o acaso é o que faz a gente se encontrar
quando acontece o inesperado.
- o poeta
Perdida no bar.
Era como me encontrava em conjunto com o sentimento de solidão gritante via-se um grande arrependimento, a noite escura e fria me acalentava com calafrios que envolviam um terço da minha espinha sacudida dentro da camiseta de lã, as luzes piscavam como um farol inquieto a frente dos meus olhos me dando alguns segundos de cegueira um gole de bebida e ardência do líquido não era capaz de preencher o vazio temente perguntando a mim mesma se era possível estar em um lugar cheio e se sentir tão só ou se apenas o preço da correspondência não retornada acontecia comigo.
Rodando os olhos sob efeito de luzes coloridas e álcool puro enxergo as milhares de pessoas que se encontram no bar e todas se envolviam na bela música francesa que tocava como uma pluma caindo em nossos ouvidos, bebi mais uma dose desejando mais alguns delas para a coragem de me levantar expandir em mim, o que depois descobrir que não fora o suficiente, descansei minha cabeça no balcão molhado e curtir um rastro de segundos a sós como se houvesse apenas eu e meu doce cérebro em celebração o que de fato não durou muito tempo.
— Emilia, certo? — uma jovem ruiva com sotaque forçado arriscou e eu assenti confusa — estive a sua procura por todo o bar, por Deus ainda bem que lhe achei — falou animadamente me deixando ainda mais confusa.
— Pardon! A conheço de algum lugar? — a questionei afinal não se deve confiar.
Ela olhou para cima me fazendo acompanhar seu olhar ligeiro, Spencer, minha irmã do meio estava em um tipo de camarote junto com um pessoal que eu nunca tinha visto na minha vida, neguei com a cabeça e me virei para a ruiva novamente esperando uma resposta.
— Eu sou uma amiga da sua irmã. — ela sorriu levemente. — Vi que você estava sozinha e decidi te chamar para se juntar a nós. — justificou.
— Bien Sûr, se é assim, está bem. — concordei e ela estendeu a mão ao qual eu segurei.
O 'camarote' ao qual citei me parecia mais um centro de drogas e confesso que com a vida monótona e sem um conhecimento básicos sobre adultos atuais eu ousaria em apostar que as pessoas com quem Spencer se encontrava não passavam de adolescentes descobrindo a precoce vida que viveriam após o colegial.
— Ora, ora se não é minha irmã favorita. — Spencer berrou em meu ouvido e eu tive de encolher os ombros para que os pobres dos meus tímpanos não explodissem. — Pessoal, essa aqui é a Emília, minha irmã, esses são meus amigos. — Nos apresentou brevemente e eu me limitei a sorrir para todos.
Sumindo da minha vista como um vulto eu mais uma vez se encontrava sozinha naquele lugar sendo que no momento “sozinha” com os amigos da minha irmã do meio bufei baixo e bebi mais um pouco estava ficando tudo tão repetitivo, revirei os olhos e me virei rapidamente ao sentir uma mão gélida em meu braço deu um certo alívio ao descobrir que era a ruiva já conhecida.
— Eu vou te apresentar ao meu irmão. — me arrastou e eu desejei por um instante que aquilo acabasse logo.
Dizem que o acaso acontece quando menos se espera e bem ele aconteceu no momento mais solitário da minha vida, o rapaz a minha frente me encarava com seus olhos gasolinas que ardiam em meu rosto e por mais estranho e irracional que fosse meu estômago se encontrava em uma sensação de vazio típica quando você se aproxima de um homem de seu interesse, mal ouvir a ruiva nos apresenta e acho eu que ele também não havia escutado.
— Oh, é um prazer conhecê-la. — deixou os ombros cair e levou uma das mãos ao cabelo.
— Eu digo o mesmo. — me sentia estranhamente atraída pelo rapaz.
— Sente-se ao meu lado, você me parece desconfortável. — apontou para o assento ao seu lado e eu me sentei no mesmo.
— É que esses lugares agitados não me fazem tão bem. — Girei meus dedos indicadores e fiz uma careta leve o que o fez levantar a sobrancelha e sorri baixo.
— Se for de sua vontade, podemos ir a um lugar mais reservado. — sugeriu me fazendo pensar.
— Bom, e pra onde nós vamos? — questionei e ele sorriu se aproximando.
— Minha casa talvez. — sussurrou em meu ouvido e eu senti o arrepio faiscar.
Em uma situação um tanto ‘normal’ ao que se espera é um sim, porém a minha mente tem um mecanismo de defesa que me faz ter atitudes um tanto adolescentes como fugir de um cara dando desculpas estranhas e jamais aceitáveis até mesmo para um coelho. Eu parecia ansiosa de fato que não tinha muita certeza do que aconteceria dali para frente, as pessoas falam que a atração é um termo usado para quando você se atrai pelos olhos ou cheiro da pessoa mas e quando você se atrai pela estranheza em si? também se torna digno de pôr um termo?
É tolo saber, o sorriso dele estava a beira dos meus ouvidos como se o som da risada expandisse como um navio em desastroso curso, como se houvesse pó mágico ele se aproximou e beijou o canto dos meus lábios indo de encontro com os mesmos, ele me impediu de sair e a situação só se agravou ainda mais, o toque dos lábios dele era macio como uma pena e a sua forma de tocar alguém era estranha e gostosa ao mesmo tempo, ele parecia perdido no começo e ainda mais confuso ao fim.
Quando algo de inesperado acontece ao menos sabemos como chegou ao limite e eu me encontrava nesse formato de confusão sem saber como eu havia ido parar em sua casa, embalados em uma canção de sexo e luxúria nos deitávamos na cama esperando o adiante acontecer eu devo admitir que é dificil estar com um corpo novo para explorar, você se sente confuso e era isso que ele me parecia, segurei em suas mãos e a levei até os meus seios lhe dando o inicio ele desceu seus dedos gelados em minha barriga nua e eu tremi com um simples toque, levei meus lábios até seu pescoço deixando beijos vazios por lá o homem se arrepiou e com isso o aperto fraco na minha cintura se transformou em beijos quentes na minha virilha, eu segurei o rosto do loiro marcando em minha memória seus olhos de gasolina.
Eles faiscavam.
Seus lábios dominaram o meu prazer e eu podia ter certeza que viveria naquele momento, prendi minhas pernas fazendo o mesmo me penetrar com um dos seus dedos, o puxei para cima sentando em seu colo, estávamos sedentos e a demora só aumentava mais nosso desejo ele selou minha clavícula soltando um gemido quando eu me encaixei em sua intimidade e o beijei com toda o tesão que existia dentro de mim, ele me ajudava em minhas cavalgadas me penetrando tão fundo que por um segundo achei que logo me quebraria ao meio, o nosso clímax veio após minutos de diferença nos deitamos suados e ardendo.
— Um vinho para complementar? — ele soltou uma risada e eu neguei.
Não me parecia necessário.
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O clarão no meu rosto me avisava que aquele ali não era o meu quarto e eu não tinha uma ideia formada de onde eu estaria, levantei da cama e olhei ao redor o lugar que eu estava era confuso eu lembrava do que havia acontecido mas não tinha certeza de como eu conseguiria sair dali, por cima, ainda sabia que estava atrasada pro trabalho.
Madame, você está ferrada.
Me vesti rapidamente e saí do quarto antes que o rapaz da noite passada acordasse, paralisei assim que escutei uma voz feminina soar como um raio em todo o lugar, eu tinha que sair dali o quanto antes.
— Amor, cheguei.
Saint Christ, ele é comprometido.
Corri o mais depressa que pude e pedi urgentemente para o nobre porteiro me ajudar com o táxi, o meu dia não poderia começar melhor.
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