Ponto de vista Justin Bieber.
Corri para fora da casa de Lia com o coração apertado, as lágrimas ainda estavam em meus olhos, mas não deixei nenhuma delas cair pelo meu rosto.
— Está pronta? – Perguntei assim que entrei no carro e vi Candice no passageiro.
— Sim, não vejo a hora de ouvir seu coraçãozinho. – Ela disse animada e dei uma risada baixa. — Aconteceu algo lá dentro?
— Não, porque diz isso? – Perguntei controlando a voz.
— Você demorou um pouco lá dentro, pensei que tinha acontecido algo.
— Aconteceu não, pode ficar tranquila. – Sorri tentando parecer convincente, mas a mesma não confiou muito em minhas palavras. — Agora vamos ver como esse garotão está.
— Com ter certeza que é menino? – Ela riu passando a mão na barriga.
— Sempre quis ter um garoto, mas independente do que for eu vou amar com todo meu coração. – Ela sorriu e seguimos o caminho até o hospital em silêncio.
— Vai ficar até tarde hoje no trabalho? – Ela questionou enquanto saia do carro e vestia meu jaleco.
— Não sei, eu espero que não. Por quê?
— Queria dormir com você hoje. – Ela me lançou um olhar malicioso que fez entender o porquê que ela queria ir para casa.
— Eu não sei Candice, pode ser que eu fique de plantão hoje com Ryan.
— Certo, vou te esperar no seu apartamento. – Ela sorriu e eu apenas assenti pegando minha mochila e fechando o carro.
— Eu vou colocar minhas coisas no meu consultório e já volto para te acompanhar tudo bem?
— Tudo bem.
Candice assentiu enquanto ia em direção ao elevador e ela ia à recepção ver sobre sua consulta. Subi em silêncio ainda digerindo cada coisa que aconteceu nesta manhã, ver Lia com outra pessoa me matava lentamente por dentro e talvez eu não pudesse fazer nada.
Toc Toc
Ouvi alguém batendo na porta de meu consultório e logo pedi para entrar quem quer que esteja do outro lado.
— Bom dia Irmão. – Olhei por cima dos ombros e encontrei Ryan em minha porta vestindo sei jaleco.
— Oi Ryan. – Coloquei a última pasta na gaveta e me virei para falar com o mesmo. — Como está?
— Bem, você que não parece estar muito bem.
— Vi a Lia hoje cedo. – O encarei por um momento que olhou esperando pela continuação. — Ela estava com outro cara, tal de Cole. Ex-namorado dela.
— Isso é difícil.
— Muito, mas quer saber eu vou ser pai, vou me casar é nisso que tenho que focar.
— Mesmo que seu amor esteja em Lia? – Aquela simples pergunta fez meu coração despedaçar.
— Eu disse que deixaria tudo por ela, mas ela não foi capaz de deixar por mim. Não posso fazer nada.
— Mas isso não te impede de tentar mais uma vez. – Ryan disse.
— O que você quer dizer?
— Não a deixe escapar Justin, se você a ama não a deixe ir embora.
— Você veio aqui só para dizer isso?
— Na realidade vim trazer uma notícia. – Ele disse abaixando a cabeça pensativa. — Você sabe que Christian está trabalhando aqui certo?
— Sim sei, mas não sei em que área.
— Então…
Antes de ele conseguir completar bateram na porta anunciando que Candice me esperava na sala de ultrassom.
— Depois falamos disso Ryan. – Ele apenas assentiu e eu saí da sala indo em direção ao elevador para encontrar Candice.
Toc Toc
— Entre. – Uma voz masculina que presumia ser do doutor Alex soou do outro lado da porta e logo entrei. Candice está deitada na maca como da primeira vez, mas diferente do que pensava Christian estava parado ao lado dela.
— O que faz aqui? – Perguntei assim que entrei. — Nosso acompanhamento será feito pelo Doutor Alex.
— Você não soube? – Ele perguntou em tom de sarcasmo e eu apenas neguei com a cabeça. — Doutor Alex saiu de férias e repassou o caso de Candice para mim.
— Tantos médicos aqui e ele passou logo para você? – Questionei.
— Justin isso não faz diferença eu só quero de meus bebê por favor. – Candice disse não interrompendo antes de começar um briga.
— Vamos lá então. – Christian disse com um sorrisinho de canto e se virou iniciando os procedimentos para fazer a ultrassom. — Parabéns mamãe você já tem um mês completo.
— Já posso ouvir o coração?
— Podemos tentar, mas o sexo ainda não. – O pequeno rolinho começou a ser passado pela barriga de Candice e um pequeno pontinho apareceu na tela. — Você tem se alimentado direito?
— Sim, Doutor Alex me passou algumas recomendações e tudo mais. – Candice respondia enquanto olhava para tela atentamente.
— Certo, agora aqui podemos ver a cabecinha do feto, ainda é tudo muito pequeno, mas está tudo em formação. – Christian dizia apontando traços que passava na tela. — Agora vamos ver como o coração desse bebê está.
Eu me aproximei da cama no momento que isso foi dito e logo a sala foi preenchida por um som baixo e forte. O coração batia acelerado e em um ritmo normal e apaixonante.
— Esse é o meu bebê? – Candy perguntou com os olhos cheios de lágrimas.
— Sim é sim, e pelo o que posso ouvir está tudo certo com os batimentos. – Depois de uns minutos ouvindo o som foi parado e voltei à realidade.
— Candice eu tenho que subir, meu horário de trabalho vai começar.
— Tudo bem Jay, obrigado por estar aqui. Até mais tarde. – Sorri e deixei um beijo calmo na sua testa antes de ir em direção à porta. Abri saindo, mas antes de conseguir me distanciar ouvi a voz de Christian na sala.
— Não perguntei como ficou depois daquele dia. – Olhei outra vez para porta e voltei para me aproximar para ouvir melhor do que meus planos foram falhos quando ouvi meu nome sendo anunciado para a primeira consulta. Então me afastei da porta sem poder ouvir o resto da conversa, mas com a pergunta insistente na cabeça “que dia ele estava se referindo?”.
***
— Certa Senhorita Bellini a pequena Anne ficará bem, não há nada que precise se preocupar. – Desci a garotinha ruiva que estava sentada na maca de meu consultório e fui andando até a mesa. — Eu vou passar um remédio que irá diminuir o inchaço de sua garganta, e passar alguns exames para descobrir do que ela ter alergia certa?
— Eu agradeço Doutor Bieber. – Sorri em agradecimento e fiz uma receita e um pedido de exames e entreguei para Senhorita Bellini.
— Isso é para você pequena. – Abaixei na altura de Anne e lhe dei um pequeno palitinho que tinha o cheirinho é o gosto de morango. Ela deu um longo sorriso antes de se despedir e ir embora com a sua mãe, encerrando assim minha última consulta.
— Já está indo embora? – Ouvi a voz de Ryan na porta enquanto arrumava minhas coisas na bolsa.
— Meu expediente acabou de terminar, acho que vou para casa, e você?
— O meu também acabou, agradeço por não precisar ter que fazer mais um plantão hoje, estou cansado.
— Também estou. – Sorri minimamente enquanto colocava o resto das pastas na mochila.
— Senhor Butler, Senhor Bieber. – Ouvi uma voz feminina e encontrei Kath secretária do diretor chefe do hospital, Senhor Sparks, parada na porta. — Boa noite.
— Boa noite Kath, no que posso ajudar. – Respondi
— Na realidade vim entregar um recado. O Senhor Sparks mudou os horários e amanhã vocês dois pegam apenas o segundo turno amanhã.
— Eu também? – Ryan perguntou animado.
— Sim vocês dois, como eu tinha dito. – Ela respondeu diretamente a ele. — Batem o ponto das três da tarde em ponto. Tenham uma boa noite.
Antes de responder ela saiu pela porta e sumiu pelo corredor a fora.
— Isso é ótimo, estou precisando dormir até mais tarde. – Comemorei enquanto saia pela porta acompanhado de Ryan.
— Vamos tomar alguma coisa agora que estamos de “folga” do turno da manhã. – Ryan disse usando aspas no ar quanto à folga.
— Vamos para o seu apartamento compramos algo no caminho. – Ele assentiu e fomos para o estacionamento. — Te encontro lá ok?
— Ok. – Entrei no meu carro e ele no dele e seguimos até seu apartamento. Minha mente está a mil, não queria avisar Candice que já tinha saído do hospital e estava indo beber com Ryan, mas também não queria deixar Elena lá sozinha com ela.
— Alô? – Disse depois de ouvir o som ritmado de a ligação parar. — Elena?
— Oi Jay. – Sua voz era baixa e manhosa.
— Estava dormindo?
— Sim, mas que bom que me acordou estou atrasada.
— Aonde vai?
— Virou meu pai Bieber? – Ela perguntou rindo e eu ri de volta. — Porque me ligou?
— Eu não vou para casa hoje é Candice provavelmente já está aí, mas como irá sair não tem problemas.
— Você se salvou hoje meu amor, se não ia arrastar você para casa.
— Se Candice perguntar diz que ainda estou no hospital. – Ouvi um barulho no fundo da ligação de algo caindo e logo depois Elena rindo.
— Então vai mentir para a mamãe do ano? Que lindo. – Ela gargalhava do outro lado da linha como se tivesse contado a melhor piada do mundo para ela.
— Já acabou? – Ouvi sua risada acabar aos poucos e revirei os olhos. — Preciso resolver umas coisas, e relaxar um pouco, então sim vou mentir para ela, satisfeita?
— Muito. Agora deixa eu me vestir que tenho um encontro. – Antes de eu conseguir perguntar com quem era ela desligou na minha cara e eu bufei seguindo em direção à casa de Ryan.
03h00min
O relógio apontava três da madrugada, Ryan estava apagado no sofá e eu estava sentado no tapete da sala observando as formas que a lua fazia no teto da casa. Meu corpo estava calmo e relaxado, aos poucos o álcool ia se dissipando da minha corrente sanguínea e ia apagando aos poucos.
— O que você está fazendo comigo garota? – Sussurrei para mim mesmo pensando nela outra vez. Olhei para Ryan apagado no sofá e me lembrei de tudo que ele tinha dito e peguei os minutos de coragem que me restava e me levantei, precisava falar tudo que sentia para ela e se não falasse hoje não ia ser nunca mais.
03h25min
Parei o carro no jardim e olhei para a janela dela a mesma que tinha escalado em nossa noite maravilhosa. Olhei para tudo apagado e comecei a lista em minha mente tudo que poderia dar errado, mas o que poderia dar certo anulava tudo de ruim.
— Vamos Justin você consegue. – Disse a mim mesmo e comecei a subir pela escada e tudo que eu poderia alcançar até chegar à varanda de Lia. Seu quarto estava apagado, mas as cortinas estavam abertas revelando seu corpo adormecido na cama. — Lia.
Chamei baixo e dei três batidas na janela de vidro, mas a mesma não ouviu. Comecei a bater com mais força e logo chamei a atenção de Woody e Airon que começaram a latir como loucos acordando finalmente Lia. Bati outra vez na varanda a fazendo assustar e vim abrir para mim.
— Você é louco o que faz aqui? – Ela perguntou baixo me puxando para dentro do seu quarto. — É quase quatro da manhã, o que faz aqui?
— Eu precisava te ver. – Respondi baixo deixando o resquício de coragem fugir pelos meus dedos e ser tomado por lágrimas.
— O que você quer?
— Você. – Disse simples como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, e sim era.
— Justin vai embora, por favor. – Ela andou até a varanda, mas eu continuei parado no mesmo lugar.
— Isso é por causa daquele cara de hoje mais cedo?
— Não… – Sua voz vacilou mostrando que estava mentindo.
— O que aconteceu hoje Lia? – Perguntei me aproximando, mas a mesma se afastou. — Me diga.
— Eu e Cole nos beijamos. – Ela disse tão baixo que por um momento pensei ter criado isso na minha mente, mas tudo veio à tona quando as lágrimas começaram a rolar pelos meus olhos.
— E você gostou? – Perguntei com o resquício de voz que me restava.
— Eu estou confusa…
— Eu deixei tudo tão claro para você. – Me aproximei e limpei as lágrimas. — Disse que deixaria tudo para viver com você.
— Eu não quero estragar… – Antes da mesma terminar eu a interrompi.
— Você não quer estragar a vida daquele bebê, mas não estava vendo como está destruindo meu coração. – Fui sincero
— Me desculpa… – Ela sussurrou, eu me aproximei mais até ela estar com as costas na parede ao lado da varanda.
— Me diga… – Disse perto de seu ouvido a fazendo arrepiar. — Ele te toca como eu?
Ela sabia de quem eu me referia mais nenhuma palavra foi proferida em relação a minha questão.
— Ele repara nos teus traços como eu? – Passei a mão pela extensão de seu braço até chegar a suas mãos. — Ele toca suas mãos enquanto te dá prazer?
Juntei sua mão a minha e deixei uma mordida em seu pescoço a fazendo resmungar e apertar minha mão.
— Em Lia? – Rocei meus lábios aos seus lentamente e a puxei para mais perto quase a beijando. — Me responde se ele te dá prazer como eu te dou?
— Não… – Ela sussurrou contra os meus lábios com os olhos fechados. Aproveitei o momento para puxá-la mais perto e prender suas pernas em volta na minha cintura.
— Ninguém nunca irá te tocar como eu, te levar ao delírio como eu. Ninguém nunca irá te amar com o tamanho, a força e o fogo que eu te amo Emília D’Angelos. Para mim você é o tudo, em uma imensidão exata. Sem tirar nada e sem por nada.
— Eu preciso de você. – Ela sussurrou.
— Então fique comigo Lia, me deixe te fazer feliz.
— E se você for embora?
— Eu nunca vou te deixar para trás. Porque eu te amo.
— Eu te amo. – Ela disse e me puxou juntando nossos lábios em um beijo quente. A saudade que sentia daqueles lábios era muito mais que eu conseguia descrever. Eu me sentia um nada em um espaço completamente vazio e ela me preencheu com seu tudo em uma imensidão exata.
“Eu sou apenas um tolo por você e talvez você seja boa demais para mim. Eu sou apenas um tolo pra você” – Idfc.
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