriu ao ver Jiraiya catando lixo e deu para ela uma piscadela e saiu como se nada tivesse acontecido.
Pouco minutos depois o caminhão de lixo apareceu e Orochimaru foi até a lixeira, e após fazer contato visual, gesticulou um “Parabéns” e saiu. Ela sorriu e corou. Eles estavam ali por ela!
Dante e Ichigo foram aqueles rapazes do canto da festa que só comiam e bebiam guaraná ou fanta laranja.
Dante fitava levemente a Hinata, a mesma parecia bem.
“Depois dizem que garotos não sabem o que é sofrer..” virou o copo de refrigerante.
—Está querendo ficar bêbado com refri? — Ichigo disse sarcástico.
—Não custa tentar, né?? — ele riu.
—Olha, sabem que você é um cara legal, e que não faria nada de ruim com a Hinata como estão falando por aí. — o ruivo disse indiferente.
—Obrigado, cara. Mas.. Por que tem tanta certeza? — indagou curioso.
Ichigo mastigou uma coxinha indiferente, o olhou de relance e disse:
—A Bálber é sua amiga. Ela nunca seria amiga de uma pessoa ruim. — bebeu um gole de suco.
Dante riu fraco.
—Bom pensamento.
—Ah propósito, você a viu.. — o próprio Kurosaki se cortou após ver uma garota com feições parecidas com a Aline, ele deu um leve sorriso ladino e ia caminhar até lá, mas assim que a pessoa desconhecida mostrou o rosto ele recuou com a mesma expressão séria de antes.
Dante olhou aquela pequena situação com um mínimo sorriso. Será que a Aline sabia deste pequeno detalhe sobre o Ichigo? Não, será que ninguém percebia?? Está tão óbvio para o Blake os sentimentos do ruivo para com a brasileira. Será que eram muitos distraídos ou ele era um super dotado?
“É, eu sou demais mesmo.” Pensou convencido.
Mas depois de umas poucas reflexões, Dante viu o que Tsunade também viu: Aline não ia aparecer.
Tsunade casualmente foi mexer no bolso, e sentiu um papel.
Rapidamente foi para um canto e leu:
“Aizen ainda pode estar me vigiando. Melhor ficar longe de você um tempo. Gostou da ideia do banho de Sakura? Foi minha!! Huhsuahsu! Parabéns, Vovó.
-B.”
A loira refletiu e imaginou que a Hanabi colocou aquilo ali, aquela morena era esperta.
Tsunade queimou o bilhete para não deixar vestígios e deu um sorriso tristonho pelo isolamento da brasileira. Naruto havia comentado que Aline estava distante, Sakura só conversava com ela às vezes pelo Skype e no WhatsApp e na escola ela era focada nas aulas e de imediato ia a caminho de casa. Falava às vezes com Dante e Hanabi mas fora isso, era dispersa.
No recreio, ela conversava com todos, mas assim que o mesmo acabava, voltava a sua rotina. Era nesses momentos que se viam, quem eram realmente seus amigos. Os únicos que mostraram interesse no sumiço da br foram: Sasuke, Sakura, Naruto, Uryu, Grimmjow, Rukia, Ino, Renji; Ichigo estava mostrando indiferença e até a Angel perguntava indiretamente sobre a Pacheco. Fora isso, poucas e raras pessoas.
—Será que ela está com depressão? — Ino indagou.
—Não, a Aly é uma pessoa alegre. — Ichigo ouvia discretamente a conversa, preocupado.
—É assim que a depressão se disfarça, Saky! Por meio de um sorriso! — Ino gesticula com as mãos.
—Ela deve está bem, gente. — Hanabi comenta, com uma tranquilidade comum, mas o que era incomum era Dante também estar com a mesma tranquilidade, era como se eles não se importassem, segundo a visão de Ino.
—Será que ela fez isso para ver quem são de fato os amigos dela? — TenTen remenda.
—Será que ela está tendo problemas familiares?! — Tatsuki, amiga de Orihime e de Ichigo, comenta. Também havia feito poucas conversas com a brasileira.
—Por que você não fala nada hein, Dante?! Até parece que não é amigo dela! Hipócrita. — Karin Uzumaki, prima de Naruto, disse acusadora.
Dante deu um sorriso sarcástico e disse:
—Vem cá, Karin. Você está preocupada com a Aly, ou só está curiosa mesmo? Cuidado com quem você acusa de hipocrisia. — rapidamente, aquele semblante sério do Dante se fez presente, aquele mesmo tom que fez com que Angel repensasse suas atitudes. Angel o encarou, curiosa pela pessoa do Blake. Mas aquele tom cessou com um sorriso encantador do mesmo — Festinha de velho, né? — exclamou. — Vamos colocar uma música melhor em memória da Aly.
—Deixa de besteira, ela não morreu! — Angel fala com um leve sorriso, comentando pela primeira vez naquele grupo.
—O que sugere, filha da aniversariante? — a encararam.
Angel caminhou até a caixa de som, e enquanto colocava a nova música, ela dizia:
—Tem que ser uma música besta, igual a ela.
Neste instante começou a soar a música “Piloto Automático”.
—"Eu queria sorrir mais, abraçar os pais!!” — aqueles que sabiam logo cantavam alto, e Angel deu um leve sorriso pela algazarra.
Neji surgiu a abraçando por trás, e repousou seu queixo acolhido no ombro de sua amada.
—Sabe o que eu acho? — ela lhe deu atenção — Que você não odeia mais a Aline, só gosta de a provocar, assim como ela faz com você... — Angel deu um sorriso irônico — E que você achava que ela viria, e que procurou essa música especialmente para ela.
—Neji.. — ela se virou de frente para ele. — Que bobagem. Eu e a Pacheco somos rivais declaradas, todos sabem.
—Sei.. Na hora H, você vai ver que você na verdade não a odeia.
—Então eu a amo? — ambos riram.
—Claro que não. Não quero competir com uma garota! — acariciou a bochecha da loira enquanto ela corou — Mas o laço de vocês é forte, eu posso ver. Vocês eram idênticas ao Naruto e Sasuke no começo.
Ouviram um berro. Se viraram assustados para Ino fingindo estar vomitando.
—Cancela, cancela!! Estou vomitando arco-íris, manos!! — riram, Neji coçou a nuca levemente envergonhado.
—Vamos dançar!!! — Tsunade bradou.
Ichigo ficou um pouco incomodado com a conversa do grupo anterior. Aline estaria bem? Antes que ele pudesse ir ter com Dante seu celular tocou, era um número desconhecido.
—Alô?!
—Yo, I-chi-go! — brincou com o nome do rapaz ao soletrar.
Ele abriu um estranho sorriso, coçou a garganta e fingiu estar indiferente enquanto escondia o sorriso.
—Oi, Bálber.
—Tá tocando “Piloto Automático”? Eu amooo essa música!!
—Deveria estar aqui então. — mordeu o lábio, ansioso pela resposta.
—Ownt, sentiu minha falta?! — ele riu fraco.
—Estás a continuar a flertar comigo? — fez pose de difícil.
—Hmm, está falando tipo em época!! Quer me conquistar ou o quê? — ele afagou os próprios cabelos, reagindo a vergonha.
—Se eu me apaixonar, quem vai se responsabilizar? Você?! — ela deu uma risada gostosa na outra linha.
—Eu sou irresistível, não te julgaria!
—Não é pra tanto!
—Oras, seu... — ela riu — Venha aqui fora, pelos fundos. Agora. — sua voz ficou meio séria. E assim ela desligou.
E assim ele foi, quase que de imediato, o telefone de Tsunade tocou.
—Vovó, passa pra Hana.
—Oras, sua brasileira! — exclamou em descrença.
—Isso foi uma ofensa? É meu gentílico, vovó!! — disse confusa.
—Como ousa me ligar assim sem um boa tarde?
—Boa tarde. — disse fingindo formalidade.
—Boa tarde, Aline. — atenuou a voz.
—Agora passa pra Hanabi?
—Ousada!! — exclamou e ouviu a outra gargalhar.
Logo, Hanabi apanhou o telefone.
—Diga.
—Vá em direção a minha casa, soldado.
—Mas...
—Vá, catita. Espero o relatório. — ela desligou.
“O que ela aprontou?!”, Hanabi pensou preocupada.
Ichigo foi esperançoso ao pensar em ficar à sós com a br, mas assim que saiu pela porta dos fundos deu de cara com Naruto.
—O que você está fazendo aqui?! — Naruto exclama.
—O que você está fazendo aqui?!? — Ichigo franze o cenho, se Naruto o provocasse ele com certeza não evitaria uma briga.
—Olha aqui..
—Estão aqui por eu os liguei. — Aline surgiu, interrompendo Naruto.
—Mas o quê? — disseram em uníssono.
—Me sigam. — ela disse por fim, e saiu. E eles a seguiram meio hesitantes.
xxx
Hanabi seguiu o caminho sem hesitar, e sem evitar de se perguntar o porquê. Mas, enquanto ela iria atravessar a faixa de pedestre ela viu Itachi do outro lado.
—Eu deveria ter vindo de moto. — murmurou.
Assim que o semáforo abriu, ela não atravessou e o viu caminhando em sua direção. Poucos segundos, eles estavam frente a frente.
—Parece que sempre nos encontramos perto de um semáforo.
Itachi estava sério.
—Olha, você falou que nos veríamos em breve. Se seu “breve” é um mês, imagina o que não é.
—Me desculpe.
—Se você não gosta de mim, era só falar. Cada dia foi meio sufocante, se me deixar desabafar. — colocou as mãos no bolso da calça, mas acabou caindo um guardanapo com a marca de um beijo.
—Sufocante, é? Deve ter sido ótimo com essa mulher ao seu lado. — disse séria.
—O quê? Agora está com ciúmes?! — suspirou fundo. Hanabi desviou o olhar — É da Izumi, ela e o Shisui terminaram o noivado.
—Não precisava explicar.
—Você parecia querer saber.
—Não quero saber nada sobre você. — ela passou por ele, mas ele segurou seu braço, ela automaticamente se soltou. Ela o fitou, e se perdeu naqueles olhos negros, tão gentis e sérios.
—Por que será que parece que você está mentindo?
Houve uns instantes de silêncio até que Hanabi voltasse a si.
—Está muito enganado. Me deixe em paz.
Ele recuou meio tristonho.
—Se é isso que você quer. — abriu os braços em rendição.
Ela virou-se e continuou a caminhar.
“Não me deixe. Por favor.. Não me deixe!”, ela repetia para si. Parou de andar e iria voltar até ele com um intuito de correr, mas viu Itachi do modo como o deixou: a olhando ir.
Ela suspirou aliviada. Ele riu fraco e caminhou até ela.
—Por que voltou? —ele se aproximou.
—Só queria te perguntar... — ele lhe deu atenção e a achou fofa enquanto corava.— Vai voltar com a Izumi?
Ele sorriu desacreditado e ela desviou o olhar envergonhada.
—Não, srta. Carranca, não voltarei com ela. Eu me declarei para uma garota, e eu aguardo a resposta há um mês. — ela riu fraco.
—Ah, tá.. era só isso mesmo. — ela se virou mas voltou e disse— Você não pode ficar comigo, Itachi... Eu sou complicada e não me dou bem em relacionamentos.
—Hana— ele se aproximou. Ela lhe deu atenção e seu coração disparou. — Eu estudei psicologia no colegial durante muito tempo, há pouco tempo quis cursar direito e..
—O que quer dizer?
Ele suspirou fundo e se afastou.
—Hana, você.. foi estuprada?
Houve um silêncio sufocante entre eles, era só suas respirações, os carros, buzinas, e a lágrima descendo pelo rosto de Hanabi.
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Ichigo e Naruto se fitavam chocados, estavam em um campo sentados, e Aline tinha acabado de encerrar a gravação dada pelo Dante.
—Então..
—Foi tudo o Nicolas?? — Naruto exclamou abasbacado. — Mas.. Como assim???
—Aquele idiota... — Ichigo resmunga.
Depois os rapazes se encararam constrangidos, três anos com desavenças não é pouco..
—Ichigo, eu... — o outro ergueu a mão.
—Naruto, me desculpe. Eu não deveria ter feito aquilo, eu deveria ter sabido todo o contexto e..
—Você estava de luto, é normal está instável. — ergueu a mão. Ichigo apertou sem delongas — Vamos nos vingar daquele metido a mauricinho. — Ichigo riu.
Ambos se levantaram, Aline continuou sentada.
Naruto foi o primeiro a se despedir, e logo ligou para o Sasuke no caminho.
—Não vai levantar? — ele ofereceu a mão, ela apanhou, e o puxou para o chão, desajeitado caiu e ela riu fraco.
—Fique aqui mais um pouco, gosto de falar com meu crush. — ela apanhou o celular.
—O quê?! — ele exclamou corado.
Ela o fitou e riu corando.
—Não é você!
—Ah, bom.. — ele desviou o rosto.
—É um ator lindo da série que assisto. Gilbert, de Anne com “E”.. Aaaa.. Ele não é lindo..?? — disse boba.
—Se você flerta com todos os rapazes, com certeza ele não acreditará que o ama. — disse carrancudo, mas com humor.
—Eu não flerto com ninguém! — replicou— Digo, você é um caso à parte. Sei que não leva pro coração! — deu uma piscadinha.
—Você já tentou ser tímida e gaguejar?! Tipo uma garota fofa? Está na moda. — a provocou.
—Como é, catita?! Se eu fosse tão ruim assim, não estaria com um ruivo sentado ao meu lado em um quase pôr-do-sol ! — riu maliciosa.
—Não estou aqui por vontade própria, acredite. — riu.
—Chato. — resmungou ao vê-lo se erguer do chão.
— Ah propósito, como faz pra deixar a Analu sob controle?
—Ameaço vende-la na OLX, por quê? — Ichigo gargalhou.
Aline ficou ali, o olhando rir sem uma reação definida, só sabia que aquela cena era indescritível. O sol batendo nos cabelos dele, dando ênfase aos seus olhos castanhos. Ela com certeza estava surpresa pela tamanha beleza do rapaz.
—Você é incrível, Bálber. Não é pras minhas irmãs, é para meu pai na verdade. Mas se eu o vender, não terá ninguém trabalhando então está fora de cogitação. — ela riu fraco, e ele notou ela meio dispersa.
—Você está bem? — voltou a falar, desta vez oferecendo sua mão.
—Uhum.. — disse baixo escondendo o rosto.
—O gato comeu sua língua..? Bem, por falar nisso.. Tem umas pessoas preocupadas contigo.. Vê se não some.. — ele deu tapinhas no ombro dela, com saudade de seu abraço que deram no acampamento.
—Tudo bem! — disse voltando ao normal.
Ele riu fraco.
—Lembre do que eu falei, se estiver machucada, vá até mim. Sou filho de um médico afinal. — ele seguiu seu caminho e acenou de costas.
Aline de repente sentiu seu novo telefone vibrar. Era um SMS. Se não fosse mensagem da Oi com certeza só uma pessoa mandaria mensagem naquilo em pleno séc. XIX.
“Hanabi” sorriu ao ler o usuário e ter acertado.
“Onde você tá??”, dizia a mensagem.
“No campo próximo ao PetShop, pq?”, respondeu.
“Fique aí, chego em 5min”.
Aline ficou preocupada, e em exatos 8min Hanabi chegou em sua moto. Desceu bruscamente e tirou o capacete com rapidez.
—Diga que não teve nada a ver com aquilo! — dizia enquanto se aproximava.
—Quê? Calma, o que aconteceu?!
—Me diga!!! — sua feição era de dor.
Hanabi largou o capacete e a abraçou forte.
—Me diga...! — murmurou.
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