- Vamos ficar, eu não quero ir para Merxa! - S/n literalmente implorava para o amigo.
- Não, corremos riscos aqui em Áspia. Sem contar que aquela casa estava velha! - Namjoon parecia inflexível.
S/n estava sobre o cavalo contra sua vontade. Ela queria ficar em Áspia, não só porque arrumou um novo amigo (um que não tinha penas e gritava), mas também porque ela se sentia bem ali! Foi em Áspia que teve seu último contato com a mãe e teve várias outras primeiras vezes, como: primeira vez que jogou uma pedrinha na água e ela quicou três vezes, primeira vez que errou o alvo, primeira vez que comeu pão com manteiga.... Podem ser coisas bobas para olhos alheios, mas para S/n eram muito importantes!
- Esta mentindo, você apagou a mente do Jimin, não corremos riscos. - S/n insistia.
Na verdade Namjoon não conseguiu apagar muita coisa, e também não tem certeza do que apagou. Mas S/n precisava saber disso!
- O garoto tem nome agora? - aquilo foi um pouco ignorante da parte do amigo.
- Todo mundo tem nome. Wicca murmurou.
Namjoon bufou e continuou a puxar o Pocotó.
- Nem tem o porque voltar, lá nem era tão bom assim! - Namjoon tentou convence-la
- Eu gostava de lá, me sentia bem. - a língua dela estalou
O mais velho só continuou andando e puxando o cavalo, não era por chatice, era por proteção! Namjoon não tem certeza do que apagou, então por dúvida era melhor fugir.
Ficaram os dois em silêncio, de qualquer modo não valia a pena brigar (até porque eles estavam sempre fazendo isso).
A cabeça de S/n estava no futuro rei, ficava se perguntando se ele realmente cumpriria a promessa de ir visita-la e de se tornarem amigos. Era estranho alguém como ela ser amigo de um nobre, ou melhor, um príncipe!
- Por que está inquieta? - Namjoon perguntou quando parou perto de um córrego para beber água.
- Estou parada, não vê? - S/n ainda fazia birra.
- Não estou falando fisicamente. Posso sentir sua mente falando mil coisas por segundo! - ele revirou os olhos - Pare de pensar um pouco.
- Pare você de entrar na minha cabeça. - as sobrancelhas dela arquearam.
- Não tenho culpa, não posso controlar. - ele se defende.
- Aposto que sabe sim, só está usando essa desculpa para eu não ficar brava com você! - um bico se formou em seu lábio inferior.
Namjoon só abaixou os ombros e pensou duas vezes antes de brigar com ela... De novo!
Ele até que entendia o lado da S/n, estava sempre sozinha e cresceu sem a mãe ou o pai, ela não tem muito contato com gente e por isso acaba não sabendo reagir quando vai conversar com uma pessoa.. No fim sempre vira uma briga! É como se fosse a forma de defesa dela, como se dissesse: "não estou acostumado com você e não sei o porque de estar falando comigo, então vá embora!", mas era tão enjoativo esse jeito adolescente de ser, S/n já tinha 23 anos, não deveria agir como tal? E também o fato deles terem se mudado era por segurança, Namjoon também era muito apegado ao lugar, mas sacrifícios precisam ser feitos para que haja o bem maior.
S/n continuou o caminho toda triste e emburrada, valia a pena correr o risco? Poxa, ela estava tão dividida. E também seria péssimo ter que viver com a mãe do amigo, ela não sabe o motivo mas aquela mulher a odiava! S/n ficava se perguntando se teria que passar o resto da vida sofrendo em suas mãos, ate porque bruxos morrem tarde, elas são vão para o outro mundo quando os deuses decidem que é realmente necessário. No caminho S/n olhou bem para o sol e pediu para ela já ter levado a mãe do Namjoon, porque se dependesse dela, a mulher já teria morrido a muito tempo.
(A: eu conversei com um bruxo, sim, um bruxo de verdade! E não deu tempo de perguntar muita coisa, mas ele me disse que os bruxos ou wicca acreditam nos deuses sol e lua, mas vária, tem pessoas que acreditam em outros deuses! Mas nessa história o Namjoon e a S/n vão acreditar no sol e na lua!!!)
- Eu ouvi! - Namjoon parou e olhou para S/n - O que minha mãe te fez?
S/n fechou a cara, ele realmente perguntou aquilo?
- Você quer em ordem numérica ou alfabética? - S/n estava chateada.
- Minha mãe sempre cuidou da gente, quando a sua morreu ela que te recebeu! Não tem o porque desejar a morte dela... Os deuses devem estar desapontados com você! Eu estou desapontado! - Namjoon esbravejou - Você... você é uma mimada ingrata. Estou salvando sua pele e ainda está reclamando, te levando para casa da minha família e você fica emburrada atoa! Agora eu entendo porque sua mãe nunca esteve com você mesmo quando ainda viva, você nunca da valor nas pessoas a sua volta! Ninguém tem paciência com você S/n, por isso está sempre sozinha conversando com os animais, porque ninguém aguenta conviver com você!
Naquele momento, naquele dia, naquela manhã, Namjoon colocou toda sua frustração para fora, mas colocou de mais. Depois de falar seu rosto estava vermelho de raiva, tantos anos de meditação foram para o lixo. S/n mereceu escutar algumas coisas, de fato ela era uma garota mimada ignorante - Não de propósito, mas era, não com toda aquela intensidade; a verdade é que o homem não soube escolher bem as palavras, aquilo machucou muito a S/n.
Ela ficou o olhando, nunca tinha o visto assim. E aquilo deixou-a arrasada e humilhada. Então era por isso que sua mãe não lhe dava atenção? Por que ela era apenas mais uma? Uma mimada sem coração? Era isso? S/n não se lembra de ter sido mimada, muito pelo contrário, lembra de chamar a mãe para brincar, mas a mesma estar sempre olhando para o horizonte... Meditando! Seus dons eram mais importantes que a própria filha. E ela nunca teve um pai, nem sabia quem era seu pai. Então sim, Namjoon estava errado em relação a isso, S/n nunca foi mimada!
Depois de alguns minutos em silêncio o mais velho resolveu falar.
- Me desculpe, mas pedir para que encerrem a vida da minha mãe já é exagero. - Namjoon estava esfriando a cabeça e percebendo que cometeu um grande erro.
Na verdade S/n não era folgada ou despreocupada. Para ser sincera, ela nunca quis carregar o sangue de bruxos, queria apenas ser uma pessoa comum e viver sua vida! Contudo, isso foi o que o destino reservou para ela, ser uma bruxa. O problema é que ela não tinha auto estima, ver o amigo de infância ser sempre elogiado pelos seus dons e ela sempre ser cobrada porque "a sua mãe era a melhor bruxa que já conhecemos" sempre a deixava triste, se sentia incapaz de fazer as coisas e com o tempo isso foi se tornando normal. Porém, mesmo com tantos anos tentando viver como alguém normal, ainda sentia inveja quando via Namjoon fazer seus feitiços e poções, parecia ter uma relação tão boa com os deuses e isso a invejava e entristecia, por que podia ser como ele? Boa como ele? Não que ela não tenha tentado, simplesmente não consegue. Ver que seu único amigo humano estava decepcionado com ela a todos esses anos a deixava mais arrasada ainda, no momento a pouca auto estima que tinha escorreu pelos seus braços e caíram no chão já mortas.
- S/n me desculpa, me desculpa! - Namjoon havia se arrependido, mas palavras não voltam atrás.
Ele tentou toca-la mas S/n recuou e o olhou extremamente triste, Namjoon nunca em toda sua vida a viu assim.
- Sem problemas. - a moça disse baixo - Não precisa mais se incomodar comigo, pode ir para sua família, eu vou voltar para minha!
Na verdade S/n não tinha nenhuma família, mas a vibe de Áspia fazia ela se sentir família.
- S/n não faz isso! - aquilo soou quase como uma ordem.
As sobrancelhas da mais nova arquearam e seu rosto foi de triste para sério.
- Você não manda em mim! - ela falou firme - já que você decidiu dizer verdades, então farei o mesmo. Você consegue ser mais deprimido que eu, não sai de casa porque está preocupado de mais com seus dons, e se quer saber mais... Eu desejei a morte da sua mãe sim, porque ela sempre me tratou muito mal e você sabe disso, só que mesmo assim não fazia nada porque estava ocupado de mais sendo mimado e amado por ela. E eu sei porquê você se incomoda tanto com o fato de eu não te obedecer... - S/n se inclinou e ficou próximo do rosto do mais velho - Você não suporta o fato de que existe uma pessoa no mundo que não te enalteça ou obedeça suas ordens, se for parar para pensar, o mimado é você!
Aquela foi a verdade da S/n. Namjoon tentou ficar o mais firme possível, merecia ouvir aquilo, mas não ia baixar a guarda! Seu orgulho era maior.
- Tudo bem, faça o que quiser! - ele deu de ombro de forma infantil - Antes de ser queimada mande o Plínio me avisar, assim poderei assistir na primeira fila.
Outro comentário pesado de mais que chateou a S/n. Ele desejava a morte dela? Namjoon de fato era o menino mimado!
A mesma só engoliu o seco e tirou as coisas do homem das trouxas que seu cavalo carregava.
- De qualquer modo quem construiu aquela casa fui eu, seria minha no fim das contas. - S/n lembrou enquanto jogava as coisas no chão.
Namjoon só revirou os olhos e continuou ali. S/n terminou de esvaziar tudo e Pocotó se sentiu mais leve, as poções de fato não eram leves.
- Ei, essas panelas são minhas, e tem poções aí ainda. - Namjoon reclama quando ela faz menção de sair.
- A sobre isso... Mãos para o alto, isso é um assalto! - S/n abre um sorriso provocador e da meia volta.
Namjoon ficou ali com raiva da amiga, ou ex amiga. Depois da S/n sumir de sua vista ele se sentiu sozinho, mesmo que a mesma esteja sempre calada, ainda sim ela estava ali. E também sentiu que quebrou a promessa da tia sobre cuidar da prima... Sim, Namjoon e S/n são primos, mas ela não precisa saber! Na verdade, S/n não sabe de muita coisa sobre ela mesma, coisa que Namjoon sabe, coisas que ele descobriu quando entrou na mente do Jimin, tais coisas que o deixou tão assustado e surpreso que poupou a prima de saber sobre o próprio passado. Jimin não apenas viu a morte da mãe como nunca conheceu a irmã mais nova, e se S/n soubesse que tem um irmão e que a mãe escondeu isso também, provavelmente a deixaria mais triste e traída ainda. Nem S/n nem Jimin precisam saber que carregam o mesmo sangue, as coisas ficariam melhores assim!
Depois de um tempo o mais velho pegou suas coisas e seguiu viagem, sabia que voltaria a conversar com S/n, mas ambos precisavam de tempo.
[...]
Taehyung estava na missa, mas sua cabeça não parava no padre. Sua mente ia para S/n e voltava para provérbios 16. Estava ansioso para a rever, pretendia fazer isso naquela tarde!
- Fique parado. - Jennie sussurrou brigando para mais novo.
- Estou parado! - por serem da realeza, ambos sentavam na primeira fileira, qualquer movimento chamaria atenção de todos.
O príncipe olhou para as cadeiras vazias ao seu lado. Fechou os olhos e deixou-se permitir que as lembranças voltassem.
"- Mamãe, o Jin dormiu de novo! - Taehyung contou para mãe que sempre sentava ao seu lado.
- Deixe-o, apenas faça silêncio. - ela disse doce.
O pequeno príncipe de 6 anos sorriu e se aconchegou na mãe.
Quando a missa acabou o pequeno virou para os amigos e reparou que Jimin e Jungkook estavam de mãos dadas. Ele olhou para as mãos e depois para ambos que se separaram rapidamente quando o padre chegou.
- Esses dois, ainda vão acabar entrando em pecado... Que Deus os proteja, que Deus os proteja! - o padre reclamou.
Os três o olharam sem entender.
- Homens não podem segurar nas mãos de outros homens! - o padre explica.
- Por que não? - o príncipe perguntou.
- Porque é pecado oras, está na bíblia! - era óbvio para ele.
- É pecado segurar na mão da mamãe? - o príncipe vivia segurando a mão da mãe.
- Não, se você é homem e segura na mão da mulher então está certo. Mas pessoas do mesmo sexo não podem demonstrar afeto, isso é um pecado horrível! - ele falava com nojo.
Os olhos de todas as crianças estavam virados para ele, inclusive os do Jin que anteriormente dormia. Os olhos só se desviaram quando um homem puxou a mulher pelo braço e falou algo entre dentes em seu ouvido, parecia estar com raiva, a moça tremia e depois de um tempo o homem a puxou para fora... Pela mão!
O padre apenas negou com a cabeça e suspirou.
- Eles não estão pecando? - foi a vez do Jimin perguntar.
- Estão, mas ele sempre confessa seus pecados, isso é bom. - o padre fala com um sorrisinho.
Jungkook ainda parecia perdido.
- Mas, o que a bíblia diz sobre eu segurar a mão do Jimin? - o garoto resolveu perguntar.
- diz que os homossexuais vão para o inferno! – fui duro com suas palavras.
- O que isso? - Jeon perseguiu.
- Homossexual é aquele que gosta de pessoas do mesmo sexo. - o padre estava ficando cansado de explicar tudo.
Jungkook fez uma cara assustada como se tivesse visto um fantasma.
- O que faço se isso estiver acontecendo? Padre, eu vou para o inferno? - os olhos dele marejaram.
O mais velho arrumou a postura.
- Se você está gostando de um menino então reprima até que não sinta mais, e peça perdão a Deus. Caso contrário, você irá para o inferno! - ele falou mais sério.
Jennie olhou para bíblia e depois para o padre. Ela estava calada de mais, até que...
- A bíblia diz que o senhor ama a todos, não acho que ele vá mandar alguém para um lugar tão ruim como o inferno por conta de amor - ela era tão inteligente – E o mesmo livro sagrado diz que só Deus pode julgar os outro... O senhor é Deus?"
- Acorda Taehyung! - ele só abriu o olho quando a irmã beliscou seu braço - A missa acabou.
O príncipe saiu dos seus pensamentos e voltou ao normal. Ele olhou em volta e viu Jimin ir para um lado e Jungkook para o outro, na verdade, aquele dia o padre conversou com os pais do Jungkook, e foi uma luta para eles deixarem o Jimin chegar perto dele de novo. Nas missas um sentava em uma fileira e outro senta em outra, bem longe um do outro. Depois daquilo não se viu o Jungkook de mãos dada com ninguém, as vezes ele se pegava olhando para o Jimin mas logo negava com a cabeça e murmurava algumas coisas.
O príncipe levantou e seguiu os amigos.
Jimin esfregou seus olhos, faz isso constantemente, e murmurou algumas coisas.
- O que foi? - Jeon pareceu preocupado.
- Minha cabeça está doendo. - o mais velho reclamou.
- Vai passar, deve ser fome! - o príncipe resolveu brincar.
- Meus olhos estão formigando. - Jimin parou em frente a escada da igreja e ficou ali - Sinto uma sensação ruim, céus, o que está acontecendo?
De repente Jimin parou de sentir tudo e viu imagens. Quando abriu os olhos olhou em volta.
- O que foi agora? - Jungkook riu – A fome passou?
Jimin se sentia desnorteado.
- É fome, vamos comer! - Taehyung sorriu e puxou o amigo.
Jimin apenas acompanhava os amigos em silêncio, não entendeu bem o que aconteceu, ele teve uma... Visão do futuro?
Era melhor não contar o que viu, até porque poderia ser coisa de sua cabeça.
Foram para o castelo e Taehyung se despediu, eles nunca comem juntos. O príncipe teve um ótimo almoço e depois foi para sua sala de pinturas. Ficou ali por volta de umas 3 horas pintando, quando fez o último detalhe percebeu que era S/n ali. Ela simplesmente dominou sua mente!
- Hmmm, que moça bonita! - a princesa apareceu do nada.
Taehyung tentou tampar o quadro mas a irmã já tinha visto. Ela abriu um sorriso largo.
- Acho que já temos uma futura rainha! - ela brincou.
- Que? Não, lógico que não. - a majestade se defendeu - Ela é só... Eu só deixei o pincel fluir!
- E saiu uma obra de arte dessas? - a irmã tentou ver de novo mas o mais novo cercou a pintura - Parece até surreal pensar que uma pessoa é tão bonita assim!
- É... De fato! - o príncipe pareceu bobo ao lembrar dos lábios da moça - M-mas ela nem existe, é só fruto da minha imaginação.
Jennie cruzou os braços e soltou uma risada soprada, ficou idêntica a mãe naquele momento, e isso fez o coração do príncipe doer.
- Se você diz... - os ombros subiram e desceram - Vim avisar que precisam de você na sala real.
Os ombros do príncipe caíram.
- Vai lá, talvez não seja tão ruim! - a irmã incentivou, ate porque se fosse ela iria toda feliz.
O príncipe só bufou e foi se arrastando para fora do quarto. Jennie ficou mais alguns minutos encarando o olhar daquela pintura.
- Muito bonita mesmo. - a princesa disse e saiu do quarto.
Taehyung chegou na sala real, e para sua surpresa, seu pai estava lá! No trono, com sua coroa reluzente!
- Sabe filho, é realmente incrível estar aqui no trono! - o pai falava enquanto olhava para o chão.
- Bom para você, agora tchau. - o garoto já virou as costas para ir mas o pai o fez parar.
- Já entreguei minha alma para Deus, não sei se ficarei vivo até seu casamento. - foi uma confissão dolorosa, era triste pensar que o pai não estaria em seu casamento.
- Lamento, mas não vou me casar! - ele nem se deu o trabalho de virar.
- Lógico que vai, não tem escapatória. Não existe rei... Sem uma rainha! - Taehyung sentiu as mãos do pai no ombro.
O mais novo virou para ver os tronos, e viu que o lugar de sua mãe já estava um pouco desgastado. Isso de fato doeu muito.
- Não se preocupe, com o tempo vão aprender a se amar. - o mais velho aconselhou.
- E se eu nunca conseguir a amar? - aquilo atormentava o príncipe.
O rei deu uma risadinha e negou com o rosto.
- Com o tempo você vai, pelo bem de todos! - foi mais um aviso do que um conselho - Vamos, quero ver meu filho pelo menos uma vez no trono.
- Pare de falar assim, parece que vai morrer agora! - Taehyung danou com o pai - e também não vou fazer isso, não sou rei.
O mais velho deu uma risada e continuou a empurrar o filho.
- Nunca se sabe o dia de amanhã Taehyung, nunca se sabe. - o pai o fez subir as escadas e o sentou no trono.
O caçula se lembra de ver o pai fazer isso com o irmão mais velho e dizer "um dia esse lugar será seu", mesmo que a coroa fosse grande de mais para ele na época ainda sim o pai o deixava usar. Mas Taehyung e Jennie sempre ficavam só olhando, nunca podiam sentar no trono, era sagrado! Acontece que Jin ficava muito mandão quando estava lá, parecia de fato um rei, os mais novos nunca gostaram disso. Um dia de noite o mais novo encontrou a mãe sozinha na sala real, ela olhava para as estrelas no céu e quase não percebeu a presença da criança. Taehyung se lembra muito bem de ter ficado olhando para o trono do pai e a mãe pegar em sua mão e o sentar lá, foi um momento de glória! "Não se esqueça, esse é o seu lugar!" foi o que a mãe disse, o caçula retrucou dizendo "Mas o papai falou que esse é o lugar do Jin", e com muita calma a mais velha respondeu "O seu lugar é onde você se sente bem, e ninguém pode te tirar isso."
Aquilo era nostálgico, de fato era glorioso estar ali! E por alguns minutos Taehyung desejou ser rei, foi quando a coroa de seu pai pesou sobre sua cabeça que esse sentimento se intensificou. Agora ele sabia como Jin se sentia, o sentimento de poder ter tudo!
- Você está ótimo meu irmão. - Jennie apareceu vendo o irmão mais novo no lugar que ela tanto desejava.
- Sente-se aqui. - Taehyung apontou para o lugar da mãe - Venha sentir também, é muito bom!
Jennie já foi indo na direção das escadas mas o rei a parou.
- Você não pode, esse lugar é da futura rainha! Fique ai. - foi realmente uma bronca.
Jennie mudou a expressão do rosto e curvou um pouco.
- Perdão meu pai! - ela recuou.
Taehyung olhou feio pro mais velho.
- Eu que convidei, deixe-a sentar! - odiava o modo como o pai tratava a irmã.
- Quando você for rei entenderá toda essa preocupação. - o mais velho explicou.
Antes do príncipe retrucar a irmã resolveu falar.
- Tudo bem, o pai está certo, é um trono! Só a rainha pode ocupa-lo - Jennie realmente queria ir, mas também não queria levar bronca.
A majestade bufou e tirou a coroa devolvendo-a para o pai. Rapidamente desceu as escadas e viu que o dia logo iria embora.
- Se me dão licença, preciso ir! - ele se curvou brevemente para o pai e fez questão de se curvar mais para irmã.
- Onde pensa que vai? - a pergunta da irmã soou mais como uma brincadeira do que uma bronca.
- ... Visitar uma amiga!
[...]
S/n conseguiu voltar para casa no mesmo dia. Por estar sozinha não via a necessidade de parar toda hora, diferente do Namjoon, que a cada 10 minutos parava por algo.
O caminho todo ela ficou remoendo a briga, foi tão humilhante! Mas ela se recusava a chorar, isso não aconteceria nem se ela quisesse muito.
Quando chegou já começou a arrumar tudo. Percebeu que a casa era vazia sem as coisas do amigo ali, era depressiva! Enquanto varria o chão percebeu que Namjoon deixou um livro ali, era o seu favorito de poções. S/n ficou olhando para o livro sentindo falta do amigo quando escutou passos.
- O que isso em suas mãos? - o príncipe tentou olhar por cima do ombro da moça mas S/n foi mais rápida.
- Você me assustou. - ela disse já escondendo o livro.
A majestade não se importou e só sorriu.
- Tenho um presente para você. - ele tampou os olhos da moça que não soube reagir - Não pode olhar.
S/n seguiu para onde o príncipe a levava, e, quando estavam lá fora ele tirou as mãos de seus olhos.
- Tadaam! - o mesmo disse animado - Agora você já tem uma carroça.
S/n ficou olhando para aquilo e para o grande cavalo preto e forte que carregava a tal carroça.
- Q-quantas árvores vocês tiveram que derrubar para fazer isso? - ela passou as mãos na madeira bem talhada, não tinha nenhuma farpa.
- Não sei, mas não muitas! Acho que uma grande já produz uma boa carroça. - ele não teria falado isso se soubesse que sua nova amiga era a guardiã da floresta.
- Elas demoram tanto para crescer. - S/n murmurou para si.
-Ham? - ele se aproximou.
- Nada, esquece! - S/n olhou novamente para o príncipe.
- Você gostou? - ele parecia tão animado.
Na verdade S/n estava deprimida. Mas lembrou de quando Namjoon a chamou de mimada arrogante, e quis provar o contrário.
- Sim, gostei! - foi uma mentira, mas não queria bancar a grossa.
- Onde está o seu outro amigo? - o príncipe olhou para os lados.
- Deve estar em uma dessas árvores. - S/n coçou os olhos, estava cansada.
- Não, digo o seu amigo humano, o... Namjoon, isso, me lembrei do nome! - Taehyung apenas sorria.
Os ombros da S/n caíram mais.
- Não somos amigos. - ela disse já entrando na casa.
- Você que disse isso, como não? - a majestade a seguiu.
- Só... Vamos parar de falar dele. - S/n pediu.
Taehyung viu a simplicidade da casa e se sentiu em casa ali, talvez S/n não tivesse que andar quilómetros para beber água.
- Onde você dorme? - ele ficou olhando para tudo.
S/n só apontou para rede e voltou a varrer a casa.
- Não é muito desconfortável? - o príncipe percebeu que a rede esta desgastada e que logo apareceria furos.
- Com o tempo acostuma. - S/n terminou de varrer.
- Por que não dorme em uma cama? - ele forçou a rede para ver se aquilo aguentava alguma coisa.
- São muito caras. - ela se virou para ele com a mão nas costas.
- Nunca dormiu em uma cama? - ele se virou para ela.
-Não!
Mesmo no silêncio o garoto ficou admirando a S/n, era realmente bonita.
- Vamos para o rio? Não tomei banho ainda. - S/n fala como se fosse normal.
- E-está me convidando para banhar com você? - as bochechas do príncipe ficaram vermelhas.
- Não, quem vai banhar sou eu! - S/n explica.
Taehyung fez "aaah" e levantou as sobrancelhas. S/n pegou algo para se secar e roupas limpas.
Foram em silêncio ate o rio. Assim que chegaram S/n já tirou a parte de cima de sua roupa, Taehyung assustou muito e apenas virou de costas.
- Eu reparei que você só usa calças, acha vestidos muito caros também? - Taehyung só teve coragem de se virar quando escutou S/n entrar na água.
- Minha mãe sempre me vestia assim, então até hoje me visto dessa forma. - S/n explica.
Sua clavícula e ombros estavam expostos e molhados, a luz laranja do fim do dia iluminava parte do rosto da S/n e parte de sua pele exposta. Estava sexy, mas o príncipe precisava se controlar.
- E onde ela está agora? - a pergunta saiu meio sem pensar.
S/n só o olhou e virou de costas.
- Eu não sei! - S/n teve que mentir.
Taehyung ficou cantarolando enquanto S/n banhava. Depois de um tempo ela saiu e Tae se recusou a olhar de novo, seria falta de respeito!
S/n sentou do lado dele e ficaram olhando para água, o som da natureza dava mais sono na S/n.
- Parece cansada. - o mais velho comentou.
- Viajei hoje. - ela respondeu desanimada, a briga não saia de sua cabeça.
- Vem, pode deitar! - ele esticou o braço para que ela deitasse em seu peito.
- Como assim? - S/n não conhecia esse movimento.
- Deita em mim, pode dormir. - ele a chamou com a mão mas a cara dela ficou mais confusa ainda – Assim...
Ele tentou explicar a fazendo deitar no seu peito, via sempre o pai fazer isso com mãe quando ela adoecia. As pontas dos dedos dele começaram a descer e subir no braço da S/n deixando arrepiada, não entendia, não estava acostumada com aquilo, mas era tão bom! Naquele momento houve somente paz para ambos, S/n esqueceu a briga e Taehyung o trono.
- Por que está fazendo isso? - S/n dizia enquanto quase pegava no sono.
- Já disse, são coisas que amigos fazem uns pelos outros! - ele respondeu com um sorrisinho.
Ambos tiraram um cochilo ali, os dois precisavam de uma coisa que apenas um podia dar ao outro.. Paz e tranquilidade!
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