O almoço foi tranquilo, todos pareciam normais, mesmo que por dentro Lisa ainda estivesse se roendo pelo ciúmes, Seokjin ansioso pela sua vitória, Jennie desconfiada e apreensiva, S/n confusa e Taehyung preocupado. Tudo acabou rápido.
- a reunião será em breve, mandarei as criadas informar vocês. – Taehyung comentou quando se levantou – se me dão licença, irei me retirar.
- majestade – S/n chamou antes que ele saísse – eu posso ir a feira? Preciso comprar algumas frutas.
O rei sorriu gentil.
- não precisa me pedir permissão para fazer as coisas, sinta-se livre. – respondeu.
- grata. – ela sorriu de volta.
Lisa serrou os pulsos com ciúmes e formou um bico. Quando Taehyung saiu a princesa o seguiu e puxou sua mão o fazendo virar.
- pois não?! – o mesmo olhou para ela.
- por que não tenta ser mais informal comigo igual é com ela? – questionou.
Taehyung respirou fundo, ia começar de novo.
- o que quer? – reformulou.
Lisa cruzou os braços, queria muitas coisas que apenas Taehyung poderia lhe oferecer.
- ouvi dizer que você e S/n estão juntos de novo. É verdade? – quis saber.
- andou fofocando sobre mim? Quem vem espalhando histórias sobre minha vida? – Taehyung levantou uma sobrancelha.
- alguém... mas isso não importa agora, é verdade ou não? – olhou para o rosto dele.
- não acha que Deus deu uma vida em particular para cada pessoa para que não cuidemos da vida dos outros? – o rei cruzou os braços.
Lisa bufou e descruzou os braços o olhando de forma um pouco derrotada.
- saiu do quarto dela essa manha, e estava sem camisa. O que quer que eu pense disso? Meu homem indo a quartos alheios no meio da noite e me deixando sozinha... Isso é uma falta de consideração. – reclamou.
- não sou seu homem e nem te deixei sozinha. – rebateu – estou na minha casa, acho que tenho o direito de, no mínimo, dormir onde quero.
- então por que não dorme comigo também? – falou com certo tom de raiva.
- é diferente. – tentou suavizar.
- o que é diferente, Taehyung? Afinal, o que temos de diferente? Por que ela e não eu? – Lisa queria muito chorar de raiva e tristeza, mas iria se segurar.
- eu te vejo como amiga, eu vejo S/n com outros olhos. – se defendeu.
- vê ela como sua esposa? Isso é ridículo. – Lisa falou debochada.
- você não entenderia. – revirou os olhos.
- então me faça entender! – levantou um pouco o tom de voz e bateu o pé no chão – por que tem que ser tão difícil fazer você se apaixonar por mim? Eu quero ser sua esposa, será que você não entende?!
- eu entendo, Lisa. Mas o problema é exatamente esse! – respondeu no mesmo tom de voz.
- o que? – ficou confusa.
- está gastando todo seu tempo me fazer ser um louco apaixonado por você, e está esquecendo de ser você! – falou já cansado daquilo – S/n me mostra quem ela é, ela é uma pessoa de verdade. Mas você quer ser ela e não você, isso é cansativo!
Lisa ficou o olhando de cara fechada mas logo começou a rir sozinha.
- acha mesmo que ela está sendo honesta com você? Taehyung, eu sinto pena sua. – falou sarcástica – não sabe nem metade do que ela é.
- e tudo começa de novo, mais uma vez está inventando mentiras para incrimina-la. Pensei que já tivesse superado essa fase, Lisa. Precisa começar a agir como adulta se quiser ser uma rainha. – falou calmo.
- estou falando a verdade, Taehyung. Por favor, tem que acreditar em mim! – ela quase implorava.
- certo, o que foi que ela fez dessa vez? Pegou seu colar novamente ou invadiu seu quarto? Porque ate onde eu me lembro foi você que fez toda uma cena para tira-la daqui. – falou despreocupado.
- o seu pai, Taehyung. Ele não morreu por acaso. – falou mais firme.
- meu pai estava doente. – o rei lembrou.
- mas ele estava com uma adaga no peito, não foi a doença que o matou. – respondeu – foi ela, Taehyung. Está confiando na pessoa errada, se ela matou um rei tão importante como seu pai imagina o que fará com você. Está sendo manipulado!
Taehyung começou a sentir pena da garota, ela estava tão desesperada. Não tinha como ter sido S/n, ele se lembra muito bem que no dia do assassinato ambos estavam fora do castelo, e que passaram a noite toda na casa da moça. Ela dormiu nos braços dele, e ele sentiu sua presença a noite toda, S/n não moveu um musculo aquele dia. Sem contar que S/n sabia melhor que ninguém que Taehyung de fato não queria estar usando aquela coroa, se a garota quisesse matar alguém influente iria ter Seokjin como vítima, Merxa era conhecida por ser um reino pequeno mas com o exercito mais bem treinado, eles não sabiam o que era perder um guerra.
O rei respirou fundo e puxou a cintura ela, deu um abraço e deixou um beijo demorado em sua têmpora. Por mais que gostasse da companhia dela, seu único sentimento era de amizade, e ele sabia que Lisa nunca iria mudar, não podia arriscar Áspia nas mão de alguém como ela.
- irei resolver isso. – respondeu ainda com os lábios próximos a sua pele – fique em paz, tudo irá dar certo.
- as coisas só irão dar certo para mim se eu estiver com você. – ela respondeu baixo.
Taehyung se afastou e bagunçou um pouco o cabelo dela, como fazia quando eram mais novos, sorriu pequeno mas depois voltou a ficar sério.
- eu gostaria de poder te dar tudo. – respondeu.
Lisa entendeu o que ele quis dizer, como sempre, não conseguiu o que queria. Taehyung não havia acreditado nela, mesmo que dessa vez ela tivesse certeza do que falava.
- preciso resolver algumas coisas antes de irmos para reunião, ate mais tarde. – ele respondeu e já saiu.
A princesa ficou parada olhando para o nada, seu ódio pela S/n so aumentava a cada vez que ela falhava ao tentar conquistar o coração o rei. Estava tudo silencioso quando alguém começou a rir alto.
- meu Deus, tudo isso para se casar? Se eu fosse meu irmão me casaria com você por dó, porque sério, é vergonhoso so olhar para você. – Seokjin falou rindo se aproximando – toma, pode colocar no dedo, assim você para de passar vergonha. – ele tirou a própria aliança e colocou no dedo dela.
- você não entende o amor, por isso está agindo assim. – Lisa falou desanimada enquanto olhava para a aliança que estava larga de mais para o seu dedo.
- gente como a gente não sabe o que é amor, por isso somos assim. Parece ruim, mas se olhar por outro lado, é divertido ser livre. – deu de ombro – a não, você vai chorar? Apenas aceite, Taehyung nunca será seu!
- se ele nunca será meu então por que estou te ajudando com tudo isso? – ela levantou o rosto.
- porque se ele não pode ser seu, não poderá ser de mais ninguém, muito menos da S/n. – o rei provocou.
Lisa ficou calada o olhando e chegou a conclusão que ele estava certo. S/n mereceria sofrer assim como ela estava sofrendo.
[...]
S/n e Jennie estavam andando pelas ruas de Áspia. A princesa ficava incomodada não so com olhares mas sim com os ratos e pedintes que estavam por toda parte. Era lastimável. As pessoas cumprimentavam S/n como se fossem próximos, mas sempre cochichavam quando viam Jennie, as vezes era possível ouvir um “quem é ela?”. Mais uma coisa que a incomodou. Na verdade, a princesa so saiu da proteção do castelo porque Seokjin mandou a irmã vigiar S/n para ver se descobriam mais alguma coisa.
- esses plebeus... – Jennie murmurou com desgosto.
- como? – S/n se virou para majestade.
- nada. – respondeu.
S/n voltou a escolher as frutas.
- você tem uma facilidade muito grande em escolher frutas. – Jennie comentou.
- não é tão difícil. – S/n pegou uma fruta – veja, se você apestar aqui vai perceber que já está madura, porque não está tão dura.
Jennie pegou a fruta e fez a mesma coisa, a dela estava um pouco madura, mas ainda faltava um pouco.
- onde aprendeu a ver isso? – questionou.
- minha mãe me ensinou quando criança. – S/n falou como se fosse simples.
- minha mãe so ficava com Taehyung, e quando estava comigo so sabia falar sobre ser rainha. – Jennie lembrou.
- sinto muito, sei como é. – respondeu.
- não é o que parece, você nem se quer se porta com uma rainha. – levantou uma sobrancelha.
- não é o meu foco. – S/n voltou a andar.
- ser rainha? – Jennie riu.
- sim, algum problema? – S/n continuou sem se importar.
- se não quer ser rainha, então por que está aqui? – era a hora de Jennie arrancar algo relevante dela.
- tenho uma motivação. – respondeu.
- e qual seria? – Jennie esperava algo maléfico típico de uma bruxa demoníaca.
- o que eu sinto pelo seu irmão não é pouca coisa, se não fosse por ele já teria ido embora. – deu de ombro.
Jennie ficou um tempo parada, não era o que ela esperava, mas ela não iria desistir.
- e se ele te pedir em casamento? Terá que ser a rainha, acha mesmo que vale a pena? – provocou.
S/n parou, já havia entendido o que a moça queria, mas não iria fingir ser uma pessoa boa, apenas seria ela mesma.
- o amor nos faz enfrentar loucuras. – respondeu e voltou a andar.
Jennie bufou, parecia que seria impossível tirar algo dela. Estavam andando quando uma criança saiu correndo e parou bem na frente da S/n, e depois de encarar um pouco abriu um sorriso bem largo.
- S/n!!!! – falou feliz.
- posso saber o motivo do mocinho estar correndo? – S/n sorriu e se agachou para ficar a altura do pequeno.
- EI! SEGURE ESSE PESTINHA! – um homem apareceu apontando para a criança.
O menino se escondeu atrás da S/n.
- posso saber o motivo de toda essa gritaria? – S/n se levantou e cruzou os braços.
- esse moleque me roubou um cacho de uvas! – o feirante informou furioso.
S/n se virou para o menininho que continuava agachado atrás dela, era possível ver as uvas roxas em sua mão, ele as segurava como se fosse algo realmente precioso.
- Matt, devolva as uvas! O que já falamos sobre roubar? – S/n colocou as mãos na cintura.
- são as favoritas da mamãe. – respondeu triste.
Sempre que S/n conseguia ir para as ruas se comunicava com o povo, pelo menos eles eram gente de verdade. Ela conhecia bem a família de Matt, eles eram bem simples, o pai era carpinteiro e a mãe cuidava da casa, as vezes Matt tinha que dormir de estomago vazio por não ter o que comer, então roubava escondido dos pais para poder dar algo de comer a eles. O pobre garotinho dizia que não havia problemas em roubar desde que você se confessasse ao padre depois, assim Deus te perdoaria. S/n já havia mandado que ele parasse com aquilo, mas pelo visto a bronca não serviu de nada. O coração dela se partiu ao ouvir aquilo.
- que horror, vamos prende-lo! – Jennie falou revoltada.
- está maluca? Ele só tem 6 anos! – S/n o defendeu.
- é um ladrão, não vamos deixar passar ninguém! – Jennie rebateu.
- concordo com a moça... a proposito, quem é você mesmo? – o feirante perguntou.
- sou sua princesa, seu plebeu burro! – bateu o pé no chão – agora vamos, irei informar os soldados.
- não, não vamos prende-lo! – S/n o protegeu melhor.
- e vai fazer o que? Defender um ladrão? – a princesa riu – isso é um absurdo.
- estou defendendo uma criança pobre que só quer agradar os pais. E se fosse você? Acharia certo? – a moça rebateu.
Jennie já ia falar mas ficou constrangida.
- ele não tem o que comer, e são só uvas! Não é como se ele tivesse matado alguém. – S/n continuou – se o problema é dinheiro, toma! Agora enfia essas malditas moedas onde você quiser e deixe o Matt em paz!
S/n jogou algumas moedas no homem que só as recolheu e saiu dali bufando. A mesma respirou fundo e se agachou, o pequeno abriu um sorriso mas logo formou um bico quando S/n lhe deu um tapa no braço.
- o que já falamos sobre isso? – questionou.
- mas... – ia se defender
- mas nada, quando quiser comida é só falar comigo, já disse isso. – falou firme.
- o problema é que eles não deixam eu nem chegar perto do castelo, e não posso mandar uma carta, não sei escrever. – continuou com um bico.
S/n respirou fundo, havia se esquecido desse detalhe.
- eu vou dar um jeito nisso, mas daqui para frente eu não quero te ver roubando nada. Está me ouvindo? – brigou de novo.
- estou. – murmurou.
- não estou ouvindo. – S/n levantou as sobrancelhas.
- eu entendi, não vou roubar mais ninguém. – o menino falou mais alto.
- bom garoto, agora vá levar as uvas da sua mãe. Ela deve estar te procurando. – ordenou.
Matt concordou.
- obrigado por me defender, mamãe e papai ficariam muito tristes se eu fosse preso. – falou tímido.
- tenho certeza que sim. – ela sorriu – agora vá!
O menino saiu correndo e acenando para S/n, que fez o mesmo.
- o que foi isso? – Jennie questionou.
- eu que te pergunto. – S/n se virou para ela – ele é uma criança.
- crianças são so adultos menores que o normal, devem assumir responsabilidades como todos! – determinou.
S/n a olhou de cima a baixo.
- vocês dos muros são estranhos. – falou como sempre falava para Taehyung antes de se lembrar de tudo.
Ela voltou a andar e Jennie ficou pensando em sua atitude. S/n sempre defendia as pessoas, assim como sua mãe fazia, e todos diziam que sua mãe era a melhor rainha que Áspia já teve. Talvez Jennie estivesse errada, realmente foi cruel, eram só uvas. Olhando com outros olhos, S/n não parecia ser uma bruxa, estava sempre fazendo coisas boas e agradando a todos, que tipo de bruxa era boa assim? A princesa começou a questionar se Seokjin estava realmente certo, talvez ela so fosse uma princesa comum de um reino pequeno. Uma vergonha subiu ao perceber que essa hipótese era realimente valida.
As moças voltaram das compras e uma criada apareceu informando que a reunião já iria começar. Jennie sentiu a ansiedade tomar conta do seu corpo, finalmente seu momento havia chegado, estaria entre pessoas importantes.
- estou tão nervosa. – pensou alto.
- vai dar tudo certo, so respira um pouco. – S/n falou simples.
- eu não consigo, não vou! – falou assustada.
- claro que vai, esperou sua vida por isso. – a moça parou.
- mas essa foi uma péssima ideia. Não vou entrar na sala! – começou a pensar de mais.
- Jennie, é melhor fazer e se arrepender do que não fazer nada e se arrepender do mesmo jeito, assim pelo menos você pode dizer que tentou. – S/n esticou a mão.
Jennie ficou alguns segundos parada mas deu a mão a S/n, elas foram em silencio para o local marcado. La só tinha homens, e quando as garotas pararam na porta, todos olharam para elas.
- acho que as mocinhas erraram o caminho. – um general falou com deboche.
- não, não erramos e nem somos mocinhas. Respeite sua majestade. – S/n respondeu com as sobrancelhas arqueadas.
- eles estão certos, vamos embora. – Jennie murmurou.
- não, vamos ficar. – S/n falou.
- ela é nossa majestade, já você é quem mesmo? – outro falou com descaso.
- sua majestade também, e devem respeito igual. – Taehyung apareceu bem atrás delas – vamos começar a reunião?
Todos arrumaram a postura e S/n sorriu debochada para os rapazes, todos se acomodaram e Lisa chegou logo em seguida. Já iam começar quando a porta foi aberta de uma vez, Jungkook entrou cambaleando e tentando arrumar a vestimenta.
- estou atrasado? – questionou olhando para todos.
- claro, moleque! Agora não atrapalhe mais! – um deles falou bufando.
Jungkook aproximou para sua primeira reunião, mas estava feliz por outra coisa, por isso tinha que fazer de tudo para controlar o sorriso. S/n ficou olhando para o amigo esperando uma resposta, mas ele só retribuía o olhar e mordia o próprio lábio para não sorrir.
- então a reunião terá moças hoje? – um deles falou com um tom diferente.
- uma delas será rainha, tem que saber como tudo funciona. – Taehyung comentou enquanto via o mapa.
- acho que não vou conseguir me concentrar com uma donzela dessas perto de mim. – o homem falou e tentou encostar em S/n.
Antes que as mãos dele chegassem no rosto da jovem, Taehyung a puxou e fez com que ela ficassem com as costas no tronco dele e que as mãos estivesse em cada lado do corpo dela, assim seria mais fácil de protege-la daqueles homens famintos. Lisa fechou a cara ao ver a cena, mas não podia fazer nada a não ser ficar calada.
- se perde o foco so por causa de uma mulher, então não deveria estar aqui. Nessa roda so tem bons generais, aqueles que tem foco mesmo se uma donzela estivesse nua na frente deles. – Taehyung respondeu.
- ora essas, então todos deveríamos ser absorvidos desse cargo, não? – ele ainda tentou manter um ar humorístico.
- ótimo, saiam todos. Resolveremos somente eu e as meninas a partir de agora. – Taehyung riu também.
O sorriso do general foi sumindo. Depois de um silencio constrangedor, a reunião de fato começou.
- então, como está a questão da violência? – o rei quis saber.
- nenhuma melhora. – um deles respondeu negando com o rosto.
- nossas cadeias já estão cheias, não cabe mais ninguém em lugar nenhum. – outro falou.
Taehyung respirou pesado e abaixou a cabeça tentando pensar, ele encostou a testa no ombro da S/n e ficou um tempo em silencio tentando achar alguma solução. Lisa continuou se controlando.
- qual é o motivo da violência? – S/n resolveu perguntar.
- se nós soubéssemos já teríamos resolvido, não é mocinha? – o general foi sarcástico.
- geralmente são bêbados ou pedintes que começam a confusão. – Jungkook respondeu ignorando o colega.
- e onde está a maior concentração desses casos? – ela quis saber.
- aqui, no centro. – Jeon apontou no grande mapa que estava na mesa.
S/n começou a pensar, era onde Matt morava. A situação de la era realmente crítica.
- mas e nas regiões nobres? – ela começou a mexer na própria boca.
- não ouviu? É aqui, bem aqui! – um deles falou grosso.
Taehyung levantou a cabeça e fechou a cara reprimindo o homem, ele desviou o olhar. O rei negou com o rosto e voltou a posição anterior, o cheiro dela o acalmava e ele precisava de muita calma para resolver essas coisas.
- o problema pode não ser a violência em si, mas sim a desigualdade. – ela pensou alto.
- como? – um deles questionou.
- as regiões com menos investimento de impostos são as mais violentas, enquanto as com mais investimento são as com menos violência. – explicou – quanto maior a desigualdade, maior a violência.
- ótimo, iremos aumentar os impostos. – um general se deu por convencido.
- ou nós podemos distribuir de forma correta. – ela falou como se fosse obvio.
Taehyung levantou a cabeça e deu um beijo rápido atrás da orelha dela. Lisa faltou surtar.
- você é um gênio! – o rei afirmou sorrindo – como não pensamos nisso antes?
- então é so isso, parar de investir nos nobres para investir nesses plebeus sujos? – um deles riu – isso vai causar uma revolta muito grande.
- acredite, os “plebeus sujos” já estão bem revoltados com a coroa. – S/n levantou as sobrancelhas – e não é so isso, o problema não está somente nas ruas com buracos, ou na falta higiene. Eles passam fome la, fazem de tudo para ter um pouco de comida, ate mesmo se agredirem.
Lisa tinha que chamar atenção de Taehyung de alguma forma, não podia so ficar parada vendo aquilo acontecer.
- poderíamos diminuir os impostos para aqueles que ajudarem os moradores dessa região. – ela falou um pouco sem pensar.
Taehyung olhou para ela e sorriu, gostou pra proposta.
- ótima ideia, assim teríamos que trabalhar menos e economizaríamos dinheiro. – respondeu.
O coração da garota bateu mais forte a ponto dela ficar tímida.
- p-poderíamos colocar soldados nessa região também. As mudanças não acontecerão do dia para noite, ainda vai ficar um tempo com violência, será bom ter pessoas para controlar aquele povo. – Jennie falou insegura.
- muito bom também, não tinha pensado nisso. – Taehyung falou pensativo.
De repente as garotas começaram a dar ideias uma atrás da outra, os homens nem tinham sua vez de falar, na verdade eles nem sabiam o que falar. O que eles gastaram um dia inteiro e não conseguiram resolver, as moças resolveram em poucas horas.
Estava tudo indo bem ate que um general olhou para o busto da S/n, ele não tirava o olho dali. O homem cochichou algo no ouvido o colega ao lado que também ficou encarando a garota, de início ela ficou incomodada, mas seu corpo gelou quando percebeu para o que eles tanto olhavam. S/n não tinha o habito de estar perto de generais – os famosos caçadores de bruxas – então não via problema em andar com o colar exposto por ai, ate porque ninguém sabia o seu significado; acontece que ela se esqueceu desse detalhe e foi com ele a mostra para reunião, e obviamente eles sabiam que não era qualquer um que usava esse tipo de objeto. Jungkook notou o clima agitado e por precaução ficou perto da garota para caso resolvessem fazer algum mal a ela. No caso, não dava para simplesmente esconder o colar, eles notariam e desconfiariam mais. A mesma tentou não demonstrar o nervosismo e so se aproximou mais de Taehyung, que não havia percebido a situação por estar escutando o que a irmã dizia. A chuva caia forte la fora, e parecia que os deuses haviam sentido o desespero da S/n, porque bem na hora um trovão estourou no céu e o vento fez com que a janela batesse forte, todos olharam para o local por terem ficado surpresos. Jeon não perdeu tempo, sua adaga já estava em sua mão desde que havia chegado perto da amiga, em um movimento rápido ele cortou o cordão do colar e o pegou ainda no ar, quando olharam o objeto já não estava la. S/n nem se quer olhou para Jungkook para agradecer, levantaria muitas suspeitas.
- acho que já é o suficiente, vamos encerrar por aqui. – Taehyung comentou depois do susto, todos concordaram – vamos esperar a chuva parar um pouco para fazermos o que falei mais cedo – falou para as moças – por hora podem voltar a fazer o que estavam fazendo.
Os generais foram saindo um por um e Jennie puxou o irmão para um canto, tinha mais ideias de como acabar com os problemas de Áspia, Jungkook já ia falar com S/n mas o general o chamou. A garota estava sozinha. Ela já ia sair quando dois homens entraram na sala e impediram sua passagem.
- olha quem está aqui, se não é a favorita do rei?! – falou com sarcasmo.
- foi um prazer vê-los, mas preciso ir. – S/n respondeu tentando manter a calma.
- por que a pressa? Seremos rápidos. – um deles falou tocando no cabelo dela – colabore com a gente que iremos retribuir da mesma forma.
S/n tirou a mão dele de perto dela e afastou um passo, mas o homem segurou seu braço com certa agressividade, ela tentou se afastar mas ele era mais forte, a garota já ia gritar mas o outro tampou sua boca e segurou seu outro braço. Eles jogaram S/n contra a mesa e continuaram tentando conte-la. Os olhos dela arregalaram quando o primeiro começou a puxar a gola do vestido dela para baixo. Os ponta pés começaram. S/n começou a retorcer e tentar se soltar, ela poderia muito bem derrubar os dois, mas se fizesse isso, se entregaria. A mesma consegui soltar um braço e foi direto no rosto do adversário o dando um belo arranhão. Não foi o suficiente, ele voltou a segura-la. S/n conseguiu acertar alguns chutes e joelhadas neles, mas eles só pararam de fato quando alguém deu falta dela.
- onde está S/n? – Taehyung questionou e o eco fez com que os generais ouvissem.
No exato momento ambos soltaram. S/n foi recuando ate cair da mesa, ela caiu sobre o pulso, o que a fez gemer de dor e segurar o braço.
- é melhor que eu esteja errado, mocinha. Caso contrário, farei você se arrepender de ter nascido. Costumo gostar de brincar com gente como você. – o general falou limpando o rosto.
Ambos saíram e deixaram S/n escondida e assustada de baixo da mesa. Ela já estava cansada de ser violada, sempre escapava por pouco. S/n sempre foi muito independente, principalmente quando perdeu a mãe e parou de se encontrar com Taehyung, mas desde que passou a viver dentro dos muros perdeu seu “instinto”, não precisava se preocupar com proteção porque já tinha gente que fazia isso para ela... Tinha gente que fazia tudo para ela. Precisava urgentemente voltar a ser quem era, a voltar a ser S/n, a cuidadora da vila e mãe da natureza. Ela saiu dos pensamentos com Jungkook dando tapinhas em seu rosto.
- você está bem? Eu vi o general sair com o rosto cortado e dei falta de você... Me desculpe, acho que cheguei tarde. – ele falou depois de um longo suspiro.
S/n só abaixou os olhos, não tinha vergonha de Jungkook, por mais que ele a tivesse julgado muito no começo, eram muito amigos. Ainda mais porque Irene e Sanha sumiram e levaram Yeontan com eles. Ela não o culpou, na verdade ela se culpou por tudo que estava acontecendo, mas se recusou a chorar.
Passos rápidos entraram na sala e pararam quando viram uma garotinha sentada de baixo da mesa com Jungkook. S/n saiu dali e olhou para o chão, respirou fundo, levantou a cabeça e sorriu.
- estou bem aqui. – respondeu.
Taehyung levantou uma sobrancelha e a olhou de baixo para cima.
- está tudo bem? – questionou.
Ela estava toda amarrotada, o pulso e rosto estavam avermelhados, sem contar no cabelo que bagunçou todo.
- claro, por que não estaria? – respondeu rindo, mas estava só corroendo em ódio por dentro.
Taehyung continuou olhando para ela sem entender bem. Jungkook saiu de baixo da mesa e com o olhar já respondeu a dúvida do rei. Foi a vez dele sentir que falhou, nunca conseguia proteger a moça corretamente. Na verdade, todos se sentiam culpados, e todos estavam errados. S/n não tinha culpa do que tinha acontecido e nem poderia ficar presa em sua antiga versão para sempre – as pessoas precisam mudar para crescer – Taehyung não podia prever tudo de ruim que aconteceria com a garota e evitar todos – todos precisam cair para aprender a levantar – e Jungkook não deveria viver em prol de cuidar da vida de S/n só porque lhe foi imposto o cargo de protetor - ele também tinha uma vida e ela não era S/n.
Todos ficaram em silêncio ate que o rei foi ate a garota e a abraçou forte. S/n ficou um tempo imóvel mas logo se deixou chorar um pouco e o abraçou. Jeon respirou fundo, sabia que o que ambos tinha era forte e que precisava de um tempo sozinhos, então saiu da sala.
- eu prometo que isso já está acabando, e por mais que eu fale isso todas as vezes, não vou deixar que toquem em você de novo. – Taehyung falou fazendo carinho no cabelo dela – quem fez isso?
- está tudo bem, não precisa se preocupar com isso. – ela respondeu deitando a cabeça no peito dele.
- se você não me contar, vou descobrir por conta própria. – o mesmo olhou para garota que já havia parado de chorar.
- estou falando sério, já passou. Não me fizeram mal, foi só um susto. – S/n tentou acalma-lo.
Taehyung respirou fundo e fez um breve carinho no rosto dela.
- como sempre, teimosa. – ele falou soltando uma risadinha.
Desde criança, Tae a chama de teimosa, na verdade a garota sempre foi fora dos padrões ate para alguém que morava fora dos muros. Escutar aquilo novamente a trazia uma nostalgia gostosa, ela o abraçou mais forte e sentiu os braços que sempre foram seu porto seguro.
- a chuva está passando, quando ela acabar nós vamos para fora dos muros. – Taehyung falou, o que chamou muita atenção da moça – prometi a Lisa que a ensinaria a se defender e sei que está com saudade de la, apenas finja que é sua primeira vez fora dos muros.
S/n sorriu, não aguentava mais ficar naquele cudo gigante que chamavam de casa, precisava correr um pouco.
- vista algo mais leve, assim você vai poder correr e subir onde quiser. – ele sorriu – vou chamar o Jimin e o Jeon para “vigiar” a gente... Como se nunca tivéssemos pisado la fora... Acho que as pessoas estão perdendo muito em não visitar o lado de fora, na verdade é la que se encontra as coisas preciosas.
- você acha? Tudo que temos é um monte de mato e vilas. – S/n pensou alto.
- mas lá também temos frutos que são colhidos na hora, pessoas simpáticas, manteiga, festas legais e mais. – ele se aproximou do ouvido dela – temos você... Mas eles chegaram tarde, porque agora essa moça bonita já tem dono.
S/n sorriu mais, a tática do garoto de distrair ela deu certo, a mesma nem se lembrava muito do que havia acontecido. Taehyung tinha esse dom, mesmo que o mundo estivesse desmoronando, conseguia realinha-lo para ver o sorriso da sua garota.
- vamos dormir um pouco ate a chuva passar. – Taehyung sugeriu.
- você não tem muita coisa para resolver? – ela questionou.
- eu tenho tempo para você. – ele deu um beijinho de esquimó nela.
- certeza? – ela levantou as sobrancelhas.
- para de me questionar e vamos. – ele sorriu.
Taehyung pegou ela no colo e a colocou sobre o ombro, S/n soltou um gritinho mas começou a rir pela surpresa. O casal começou a andar em direção ao corredor, mas o rei parou ao ver o general passando a mão no rosto que estava arranhado, ele fez questão de decorar qual general era. Assim que dobraram o corredor o mesmo a colocou no chão, o castelo era gigante, não ia dar para carrega-la ate o tanto de escadas que subiriam. De forma discreta o rapaz olhou para mão dela... Tinha uma manchinha de sangue na ponta de uma das unhas. Estava certo. Para disfarçar ele sorriu e pediu para S/n ir na frente. Taehyung deu meia volta e foi ate onde o general estava.
- ei, você! – chamou e ele se virou – precisamos conversar, vamos ate a sala de reunião.
O general não questionou e obedeceu. Assim que entram, o rei fechou a porta, tirou a coroa e a colocou sobre a mesa, depois se escorou na mesa cruzando os braços.
- do que precisa, senhor? – o homem ficou ereto.
- essa questão da violência é complexa, não? – ele falou como se não quisesse nada.
- sim, majestade. – confirmou – mas logo resolveremos isso.
- estou com uma ideia em mente, algo como acabar com a violência de dentro para fora. – falou ainda olhando para o nada – o que acha?
- perdão, majestade, não entendi o que o senhor quis dizer. – estranhou.
- como você conseguiu esse arranhão no rosto? Não me lembro dele na reunião que não aconteceu nem a uma hora atrás. – Taehyung levantou o rosto.
O homem tocou o rosto, tinha que arrumar uma desculpa.
- não precisa se preocupar, foi um acidente. – ele sorriu minimamente.
- eu pareço preocupado com você? – Taehyung levantou uma sobrancelha – estou furioso, tem uma drástica diferença.
O general ficou sem saber como reagir.
- você será o cobaia de uma nova lei que estou planejando fazer, agora todo homem que ousar tocar em qualquer mulher dentro desse reino com segundas intenções, será punido. – informou.
- perdão, não sei do que está falando, majestade. – o homem sentiu o suor frio aparecer.
- eu sei que você sabe do que estou falando, e não tente mentir para mim, sou seu rei! – Taehyung alterou o tom de voz. – seja homem e assuma sua responsabilidade.
- majestade, foi por uma boa causa. – o homem tentou se defender – aquela mulher...
- o que? Ela tem isso? – Taehyung tirou o colar do bolso e mostrou – era isso que procurava?
O general ficou pasmo, de fato não estava louco, S/n realmente era uma bruxa.
- senhor, precisamos agir agora, vamos mandar tropas para pegar aquela mulher. O senhor não sabe o que esse colar significa, ele pode dizer muito mais do que pensa. – o mesmo já ia sair.
- esse colar era da mãe dela, a mesma mulher que foi injustamente condenada. – o rei comentou olhando para a pedra – tenho certeza de que a mãe da S/n era uma pessoa incrível e que eu adoraria ter a conhecido, mas isso não aconteceu porque vocês arrancaram a pele dela no fogo.
O general ficou parado mas depois se virou para o rei.
- então sabe que ela é uma bruxa e está a defendendo? Você é um traidor! – o insultou.
- primeiro, não me chame de “você”, principalmente nesse tom de voz. E segundo, sim, eu sei que minha noiva é bruxa e isso não muda nada entre a gente. – deu de ombro e já ia continuar mas foi interrompido.
- noiva? Irá se casar com aquele ser imundo? Está traindo a igreja! Esta traindo Deus! – aumentou o tom de voz.
- ainda não noivamos, mas é questão de tempo. – respondeu – e o ser imundo aqui não é ela, ate onde eu sei, S/n nunca amarrou ninguém no meio da multidão e ateou fogo. Mas e quanto a você, general? Quantas pessoas já matou ao lado do meu pai?
- estava protegendo esse reino! Protegendo o seu reino! – o homem estava bem alterado.
- boa tentativa, mas não irá me convencer assim. – Taehyung desencostou da mesa – irei puni-lo da mesma forma.
- fará o que? Fazer a mesma coisa que fiz com todas aquelas mulheres? – ele riu debochado.
- é uma boa ideia, mas sou contra todo tipo de assassinato. Você ficará preso, sem permissão de sair nunca mais. Por hora é isso. – Taehyung respondeu com naturalidade – agora, irei mandar alguém te prender enquanto eu aproveito com a sua futura rainha que não segue nenhum tipo de padrão.
- eu sinto pena de você, ela o enfeitiçou e você nem percebeu. – ele negou com o rosto.
- de fato, aquela mulher mexe comigo, só pode ser feitiçaria, porque não faz sentido alguém ser tão perfeito a aquele ponto. – ele riu.
Assim que ele terminou de falar, deu as costas para o homem para poder chamar alguém competente para prende-lo, em um estado de fúria e desespero, o general pegou sua espada e já ia atacar o rei. Por sorte Tehyung abriu a porta bem na hora e um soldado estava passando.
- CUIDADO, MAJESTADE! – ele falou puxando Taehyung o fazendo tropeçar alguns passos.
O general caiu no chão e tentou ataca-lo novamente, mas um grupo de soldados já apareceu contendo o homem.
- ESSE HOMEM É UM TRAIDOR! – o general gritar e tentar se soltar.
- ele está louco, prenda esse homem imediatamente. Você tentou matar o rei, terá uma punição dobrada. – Taehyung falou tentando se conter – e quanto a você que me protegeu, será recompensado.
O garoto concordou com a cabeça e eles saem arrastando o general que ainda gritava condenando o rei.
Assim que Taehyung virou para frente, viu S/n com os braços cruzados e séria, mas logo ela abriu um sorriso largo e saiu correndo para abraça-lo.
- obrigada. – falou.
- pelo o que? – o rei estranhou mas retribuiu o abraço.
- por tudo. – respondeu.
Taehyung deu um sorrisinho e a abraçou melhor, finalmente tinha feito algo certo.
- ainda temos um tempinho para descansar. – informou – vamos?
S/n concordou e foram juntos para o quarto. De inicio a moça estranhou estar naquele quarto de novo, porque na verdade Taehyung se mudou para o quarto que era do pai, mas agora não era assustador ficar ali.
- é tão solitário dormir nessa cama gigante sozinho. – ele fez drama – preferia as redes da sua casa, assim podíamos dormir juntos... Ta que acordei com dor nas costas no outro dia, mas valeu a pena.
S/n sorriu e Taehyung a sentou na cama.
- esse é o seu lugar, e é aqui que você deve passar todos os dias da sua vida. – ele sorriu.
- isso teria sido uma frase doentia se tivesse vindo de outra pessoa, mas eu entendi o que quis dizer. – S/n riu e foi ate o meio da cama gigante deitando de costas para cima – aqui tem seu cheiro.
Taehyung foi engatinhando ate onde a garota estava parando em cima dela, assim que se aproximou deu um cheiro no cangote dela.
- e aqui tem o seu. – falou – troca de roupa, pode pegar uma roupa minha.
S/n se virou e ficou cara a cara com ele.
- não estamos muito perto? – ela sorriu.
- algum problema? – o rapaz levantou as sobrancelhas.
- estou envergonhada. – S/n respondeu o olhando para os lados.
- vou acabar com essa vergonha. – Taehyung respondeu e começou a dar uma série de beijos nela a fazendo rir.
Depois de algumas risadas e mimos, S/n vestiu uma roupa do rapaz e foram dormir. A garoa ajudou muito e a companhia um do outro também foi fundamental.
[...]
A chuva já havia ido embora e agora todos se encontravam no celeiro para montar em seus próprios cavalos, Lisa e Jennie não faziam a mínima ideia de como subir em um animal daquele tamanho, então Taehyung teve que ajudar ambas, mas S/n poderia subir em um de olhos fechados, então fez sozinha.
- por que estamos nesses animais pulguentos se o campo de treinamento é logo ali? – Lisa fez cara feia tentando achar uma posição favorável.
- vamos treinar um pouco do lado de fora dos muros. – Taehyung anunciou.
Todos olharam para ele, inclusive Jeon e Jimin que estavam ali.
- o que? Quer que matem a gente? La fora só tem gente perigosa! – Jennie falou assustada.
- por isso que estou levando um general e um soldado para ir com a gente. – Taehyung subiu em seu cavalo.
- esquece, eu não vou! Me tire daqui! – Lisa começou a fazer tipi.
- tudo bem, pode ficar. Mas não irei ficar aqui dentro só por causa de vocês duas. Posso mandar o superior treinar vocês. – o rei determinou.
- esquece, eu vou. – Jennie logo falou, sabia que o superior não era uma das melhores pessoas daquele castelo.
Lisa olhou para Jennie e para S/n que se manteve calada e bufou.
- tudo bem, eu vou. – revirou os olhos – mas não saia de perto de mim, não quero que me matem por irresponsabilidade sua.
- certo, Lisa. Agora vamos. – Taehyung deu uma risadinha do drama dela e começou a andar no cavalo.
No caminho, S/n percebeu que Jimin também não tirava o sorriso dos lábios mas tentava disfarçar.
- o que é tão bom para você estar sorrindo? – ela usou seu dom de telepatia.
- cuide da sua vida. – o irmão reclamou.
- ta bom, eu pergunto para o Jeon. – ela fez menção de virar o seu cavalo.
- NÃO! É que nós só tivemos uma boa manhã. – finalmente falou.
- pensei que tivessem brigado. – S/n continuou em seu caminho.
- já nos resolvemos. – falou.
- e como foi? A paz voltou? – brincou.
- foi ótimo, acabamos surtando no fim das contas. – falou dando uma risadinha.
- ual, que incrível! – respondeu com sarcasmo.
- surtamos, nos declaramos e nos beijamos... Mas isso não vem ao caso. – falou rápido.
S/n parou o cavalo dela e ficou pasma ali, foi algo bem aleatório.
- está tudo bem? – Taehyung parou o cavalo dele ao perceber que S/n não estava perto deles.
- estou... Eu acho. – respondeu depois de um tempo.
O rei estranhou mas voltou a cavalgar e escutar tudo que Lisa falava.
- não faça essa cara, eu sei o que fiz. – Jimin parou ao lado dela e falou.
- Jimin, você por acaso sa- - já ia falar.
- sei, mas não precisa se preocupar com isso. – respondeu.
- espero que não precise mesmo. – falou respirando fundo – mas estou feliz com você, só não brinque de mais.
- pensei que o mais velho aqui fosse eu. – Jimin riu e bagunçou o cabelo dela – foi só um beijo, ninguém além da gente sabe. Não é como se o padre tivesse saído da igreja só para nos vigiar.
S/n negou com o rosto.
- tudo bem, seu segredo está comigo. Agora vamos logo, preciso voltar para casa para relaxar um pouco. – ela respirou fundo.
A garota fez o cavalo voltar a andar e acompanhar os outros. Em mais alguns minutos eles estavam no portão principal, assim que o mesmo estava completamente aberto o vento fez com que os cabelo de S/n voassem no ar, o cheiro de natureza tomou conta de suas narinas e suas pupilas triplicaram de tamanho, sua boca salivou, as mão ficaram inquietas... queria se tornar parte daquilo.
- vai, pode ser livre. – Taehyung falou em uma altura suficiente apenas para os dois ouvirem.
Não foi preciso dizer mais nada, S/n bateu o pé no cavalo e ele saiu cortando o ar, finalmente ela estava em casa, conseguia ouvir e sentir tudo que a floresta tinha para lhe oferecer. Aquele cantinho de Áspia era seu! S/n passou correndo com o cavalo no meio da vila, foi tão rápido que os moradores mal conseguiram ver, mas a senhora Boni já abriu um sorrisinho.
- ela está de volta. – falou baixinho.
o cavalo foi correndo ate mais além da vila, e só parou quando S/n avistou a casinha que morou sua vida toda. Ela nem esperou o animal parar de fato para pular dele, já ia correndo para dentro quando viu algo que a fez para. Sanha estava jogando o graveto para Yeontam e Irene estava sentada rindo de tudo, Namjoon apareceu e deu algo para ela beber. Estavam todos felizes e nem tinham notado a presença da moça ali, ate que o cachorrinho cheirou o ar e saiu correndo para dona. Os largos sorrisos foram sumindo e se tornando rostos confusos. S/n pegou o pequeno no colo e respirou fundo, ela caminhou no meio daquela grama alta e parou encarando os três.
- olha só, quem ta vivo sempre aparece. – Sanha tentou quebrar o clima tenso.
S/n levantou os olhos e parou em Irene que já havia falando várias vezes que não iria sair do lado da mesma, que cuidaria e a protegeria... E agora estava ali. Mas o que mais a surpreendeu foi que a mulher estava diferente, sua barriga estava levemente avantajada.
- surpresa! – Namjoon riu sem graça.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.