Shawn segurou na minha cintura impedindo que eu caísse, ofeguei sentindo o corpo dele tão próximo ao meu mas eu estava irritada demais para aproveitar a sensação de tê-lo perto.
-Já chegamos? - Perguntei pela sexta vez nos últimos cinco minutos, ele soltou um suspiro atrás de mim.
-Calma, não seja apressada.
-Quando eu concordei em sair com você, eu não imaginei que você iria me vendar o caminho todo e tudo o que eu consigo pensar agora é em você me matando e me enterrando no meio do mato. - Ele soltou uma risada enquanto me guiava, dessa vez eu não pisei no chão e sim na areia porque meu pé logo afundou, fiquei calada por um momento e senti o vento trazer o cheiro da maresia, além de escutar o barulho de água. Estávamos em uma praia. - Você vai me matar e me enterrar em uma praia? Isso é um pouco burro demais para um assassino porque qualquer pessoa pode nos ver.
-Deve ser porque eu não vou te matar, como sabe que estamos em uma praia? - Sorri sem saber se ele estava vendo.
-Eu e meu pai costumávamos viajar um final de semana sim e outro não para a praia, e eu aprendi a reconhecer o ambiente sem usar a visão.
-Isso é uma habilidade muito útil.
-Então, agora que eu sei em que lugar estamos, pode tirar a venda? - Senti um arrepio percorrer minha espinha quando a respiração dele bateu na minha nuca.
-E perder a oportunidade de ficar colado em você? - Ele sussurrou e eu prendi a respiração automaticamente. - Além do mais, qualquer um notaria porque mudamos da terra firme para a areia, e a surpresa não é a praia.
Bufei e ele me fez caminhar por mais 10 minutos pela areia, eu estava quase me virando para matá-lo quando o mesmo me fez parar do nada.
-O que foi, Shawn? - Perguntei ao notar ele se afastando de mim. - Eu vou tirar essa porcaria da cara e vou te estapear, não gosto desse tipo de brincadeira.
-Calma, mulher. - Ele falou e eu suspirei. Poucos minutos depois ele voltou a tocar meu ombro e se posicionou atrás de mim, tirando a venda com cuidado. - Surpresa! - Ele murmurou baixo assim que a venda saiu por completo, a primeira coisa que notei foi uma barraca grande de acampamento montada, na frente dela tinha um pano grande colorido estendido com frutas, uma torta, garrafa de suco e copos. Engoli em seco e o olhei sem saber o que dizer, e o mesmo me observava aflito. - Você gostou?
-Eu amei... - Me virei para ele sorrindo e o mesmo finalmente abriu um sorriso. - Eu só fiquei bastante surpresa, quando você me chamou pra sair imaginei que iríamos ao cinema ou algo assim.
-Bom, eu sei que você ama fazer piquenique e Maria me deu uma ajudinha com todo o resto, inclusive veremos o pôr do sol e o nascer do sol, a barra é para caso você queria dormir nesse meio tempo. - Olhei para ele com os olhos semicerrados, a ideia original não era pra dormir, eu sabia e ele sabia que eu sabia. - Ou pra qualquer outra coisa. - Ele acrescentou soltando uma risada e eu revirei os olhos.
-Obrigada por isso. - Murmurei o abraçando e ele retribuiu prontamente.
Nos sentamos no pano estendido e eu bem disfarcei o fato de estar com fome, meus pai mal me olhavam por causa das fotos e como eu reagi com tudo, então eu mal comia em casa, e na escola eu passava mais tempo dentro da biblioteca, lugar em que é estritamente proibido entrar com comida.
Shawn me observou com os olhos brilhando e eu senti minhas bochechas esquentar.
-O que foi? - Perguntei depois de engolir um pedaço de torta.
-Eu sabia que você ia gostar, mas não pensei que fosse tanto. - Dei um sorriso sem graça e ele arregalou os olhos. - Não... não me leve a mal, eu to feliz por ter gostado. - Soltei uma risada constatando o desespero dele por nada.
-Não estou ofendida... É só que eu não to comendo muito bem ultimamente.
-Eu sei. - Olhei para ele surpresa com a informação e o com o tom sério. - Eu presto atenção em você. - Ele deu de ombros e eu respirei fundo me virando para o sol que começava a se pôr no horizonte deixando o céu alaranjado.
-O sol tá se pondo! - Falei animada e fiquei observando o show que a natureza estava fazendo só para a gente. - A natureza é maravilhosa. - Murmurei sem tirar os olhos do horizonte.
-Sim... linda. - Ele concordou e eu olhei para ele pelo canto do olho me dando conta de que ele estava olhando para mim. Senti minha bochecha esquentar, nem quando eu e Ian estava juntos eu recebia tanta atenção assim. - Você fica mais bonita ainda corada. - Sorrio envergonhada.
-Para!
-Não! - Ele responde sorrindo e eu revirei os olhos.
-Pensei que tivesse vindo aqui pra gente assistir o pôr do sol. - Falei o olhando com os olhos semicerrados.
-Não, eu te trouxa aqui pra você ver o pôr do sol, eu vim aqui pra ficar perto de você. - Ele respondeu dando de ombros, olhei para o espaço que nos separava e depois levantei o meu olhar para ele com a sobrancelha arqueada.
-E ainda assim tem um espaço enorme entre eu e você. - Ele prendeu a respiração por alguns segundos, se eu não tivesse prestando bastante atenção talvez nem perceberia isso, e então ele se aproximou mais, dei um beijo no ombro dele antes de colocar minha cabeça no local e ver o show que estava rolando na nossa frente, Shawn buscou minha mão e a entrelaçou na dele.
Quando já estava tudo escuro, e já tínhamos comido o suficiente para não aguentar nem respirar de tão cheios, fui tomada pela vontade de entrar no mar.
-Vamos entrar no mar? - Pedi o olhando e tirando sua atenção do violão que ele passou os últimos minutos afinando.
-Eu tenho certeza que Maria não colocou roupa de banho no meio das suas roupas. - Ele falou olhando para a barraca com o cenho franzido. - Eu certamente não trouxe.
-Você me traz em uma praia e não imagina a possibilidade de eu querer entrar no mar? - Perguntei demonstrando meu choque pela falta de preparo dele, mas logo sumiu. - Mas, não importa. Quem precisa de roupa de banho mesmo? - Perguntei e tirei rapidamente a roupa que eu estava usando, Shawn me encarou um pouco chocado e eu ignorei, não é como se ele não tivesse me visto sem roupa.
A caminho do mar, me livrei do sutiã, a praia estava vazia mesmo. Soltei um gritinho ao sentir a água gelada tocar meu pé, mas isso não me impediu de ir adiante. A maré estava baixa e não tinha onda nenhuma, o mar estava calmo. Eu tive que andar bastante para que a água tocasse minha costela e então fiquei com preguiça de andar mais, apenas me abaixei um pouco para molhar só até o meu pescoço e não pegar no meu cabelo.
Observei a lua cheia brilhando com estrelas ao redor, parecia uma foto perfeita do céu. Me surpreendi por conseguir ver o céu com tanta clareza.
Senti Shawn tocar meus ombros e sorri, sem me virar, sentindo um arrepio bom na minha espinha. Ele desceu com as mãos pelos meus braços até alcançar as minhas mãos e entrelaçar nossos dedos. Eu podia sentir o calor que era emitido do corpo dele para o meu, apesar de não estarmos em contato direto.
Fechei os olhos e deixei escapar um suspiro ao sentir a respiração dele no meu pescoço, local em que ele depositou um beijo. Ele me abraçou, grudando nossos corpos e, assim como eu, ele tinha apenas uma peça de roupa no corpo, a cueca. Encostei minha cabeça no peito dele enquanto aproveitava aquele momento de paz em silêncio com ele ao meu lado.
-Nunca, em meus sonhos mais loucos, eu imaginei que estaria aqui com você! - Eu falei depois de um tempo e ele soltou uma risada rápida.
-Eu já. - Ele admitiu e eu me afastei dele o olhando surpresa. - O que foi?
-Só é um pouco surpreendente você falar isso. - Ele deu de ombros.
-Eu tentava não pensar, mas você sempre me vinha a mente. - Ele sorriu e revirou os olhos. - O que me irritava mais é que todos os meus amigos perguntavam de você pra sua irmã quando ela estava lá com a Aaliyah, as vezes eu pensava que era pra me provocar, mas ninguém sabia da minha queda por você.
-Eu não te suportava. - Admiti sem vergonha nenhuma e soltei uma risada com a careta que ele fez. - Mas foi porque você fez com que eu me sentisse ignorada a minha vida toda, eu tinha a obrigação de sair por cima nessa! - Ele me olhou com uma intensidade que me impediu de desviar os olhos só pra saber o que aconteceria a seguir.
-E agora? Ainda não me suporta? - Ele perguntou e levou o dedo indicador até o osso da minha clavícula para 'estourar' uma gota de água, assim que o dedo dele tocou minha pele, eu senti um pequeno choque. Ele notou que eu havia sentido algo porque ele abriu um pequeno sorriso convencido em seguida.
-Não, mas suporto mais do que antes. - Brinquei levantando uma das sobrancelhas e ele semicerrou os olhos.
-Por que eu não acredito em você?
-Eu não sei, mas estou falando a verdade. - Dei de ombros, prendi a respiração quando ele passou as duas mãos pelo meu colo e as levou até a minha nuca e indo até onde o meu cabelo estava preso, soltando meu cabelo.
-Você está mentindo! - Acusou e eu neguei.
-Não estou. - Minha boca ficou seca conforme ele passeava com o dedo pelo meu colo e pescoço.
-Eu sei que está. - Ele murmurou baixo, se aproximou levantando minha cabeça pelo queixo e ameaçou me beijar, quando fechei os olhos esperando o beijo, ele beijou meu rosto.
Ele foi descendo os beijos para o meu pescoço e ombro. Com uma mão, ele segurou os fios do meu cabelo e deu mais acesso ao meu pescoço para a boca dele, com a mão livre ele acariciou meu seio.
Eu estava entregue.
-Você é linda. - Ele sussurrou contra meu ouvido, sua voz rouca me arrepiou da cabeça aos pés. - O pôr do sol, e esse céu estrelado, não são nada perto de você. - Ele fez nossos olhares se encontrarem e mordeu meu lábio inferior devagar. - Você é a criação mais linda da natureza! É a personificação de tudo que me traz calma e paz, mas também é aquilo que me deixa louco. - Ele passou o dedo pelos meus lábios deixando o gosto salgado da água ali. - Pra mim, você é como o oxigênio: essencial para a minha sobrevivência.
-Shawn... - Murmurei, mas ele me impediu de continuar juntando nossas bocas.
A língua dele explorou a minha com maestria, passei minha unha pelo abdômen dele e senti ele contrair a barriga ao sentir meu toque, isso me fez sorrir.
Nos afastamos rapidamente e ele encostou nossas testas, com uma mão em cada lado do meu rosto.
-Namora comigo? - Ele pediu, sua voz soou rouca me causando arrepios, abri olhos surpresa pelo pedido inesperado. - Não fique surpresa! Eu quero ficar do seu lado e ver você se tornar a velha chata que eu sei que você vai ser, e quero acordar todos os dias sabendo que não há espaço para nenhum outro homem na sua vida que não seja eu. Ou nossos filhos.
-Estamos muito novos pra pensar em ter filhos. - Falei sorrindo sentindo meu coração saltitar dentro do peito.
-Sou precavido. - Ele deu de ombros. - E então...? - O beijei esperando que ele entendesse o que aquele beijo significava. Nos separamos pela falta de ar e ele sorriu levantando a sobrancelha. - Vou levar isso como um 'sim', e se a resposta que você queria dar era 'não', eu sinto muito porque agora você está presa a mim até Deus quiser.
-Bobo. - Murmurei rindo enquanto revirava os olhos. - É claro que é um 'sim', - Ele levou um susto quando eu dei um tapa no peito dele. - mas se você aprontar, Mendes, eu juro...
-Eu não vou. - Ele me interrompeu dando um beijo na minha testa, ele colocou a mão na poupa da minha bunda e me levantou, prendi minhas pernas na cintura dele e senti meu corpo se arrepiar com o vento que bateu. - Vamos sair daqui, ou vamos ficar doentes. - Ele falou e eu assenti vagamente colocando minha cabeça na curva do pescoço dele enquanto ele andava de volta para a barraca comigo no colo, eu distribuía beijos pelo pescoço e ombros dele, de vez em quando sentindo ele apertar minha coxa.
Quando chegamos na barraca, ele a adentrou e me pôs deitada no monte de pano que ele tinha usado para forrar a areia. Ele me beijou devagar e começou a passar a mão pelo meu corpo, mas não era de uma forma apressada. Ele realmente queria sentir cada parte da minha pele enquanto sentíamos o gosto da boca um do outro.
Quando a boca dele deixou a minha, senti meus lábios dormentes, eu tinha essa mesma sensação conforme a boca dele ia passando pelo meu pescoço e ia descendo gradativamente. Meu corpo reagia automaticamente ao toque do mesmo, me arrepiando, fazendo com que eu arqueasse as costas em busca de mais contato com ele e eu soltava alguns resmungos baixos.
Ele parou nos meus seios para brincar com os bicos, em um ele usava os dedos e no outro ele usava a língua e os dentes. Eu não sentia tanto tesão assim nos meus seios, até ter Shawn brincando com eles.
Quando se cansou, ele desceu os lábios pela minha barriga e a expectativa do que iria acontecer fez com que eu entreabrisse a boca e respirasse com mais dificuldade.
Ele passou um dedo na minha intimidade por dentro da calcinha e eu soltei um gemido fraco segurando os panos que estavam ao meu lado.
Ele começou massageando meu clitóris devagar enquanto suspiros e gemidos baixos escapavam da minha boca e meu corpo se arqueava automaticamente em busca de mais contato com ele, que estava adorando me torturar. Ele se ajoelhou e puxou minha calcinha para baixo, seus olhos presos aos meus com um brilho que eu nunca tinha visto antes.
Depois de tirar minha calcinha, ele pôs o rosto entre as minha pernas e passou a língua de baixo pra cima na minha intimidade, mordi o lábio inferior prendendo o gemido que queria sair da minha boca. Ele sugou minha intimidade fazendo com que eu não conseguisse segurar o gemido alto que preencheu a barraca, isso pareceu agradá-lo, meu corpo começou a se movimentar fazendo eu rebolar contra a boca dele, sua mão alcançou meus seios e eu suspirei quando ele os apertou.
Levei minha mão até os fios de cabelo dele, e afastei ele da minha intimidade, o que o deixou surpreso e me deixou um pouco insatisfeita com a minha atitude.
Me sentei ficanso de frente para ele, sentindo minha pele queimar como se fosse entrar em combustão a qualquer momento.
-Não quero preliminares! - Falei, minha voz saiu rouca e carregada de desejo. - Se eu não tiver você o mais próximo o possível de mim, eu não sei o que vai acontecer comigo, acho que vou explodir.
Ele me beijou e se ajoelhou enquanto nos livravamos da cueca dela, apalpei o pênis dele e percebi que ele já estava duro.
-Camisinha? - Perguntei e ele remexeu a bolsa, atrás do pacote. Quando conseguiu alcançar, abrimos o mais rápido, e cuidadosos, que conseguimos. Ele colocou sem nem ter a necessidade de parar de me beijar, o que foi ótimo porque eu não estava nem um pouco afim de separar nossas bocas.
Ele se sentou e eu deslizei pro colo dele, nossos olhos se encontraram enquanto eu sentava nele lentamente. Conseguíamos ouvir nossas respirações e eu esperava muito que ele não tivesse escutando as batidas do meu coração. Joguei a cabeça para trás ao sentir ele me preencher, minhas unhas cravaram no ombro dele enquanto o mesmo me puxava de volta para tentar abafar nossos gemidos.
Eu nunca admitiria em voz alta, mas faz dias que eu estou querendo ele dentro de mim.
Ele apertou minha cintura enquanto me auxiliava nos meus movimentos, e então as mãos dele foram para a minha bunda a apertando cada vez que meu corpo impulsionava para cima.
Beijei o pescoço dele sentindo meu ventre contrair, minhas mãos apertaram os ombros dele mais forte e eu escutei o gemido dele no meu ouvido, indicando que ele tinja chegado ao ápice antes de mim, e escutar ele chamando meu nome foi tudo o que eu precisava para também chegar lá.
Ele abraçou meu corpo enquanto eu tentava regular minha respiração e deitou comigo em cima dele. Nem tinha me dado conta de como minhas pernas doíam pelo esforço, tinha que entrar na academia... ou fazer o Shawn de academia.
Soltei uma risada com o pensamento e ele me olhou confuso.
-O que foi?
-Eu só estava... deixa pra lá. - Ele me olhou desconfiado e eu saí de cima dele, consequentemente, ele saiu de dentro de mim. Observei ele tirar a camisinha e dar um nó, e guardar na bolsa.
Ele voltou e abraçou o meu corpo.
-Me diz porque estava rindo... - Pediu beijando a parte de cima dos meus seios, um de cada vez.
-Em como o esforço deixou minhas pernas doídas, e em como eu vou ter que fazer você de academia... sabe, pra me acostumar. - Os olhos dele brilharam enquanto ele mordia meu queixo.
-Fique a vontade pra fazer de mim o que quiser. - Beijei ele.
Finalmente estávamos bem, e acho que será bem difícil pra alguém conseguir nos manter longe um do outro. A sensação de paz que ele me traz é a prova de que, agora, estou vom a pessoa certa. A pessoa que vai me amar do jeito que mereço.
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