Ponto de vista.
Justin Bieber.
No relógio já batia seis horas da manhã quando cheguei em meu apartamento. As luzes estavam apagadas e o único som que vinha daquele local era da cozinha. Tranquei a porta e andei até a mesma encontrando Elena tentando alcançar um pequeno pote no alto do armário.
— Precisa de ajuda pequena. – Disse encostado na porta da cozinha e rindo da situação da mesma.
— Se está vendo que estou com dificuldade porque não ajuda em vez de rir? – Ela perguntou mal humorada.
— Pelo jeito alguém acordou com o pé esquerdo. O encontro não foi bom?
— Porque quer saber disso Justin? – Ela disse parando de mexer no armário e me olhando com fogo nos olhos. — Você não está feliz o suficiente com a sua vida e quer encher a minha?
— Ei Elena que foi? É só um pote.
— NÃO É SÓ O POTE SEU IDIOTA. – Ela gritou com toda raiva que tinha. — Porque você não pega sua vida perfeita seu casamento seu bebê, seu maravilhoso emprego e sai daqui.
Os olhos de Elena estava coberto por uma manta de raiva, mas aos poucos tudo foi se apagando e só sobrou as lágrimas aos poucos cobrindo cada parte de raiva dentro de si.
— Quer me contar o que aconteceu?
— Eu sou um peso para você, não tenho uma formação, trabalho em uma floricultura e moro de favor com o meu amigo de infância. Que vida ótima a minha.
— Quem falou isso para você? O que está acontecendo? – Perguntei me aproximando e puxando ela para um forte abraço.
— Enquanto você estava sabe lá onde Candice ainda estava aqui e depois que cheguei do meu encontro posso dizer que tinha bebido vinho de mais. – Ela fungou por conta das lágrimas e continuou falando. — E você sabe como sou desastrada e acabei quebrando um dos vasos que você têm na sala.
— E o que isso tem a ver pequena?
— Sua maravilhosa noiva ficou super nervosa por eu ter quebrado o vaso que ela mesmo tinha te dado e começou a jogar essas coisas na minha cara.
— Você sabe que não é verdade não é? – Perguntei afastando ela para olhar em seus olhos. — Você nunca será um peso para mim, e se não fosse você nessa casa eu já teria enlouquecido sozinho.
— Não posso morar aqui para sempre. – Ela limpou uma lágrima que escapou e rolou pelas maçãs de seu rosto.
— Você vai morar aqui pelo tempo que você quiser, e ninguém vai mudar isso. – Puxei ela para outro abraço. — Vou falar com Candice sobre isso.
— Nem adianta ir agora, ela não está. Saiu cedo hoje.
— Tudo bem, mas ela vai se desculpar pelo o que disse. Ninguém machuca minha pequena. – Ela sorriu e se afastou voltando para o que estava fazendo, me aproximei e puxei o pote do armário e lhe entreguei. — Agora vou dormir porque estou só o pó.
— Ficou a madrugada toda no Ryan?
— Não exatamente. – Disse coçando a cabeça tentando fugir do interrogatório que estava por vir.
— Você foi ver ela não foi? – Eu sabia bem de quem ela estava falando.
— Sim. – Disse sem mais delongas.
— E como foi?
— Não sei bem, ela sente algo por aquele Cole e isso me deixa muito abalado, porque realmente estou entregando meu coração para ela, mas não sei se ela está fazendo o mesmo.
— Você deixou as coisas claras?
— Se eu deixar mais claro só se eu a pedir em casamento. – Disse rindo com a ideia de tê Lia como minha esposa.
— Então o jeito é esperar e ver como irá acontecer as coisas. – Elena respondeu.
— E você mocinha não vai me contar com quem foi esse encontro?
— Não sei se posso, prometemos manter segredo.
— Eu sou como um irmão para você Lena, pode ir falando.
— Certo, mas prometa que não irá contar para ninguém. – Ela estendeu seu dedo mindinho e juntei o meu ao dela.
— Eu prometo.
— Eu sai com o Chaz. – Olhei para ela tentando processar cada uma daquelas palavras, mas não sabia ao certo o que pensar. — Não conta para Spen por favor.
— Quanto a ela você pode ficar tranquila, acho que tá rolando uma atração dela e de Ryan.
— Mentira. Sério? – Assenti. — Eles ficariam tão lindos juntos.
— Ele disse que quer falar com ela, mas como vamos trabalhar até tarde vamos só amanhã.
— Vai virar a noite de novo?
— Não, hoje volto para casa.
— Certo, então vou dormir aqui mesmo. Não quero passar mais uma noite sozinha com Candice. – Dei risada de suas caretas e assenti perdido em meus pensamentos e fui para o meu quarto. Estava exausto e precisava dormir um pouco pelo menos para pegar o turno da tarde em meu trabalho.
–¥–
Acordei e já era meio dia, isso significava que logo tinha que estar no trabalho. Olhei para todo o quarto procurando sinal de Candice, mas a mesma não estava ali, me levantei e fui em direção do chuveiro querendo tomar uma ducha quente para espantar todo o sono e relaxar o peso de meus ombros. Não tive tempo de aproveitar porque ao longe ouvia o toque irritante de meu celular, então tive que terminar meu banho e ir até o mesmo e atender.
— Alô? – Disse sem ver quem ligava.
— Pensei que ainda estava dormindo. – Ouvi a voz aguda de minha irmã do outro lado.
— Estava no banho tenho que trabalhar.
— Eu sei, soube do seu novo trabalho. Quando vai ter tempo para sua irmã?
— Eu tenho todo tempo do mundo para você Jazzy e você sabe disso. – Disse enquanto equilibrava o celular entre minha orelha e meu ombro e colocava a cueca. — Quer passar no hospital no horário da janta pra ficar comigo?
— Seria ótimo, soube que ter muita coisa para me contar.
— Pelo jeito Elena andou falando com você. – Respondi revirando os olhos mesmo sabendo que ela não poderia ver.
— Falou sim, e se não fosse ela eu ia estar por fora de tudo. – Não estava vendo seu rosto, mas sabia que ela estava revirando os olhos como eu.
— Chega de drama garotinha, me encontra no meu horário de janta no hospital. – Parei um minuto para pensar. — Ou melhor vem para minha casa e você janta aqui, pode dormir se quiser.
— Melhor ainda, estou com saudades da sua comida.
— Ótimo marcado então.
–¥–
O dia passou tão rápido e foi tão corrido que quando olhei para o relógio já estava na hora de ir embora e estava feliz pelo chefe ter liberado a mim e a Ryan do turno da manhã essa semana.
— Você ainda não me falou onde passou a noite. – Disse Ryan enquanto íamos em direção do elevador. — Acordei e não estava no meu apartamento, e Elena disse que você não tinha chegado ainda quando liguei.
— Essa Elena é uma baita fofoqueira. – Revirei os olhos. — Eu tive que sair.
— Você não foi para casa dela bêbado né?
— Não… – Ele me encarou por um momento e bufei irritado. — Eu já estava ficando sóbrio.
— Grande coisa Bieber. O que você foi fazer lá?
— Fui falar com ela Ryan, nada demais. – Respondi me afastando e indo em direção ao meu carro.
— Você sabe que ela está com aquele Cole, porque ainda insiste?
— PORQUE EU A AMO. – Gritei me virando para o encarar. — Eu a amo demais para a deixar escapar, me sentiria um lixo se deixasse alguém tão especial como ela ir embora.
— E quanto a Candice?
— Eu não sei, ela está sumida, mandei mensagem e ela não respondeu nenhuma. – Parei em meu carro e Ryan parou ao meu lado. — Elena te contou o que Candice falou para ela?
— Vagamente pela ligação, mas a coisa foi séria. Você vai fazer algo?
— Estou tentando, enquanto ela não atender eu não vou conseguir falar nada. – Coloquei minha mochila no banco do passageiro e me virei outra vez para Ryan. — Eu tenho que ir, Jazzy deve estar em casa me esperando já. Você vai na Spencer amanhã?
— Sim, vou no café da manhã, acho que tenho coisa para resolver como ela.
— Certo, então vou te acompanhar. Preciso falar com Lia.
— Então até amanhã cedo irmão, boa noite.
— Boa noite irmão. – Dei um breve abraço nele e entrei no carro seguindo para casa. No caminho tentei outra vez ligar no telefone de Candice, mas o mesmo apenas caia na caixa postal. Ela tinha passado o dia fora sem dar notícias e isso era estranho demais para mim. Ainda não entendido todo aquele papo dela com Christian e agora com esse desaparecimento só me deixa mais incomodado e desconfiado de como eles realmente tinham se conhecido.
Cheguei ao meu apartamento e subi correndo para casa, estava exausto e precisava mais que tudo ver minha irmã, fazia alguns dias que ela não vinha me ver.
— QUERIDA, CHEGUEI. – Gritei abrindo a porta de casa e vi uma cabecinha ruiva correndo da cozinha e vindo em minha direção.
— Você chegou. – Ela disse animada e pulando no meu colo.
— Estava realmente com saudades né pequena. – Perguntei risonho.
— Estava sim bobão. Sempre estou. – Ela disse descendo do meu colo logo depois pegando em minha mão. — Agora vem eu e Elena estamos fazendo a sobremesa e você vai fazer o jantar.
Sorri com a sua animação, mas logo perdi o sorriso quando encontrei a cozinha de minha casa uma verdadeira baderna, tinha panelas na pia e chocolate por todo balcão.
— O que está acontecendo aqui? – Perguntei olhando para Elena que tinha os cabelos presos em um coque e um pouco de chocolate na bochecha.
— Estávamos fazendo a sobremesa e esperando você para o jantar. – Elena respondeu rindo.
— Isso está uma baderna, vocês tratem de arrumar tudo enquanto tomo um banho e quando eu descer eu preparo o jantar. – Disse autoritário fazendo a cara mais malvada que tinha. — Quero isso brilhando.
Sem deixar as duas responderem virei e sai da cozinha antes ouvindo a risada de ambas. Sorri sentindo uma alegria de ser duas pessoas tão especiais para mim assim por perto e segui para o meu quarto, assim que entrei procurei por Candice, mas a mesma não estava ali então mandei mais uma mensagem para ela e aproveitei para mandar uma para Lia, mas não obtive resposta de nenhuma das duas então segui para o meu banho.
–¥–
— Como estão as coisas com o papai Jazzy? – Perguntei enquanto comia a macarronada que tinha feito.
— Está bem, Jaxon está cada vez mais esperto e papai cada vez mais velho. – Soltei uma risada baixa sabendo bem do que aquilo se tratava. — Mas o foco aqui é você e a moça dos olhos verdes. – Ela disse sorrindo maliciosa sendo acompanhada por Elena.
— Não têm o que falar de nós dois. – Encarei meu prato como se algo mágico estivesse ali além de macarrão. — É complicado, acho que ela não gosta tanto quanto eu.
— Não seja idiota Justin, ela ama você. – Elena disse.
— Não sei, ela agora está em um Pub com com Cole e o irmão dele. Vai saber o que está acontecendo agora. – Balancei minha cabeça tentando afastar qualquer pensamento dela com ele.
— É… – Jazzy começou, mas nada saia dos lábios dela, eu tinha razão e elas sabiam disso.
— Tudo que que peço é que ela não magoe meu coração. – Disse baixo e elas se mantiveram calada diante a minha declaração, tudo que tinha dito era real, por mais que doesse no fundo de minha alma eu estava sendo sincero. — Quem topa ver um filme?
Disse tentando amenizar todo aquele clima e ambas concordaram felizes. Depois de terminar nosso jantar e comer a maravilhosa sobremesa que Jazzy e Lena tinham feito fomos para o sofá assistir um filme qualquer de terror.
01h 20min.
Já era tarde, o filme já estava no fim, mas nem Jazzy nem Elena estava acordada. Então desliguei a televisão e peguei Elena primeiro e a levei para o seu quarto depois puxei Jazzy para o meu colo e a levei para o meu quarto a deitando no canto da cama e voltei para sala. Sentei por um tempo olhando a lua que brilhava do lado de fora pela varanda e repensei em tudo que estava acontecendo na minha vida, eu iria me casar daqui a algumas semanas, estava com um emprego maravilhoso em um hospital fantástico e ia ter um filho. Tudo estaria tão perfeito se não fosse ela, a garota que chegou de mansinho e roubou tudo que tinha inclusive meu coração.
06h30min.
Acordei assustado, meu celular tocava como louco em alguma parte da casa que não conseguia achar. Depois de um minuto o toque parou, mas logo voltou a tocar de novo e finalmente achei ele perdido no meio da almofadas do sofá e vi o nome de Ryan brilhando na tela.
— Oi irmão. – Tentei ao máximo fazer a voz mais acordada que tinha.
— Estava dormindo não é filho da puta. – Ouvi sua voz irritava e logo levantei correndo para o meu quarto vendo Jazzy dormir tranquila.
— Acabei dormindo tarde vendo filme com as garotas, mas em vinte minutos estou chegando. — Estou contando o tempo. – Ele disse e logo desligou e me apressei em tomar banho
–¥–
Corri como um jato em direção a casa dos D'Angelos, Candice ainda não tinha dado sinal de vida é isso estava me deixando preocupado. Estacionei o carro no gramado e subi as escadas tocando a campainha, e Daise logo atendeu, entrei e fui em direção a cozinha encontrando Ryan me esperando, trocamos poucas palavras pois logo as garotas desceram para cozinha, logo de cara eu já conseguia perceber que Lia ainda estava bêbada e a ressaca dela seria forte. Logo depois de Ryan a chamar para conversar eu puxei Lia para o quarto a fim de conversar com ela também.
— O que aconteceu ontem a noite? – Perguntei sem me aguentar e ela deu de ombros fingindo não se importar.
— Não aconteceu nada, que foi virou meu papai? – Ela respondeu debochado o que me irritou profundamente.
— Emília, eu não estou brincando, que porra você agora virou o que? A mulher do deboche? – Falei mais alto e a mesma se levantou nervosa vindo em minha direção
— Justin, se você veio aqui para procurar briga, pode se retirando, não aguento mais você brigando por coisas bobas, eu só fui curti a noite caralho, tenho que pedir permissão agora? – Ela gritou me fazendo assustar com o tom de voz.
— Não meu amor, me desculpa, prometo que isso não vai mais acontecer. – Falei abaixando minha guarda, não queria brigar com ela naquele momento.
— Preciso de um banho, toma comigo? – Ela perguntou cheia de malícia e eu sorri safado. — É só um banho.
Fomos para o banho e observei ela tirar cada peça de roupa e entrar na ducha quente e eu fui logo atrás.
— Já disse o quanto tu és linda? – Passei a mão pelo seu corpo subindo logo depois pela coxa.
— Sim, mas eu adoro ouvir. – Ela sorriu se arrepiando com meu toque.
— Você é a mulher mais bela que já vi em minha vida. – Juntei seu corpo ao meu e beijei seu pescoço. — Seja minha.
— Eu já sou sua. – Ela se afastou pegando o xampu e começou a massagear os longos cabelos.
— Não digo na maneira sexual. Quero você na minha vida.
— Você já têm esse alguém, ela está carregando um filho seu.
— Você sabe que largaria tudo para estar com você. – Tirei a sua mão do seu cabelo e comecei a lavar o mesmo.
— Não posso pedir isso a você. – Tirei todo sabão de seu cabelo e passei a massagear com o condicionador.
— Não precisa pedir, eu estou te dando isso. – Ela se virou sorrindo e passou os braços em volta de meu pescoço.
— Vou pensar no seu caso. – Ela sorriu maliciosa descendo a mão até meu membro que já dava sinal de vida. — Agora me faça somente sua.
Sorri malicioso em resposta e a puxei para perto prendendo no box e iniciando um beijo quente animando as coisas para depois.
Ponto de vista.
Ryan Butler.
Olhei todo quarto de Spencer assim que entrei, a mesma andou até sua grande cama de casal e se sentou me encarando. Minhas mãos suavam e meu coração parecia querer sair pela boca.
— Você quer dizer algo para mim Ry? – Ela me encarou com aqueles lindos olhos e por um momento tudo que tinha ensaiado a manhã inteira sumiu.
— Eu ensaiei tudo que tinha para dizer, mas agora que estou aqui na sua frente parece que meu cérebro dissolveu. – Ri nervoso e comecei a andar de um lado para o outro no quarto.
— Primeiro, vem e senta aqui. – Senti suas macias mãos nas minhas e por um momento tudo congelou e aos poucos me acalmei. Andei até com ela e me sentei na ponta da cama. — Agora me diz o que seu coração diz.
— Você está pedindo algo complicado, porque quando estou perto de você meu coração dispara.
— Não pode estar falando sério. – Ela riu.
— Sente. – Puxei sua mão colocando em meu peito sentindo sua respiração bater em meus lábios. — Meu coração dá cambalhotas dentro de mim quando sente que está por perto.
— E porque isso acontece? – Ela disse aproximando seus lábios rosados do meu.
— Nem eu consigo entender, parece uma tempestade, mas não daquelas barulhentas e assustadoras. Uma tempestade silenciosa. – Ri nervoso e olhei naqueles lindos olhos. — Você sente isso?
— Sim… – Ela disse olhando em meus olhos e por alguns segundos encarando meus lábios. — Sinto como se a tempestade dentro de mim levasse cada pedacinho quebrado para longe é só deixasse as coisas boas.
— Eu gosto de você Spen, de uma maneira que não consigo explicar a mim mesmo às vezes.
— Eu também gosto de você Ryan mais do que eu já gostei de algo. – Ela se aproximou roçando os lábios no meu causando tremores por todo o meu corpo.
— Ah Spen, eu sou o silêncio absoluto, e você é a minha tempestade, que chega bagunçado tudo dentro de mim, mas deixando totalmente arrumado ao mesmo tempo. – Ela riu e passou os braços ao redor de meu pescoço.
— Então deixa eu te bagunçar. – Assenti e puxei ela para um beijo, o beijo que esperei por muito tempo para sentir. Os doces lábios dela encaixavam nos meus como uma doce poesia que eu esperava ouvir para sempre.
“Ela é a coisa mais doce que eu conheço. Você devia ver o jeito que ela me abraça quando as luzes se apagam.” - Ed Sheeran.
LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.