Ás dez em ponto estávamos reunidos na sala dos Tomlinson, Mark me encara apreensivo seus olhos bondosos e ternos estão sob uma máscara de inquietação e dor eu posso supor que ele reconhece o mesmo olhar em mim.
Louis me lança um olhar aflito e eu sinto suas emoções se emaranhando dentro dele, posso sentir o quão apreensivo ele está, suas mãos estão trêmulas, sua respiração está difícil ele engasga a que um soluço finalmente deixa a sua garganta.
Johannah Deakin olha para o filho apreensiva seu atual marido Daniel olha a cena sem dizer nada ele está ao lado de Chad eles parecem amigos pelo modo de como só os dois e Jay ficaram contentes com a notícia.
Louis olha para o seu colo enquanto eu lanço um olhar suplicante para Liam que pressiona seus lábios um contra o outro a sala está silenciosa Niall e Zayn - principalmente Zayn - estão me encarando sem desviar seus olhos de mim esperando que eu tenha alguma crise. Nate e Daive ainda não compreendem muita coisa, mas pela expressão no rosto de Nate ele sente a inquietação de Louis.
O pequeno Tomlinson soluça de novo é a sua primeira reação desde que a notícia foi dada, ele não me encara ou a qualquer outro na sala, tudo em que ele foca são as suas mãos pequenas brincando entre si.
— No seu próximo aniversário. - Chad começa e cada fibra do meu corpo implora para que eu o soque — Verá isso com outros olhos, eu posso ser um bom namorado até que você tenha idade para se casar comigo.
— Vocês se conhecem desde meninos... - Jay fala pela primeira vez — Chad o adora desde que vocês eram crianças.
— É só isso? - Louis questiona a voz baixa.
— Lou, meu amor.
— É só isso? - ele diz novamente o tom mais acima.
— Sim. - Jay suspira — Você verá que é o melhor para você.
— Melhor para mim? - ele diz com sarcasmo — Melhor para mim? - ele repete a voz acima de novo — Não mamãe é o melhor para você! Só você, Chad e Daniel estão felizes por isso!
— Seus amigos também, estão feliz não estão? - ela questiona olhando sugestivamente para todos na sala que assentem minimamente — Não é Harry querido?
Louis me olha, mordo o lábio e é como se eu estivesse a beira de uma crise de pânico os olhos lacrimosos de Louis fisgam cada fibra do meu corpo e eu sinto uma dor dilacerante.
— Jay chega. - Mark toma a frente, eu o agradeço mentalmente por isso — Nate e Niall queridos levem o Hazzy para tomar uma água.
— Eu estou bem. - sibilo.
— Lou amor, você verá que Chad é um ótimo garoto, vocês só precisam passar um tempo juntos... É tudo ficará bem, uh?
— O que você acha que eu sou mamãe?! - Louis praticamente grita — Quem deu a porra do direito de controlar a minha vida? Quando foi que eu decidi que queria uma vida com o Chad!
— Não fale assim com sua mãe Lou. - Daniel se mete — Ela só está pensando no seu futuro.
— É claro que ela está. - sua voz é trêmula.
— Lou. - chamo baixinho sentindo um nó na garganta.
— Você sabe sabia não é? - ele se vira para mim seus olhos vermelhos.
Me levanto e encaro seu rosto tentando me aproximar, ele recua.
— Você sabia?
— Sim. - murmuro.
Ele fecha os olhos sufocando um soluço seus ombros tremem e seu corpo pequeno estremece.
— A quanto tempo? - sua voz não é mais do que um sussurro.
— Desde que você tinha catorze anos. - revelo com um suspiro prolongado.
Lou me fita há tenta dor em seus olhos, quase não consigo lidar com a onda de sentimentos, tenho uma leve vertigem e os seus olhos escondem um lampejo de preocupação embora ele ainda continue chorando.
— Eu te odeio tanto agora. - ele murmura.
Fecho meus olhos pressionando-os, os abro novamente e ele me encara balançando a cabeça negativamente para mim, o pequeno garoto me dá as costas e corre para as escadas.
— Espero que todos estejam satisfeitos. - Sr. T. diz com ironia olhando para a ex-mulher, seu atual marido e Chad.
— Vem cá Hazz. - Liam diz, eu me levanto e ele passa seus braços em meu ombro Niall chega próximo também e beija a minha bochecha calorosamente.
Zayn me olha com consternação ele sabe como é e o quando doloroso isso é.
— Vamos embora. - Zayn diz — Foi um dia cansativo para você. - fala seu tom de voz é manso e ele tenta me passar que a dor vai passar.
Ás palavras dele giram como um redemoinho em minha mente como se todos os pensamentos subsequentes ficassem em segundo plano e as palavras dele submergissem.
Eu te odeio tanto agora.
— Vou ver como Louis está. - Nate diz.
Chad está me encarando seus olhos avelãs divertidos em minha direção um sorriso vitorioso em seus lábios, ele passa os dedos por entre os fios do cabelo de um vermelho ferrugem.
Daive vai até ele todos olham para a cena agora, Chad o olha com uma sobrancelha arqueada, Stanford dá um tapinha em suas costas e abre um sorriso de deboche.
— Tire esse sorriso do rosto babaca. Você acha que o terá? Eu aposto que não. - ele fala piscando para Chad e caminhando até as escadas ele me lança um sorriso doce antes de desaparecer.
Sr. Tomlinson caminha até mim.
— Fale comigo amanhã. - ele diz simplesmente ao que caminha em direção as escadas possivelmente para o seu quarto.
Nós saímos da casa logo depois, - eu lanço um sorriso forçado para Jay e Daniel antes de sair -, não tenho porque ser amável com Chad então mal o olho.
Os garotos me perguntam como eu estou me sentindo eu minto e digo que estou bem, eles me deixam sozinho, relutantes no início, mas acabam se afastando.
Entro em meu carro encostando a cabeça no volante, sinto a energia de Louis é tão sufocante quanto ao que senti minutos atrás quando estávamos próximos. Giro a chave na ignição saindo com o carrro logo depois.
A música alta soa no carro ao que eu tento bloquear os pensamentos dos acontecimentos recentes. O telefone toca no banco do passageiro eu o ignoro.
Eu te odeio tanto agora.
Sinto-me impotente, seus olhos azuis cristalinos pelas lágrimas, seu rosto vermelho pelo choro a mágoa estampado em cada traço do seu rosto perfeito, aquela imagem não sai da minha cabeça.
Quando paro o carro estou diante da minha casa o portão se abre automaticamente eu entro e estaciono o carro, saindo do mesmo e indo em direção á casa, não paro para constatar se minha mãe está lá eu apenas subo as escadas para o meu quarto assim que paro diante da escadaria.
Abro os botões da minha camisa jogando-a em qualquer canto ao que me jogo na cama, minha cabeça dói.
Louis.
Louis.
Louis.
É tudo que vem a minha mente, meu coração se aperta ao passo que as palavras dele são repetidas em minha mente tornando meus pensamentos barulhentos. Grito contra o travesseiro o quanto odeio isso.
Mordo o lábio com força sentindo o gosto metálico do sangue, meu celular toca novamente eu levo minha mão até onde ele está e olho para o visor deslizo meu dedo indicador pelo ecrã desenhado a senha padrão o número de Mark aparece.
Clico no botão verde ao que atendo o celular a voz dele é apavorada do outro lado o que faz com que eu uni as sobrancelhas.
— Por favor, me diga que ele está aí.
— Quem? - questiono e o escuto choramingar de frustração.
— Louis não está aqui. - ele fala — Meu filho não está aqui Harry!
— Como assim ele não está aí? - minha voz levemente alterada — Nate estava com ele, você falou com Nate?
— Sim eu falei, mas ele está do lado de Louis, ele não vai dizer para aonde ele foi.
Passo a mão pelo rosto em desespero.
— Nate ainda está aí?
— Sim ele está. - confirma.
— Estou indo.
x-x-x-x
Quando chego á casa de Mark e entro no cômodo da sala os olhares são rapidamente direcionados a mim.
— A culpa é toda sua! - Chad assiná-la — Se você não o mimasse tanto ele aprenderia a encarar as coisas do modo correto.
— Ele sabe encarar as coisas de um modo correto. - defendo-o — Mas ele é só um adolescente no fim das contas. - falo indiferente.
Olho para Nate que morde o lábio de nervosismo, Daive está ao seu lado ele parece ter tentando fazer com que ele revelasse o que todos queriam saber.
— Eu amo você. - Nate diz — Mas eu não vou dizer - ele levanta os olhos para o namorado.
Chamo Nate para que um lugar mais reservado - um lugar que tenhamos mais privacidade - Ele me olha com um sorriso tristonho.
— Ele só precisa de um tempo. - sussurra.
— Nate, por favor. - minha voz saindo embargada — Você precisa nos contar o que vocês conversaram e para aonde ele foi!
— Chad não é bom. - ele fala — Chad vai machucá-lo.
— Ele não irá eu não vou deixar.
Os olhos de Nate começam a lacrimejar ele suspira fundo tentando respirar normalmente de novo ao que ele me abraça e esconde seu rosto contra o meu peito eu o abraço tentando acalmá-lo as batidas do seu coração estão aceleradas e altas.
— O que foi? O que vocês conversaram? Por favor, babe eu preciso saber para ajudar.
— Você não entende! - ele chora — Ninguém vai entender.
— Entender o quê? - digo fechando os olhos com força tentando me acalmar minha voz exalava pânico — Por favor, meu amor me diga para aonde ele foi. - peço mantendo o tom controlado para não assustá-lo.
— Eu não sei. Ele não me disse para aonde foi. Eu sinto muito. - sua voz baixinha.
— Hey tudo bem... tudo bem. - afago suas costas — Ele não deu nenhuma pista.
— Ele disse que ia para casa, eu não sei o que isso significa. - ele choraminga.
— Tudo bem querido. - falo deixando um beijo em sua testa — Acalme-se o.k?
Ele respira fundo seus olhos estão vermelhos por conta do choro e seu cabelo um pouco bagunçado eu seco suas lágrimas e beija as maças do seu rosto.
— Diga a Daive para levá-lo para casa o.k? -assente e eu sorrio.
Eu o levo de volta para a sala, eles me questionam silenciosamente e eu só nego com a cabeça como se eu houvesse respondido uma pergunta verbal.
— É claro que ele sabe! - Chad grita sua voz de alfa imperando junto ao olhar gélido.
Nate coloca as mãos nos ouvidos choramingando Daive rosna para Chad, Mark faz o mesmo, Daive olha para o namorado que chora encolhido num canto.
— Você sabe! - ele fala de novo avançando para cima do menor que se encolhe mais contra a parede.
Logo o garoto de cabelos negros e olhos azuis se coloca na frente de Chad impedindo que ele chegue ao seu namorado, me coloco na frente dos dois menores rosnando para Chad.
— Se tocar num fio de cabelo dele. - minha voz ameaçadoramente baixa — Juro por Deus que eu não vou pegar leve com você.
— É melhor escutar e ficar longe Chad se tocar no Nate eu mesmo me responsabilizo a cuidar de você. - Mark diz virando Chad Oliver Hewitt com brutalidade.
— Sr. T pode levá-los para casa?
— Claro querido. - ele diz suspirando eu via o pânico em seu rosto — Niall, Liam e Zayn estão o procurando.
— Vou fazer isso também.
— Quando a você Chad cuide da sua tia.
— Vou procurá-lo também.
— Fique aqui! - Mark manda.
Nós saímos da casa eu segui para o meu carro e Mark foi para o dele levando as duas crianças consigo. Eu estou em pânico, não posso mentir situações assim me deixam em pânico.
Tento respirar ao que meus dedos tremulam ao volante sinto a ar se esvair nos meus pulmões e o esforço sobre natural que eu faço para respirar de novo faz com que eles ardam como o inferno, sinto as lágrimas quentes deslizarem por minhas bochechas.
Rodo por um tempo pela cidade não há nada dele... meus olhos pesam e eu sei que preciso ir para casa, uma parte de mim quer continuar a procurá-lo, mas sei que se continuar a dirigir vou dormir.
São quase três da manhã.
Respiro fundo resignado dirigindo meu carro até a minha casa. Não demoro muito a chegar, estou exausto. Minha mãe e Gemma devem estar dormindo.
Subo as escadas sem fazer barulho caminhando pelo corredor, a angustia me corroendo, abro a porta e meus olhos não acreditam no que veem um misto de felicidade e desespero correndo cada fibra do meu corpo.
Ele me encara seus olhos azuis claros pelas lágrimas, o rostinho inchado pelo excesso de choro, as bochechas e o nariz de botão completamente avermelhados ele funga e constato que ele está constipado.
Minha cabeça lateja ao que eu pressiono os olhos com força deixando as lágrimas deslizarem por minha bochecha e um soluço escapa por meus lábios uma sensação de alívio toma conta do meu corpo e eu não me importo em deixar que as lágrimas venham.
Tento me acalmar ao que ele abaixa a cabeça e chora, eu pego o meu celular e clico na tecla de discagem rápida para Liam, ele o atende no segundo toque.
"Eu o encontrei." - foi só o que me permite dizer antes de desligar ainda trêmulo.
Caminho lentamente até onde ele está eu escuto os seus soluços ao que chego perto o suficiente, sento-me na cama direcionando seu corpo para que ele me encare.
— Escute bem Louis William Tomlinson. - minha voz rouca e trêmula por conta do choro, minha fala saindo entre dentes — Nunca mais, nunca mais repita o que fez essa noite! - minha voz não é o tom calmo de sempre.
Ele está em silêncio e isso me irrita.
— Você me ouviu! - elevo o tom de voz e ele choraminga.
Ele assente.
— O que você estava pensando? - me levanto andando de um lado para o outro — RESPONDA-ME LOUIS! - grito.
— Eu só não queria ficar lá. - sua voz soa quebradiça.
Soco a primeira coisa que vejo em minha frente o espelho do meu closet trinca, meu punho está vermelho e eu vejo o filete de sangue escorrendo.
— Você tem ideia do que fez? - digo abafado encostando minha cabeça no espelho trincado — VOCÊ TEM? - grito novamente.
— D-descupe. - ele murmura — Só pare de gritar comigo, por favor, por favor, Bunny você está me assustando.
Aquilo me quebra. Totalmente.
Nunca, jamais gritei com ele, nunca elevei minha voz e agora eu o fazia por puro desespero.
Respiro fundo por duas vezes minha respiração saindo trêmula porque Deus estou tremendo. Viro-me para ele seus olhos azuis me encaram assustados e preocupados as lágrimas ainda deslizam por suas bochechas eu caminho vagarosamente até ele, meus joelhos contra o chão ao que eu me coloco entre suas pernas colocando minha cabeça em seu colo.
— Nunca mais faça isso de novo. - minha voz soa quebradiça.
— Desculpe Hazz. - diz as mãos pequenas e trêmulas em meu cabelo.
— Por que você saiu de casa assim?
— E- eu estava em pânico... eu... eu não quis preocupar você. - fala seus ombros tremem eu deixo o seu colo e o encaro de pé enquanto ele chora.
— Lou...
— Eu não quero ter meu primeiro beijo com ele. - seu peito sobe e desce num ritmo frenético e quase posso vislumbrá-lo numa crise — Eu não quero nada com ele.
Ele se levanta e agarra minha camiseta, esconde o rosto em minha camiseta meio aberta, suas lágrimas quentes molhando a pele exposta do meu abdômen ao que ele soluça sinto meu próprio corpo doer a carga emocional me deixa vulnerável embora eu esteja tentando controlar e administrar os meus sentimentos sem que eu faça uma bagunça com os sentimentos confusos que emanam de Louis.
Afago suas costas fazendo uma carícia leve, é inevitável não pensar em Niall e Zayn e dá vez em que Niall sumiu por horas porque havia tido uma briga daquelas com o namorado. Sou capaz de compreendê-lo agora, todos os seus sentimentos confusos a carga emocional de Niall, fora uma situação diferente no entanto, Zayn havia perdido o controle na briga e machucado Niall dando-lhe um tapa no rosto por achar que estava sendo traído, ele nunca se perdoou e isso fazia muito tempo.
— Louis. - falo num tom calmo — Tudo bem, fique calmo, babe.
O conduzo até a minha cama sentando-o nela, ele se senta em meu colo de um jeito desajeitando seu rosto na curva do meu pescoço ao que ele soluça, ignoro os nós dos meus dedos latejando e o sangue que mancha a palma da minha mão.
Louis inspira e respira calmamente eu o embalo no abraço como um bebê acaricio o seu cabelo castanho, me afasto um pouco segurando o seu queixo com o polegar o indicador fazendo com que ele me encare, meu polegar nas maças do seu rosto afastando as lágrimas, ele suspira.
Sua respiração ainda pesada, mas as lágrimas já não mancham mais seu rosto.
— Melhor? - questiono.
— Yeah. - sua voz soa calma, ele funga.
— Acho melhor levá-lo para casa agora. - digo, sinto seus dedos se fecharem com mais força no tecido da minha camiseta — Você não quer ir? - assente minimamente — Por que babe?
Lou não responde seu corpo estremece e eu franzo o cenho.
— Tem algo para me contar garotinho?
Ele nega.
— O.k. - digo dando-me por vencido — Vou fazer chá para que você possa dormir.
Ele me encara seus olhos azuis pousam em minha mão machucada ele a pega beijando os machucados existentes ali, eu o encaro confuso e surpreso ele apenas deixa beijinhos na minha mão.
— Desculpe. - ele sussurra — Desculpe, eu machuquei você.
— Ei! - falo sorrindo — Tudo bem. - pressiono meus lábios em sua testa sorrindo contra ela — Você é o mais machucado aqui agora. - falo.
Eu o coloco na cama e sorrio para ele, saindo do quarto logo depois encosto-me na porta e respiro profundamente antes de ir para o corredor e descer as escadas minha mãe e Gemma estão na cozinha elas tomam chá e comem biscoitos.
— Nós ouvimos os gritos. - minha mãe diz — O que houve?
— Ele sumiu por algumas horas depois que soube que Chad e ele estão oficialmente comprometidos. Eu fiquei apavorado mãe.
— Eu imagino. - ela fala calmamente e me chama para perto — Haz. - ela fala ao mirar minha mão machucada.
— Só estava muito apavorado e com raiva.
— Você sabe que não pode se machucar cada vez que ele faz algo assim... ou cada vez que você não consegue lidar consigo mesmo. Louis é um adolescente ele vai fazer coisas estúpidas como você fazia quando tinha a idade dele e como a sua mãe eu não vou permitir que meu filho se machuque.
Assinto.
— Como ele está? - ela morde o lábio — Eu o deixei entrar, eu não sabia que ele tinha... saído de casa sem avisar.
— Bem melhor. - respondo a Gemma — Só queria pegar um pouco de chá.
Mamãe pega uma xícara colocando-a sobre o pires e despejando o liquido quente e fumegante na xícara ao que Gemma coloca biscoitos num pote pequeno.
— Leve para ele. - mamãe diz — E cuide desse machucado.
Pego, agradecendo ao que eu estou quase saindo da cozinha dona Anne me chama.
— Não se esqueça Haz, eu não vou permitir que você se machuque por conta daquele garoto, eu o adoro, mas eu não vou ver meu único menino sofrer por conta dele.
— Não é como se fosse possível fazer algo mãe, ele nem sabe o poder que tem sobre mim. -rio sem humor — Boa noite mãe, boa noite Gem.
Subo novamente as escadas passando para o corredor até que chego ao meu quarto Louis está encolhido no canto da cama olhando para a minha varanda que está com a porta aberta.
Coloco o chá e os biscoitos ao seu alcance ao que me movo para dentro do banheiro.
Respiro fundo olhando-me no espelho ao que fecho á porta, molho o rosto secando-o logo depois, limpo os machucados e retiro os pequenos resquícios de vidro existentes ali.
Volto para o quarto ele ainda está comendo, pego os cobertores no closet fazendo colocando-o sobre a cama, ao que ele termina o chá com biscoitos se levanta deixando que eu arrume os edredons sobre ela.
Eu o levo para o quarto de hospedes o quarto sempre está arrumado e limpo Diana faz questão de deixar tudo organizado, ele se mete entre as cobertas assim que chega até elas.
— Ah Louis... - falo baixinho — Em que confusão você se meteu hein?
— Ele vai me matar não vai?
— Oh... eu espero que não. - falo sorrindo — Mas você pode ficar sem festa de aniversário.
Ao que eu digo isso ele faz uma carinha infeliz.
— Não sofra por antecipação. - falo beijando a pontinha de seu nariz — Agora vá dormir.
Lou dá um suspiro prolongando e sorrio travesso para mim, eu admiro o seu rosto iluminado pela luz do abajur, eu havia me apaixonado perdidamente por aquele garoto.
O amo mais do que achei ser compreensível.
— Fica aqui até eu dormir? - ele questiona baixinho, receoso.
— Claro.
Me ajeito ao seu lado na cama de casal espaçosa ele chega mais perto sua cabeça desajeitadamente em meu peito ao que suas mãos pequenas agarram o tecido da minha camiseta.
— Ás coisas vão ficar bem não é?
— Eu não sei. - falo — Eu não posso dizer que vai ficar tudo bem, eu só posso te assegurar que eu estarei ao seu lado se tudo de errado.
— Obrigado.
— Pelo quê?
— Por estar sempre aqui para mim mesmo que eu não esteja sempre aqui para você. - ele sussurra.
— Isso não é uma moeda de troca anjo. - toco os seus cabelos acariciando-o para que ele possa dormir — Enquanto eu estiver aqui, você nunca vai sentir como se estivesse sozinho. - beijo sua testa ao que sua respiração fica regular e lenta.
x-x-x-x
O dia seguinte foi o mais complexo que tive nos últimos meses, Sr. Tomlinson por muita insistência da minha parte concordou que a festa de aniversário de Louis não seria cancelado, mas ele está de castigo agora.
— Ele é só um adolescente. - argumento.
— Você mais do que ninguém devia me apoiar, eu vi o modo de como você ficou ontem a noite não é justo que ele não seja punido pelo que fez. - ele contra argumenta.
— O.k. - falo dando a conversa por encerrada.
— Chad conversou com ele também, Louis parece que está disposto a dissolver melhor esse acontecimento recente.
— Isso é bom. - forço um sorriso — Onde ele está?
— Quarto com o Nate. - ele diz simplesmente — Eu ainda quero falar com você.
— Certo. - mordo o lábio — Posso pedir um último favor? - ele assente — Amanhã Gemma reunirá alguns amigos como todos os anos o senhor sabe... eu gostaria de que Lou fosse.
— Harry... - ele fala num tom arrastado de voz — Tudo bem, quando é que eu nego algo a você? -dá de ombros.
Abro um sorriso com covinhas ao que ele revira os olhos rindo e balançando a cabeça negativamente.
— Vá logo rapaz.
Assinto indo em direção as escadas, quando chego ao quarto abro a porta cuidadosamente ao que Louis dá um grito estridente.
— Harry! - ele puxa um lençol cobrindo seu corpo pequeno.
— Bata na porta antes de entrar Jerry! - Nate fala prendendo o riso.
— Desculpe. - falo defensivamente.
— E se nós estivéssemos conversando sobre algo particular? Deus vocês alfas são tão invasivos. - o loiro reclama.
— Já me desculpei. - falo novamente sentando-me na cama.
Olho para as inúmeras saias espalhadas pela cama de cores, tamanhos e texturas variadas, seguro uma nas mãos curta e de uma cor azul bebê com babados.
— Você vai usá-la? - questiono — É muito curta.
— Harry não! - ele diz puxando a saia das minhas mãos — Eu não vou usar saias mais... - ele diz infeliz.
— O quê? Porquê? Eu nunca tive a oportunidade de vê-lo vestido com nenhuma delas. Embora eu tenha lhe comprado a maioria quando acidentalmente descobri seus gostos peculiares.
Louis rola os olhos para cima suspirando irritado.
— Darei todas para Nate. - fala simplesmente — Eu preciso me trocar.
— Essa foi sua deixa Styles. - Nate diz.
— Por favor, você está de saia não é?
— Estou. - ele diz irritadiço — Hazz eu preciso mesmo me trocar.
— Vou lá para baixo. - Nate diz e sem deixar que nós argumentemos para que ele fique ele sai porta a fora.
— Hazz, por favor.
— Prometo que não vou olhar. - digo.
Deito-me na sua cama pequena os pés na parede e a cabeça apoiada no chão os olhos fechados.
— Qual é o seu problema hoje? - ele diz.
— Eu quero te convidar para ir a minha casa amanhã Gemma dará uma pequena reunião de amigos lá.
— Eu estou de castigo.
— Ele deixou você ir comigo. - argumento — Já está vestido?
— Ainda não e se abrir esses olhos você é um alfa bonitinho morto.
— Bonitinho? - faço ar de ofendido — Os ômegas não acham que eu sou apenas bonitinho.
— Ótimo para você. Bom para eles. - ele diz amargo — E... Ninguém se importa.
Dou uma risada baixa imaginando-o revirar os olhos pra o meu comentário ao que faz um biquinho nos lábios irritado.
— Tenho uma proposta.
— Qual?
— Você diz que quer beber champanhe comigo no seu aniversário certo? - ele resmunga um "sim" — Eu deixo você fazer isso e ainda te levo para jantar... com tanto que eu posso vê-lo usar uma das suas saias.
— Isso não é negociável.
— Porque de todos os presentes que eu mandei a você nesses últimos anos as saias foram as únicas coisas que você não me devolveu.
— Eu não fico bem com elas, não mais... além disso eu sou um garoto. - ele fala baixinho — Você ficou chateado com a devolução dos presentes? - ele muda de assunto.
— No começo.
— Não achei certo ficar com os presentes, você ainda trabalhava na padaria. - ele diz — Pode abrir os olhos agora.
Eu o faço, encaro o seu corpo desenhado pela calça jeans skinny preta e uma camiseta de mangas longas de mesma cor que cobre um pouco as suas mãos pequenas e deixa exposta a sua clavícula, os vans branco e vermelho nos pés pequenos.
— Oi. - falo sorrindo.
— Olá. - ele sorri de volta.
— Como eu ia dizendo... eu não achava certo ficar com os presentes, não me agradava a ideia de que você estava gastando dinheiro comigo.
— E por que você não aceitou os seguintes? Quando minha situação financeira era melhor? - falo me ajeitando na cama e ele caminha e se senta ao meu lado.
— Porque eu... - ele suspira — É que seus presentes me lembravam o quão longe você estava... por isso fiquei só com o primeiros quando eu ainda vinha visitar você. - ele diz — Eu os havia recebido quando ainda fazia parte da sua vida e isso me deva a sensação de estar em casa, Holmes veio a ser a minha casa, meus amigos estavam aqui, você estava aqui.
Ele suspira pegando o ursinho que agora já não é tão grande abraçando-o. Eu os abraço.
— Você nunca deixou de fazer parte da minha vida Louis. - você é a razão dela, completo em pensamento — Eu gostaria de poder te manter aqui para sempre, nos meus braços.
— Eu me sinto protegido quando você me abraça assim, você sempre foi meu melhor amigo e protetor.
Suspiro sorrindo.
— Papai Hazz está de volta Cupcake. - ele diz rindo baixinho contra o meu corpo.
Doce. Ele é sempre tão doce.
Faço biquinho sorrindo para a cena, Louis se afasta tocando a minha covinha, quando ele me toca com tanto carinho assim eu me sinto tão pequeno.
— Não gosto dessa camisa. - ele faz biquinho — arqueio uma sobrancelha — Ela é transparente todo mundo olha para você assim. - resmunga.
— Oh ciúmes? - falo sorrindo, mesmo sabendo que é improvável.
— Oh claro demais. - ele diz com sarcasmo — Não gosto quando você fica exposto assim. - murmura.
Dou de ombros, fazendo pouco caso.
— Tão chato! - ele me empurra fazendo com que eu caia na cama, eu o puxo junto e ele cai sobre mim enquanto eu lhe faço cócegas.
— Pará Harry! - sua voz soa esganiçada. — Por favor. - ele implora.
— O que foi? - questiono ao ver sua expressão de dor.
— Eu me machuquei quando fui pular a janela para chegar a árvore ontem. - fez biquinho revirando os olhos.
— Péssimo escalador, afinal olha o seu tamanho. - rio eu me levanto puxando-o para cima seus pés mal tocam o chão.
Ele se debate e me soca ao que eu o coloque no chão, impulsiono meu corpo fazendo com que nós caíssemos no colchão seu corpo sobre o meu. Ele tenta normalizar sua respiração eu o encaro sorrindo ao que ele respira fundo me dando uns tapas logo que se recupera.
Lou contorna minha tatuagem por cima da camisa transparente sua respiração normalizando seus batimentos cardíacos também, seus dedos deslizando carinhosamente pelo local das tatuagens fazendo com que um arrepio percorra o meu corpo, solto um suspiro prolongado.
Louis contorna a borboleta em meu estômago, mordo o lábio, seu rosto tem um misto de inocência e curiosidade.
— Lou. - falo olhando para o seu rosto, meu corpo apoiado nos cotovelos ao que meu tronco está levemente levantado.
— Desculpe. - ele diz — Eu gosto dos desenhos, você não tinha alguns deles antes.
— É. - concordo — Pensou no que eu disse?
— Se é tão importante assim para você... O.k. - ele suspira olhando para as saias colocadas sobre a cama algo em seu olhar parece dizer que ele não quer se desfazer delas.
— Você tem certeza que não as quer?
Ele assente minimente.
— Eu adoro você. - falo beijando a pontinha de seu nariz, eu amo o seu nariz tão pequeno.
— Eu também, você sabe. - ele diz com voz manhosa seu nariz pequeno roçando no meu, um riso escapa por nos lábios enquanto fazemos isso.
A porta se abre bruscamente ao que um Chad furioso encara a cena, Louis morde o lábio com força afastando-se de mim o mais rápido que pôde, eu encaro Chad coloco minhas mãos envolta dos ombros de Louis fazendo com que ele chegue mais perto sua cabeça tocando o meu peitoral.
— Mais que porra está acontecendo aqui? - explode.
Louis estremece um pouco com o tom afastando-se de mim com um pouco de dificuldade.
— Nada. - Louis diz se levantando — Harry já está indo embora. Não é Bunny?
— O quê? - falo surpreso.
— Por favor, vá embora. - ele diz baixinho — Amanhã nós conversamos está bem?
— Mas- …
— Ele vai visitar o Niall e o Zayn agora não é Hazz?
— É. - desisto de argumentar me levantando ao que chego a porta escuto Chad dizer.
— Agora nós vamos ter uma conversa! - seu tom e duro quando estou virando-me parar entrar vejo que ele segura o braço de Louis.
Louis suspira.
Ele me encara num pedido mudo para que eu vá embora. Eu reluto e ele se desvencilhar de Chad fechando a porta e me lançando um sorriso.
— Você quer mesmo isso? - questiono me referindo a Chad.
— Eu não tenho escolha, eu sou um ômega eu só obedeço.
— Não cuide e te protegi todos esses anos para vê-lo de inferiorizar e desvalorizar dessa forma. - falo.
— Até amanhã Hazz... - ele diz fechando a porta.
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