História Immortality - alguns morrem para viver - Pós surto

- Mas o que está havendo aqui??? - Vicky adentrou junto com o irmão. Javier havia estranhado a demora da garota que tinha adentrado o camarim apenas para pegar a bolsa.

Dulce empurra Eddie e pega a bolsa que havia caído no chão. Em seguida, justifica o que aconteceu:

- E-e-eu não tive culpa, Vicky. Eu só entrei aqui para pegar minha bolsa quando ele me olhou estranho. Começou a achar que eu era um fantasma, me chamou de Lilly e acabou me beijando. Eu não tive culpa, eu juro!

- Eddie, você passou de todos os limites! - Vicky se colocou a frente dele enquanto Javier puxou Dulce para fora dali tirando-a do local do show e indo para casa.

- Espera.... Lilly, volta aqui! - Eddie tentou interceptar a saída de Dulce, mas foi impedido por Vicky.

- Você não vai atrás dela, deixa ela em paz! Não está percebendo realmente que está se excedendo? Não consegue enxergar que você perdeu o controle e extrapolou todos os limites possíveis????

- Vicky, o que foi que você me disse antes de sair daqui? Não falou que se realmente era Lilly quem estava no palco ela  deveria vir aqui me ver? Foi o que aconteceu! Ela estava aqui! Eu a vi e agora você também viu. Esse tempo todo eu não estava louco! A Lilly está viva!

- Aquela não era a Lilly! Pára de ser louco, Eddie!

- O que está havendo aqui? - Josh que acabara de chegar ao local do show adentrou o camarim juntamente com o empresário Curtis e os demais rapazes da banda.

- Pai! Pai! Que bom que veio!!!! Pai, eu estava certo o tempo todo! Eu estava certo! Eu só preciso ir ali buscá-la e já volto...

- Eddie, meu filho, espera!!! - Josh o intercepta enquanto Stone consola Vicky e a questiona sobre o ocorrido.

- Pai, eu estou dizendo! Eu não estou louco!!!  Lilly estava comigo até agora aqui...

- Filho, isso de novo???

- Pai, eu não estou mentindo! Pergunta pra Vicky. Ela viu!

- Vicky? Vicky,  minha filha, você pode me explicar o que aconteceu?

- Claramente que sim, senhor Vedder! Eu adentrei o camarim com o meu irmão e flagrei Eddie beijando uma outra moça a força e afirmando que ela era Lilly. Mas posso lhe garantir que aquela moça não era Lilly Maya.

- Como é que é, garota? - Eddie se enfurece ao ver que Vicky não confirma sua versão dos fatos. -  Vai insistir com essa história? Você não se dá por vencida nunca? Por que está fazendo isso?

- Eddie... - Josh tenta interceptá-lo.

- Escuta aqui, Vicky... Ultimamente, você anda implicando comigo porque eu não fui a pessoa que você imaginou que eu fosse. Eu sempre disse que não ia te prometer nada. Te respeitei como prima do Brendan e sempre deixei bem claro o amor que eu sentia pela Lilly, bem como não estava convencido da morte dela. Mas isso não te dá o direito de me colocar numa situação dessas! Você estava aqui e viu que eu estava com a Lilly...

- Quem estava com você não era a Lilly... De uma vez por todas entenda isso, Eddie! - Vicky insiste.

- Meu filho, vamos pra casa, por favor. Estou no nosso apartamento aqui em New York. Lá nós conversamos com calma, está bem?

- Não, não... Olha, eu não vou ficar aqui discutindo com a Vicky. Eu vou atrás da Lilly. Ela saiu assustada com o grito que a Vicky deu na hora que viu nos  beijando...

- Eddie, você realmente agarrou uma garota a força? - Stone indaga indignado.

- Não agarrei ninguém a força. Eu estava beijando a Lilly, eu já disse!

- Era só o que faltava! Agora só nos resta essa garota ter procurado a imprensa e falado que o vocalista da banda a assediou. - o comentário de Stone faz com que Curtis saísse do camarim afim de saber se isso realmente aconteceu.

- Para de falar merda, seu idiota! Se eu disse que eu estava aqui com a Lilly é porque eu estava. Se a Vicky não quer confirmar é por pura dor de cotovelo!

Após o comentário do rapaz, Vicky o esbofeteia pegando a todos de surpresa.

- Nunca mais se refira a mim dessa maneira, Eddie!

- O que pensa que está fazendo, garota?

- Escuta bem o que vou te dizer, Eddie. Assim que eu soube que o meu primo Brendan estava trabalhando com a sua banda eu deixei um curso de administração no México para vir trabalhar com ele. Eu não vim só porque eu era muito fã da sua banda. Eu vim como uma tiete mesmo, uma groupie como vocês costumam dizer. E apesar de deixar muito claro que eu estava afim de você, eu sempre respeitei os seus limites. Nunca me joguei para cima de você como as garotas que dormem na sua cama todas as noites após alguns shows. Eu procurei te conquistar na conversa, fazendo convite para sair com alguns amigos e você me deu inúmeros foras. Mas infelizmente, um certo dia você resolveu aceitar um dos meus convites.

- Olha, Vicky, eu...

- Eu ainda não terminei! Eu sei que você nunca me prometeu nada, eu não sou nenhuma tonta... Não sou uma garotinha iludida, eu tenho quase 30 anos. Mas mesmo assim, eu achei que a gente poderia dar certo, até porque você confiava em mim como sua amiga. Desde o começo, não era isso o que eu queria, mas como minha amiga Dulce falou uma vez e eu acreditei, achei que de uma amizade poderia nascer um grande amor.  Mas não poderia. Eu estava completamente enganada e não era porque a teoria da minha amiga estava errada, e sim porque você estava decidido a não sair desse mar onde você se afundou e se nega que alguém te ajude a se salvar. Claro que eu respeito que você teve com a Lilly, como eu acho que aqui todo mundo respeita isso. Mas isso não te dá o direito de passar por cima das pessoas e dos sentimentos delas.

Vicky estava furiosa e parecia despejar o que há muito estava engasgado em sua garganta.

- Eu respeito a sua história de amor do passado e compreendo que essa garota foi o grande amor da sua vida. Mas, daí você querer que todo mundo acredite nas suas alucinações e querer me fazer passar por mentirosa diante de todos por causa do seu surtos ao ver pessoas  mortas em outras que estão seguindo suas vidas já é demais, não acha? Eu te respeitei até aqui mas não vou deixar que me desrespeite dessa maneira. E, pela última vez, eu reafirmo que a garota que você beijou não era a Lilly! Trate -se enquanto é tempo, enquanto você ainda não perdeu a credibilidade da sua banda, dos seus amigos e da sua família. Com licença!

Vicky deixa o camarim arrasada e os integrantes da banda fitam Eddie com indignação antes de se retirarem um a um.

O rapaz fica desolado e senta-se em uma poltrona tentando assimilar tudo que escutou:.

- Será que.... Eu realmente estou... Ficando maluco? Você também pensa o mesmo que a Vicky, pai?

- Venha, meu filho. Vamos para casa. Lá nós vamos conversar melhor. - Josh o convence,
 

No caminho de volta para casa, Javier estava no ônibus tentando conversar com a amiga que ainda estava chocada com o que tinha acontecido.

- Amiga do céu, o que foi aquilo? Você estava aos beijos com  Eddie Vedder!

- Eu já disse que eu não tive culpa. Ele começou a olhar para mim como se eu fosse um fantasma e queria saber se eu era real. Eu achei que ele estava realmente perturbado só que eu não sabia que era tanto. Quando ele me chamou de Lilly foi que entendi o que estava acontecendo, mas aí já era tarde demais. Ele me puxou, me beijou e eu não soube o que fazer...

- Fizesse qualquer coisa, menos beijá-lo de volta, né?

- Javier, pelo amor de Deus, não foi isso que aconteceu! Eu fui totalmente pega de surpresa e quando dei por mim foi a hora que vocês entraram. Eu nem tive tempo de reagir...

- Coitada da minha irmã. Já estava arrasada porque viu que realmente o romance dela com Ed não ia engatar, mas pelo visto, beijando a melhor amiga eu acho que foi pior do que tudo...

- Não fala assim que eu não tive culpa, Javier.... Aquele rockstar é realmente perturbado. A sua irmã sempre me disse isso,  mas eu achava que era apenas uma cisma do cara. Eu não imaginei que ele via a tal Lilly em outras garotas e saía beijando elas por aí. Coitada da minha amiga! Você acha que ela está com raiva de mim?

- Eu acho que a minha irmã vai saber separar as coisas, mas de qualquer forma foi estranho... Não consigo imaginar o que está passando na cabeça dela nesse momento.

- Acha que deveríamos ter ficado para conversar com ela?

- Não, isso também não! Melhor coisa que eu fiz foi tirar você dali. Ia estar todo mundo de cabeça quente e podia acabar sobrando para você. É sempre melhor deixar as coisas esfriarem, a poeira baixar e resolver depois.

- Eddie olhava para mim tão convicto de que eu era a garota que ele estava falando...

- Amiga, não vai cair no surto dele também, não é? Aliás, agora eu estou um pouco desconfiado disso tudo... De duas uma: ou esse rapaz está completamente surtado ou está usando isso de desculpa para sair agarrando garotas por aí.

- E por que ele precisaria disso se é famoso, rico e bonito? Ele não precisa inventar surtos para ficar agarrando garotas, não faz sentido nenhum!

- Ok, então continuamos na teoria que ele é surtado. Poxa, mas tinha que beijar justo você?

- Se não fosse eu seria qualquer outra garota que tivesse entrado ali naquele momento. Eu dei azar da minha bolsa estar lá dentro e eu precisava entrar. E olha que eu evitei fazer barulho para que ele não me visse, mas infelizmente, na hora que eu estava saindo acabei tropeçando numa porcaria de uma cadeira bem na minha frente. Aí melou tudo! O cara já começou a olhar para mim com os olhos arregalados como se realmente eu fosse um ser do outro mundo. Do mesmo jeito que ele ficou me olhando no palco antes de desmaiar.

- É verdade.... Ele desmaiou bem na hora que estava olhando na sua direção. E quando a minha irmã voltou de lá de dentro nos contou que ele estava passando mal porque tinha visto o fantasma da Lilly. Realmente, o fantasma que ele estava falando era você... Será que você é sósia dela?

- Era só o que me faltava, eu ser sósia de fantasma! Mas tinha que ser do fantasma da ex do cara que a minha melhor amiga gosta?

- Fantasma da ex do cara que  a melhor ami.... Dulce,  você embaralhou tudo!

- Quero ver como vai ser agora daqui para frente... Como se sobrevive a um negócio desses? Virei sósia de fantasma e por conta disso a minha melhor amiga deve estar fula comigo!

- Relaxa! Depois vocês conversam... Eu tenho certeza que a minha irmã não vai ficar chateada. A culpa não é sua se o cara que ela gosta é surtado por fantasmas.

 

Durante a madrugada, Dulce não conseguira dormir. Não tirava aquele acontecimento da cabeça e mais ainda, sentiu- se mexida com o beijo de Eddie...

- Aquele jeito de me olhar com tanta admiração.... Tanto carinho... Ele me beijou com uma vontade tão grande de estar fazendo aquilo. Era tão real!!!

No entanto, logo voltou- se a realidade:

- Aí, Dulce! Não surta você também. Não era para você tudo aquilo. Era pro fantasma da Lilly.

A garota pensou por mais alguns segundos:

- Agora a letra daquela música faz todo sentido. Pra ter me olhado, me tocado e me beijado naquele jeito achando que era ela.... Só posso ter absoluta certeza de que ele era realmente apaixonado por essa garota. Ela era muito sortuda!