Joss P.o.v.
A manhã do dia seguinte surgiu com neve e frio. Muito frio. O tempo havia esfriado nos últimos dias, mas ninguém esperava por essa nevasca intensa súbita. Portanto, estava impossível sair de casa de carro e se fosse a pé, pegaria um resfriado ou uma gripe. Sei que como loba, posso muito bem sair na neve, mas minha parte humana preferiu não arriscar, muito menos quando se é novidade.
O colégio cancelou a aula do dia e tentei me ocupar. Tomei um banho quente, comi alguns waffles com mel e fiz algumas atividades escolares atrasadas. Aconteceu uma coisa inesperada. Recebi uma correspondência "1, 2, 3. Chegou a nossa vez. 3, 2, 1. Não sobrou nenhum". Confesso que tremi, mas não foi de frio, já que estava com duas calças grossas e com mais de um casaco. Além do aquecedor ligado, claro. Então agora me perseguiriam até que eu sumisse como Peeta?" . Uma tristeza me preencheu, tão súbita quanto a neve.
Isso me incomodou profundamente pelo resto do dia. Após o almoço, sentei-me em minha cama, que dava vista para a janela do quarto de Gale. Abri a cortina do meu quarto e fiquei olhando em direção ao seu quarto, na esperança de que aparecesse. A princípio, não o enxerguei, mas percebi que ele me viu pois um papel surgiu na janela com uma sentença que somente Gale poderia escrever: "Oi, lava louças!". Sorri ao ver o pedaço de papel. Fiz o mesmo: peguei um caderno e escrevi "E aí, pano de prato?" com uma letra gigante e o posicionei de costas para mim, de frente para o vidro. De repente, ele apareceu em sua janela, rindo e gesticulando. Primeiro um like, depois um gesto que interpretei como 'e você?'. Devolvi um like.
Abaixou a cabeça e percebi que estava escrevendo. Agradeci a Deus nesse momento por não ter miopia. Um número de celular surgiu no vidro e adicionei de imediato, mandando uma mensagem logo em seguida. Conversamos por horas, até Gale ter que ajudar sua mãe a guardar algumas coisas das caixas de mudança. Também puxei assunto com Bella, contei de minhas recentes amizades, sobre o livro que comecei a ler e ela me contou da série que acabara de terminar. Evitamos ao máximo assuntos como Peeta ou desaparecimento. Mandei SMS para Edward também, mas não respondeu.
Como estava totalmente entediada por mal poder sair no quintal, conversei por 40 minutos com Jacob por ligação e assisti dois filmes seguidos com meu pai. Fiz o jantar: fritas e hambúrguer e comemos um pouco tarde. Quando me deitei, não consegui dormir. Mais uma vez, peguei o remédio sem aviso prévio e tomei um comprimido.
Fui até o quarto de Peeta. Sentei-me na cadeira com rodinhas acopladas nos pés e fiquei girando, depois encarei o chão, um pouco tonta. Observei suas coisas. Imaginando o que ele estaria fazendo se estivesse ali. Talvez hoje estivesse sem tanta esperança. O pior é não saber o que está se passando com meu irmão. Me corroía por dentro. Estive tentando ser forte, mas às vezes era difícil. Minha garganta pareceu fechar e me senti sufocada. Deitei-me na cama de Peeta e adormeci ali, no frio, chorando como um bebê o mais baixo que conseguia para não ser ouvida.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.