O Grifo...
Mais precisamente, um pássaro (gavião) completamente azul e consideravelmente grande. Seus olhos eram amarelos e por algum motivo e seu "bico" era completamente diferente de tudo que tinha sido visto pela humanidade. Sendo divido em três partes e sendo "puxado" até a parte superior de sua cabeça. Isso tudo sem contar que, na lateral de seu rosto e algumas partes de sua "barriga", tinham uma espécime de pele rosada pelo fato de estar ausente de pelos.
Ou seja, aquilo definitivamente não era um animal normal. Mas também era difícil de se acreditar que realmente era o Grifo. Mesmo que este estava perante ao seus olhos... Era realmente difícil.
- Oi, V? - disse apavorando novamente o recém adulto. Certo, o Grifo falava mas... Assim? Em vida real? Ele estava torcendo para aquilo ser uma pegadinha de mal gosto.
- O gato por acaso comeu sua língua? Kuku... - ele continuou com seu tom sarcástico sobre o garoto enquanto voou em sua direção, fazendo o mesmo se assustar e recuar. Porém, por não estar olhando o que estava atrás atropessou e caiu sentado olhando o grande pássaro.
A ave riu, não, gargalhou do que tinha acontecido ao de pele quase albina. O de penas azuis, pousou no chão perto a "V" e se aproximou calmamente. Enquanto o recém adulto, se arrastava pelo chão até chegar na parede da caverna ficando de frente ao pássaro.
- Agora falando sério, V - disse parando olhando nos olhos do rapaz - está com algum problema? Você está pálido! Usa aquela "barra" lá para ver se não foi envenenado! - continuou demonstrando estar realmente preocupado. O que era estranho. Caso você tenha jogado DMC 5, pelo menos até a parte onde o Grifo aparece e você joga com o V, você percebe que sua personalidade não é nada de se preocupar com os outros. Sendo que na maioria do jogo, ele demonstra ser bastante zombativo em relação a tudo.
- B-Barra... - disse gaguejando, sem tirar os olhos da ave em sua frente - que barra...? - perguntou, estando um pouco mais calmo por perceber que o animal não lhe machucaria.
- Pelo menos consegue falar, não é? - falou fazendo uma pergunta retórica e depois continuou - não se lembra? Quando você faz aquele movimento de cima pra baixo com a mão, aí aparece aquela barra mostrando seus status - o de cabelos negros já ia perguntar algo que o Grifo já sabia e decidiu corta-lo com a resposta - Bom, eu só sei disso porque como sou sua [Besta Invocada], eu posso ver. Mas isso não vem ao caso. Vê logo essa PORCARIA! - gritou irritado e mandando no rapaz.
O rapaz se levantou, apoiando-se em sua bengala e fez o que o pássaro tinha mandado. Assim que o fez, aquilo aconteceu. Assim como em alguns animes e jogos de realidade virtual, uma "barra" (mais conhecida como barra de status) tinha aparecido em sua frente. Nesse exato momento, o Grifo levantou voo e pousou nos ombros do garoto. Esse, que por sinal estava tão surpreso pelo o que tinha em sua frente, que nem se deu conta.
V (como o Grifo lhe chamava) ficou olhando atentamente para o que tinha em sua frente. Ele estava muito surpreso e continuava a achar que aquilo era uma piada ou pegadinha contra ele.
Depois de alguns segundos a olhar sem piscar, o Grifo deu umas bicadas no ombro dele, para chamar ele de volta.
- Oh... Desculpe-me caro Grifo - falou virando seu rosto ao grifo e deixando o mesmo confuso. Era raro ver o "V" pedindo desculpas, ainda mais para ele.
- E então - aproveitou que seu mestre olhava para ele e perguntou - algo de errado? - voltou seu olhar a barra de Status.
- Para ser sincero, preciso de tempo para verificar - sentou no chão e como ele pensava, a barra veio com ele - poderia verificar as redondezas, tenho uma hipótese que gostaria de ser confirmada... - pediu ao grifo que bateu patente (de forma cômica), como se fosse do exército.
- Sim, senhor! - levantou voo e saiu (obviamente) voando em direção da saída.
Vendo que o Grifo tinha partido, ele começou a analisar a barra de status que flutuava em sua frente. A primeira coisa que ele notou logo de cara, foram duas barras. Uma azul e outra vermelha.
Ao lado da vermelha, estava escrito "HP". Na grande maioria dos jogos, essas duas letras quando traduzidas significam, os "pontos de vida" que você tem. No caso dele, o número de pontos que ele tinha era de 5324. E se o que estava acontecendo ao seu redor fosse mesmo verdade, isso era bom. Muito bom. 7354 de HP era o que ele tinha no jogo, ter mais de 50% dele não era uma coisa ruim. Então ele sabia que, apenas se aquilo fosse real, ele não iria morrer tão fácil.
A azul, estava escrito "MP". Que no casa eram "pontos de mana" ou simplesmente, "mana". Essa, que por sinal estava em mais de oito mil (8355). No jogo ele tinha 9200. Então uma perda de pouco menos de mil pontos, não seria tão ruim.
Decidido a descobrir se aquilo era verdade ou não, ele tentou usar uma magia de menor grau possível. Pois no jogo, ele não era um mago elementar e sim, um invocador. Mas não fazia ideia de como invocar seus "monstros".
Já magias ele tinha uma certa compreensão. No caso, para dar uma diminuída na escuridão, ele resolveu usar [Light]. Ergueu sua mão e começou a pensar em luz, no sol, no brilho da manhã e então...
- ... "uma luz coada entra pelas cortinas antigas"... - disse surpreso, de olhos arregalados olhando que a cima de sua mão, uma pequena esfera branca tinha sido criada. Sua luminosidade não era muito boa, mas já ajudava a clarear um pouco onde ele estava. Apesar de por alguma razão ele conseguir enxergar no escuro aquilo era...
"Espera... Como eu consigo enxergar no escuro...?" - pensou e voltou a olhar para a barra de status.
Ele procurou na [Barra de Status] algo que explicasse isso e encontrou. Numa parte mais ao canto, estava escrito [Habilidades], ele achou uma de [Night Vision]. Se aproveitando de sua descoberta, ele decidiu explorar as [Habilidades] que tinha.
Depois de um certo tempo, ele achou certas [Habilidades] dentre as muitas que tinham lá (porém por alguma razão estavam com um "cadeado") que lhe chamavam atenção: [No Human and Human Summon] e a outra que parecia mais um título do que uma [Habilidade]. Era a [Summon Master].
Pelo o que ele viu, a [No Human and Human Summon] permitia que tivesse familiares humanos e não humanos. Em Cross Reverie, essas invocações eram as mais raras e em algumas situações, podiam ser às mais fortes. Saber que ele poderia o fazer, o deixava de certa forma aliviado, pois não seria derrotado ou morto de forma rápida (ele ainda estava incerto se aquilo era real. Mas, por via das dúvidas, seria melhor evitar a morte).
O problema era, será que isso seria algo normal? No jogo, aqueles invocados (monstros ou não), tinham um [Colar de Escravização]. Isso incluía as invocações humanas, então a pergunta era: caso ele viesse a ter suas invocações de Cross Reverie, seria normal andar pelas ruas com pessoas usando "coleiras"?.
Mas não era hora de pensar naquilo. Pelo menos não ainda.
Já a outra [Habilidade], [Summon Master], ele sinceramente desconhecia. Isso não existia no jogo, então era algo realmente novo para ele. Lendo a descrição dela, ele ficou surpreso. Sendo por causa do fato de que era uma [Habilidade] muito, mais MUITO roubada para qualquer invocador. Ela concedia ao portador, a capacidade de possuir e invocar [Familiares] de qualquer nível, independente do seu próprio.
E isso deixou ele tão feliz quanto a outra, saber que poderia invocar monstros e monstros de qualquer nível, o alegrava pelo mesmo motivo. Mas agora que ele tinha pensado sobre isso, tirando o Grifo (se é que ele era um familiar) quais outros ele tinha?
Decidiu checar isso mas antes, lembrou-se de que a [Light] ainda estava ativada e rapidamente a desativou por medo de desgaste da mana. Ao olhar para sua [Barra de Mana] ficou curioso, pois essa não tinha caído em nem sequer um número. Isso devia ter sido pelo fato de ser uma magia muito básica, se comparada ao nível em que ele estava.
Que por sinal esse estava diferente do jogo. Na verdade estava muito diferente. Em Cross Reverie, você tem uma classe por personagem que vai evoluindo, juntamente a seu Nível. Mas aqui estava assim:
[Mago Invocador] Nível 60
[Mago Elemental] Nível 40
[Espadachim] Nível 20
[Arqueiro] Nível 30
Como diabos ele tinha quatro níveis e consequentemente, quatro classes? E por sinal, elas estavam em um nível MUITO inferior se comparado ao seu nível verdadeiro no jogo. Sendo que esse, era 150 (por sinal o maior nível do jogo).
Tá, antes de jogar "Try Hard" ele tinha criado três personagens, só para testar e esses, eram das mesmas classes que estavam abaixo do [Mago Invocador]. Seria por esse motivo dele tê-las agora?
Bom, aquilo era um coisa um tanto quanto bizarra, porém ele tinha que se focar numa coisa de cada vez. Então, voltou a [Barra de Status] e procurou seus [Familiares].
Chegando lá, ele viu vários [Familiares] que estavam escritos como "propriedade de V". Porém, assim com grande parte de suas [Habilidades] estavam com um cadeado. Só que esses, ele conseguia vir o motivo (todos eram o mesmo). Eles estavam "perdidos" pelo mundo, sem suas memórias de antes, quando ele era seu senhor.
Isso o preocupava.
Saber que suas invocações estavam por aí sem ninguém em seu comando, mesmo que parecesse empolgante, algumas delas eram perigosas e necessitavam de um mestre para poderem habitar o planeta sem causar desordem... Bom, era mais ou menos o que estava escrito na maioria das descrições das suas invocações.
Mas indo aos que ele possuía (e podia utilizar por hora), curiosamente eram os três que o personagem V tinha no jogo. [Grifo], [Sombra] e [Pesadelo]. O recém adulto se lembrou de três coisas, ao mesmo tempo, assim que viu os nomes. Primeiro foi que, segundo o [Grifo], suas invocações poderiam ver sua [Barra de Status] ou seja, se por um acaso, ele estivesse com pouco HP e eles quisessem o matar para que ele pudessem ser livres, o que ele faria? Mesmo que parecesse cedo para tal, ele já tinha que ter algo em mente...
A segunda, foi que, os familiares tem um nível e isso era óbvio. Se não, a [Summon Master] nem faria sentido existir.
Quando foi ver, não ficou tão surpreso, com exceção do último, os níveis eram iguais:
[Grifo] Nível 40
[Sombra] Nível 50
[Pesadelo] Nível 90
Poderia não aparentar, mas, julgando o quanto de MP ele tinha e quanto mais ou menos eles gastariam ao serem invocados, ele estava com um "kit" de familiares extremamente forte. O [Pesadelo] sendo uma "máquina" de destruição, a [Sombra] com ataques rápidos e letais, e o [Grifo], que poderia auxiliar os dois e ainda, conceder a seu mestre, V, uma locomoção melhor. De fato ele estava forte.
Claro, isso na concepção de Cross Reverie...
E a última, sendo bem importante, era a invocação de Nível 50. A [Sombra]. Apesar de ser um demônio que pode assumir qualquer forma, "ela" tem uma grande preferência por ser uma pantera e ainda por cima, é muito carinhosa com V.
Ele colocou sua [Barra de Status] mais para o lado, e agora com um conhecimento mais elevado sobre os [Familiares], ergueu seu cajado e rapidamente, o bateu no chão. Com isso, uma certa quantidade de sombras (isso mesmo, sombras), começaram a sair do chão feito de pedra pouco a frente de V; pouco a pouco, foi tomando forma, até que se tornara... Uma pantera.
Sim, da mesma forma que em DMC 5, a [Sombra] (aparentemente) preferia ficar em forma de pantera do que qualquer outra.
Ela se aproximou um pouco de seu senhor, se sentou e ficou o olhando. "V", ainda incerto sobre ela ser agressiva ou não, levou sua mão direita na direção dela, com um devido cuidado... E então...
A acariciou.
Ele o fez e acreditando ou não, sua mão ainda estava junta a seu pulso e braço. Ele suspirou aliviado e se agachou para acariciar ela com ambas as mãos e encostar sua cabeça na dela - é bom tê-la comigo, pequena sombra - ele viu a pantera rosnar, não ofensivamente e sim, como se respondesse para "V" que também era bom vê-lo.
Ele sentou-se no chão novamente, enquanto a pantera se deitou atrás dele. O recém adulto deixou a invocada por duas razões: queria confirmar se ela realmente era "mansa" (ao menos com ele) como no jogo original e quanto de MP ele iria gastar por deixar ela invocada ali por um certo período.
Então, olhou novamente sua [Barra de Status], procurando algo que saberia que seria muito útil, o [Mapa]. Sim, esse não era um item, na verdade, era uma opção que mostrava ao jogador o local onde ele estava (a opção só não era comprida, quando o Player em questão, estivesse numa Dungeon ou num local protegido por magia).
E como ele suponha, por ser uma coisa padrão no jogo, o de cabelos negros estava numa caverna aos arredores da [Cidade de Faltra].
Faltra: cidade de mais importância no jogo. Sendo o ponto de "start" de todos os jogadores e, o maior centro comercial de itens entre players, por ser o local mais habitado pelos mesmos. Ele ficou um pouco decepcionado pois também descobrira que não tinha um TP (teleporte) para a cidade e questionava-se, se não iria demorar muito até lá. "V" ficou de pé e a pantera atrás de si, bocejou e se expriguiçou enquanto começava a se levantar.
- Perdão por interromper o sono - disse acariciando-a - mas agora temos de ir - ele removeu sua mão da cabeça dela e olhou seu MP. Curiosamente, de 8355, nesses minutos, ele apenas tinha caído em 30 pontos. O que o deixou intrigado, se aquele pequeno gasto seria pelo fato dele não ter feito ela lutar, ou esse ser o padrão, independente se estivesse em combate ou não.
- V! - gritou a voz conhecida pelo de pele pálida e o mesmo sentiu aquele que o chamou se aproximar. O de cabelos negros olhou na direção dele, Era o [Corvo]. Poucos segundos depois, ele estava parado, pendurado no braço de "V".
- E então? - questionou olhando a ave demoníaca em sua frente.
- Estamos cercados de planícies para todos os lados, que se estendem por alguns quilômetros - falou e continuou a dizer o que vira - Ao leste, bem mais a frente temos uma grande floresta e ao norte, uma cidade. Muito grande por sinal - finalizou e começou a coçar sua asa esquerda com o bico.
Ele agradeceu o pássaro e sem dizer uma palavra se quer, começou a andar em direção a saída. Tendo o [Corvo] em seu ombro e a [Sombra] andando ao seu lado.
O animal voador percebeu algo que não estava de acordo. Seu mestre, não tinha tocado no item mais valioso que tinha sobe sua posse, e então disse:
"Não está se esquecendo de nada, V?"
O de cabelos negros virou olhando para o pássaro, sem saber o que ele estava querendo dizer - Seu livro. - o recém adulto não entendeu - AQUELE QUE A LOIRA CORPO DE VIOLÃO DEU PARA VOCÊ! - ele gritou no ouvido de "V", incomodando-o.
Porém, apesar de ter se irritado, aquilo que seu [Familiar] tinha lhe dito, foi de extrema importância. Logo, ele começou a procurar, tateando seu corpo em busca do tão sofrido livro; colocou a mão na parte de trás de sua cintura e finalmente o encontrou. Não ficou só feliz, como também, aliviado em saber que tinha conseguido o receber de Pacífica.
Assim que o pois em mãos, sentiu algo diferente. Não era só a capa dura que ele nunca tinha tocado, aquele símbolo, a letra "V" bem grande estampado na capa, fazia ele sentir-se diferente. Mais confiante, mais calmo e sensato. Naquele momento, ele não estava segurando o [Livro das Verdades], que fora dado a "V", era como se ele fosse o...
- V, tá tudo bem com você? - perguntou voando na frente do rosto do ex-adolescente, que nem tinha reparado.
"V" não respondeu, ele passou pela ave que continuou o chamar, e até a [Sombra] demonstrou preocupação. Ele então parou na entrada da caverna, com seu livro em mãos; olhou para trás, vendo seus familiares e disse:
- O que estão esperando? - indagou seus dois [Familiares] - temos um mundo a explorar! - os dois se entreolharam e resolveram irelevar, já sabendo do que seu senhor fazia de vez em quando.
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Se isso for verdade, que esta noite se torne eterna" - sorriu de seu próprio pensamento, já tendo em mente uma base do que iria fazer.
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