Todos ficaram vendo S/n sumir no meio do mato e Taehyung foi parando de sorrir quando notou que todos os olhares estavam nele.
- ela logo volta. – respondeu – vamos?
Ninguém havia entendido nada, então todos continuaram em silêncio. Pararam em um lugar favorável e desceram do cavalo, Lisa e Jennie já começaram a reclamar porque a grama estava molhada e isso sujava o vestido delas.
- não acha melhor irmos atrás dela? – Jeon questionou quando o rei se aproximou.
- você sabe que ela consegue voltar. – ele respondeu olhando para o armamento que haviam trazido para treinar.
- não sei, estou com um sentimento ruim. – Jimin murmurou.
Taehyung ligou os pontos e encarou o amigo, se S/n e o primo dela eram bruxou porque eram filhos de bruxos então Jimin também era. Mesmo notando aquilo agora ele resolveu ficar calado.
- vai dar tudo certo. – falou desconfiado.
Eles pegaram o que tinham que pegar, não iriam pegar pesado com as garotas, era a primeira vez dela com um armamento em mão. S/n não voltava, isso começou a gerar uma preocupação, mas claro que ninguém ali poderia demonstrar isso. Jennie bufou ao perceber que havia errado o alvo novamente.
- isso é mesmo necessário? – reclamou – estou cansada!
Taehyung continuou olhando para os lados a procura de algum sinal da garota.
- o que ele tanto olha? – Lisa começou a olhar para os lados também.
- reveja sua postura. – foi tudo que ele falou.
O rei foi andando ate os amigos.
- já faz mais de uma hora que ela saiu. – comentou.
- eu disse, deveríamos ir atrás dela. – Jungkook respondeu.
- a culpa não é nossa se ela sumiu, acabou de soltar um passarinho na floresta... a chance dela não voltar é realmente grande. – Jimin negou.
- não diga isso, claro que ela vai voltar. – o rei formou um bico.
- ACERTEI! – Lisa comemorou quando o alto parou exatamente onde devia.
- dê uma atenção para elas, cuidamos da S/n depois. Ela sabe se cuidar. – Jungkook pediu.
Taehyung respirou fundo e virou sorrindo para elas dando parabéns e as ensinando melhor.
- onde acha que ela pode estar? – o caçula virou para o menor.
- você sabe onde. Não precisamos nos preocupar. – deu de ombro.
- mas ela precisa voltar, Taehyung vai começar a chorar só de pensar nessa ideia. – Jeon bufou.
- minha irmã sabe o que faz, e Taehyung confia nela, S/n nunca iria embora sem se despedir. – Jimin revirou os olhos – só vamos ensinar essa meninas a se defenderem logo porque isso já está patético.
Os dois foram e se dedicaram ao máximo para mostrar as garotas como usar aquilo.
[...]
Continuaram em silêncio, não tinha muito o que falar.
- é sério? – S/n falou.
- a gente também não esperava, não nos culpe, querida. – Irene se defendeu.
- poderia no mínimo ter se despedido! – S/n fechou a cara – sabe o tanto que foi frustrante ter que ficar la sozinha esperando vocês?
- me desculpe, mas criar uma criança la dentro é muito perigoso. – Sanha se aproximou.
- do que você está falando? Está gravido também para ter ido embora? – bateu o pé no chão.
- eu sei que erramos, S/n. mas não tinha como te contar isso. – Namjoon falou.
- “S/n, a Irene está grávida, por isso vamos viver la fora”, o que acha disso? – falou com sarcasmo.
Eles respiraram fundo, ela estava certa, largaram a garota no meio daquele ninho de cobra e não disseram nada.
- vocês não fazem nem ideia do que passei esses dias! Jimin e Jeon estavam brigados então sempre que estávamos nós três ficava um clima pesado, só agora que eu e Taehyung estamos bem de novo e Lisa resolveu me atacar de frente agora, por sorte Seokjin não está mais no meu caminho. – desabafou.
- está reclamando do que? Agora as coisas estão bem, isso que importa. – Namjoon falou.
- eu estava sozinha esse tempo todo e você vem me dizer que está tudo bem?- ela falou sem acreditar.
- desde quando você virou essa pessoa dependente de tudo? A S/n que criei nunca precisaria de alguém para lhe fazer companhia, muito pelo contrário, ela preferiria ficar sozinha. – o primo levantou uma sobrancelha – não somos sua babá, S/n.
- naquela época eu tinha o Plínio pelo menos. – se defendeu.
- eu estou bem aqui e já disse que meu nome não é esse! – Sanha cruzou os braços.
- fica quieto, Sanha! Você não é meu pássaro! – S/n virou para ele.
- S/n, você pode ser um pouco menos egoísta? Olha o que está acontecendo, eu vou ser pai. Sabe que sempre quis isso. Consegue ficar só um pouco feliz por mim e pela Irene? Você não é a única que vive um amor. – Namjoon falou cansado, sabia que quando ela soubesse seria isso – Nós também temos uma vida, não nascemos para ficar te seguindo... No que você se tornou? Eu esperava mais de você. Tudo bem, não estamos totalmente certos, mas e quanto a você? Nunca veio aqui ver a gente, nunca procurou saber onde estávamos... Na verdade você sempre soube que estaríamos aqui fora.
- sabe que é complicado sair dos muros. – se defendeu.
- e acha que é fácil entrar? – Namjoon riu.
- é diferente, Namjoon. Poderia ter no mínimo se comunicado comigo por telepatia. – olhou para ele.
- e por que você mesma não fez isso? Está nos cobrando algo que nem mesmo você fez. – ele riu.
S/n abaixou os olhos, Namjoon estava falando como quando eram crianças e ela aprontava algo. A garota não sabia nem como se defender, só queria alguém para estar ao seu lado nos momentos difíceis, mas como Namjoon disse, eles também têm uma vida que não era ela.
- me desculpe então, e meus parabéns pelo filho de vocês. – falou sem graça – tenho certeza que terá uma boa criação.
S/n já ia levar Yeontam com ela mas ele esperneou tentando descer e quando o colocou no chão foi correndo para Sanha, nem o cãozinho queria ficar com ela, havia se acostumado com Sanha.
- nos vemos em uma próxima. – Respirou fundo e se virou de costas indo embora.
Assim que ela subiu no cavalo de novo e sumiu no verde, o clima continuou tenso.
- não precisa dizer, eu sei que fui duro. Mas ela precisava acordar para vida, não somos obrigados a parar nossa vida para fazer com que a dela seja brilhante. – Namjoon falou sem olhar para Irene.
- você está certo, isso irá a ajudar a crescer. – Irene respondeu – só não esqueça o seu proposito, os deuses foram bem claros quando disseram a condição que nos daria para continuarmos juntos.
- eu sei o que estou fazendo, vai dar certo. – Namjoon beijou a testa dela – toma, fiz um chá.
Irene sorriu e pegou, já ia beber quando percebeu Sanha com um olhar de poucos amigos e com o graveto na mão, Yeontam latia esperando que ele jogasse o galho mas o mesmo continuava com um bico e olhando para o grama.
- o que foi? – Irene questionou.
- eu a vi crescer, vi todos os momentos tristes e felizes dela. Nunca tinha visto ela com aquela cara... Estou preocupado. – confessou.
- não podemos fazer nada, S/n precisa crescer. – Namjoon respirou fundo.
- fui tão rude com ela desde que voltei a ser humano... Queria poder me redimir. – ele caiu mais os olhos – acho que ela gostava mais de mim quando era um pássaro.
- mas as coisas mudam. – Irene deu de ombro.
Sanha aumentou o bico e sentou na grama abraçando as pernas e olhando para toda aquela floresta, Yeontam percebeu que ele não queria brincar então só ficou deitado ao seu lado. O silêncio reapareceu, Irene olhou para Namjoon e levantou as sobrancelhas.
- a não, nem pensar! – Namjoon se recusou.
- não foi um pedido. – Irene voltou a tomar o chá.
Namjoon bufou e sentou do lado dela cruzando os braços.
- Sanha, vem aqui. – chamou e o garoto olhou para trás.
[...]
S/n queria pensar um pouco, foi para a beira do rio e sentou em uma pedra. “Por que sempre que algo da certo outra da errado?”, se perguntou. Ficou um tempo ali, depois de longos minutos pensando, conseguiu se acalmar. A natureza a ajudava muito a se reencontrar quando estava perdida, talvez fosse esse o motivo dela ser tão independente do lado de fora e tão dependente do lado de dentro, assim que deixava de pisar na grama e sentir o vento deixava um pouco de si também, e algo precisava preencher esse vazio... Ou alguém. Já fazia um bom tempo que estava ali quando viu uma pedrinha quicar na água e olhou para trás.
- já faz uma hora que está sentada olhando para o nada. – Namjoon comentou.
- só estou pensando. – confessou.
- costumava fazer isso no topo das árvores. – o maior lembrou.
- tente subir em qualquer lugar com esses vestidos pesado e entenderá o meu lado. – S/n revirou os olhos.
Namjoon deu uma risadinha e sentou ao lado da prima.
- é tão estranho te ver assim. – ele comentou a encarando.
- assim como? Sentada no chão? Faço isso o tempo todo. – ela negou com o rosto.
- de vestido, com uma coroa... A futura rainha de Áspia. – falou – eu sempre soube que você seria algo importante, mas nunca uma rainha.
- está falando isso só para me agradar. – revirou os olhos.
- não, eu realmente sabia... Todos sabíamos. – o homem respirou fundo – desde criança você foi prometida.
- ‘conta outra, prometida a o que? A desgraça, porque minha vida se resume nisso. – riu.
- a ser a salvação. – Namjoon confessou.
S/n olhou para ele sem entender, Namjoon não era de falar com ela assim tão calmo.
- pensei que você não gostava de contos de fada. – ela comentou.
- e não gosto, mas isso é verdade. Tem um motivo para eu estar sempre em cima de você, para te tornar uma menina madura e aprender a ver o mundo de outras formas. – falou olhando para o rio – você é muito mais do que pensa, e seu lugar não deveria ser la dentro onde só tem pessoas vazias.
- por que isso do nada? – S/n olhou para ele.
- porque sei o quanto se sente mal por estar sozinha, Taehyung não tem tempo para você, seu irmão esta vivendo a vida dele agora e você está longe da natureza. Só quero que saiba que você é muito mais do que as pessoas ao seu redor... S/n, você é muito complexa! Deveria explorar isso melhor. – sugeriu.
- e como quer que eu faça isso se eu nem me conheço? Porque pelo o que você está falando, tudo que eu vivi foi uma mentira. – ela negou com o rosto sem entender.
- não foi uma mentira, mas sim um treinamento. Você precisa ir la e mostrar do que você é capaz. – Namjoon falou mais empolgado – eu sei que teve visões a alguns meses atrás, precisa agir antes que tudo aconteça... Você sabe melhor que ninguém que a situação pode piorar.
S/n pensou de novo no que tinha visto aquele dia em que seus olhos ficaram tão cinzas que pareciam nunca mais voltarem para o castanho.
- isso faz tempo. – negou com o rosto.
- mas irá se tornar real, e não demorará muito. – Namjoon garantiu.
- então, o que devo fazer para evitar? – ela olhou para o primo.
- para evitar, nada. Mas deve trabalhar nesse meio tempo, e você sabe o que fazer. – Namjoon sorriu.
S/n ficou olhando para ele e bufou virando o rosto.
- você so me dá dor de cabeça. – reclamou.
- eu sei que me ama. – Namjoon a abraçou de lado.
- então você será pai? Seu safado. – deu um tapa nele.
- não fale como se fosse virgem. – ele riu.
S/n parou e ficou olhando para ele, depois começou a lhe dar uma série de tapas.
- odeio o fato de você saber de tudo. – estalou a língua.
- desculpa. – Namjoon riu – mas enfim, de qualquer modo não tem como ficarmos com você la dentro, espero que entenda.
- eu sei, não precisa ficar repetindo. – ela abraçou melhor as pernas e revirou os olhos.
- mas estamos mal por ter que te deixar sozinha. – ele respirou fundo.
- já sou adulta, sei me virar. – continuou olhando para o lada.
- tudo bem, então não terá o Plínio de volta. – o homem deu de ombro e já ia se levantar.
- como? – S/n virou para ele na mesma hora.
Namjoon soltou um assovio alto e o pássaro preto veio voando, os olhos de S/n brilharam como na primeira vez que havia visto o animal.
- Sanha se sentiu mal por não estar presente na sua vida... E ele também é muito barulhento, já estava querendo me livrar dele a um tempo. – Namjoon riu – não precisa se preocupar, a memoria dele é como a de um pássaro, então daqui a algum tempo ele não vai se lembrar muito bem que era um ser humano.
- pássaros tem memorias impecáveis. – S/n olhou para ele.
- mas estamos falando de Plínio que na verdade é Sanha, nem quando ele era um humano se lembrava bem das coisas. – o maior deu de ombro.
- então quer dizer que não existira mais Sanha daqui alguns dias? – S/n ficou preocupada.
- não é bem assim, quando ele voltar a ser humano vai poder lembrar de tudo, mas enquanto for um pássaro será só um corvo barulhento e pulguento. – explicou – veja que a situação dele é como a sua quando apaguei suas lembranças, de primeira você não lembrou, mas com o tempo isso se tornou algo fácil.
S/n continuou olhando para o pássaro, aquele foi o formato do seu amigo de longa data, era como revê-lo depois de muito tempo. Ela sorriu e o abraçou, algumas penas voaram mas a ave só soltou um gritinho pelo susto.
- obrigada. – a garota falou o soltando – Taehyung ficará um pouco confuso mas sei que entendera.
- falando nisso, como ele reagiu ao saber que você é bruxa? – Namjoon se virou para ela.
S/n lhe jogou um olhar sério e outro tapa surgiu.
- saia da minha mente! Isso é invasão de privacidade. – reclamou.
- no contexto em que vivemos isso não é crime... Mas só no nosso contexto. – lembrou – e não reclame, estou cuidando de você.
- se for assim não precisa cuidar... Mas ele reagiu bem, parece mais protetor. Alguma hora ele acostuma. – respirou fundo – talvez se ele se lembrasse do passado não teria a necessidade de contar quem eu realmente sou... Taehyung nunca teve problemas com a nossa diferença.
- mas ele não está tendo problema agora, saber quem você é não é um problema. – Namjoon sentou melhor.
- só que ele está me tratando diferente, antes não era assim. Eu era uma pessoa como as outras, agora parece que sou um centro das atenções. – falou fazendo carinho nas penas do pássaro.
- o contexto é diferente, S/n. Antes vocês se viam aqui fora, não era preciso proteção ou coisas do tipo, agora você está no meio de leões. Se eu fosse Taehyung faria a mesma coisa, acho que a ultima coisa que aquele moleque quer é te perder. – o mais velho respirou fundo.
- você acha? – perguntou com um bico – não sei, me sinto incomodada com alguém em cima de mim, é sufocante.
- naquela noite você não reclamou dele estar em cima de você. – Namjoon resolveu brincar.
S/n o olhou incrédula e só ameaçou bater nele, mas já havia desistido de corrigir o primo nos tapas.
- eu desisto de você. – revirou os olhos.
- não precisa se preocupar, priminha. Com o tempo você se acostuma. – Namjoon falou rindo passando o braço nos ombros dela.
- e se eu não puder mais vir aqui fora? Terei que viver presa naquele castelo? – ela falou olhando para toda natureza.
- eu não sei, S/n. Isso é uma coisa que só você pode decidir. – respondeu.
- eu gosto daqui, coisas ruins acontecem quando estou longe da natureza. Tenho certeza que não poderei “fugir” se me colocarem naquele trono. – os ombros caíram.
- ninguém foge quando senta la, aquilo é como uma prisão. – Namjoon respirou fundo.
- agora eu entendo o Taehyung... Eu não quero ser rainha, quero ser livre. – um bico se formou.
- mas você quer se casar com ele. – Namjoon olhou para ela.
- quero ser livre com ele. – ela retribuiu o olhar.
Namjoon ficou um tempo calado e abraçou a prima, queria poder conseguir fazer todas as coisas para deixa-la feliz, mas infelizmente ele não era Deus. Ambos ficaram mais um tempo ali ate que Namjoon obrigou S/n a voltar, provavelmente já estavam preocupados com ela.
- leve esse saco de pulgas com vocês, de qualquer modo ele adora o San- Plínio e faz xixi em todos os lugares possíveis. – Namjoon deu Yeontam a S/n.
- eu tenho mesmo que ir? Não posso dormir aqui hoje? – ela formou um bico já sentada no cavalo.
- nem pense nisso, agora vá logo! – Namjoon fez com que o cavalo começasse a andar.
- dê um beijo na Irene por mim, e avise quando a criança nascer. – pediu já ficando distante.
- pode deixar! – ele acenou de longe.
S/n respirou fundo e voltou a cavalgar.
[...]
Taehyung já estava sobre o cavalo para ir atrás da S/n quando um pássaro apareceu e pegou sua coroa voando, todos ficaram assustados, mas se surpreenderam mais quando a ave soltou o objeto e uma flecha atravessou a coroa, acertou a árvore e ficou ali. S/n apareceu sobre o cavalo e Plínio pousou em seu ombro.
- S/n! – Taehyung desceu do cavalo e já foi correndo para garota, ele nem esperou ela descer para a abraçar – onde esteve? Quer me matar de susto?
- sabe que eu voltaria. – ela falou rindo e retribuindo o abraço.
Taehyung levantou os olhos e viu que o corvo estava sobre as costas do cavalo olhando tudo, o rei revirou os olhos.
- pelo que vejo, achou o seu pássaro. – comentou.
- na verdade... esse é o Sanha. – falou baixo.
- que? – Taehyung fez uma cara de confuso.
- é uma longa história. – ela riu sem graça.
- a não, como se já não bastasse ela, esse pássaro nojento, ainda tem que trazer essa bola de pelo? – Lisa reclamou ao ver um pequeno ser preto peludo sair do mato alto.
- Yeontam! – Taehyung pegou o cãozinho no colo que começou a lambe-lo.
- onde a mocinha esteve? – Jimin chegou de cara fechada.
- ótimo, agora tenho babás. – S/n revirou os olhos.
- Namjoon está bem? – Jeon questionou, já sabia onde ela estava.
- bem? Ele vai ser pai! – S/n riu.
- como? – Taehyung parou de brincar com o cachorro para ouvir o que ela tinha a dizer.
- é, ele e Irene estão esperando uma criança! E nem nos avisaram... Por isso sumiram, não é seguro ter um filho la dentro. – respondeu resumidamente.
- como não? É melhor dentro dos muros onde temos algum controle do que aqui fora onde estão expostos. – Tae comentou.
- sabe do que estou falando, Jimin só está vivo por pura sorte. – S/n olhou para ele.
- S/n! está maluca? – Jimin fechou a cara.
- pare de agir assim, ele já sabe de tudo. – S/n fez cara de tédio para o irmão.
- sabe mesmo? – Jimin olhou para o amigo.
- sou um rei, sei de tudo e mais um pouco. – Taehyung bagunçou o cabelo do menor – não se preocupe, estou me acostumando com a ideia mas sei que uma hora eu entenderei tudo.
- mas e quanto ao filho deles, faz muito tempo que ela está grávida? – Jungkook perguntou animado – adoro crianças!
Enquanto o quarteto conversava sobre o ocorrido, Jennie e Lisa estavam afastadas olhando toda a situação, ela não podiam nem se quer tentar enturmar por estarem muito longe e eles estarem conversando em um circulo onde só eles podiam ouvir o que era dito. Lisa bufou.
- esta vendo por que a odeio?! Essa garota é sempre o centro das atenções. – reclamou.
- não seja tão dura, Taehyung te deu atenção o dia todo. – Jennie deu de ombro.
- ele não me deu atenção, estava mais preocupado em saber onde essa plebeia imunda estava. – ela revirou os olhos.
- pelo menos sabemos lutar agora. – a princesa achou um lado positivo.
- claro que sabemos. – respondeu com sarcasmo – duvida quanto que S/n é capaz de derrubar nós duas de uma vez? Viu só como ela acertou bem a flecha? Essa menina deve ser uma matadora de aluguel.
- sempre tão exagerada. – Jennie negou com o rosto – não é como se ela fosse nos matar só porque acertou uma flecha.
- eu não duvido nada vindo dela, e você também deveria tomar cuidado. Ate parece que esta desistindo do nosso plano. – Lisa falou e foi na direção deles – como sempre, a donzela chega sem aviso prévio e toma a atenção de todos, não quer que eu te sirva uma taça de vinho?
Todos olharam para Lisa e os sorrisos foram sumindo.
- espero que minha presença não seja um incomodo. – S/n levantou uma sobrancelha.
- mas é, pode sumir de novo. – Lisa fez um sinal com a mão como se mandasse que ela fosse embora – então Taehyung, não irá nos ensinar a nos defender?
- já não fiz isso? – ele respondeu sem olhar para ela.
- acho que ainda não aprendi. – ela deu um sorrisinho.
- pode ir, conversamos depois. – S/n tocou o ombro dele.
- ele não precisa da sua permissão para fazer as coisas. – Lisa falou com descaso.
Taehyung bufou, odiava que tratassem S/n mal, mas também não iria levantar a voz para Lisa. Ele olhou para plebeia com um olhar pidão mas ela só fez um sinal com a cabeça para que o mesmo fosse logo, o rapaz foi se arrastando para direção da princesa que só sorriu e voltou a treinar. Ficaram fora a tarde toda, e Lisa se recusou a deixar Taehyung ao menos chegar perto da S/n. A garota estava escorada em uma árvore jogando conversa fora com o irmão e o amigo, as vezes brincava com Yeontam e ate conversava com Plínio – coisa que ela não fazia a muito tempo – olhando daquele ponto de vista, S/n estava tendo a vida que tinha antes, nada para se preocupar. O dia estava indo embora e eles tiveram que recolher a bagunça, S/n ficou olhando para floresta uma ultima vez.
- vamos? – Taehyung apareceu do lado dela.
- temos mesmo? – ela formou um bico.
De longe Lisa já ia na direção deles para separar o casal, mas Jeon segurou o braço dela a colocando sobre o cavalo novamente, Taehyung fez um positivo com o dedo para agradecer o amigo e olhou de novo para amada.
- infelizmente sim. – ele respirou fundo.
- queria poder ficar aqui. – S/n murmurou.
Mais uma vez o rei sentiu que estava prendendo a garota, enquanto “ensinava” Lisa a lutar, ficava observando S/n com os amigos... Era outra garota. Queria tanto faze-la feliz, mas também não podia abandonar o reino. Parecia que aquela ideia de fugir dos muros de Áspia para viver com S/n haviam aparecido só uma vez, desde que ele havia se tornado rei era difícil pensar em deixar o trono... tinham coisas de mais para resolver. Taehyung jovem estaria decepcionado com o Taehyung de agora.
- estou te prendendo, não estou? – ele falou com desanimo.
S/n ficou alguns segundos calada, teve que pensar em uma resposta.
- você não, eu é que estou me prendendo. – ela respondeu e suspirou – vamos, os meninos já devem estar la dentro.
Taehyung ficou para trás com um olhar vazio, alguma hora essa diferença entre os dois surgiria com mais força, e se continuasse assim uma hora tudo iria pelos ares. O rei começou a condenar seu próprio sangue, queria ter nascido como S/n, assim poderiam viver suas vidas sem nenhuma preocupação. Mas já que não nasceram iguais... paciência. O rapaz deu alguns passos e a acompanhou.
- você conhece algum lugar aqui que seja bom para construir uma casa? – ele falou inocente.
- todo lugar aqui é bom para uma casa, por quê? – ela deu uma risadinha.
- nada... Onde você gostaria de morar? – continuou perguntando.
S/n parou e olhou para ele, o mesmo fez uma cara de que não entendeu a desconfiança.
- gosto de onde eu morava, tenho boas lembranças la e fica perto de tudo que preciso. – deu de ombro.
Taehyung pensou um pouco.
- e não tem nenhum outro lugar que você gostaria de viver? – ele colocou as mão nos bolsos.
- essa floresta é minha casa, Taehyung. Eu estando aqui já me faz feliz o suficiente. – respondeu.
- pelo amor de Deus, S/n. Escolhe um lugar logo. – ele implorou.
- para que? – ela se virou para o rapaz.
- para eu poder te fazer feliz pelo menos uma vez depois que casarmos. – confessou.
Os dois ficaram calados olhando um para o outro, o rei coçou a nuca, estava cansado daquilo.
- eu me sinto péssimo em te fazer viver la dentro, viver como eu vivo... Sei que esse é o seu lugar, mas é tão difícil de deixar ir. – falou frustrado – talvez, se eu mandasse construir uma casa aqui fora, eu poderia dar um jeito de fazer com que pelo menos algumas vezes no mês nós visitemos esse lugar. Não quero te ver com o olhar baixo e sendo obrigada a ser quem não quer ser, quero te fazer feliz.
- você já me faz feliz. – ela respondeu e ele levantou o rosto – estar com você é a mesma coisa que estar em casa.
- mas eu não posso estar sempre com você. – respondeu com os ombros caídos.
- e eu também não vou poder ficar o tempo todo nessa outra casa. – ela sorriu gentil – não precisa se preocupar, se estivermos juntos já será o suficiente.
S/n gostaria de explicar que na verdade as memórias boas que ela tinha daquela floresta só eram boas porque o garoto estava nelas, então não importava onde a mesma estava morando, estar ao lado dele já a fazia feliz como antigamente. Mas claro, eram coisas que ela não podia falar, de qualquer modo Taehyung não entenderia nada. Ela respirou fundo.
- mas se quer tanto saber... Tem um lugar que sempre quis morar. – aquilo chamou atenção do rei – fica um pouco além do campo de vagalumes, em frente ao rio, onde tem muitas flores coloridas mas não tem tantas árvores grandes. Acho aquele lugar muito bonito e não precisaria derrubar muitas árvores para construir uma casa.
- então será la nossa casa. – Taehyung sorriu.
S/n retribuiu o sorriso e olhou para o portão, Jungkook estava de braços cruzados olhando para o casal com um sorrisinho pequeno.
- acho que se não dermos certo, Jungkook será a pessoa que mais ficará chateada, olha como ele olha para gente?! – S/n negou com o rosto.
- pensar que ele te odiava no começo de tudo. – o rei deu uma risada.
- vamos logo, se não ele nos fecha aqui de proposito só para ficarmos juntos. – ela respondeu.
- se for assim, então vamos ficar só mais um pouquinho. – Taehyung abraçou a cintura dela.
- BEIJA LOGO! – Jungkook gritou.
O casal se olhou e começou a rir, era engraçado alguém apoia-los tanto assim.
- agora estou envergonhada. – S/n encostou a testa no peito dele.
- para com isso, não é como se fosse nossa primeira vez. – o rei fez cócegas nela.
S/n deu uma crise de risos e Taehyung a pegou no colo, foram os dois para dentro e tiveram que escutar um Jungkook emburrado por não ter visto seu tão desejado beijo. Cada um foi para o seu aposento e tomaram um banho, logo foi servido o jantar e estavam todos na mesa comento em silêncio.
- onde estavam? Não os vi o dia todo. – Seokjin perguntou.
- Taehyung estava nos ensinando a lutar! – Lisa disse com um sorriso.
- ensine-as a lutar mais vezes, esse palácio fica incrivelmente silencioso sem vocês. – o mais velho comentou.
- se está incomodado com barulho deveria voltar para seu reino. – Taehyung respondeu sem olhar para ele.
- olhe os modos. – Jennie chamou suas atenções.
- enfim, S/n também foi? Ouvi dizer que ela luta bem. – Seokjin mudou de assunto.
- claro, não teria o porque eu ficar aqui dentro com você. – S/n respondeu com um sorrisinho sarcástico.
- é mesmo uma pena, poderíamos ter ido para o meu quarto... La eu ia te ensinar a lutar direito. – rebateu.
Todos olharam para o rei, Jennie sentiu as bochechas corarem e voltou a cortar sua carne, Taehyung apertou bem os talheres e mordeu os lábios, já Lisa e S/n estavam acostumadas com esse tipo de comportamento, então não se importaram muito.
- perdão, não entendi. Poderia explicar? – Taehyung falou com as sobrancelhas arqueadas.
- você é muito novo para entender essas coisas, apenas coma mais um pouco. – Seokjin deu dois tapas nas costas do irmão.
- está tão desesperado assim, majestade? A ponto de dizer coisas com duplo sentido para uma mulher?! – S/n voltou a comer.
- você que interpretou com segundos significados, não é culpa minha se é uma pervertida. – Seokjin riu.
- é mesmo? Então como treinaríamos em seu quarto? Ate onde eu sei não tem espadas ou flechas la. – S/n olhou para o rei.
- eu sou a arma, já treinei muitas mulheres assim e nenhuma delas reclamaram... Muito pelo contrário, saíram sabendo mais. – falou inocente.
- interessante isso de você treinar mulheres, seu exercito é composto por uma parte feminina também? – a garota olhou para o rei.
- claro, comigo as mulheres sempre tem uma chance. – Seokjin deu uma piscadinha para ela e voltou a comer.
- tudo bem, para mim já deu. Estou me retirando. – S/n se levantou – se me dão lecen-
- não não, pode sentar ai, não te dou permissão. – Seokjin encostou as costas na cadeira – vamos conversar mais um pouco.
- já que o senhor não me da licença, irei perguntar para autoridade. – S/n sorriu.
- eu sou autoridade. – Seokjin revirou os olhos.
- não aqui. – S/n deu um sorrisinho mínimo – majestade, te-
- não me chame de majestade, e já disse que não precisa pedir permissão para mim para fazer o que quiser. – Taehyung respondeu – está dispensada.
- grata. – S/n agradeceu enquanto levantava as sobrancelhas para Jin.
Assim que a moça saiu, Seokjin bufou e se levantou.
- nem pense em ir atrás dela. – Taehyung continuou comendo.
- você pode ate ser autoridade deles, mas para mim você ainda é o caçula mimado. – o rei respondeu com descaso.
Seokjin arrumou o terno e saiu do local, S/n estava no fim do corredor. Ele acelerou o passo e a alcançou.
- então você estava em seu habitat natural hoje? Correu em quatro patas também? – falou a acompanhando.
- mas é claro, acha que perderia a oportunidade?! – respondeu sem olhar para ele.
Seokjin deu uma risadinha e a olhou bem, S/n não parecia mais com medo dele, apenas mantia uma cara de deboche.
- você consegue ser mais sarcástica que minha filha. – ele fala.
- então realmente não foi um bom pai não dando educação para os seus filhos... Bem que eu suspeitei. – deu de ombro.
- acabou de afirmar que não tem educação. – rebateu.
- dou minha educação a quem merece. – S/n virou para ele – posso saber por quê está me seguindo?
- esse castelo é minha casa antes de ser a sua, vou para onde eu quiser. – ele deu de ombro – e você acha que não temos assuntos para resolver?
- perdão, mas não sei do que está falando e não estou disposta a saber. Tenha uma boa noite. – ela levantou uma sobrancelha.
- por que a pressa, princesa? Vai passar mais uma noite divertida com o rei? – Seokjin tocou no queixo dela.
- apenas vá embora e me deixe em paz. – S/n tirou as mãos dele dali.
- algumas criadas andam falando que você sai de madrugada para ir ao quarto do meu irmão, temos aqui uma meretriz? – Seokjin cruzou os braços.
- minha vida deve ser bem interessante para estar na boca de tanta gente. – S/n revirou os olhos – e se quiser chamar alguém de meretriz chame a Lisa, não é ela que vem divertindo suas noite?
- de fato, aquela garota não vale nada. – o rei falou despreocupado – por isso insisto ter uma noite com você, para aquele mole do Taehyung estar te desejando tantas vezes então deve ser realmente boa. Eu pago bem, deveria tentar.
- não obrigada, prefiro manter a comida no meu estômago. – S/n sorriu “gentil” – agora saia, estou cansada.
- ainda estou curioso sobre algo. – a impediu de abrir a porta.
- eu também, por que estamos conversando mesmo? – ela bufou.
- vai mesmo aceitar o pedido de casamento? – ele parecia salivar de curiosidade – sabe que as coisas podem ficar muito piores se aquele pedaço de ouro estiver no seu dedo.
- que diferença faz eu me casar com Taehyung ou não? Apenas se importe com seu casamento que já é o suficiente. – respondeu.
- claro que faz diferença, e nós sabemos o porquê. – ele sorriu.
- você não vai dominar Áspia, se é essa sua intenção. – ela falou cansada.
- você acha que não? Pois eu posso estar fazendo isso agora mesmo e você nem está percebendo. – o homem formou um bico como se estivesse falando com uma criança.
- e acha que está fazendo como? Tentando me desencorajar? Poupe o seu tempo, Seokjin. Nós dois sabemos que não sou esse tipo de pessoa. – S/n riu.
- olha só que narcisista pensando que meu foco é só nela. – falou “sozinho” – tem gente mais forte aqui dentro que já caiu nas minhas graças. Só estou te dando a oportunidade de fugir.
- olha só que lerdo pensando que vai conseguir me convencer de novo. – respondeu da mesma forma – lamento, majestade. Mas não estarei mais nesse seu jogo.
- não existe a opção “não estar no jogo”, ou eu ganho na base da conversa ou eu ganho a força. A conversa não parece estar dando certo, então vou ter que te eliminar em uma fogueira. Adultera. – ameaçou.
- ual, como você passa medo, estou toda arrepiada. – levantou as sobrancelhas – está vendo aquela tocha? Ela liga mais do que eu, no meu caso, só estou querendo dormir.
- não diga que eu não avisei, S/n. Aproveite minha bondade e pegue suas coisas. – levantou uma sobrancelha.
- não foi você que fez um espetáculo por que eu estava indo embora? Precisa se decidir, Seokjin. – revirou os olhos.
- já me decidi, quero que você vá embora. – arrumou a postura – agora, adeus!
- lamento te informar, mas ainda tenho cinco ou quatro dias aqui. – ela coçou a nuca – por que não vai embora você?
- porque quero te ver implorar naquela fogueira, não é obvio? – ele arrumou o cabelo – tudo bem, fique. Será mais divertido assim!
- digo o mesmo. – deu um sorrisinho.
- boa noite então. – respondeu.
- para você também. – falou como se nada tivesse acontecido.
Seokjin já estava virando de costas quando S/n resolveu mostrar que também sabia jogar.
- sabe?! Você tem esposa e três filhos lindos. Seria uma pena se os dois rapazes não pudessem tomar o trono e a mocinha nem se quer chegasse na vida adulta. – falou pensativa.
- está me ameaçando? – Seokjin se virou.
- não, estou apenas pensando alto. – se fez de inocente.
- você não pode tocar na minha família, eles estão a dias de distância. – riu convencido.
- por que eu tocaria nos seus belos filhos? Longe de mim. – fez cara de preocupada – eu posso não tocar, mas existe muitas pessoas como eu que desejam seu declínio tanto como eu... Lembre-se, minha mãe era uma pessoa importante e essas pessoas são movidas a dinheiro.
Seokjin ficou em silêncio, S/n havia conseguido atingir ele. Ela deu uma risadinha e negou com o rosto entrando em seu quarto. No mesmo instante o rei saiu em passos acelerados a procura de um mensageiro, assim que achou um ordenou que fosse imediatamente para Merxa checar se a família estava bem, talvez não fosse bom ter feito tantos inimigos, agora ate ele estava em risco.
[...]
Já estavam todos dormindo quando S/n despertou, ter ido para o lado de fora a fez absorver suas origens e a fazer ficar acordada de madrugada como uma boa protetora. A garota começou a andar pelo castelo sendo seguida por Yeontam e com Plínio no ombro. Ela subiu os degraus de forma silenciosa, era estranho estar sozinha, as vezes quando ela acordava sozinha Jungkook e Jimin a faziam companhia ate que voltasse a dormir, mas agora Jeon era general e S/n acabou por liberar Jimin... Principalmente depois de descobrir que o irmão e o amigo tinham uma chance de ficarem juntos, tinha certeza que o caçula arrumaria um jeito de fugir as vezes para ficar com o mais velho. Enquanto andava por tudo, notou que já estava no último andar, o andar onde ficava os quartos reais. No caminho escutou um barulho suspeito vindo do quarto de Seokjin e fez uma cara de nojo.
- será que ele não cansa? – murmurou.
Andou mais alguns passos e viu uma luz sair de baixo da porta de Taehyung.
- ele quase não dorme com a lareira acesa... Parece que não sou a única que perdi o sono. – pensou alto.
A garota percebeu a porta entre aberta deixando uma fresta minúscula, mas era o suficiente para ver o que o rei fazia la dentro. De forma curiosa ela espiou dentro do quarto, Taehyung estava de costas para a porta, tinha várias tintas no chão e ele pintava despreocupado o que parecia uma paisagem. S/n sorriu ao perceber que o rapaz ainda praticava esse hobby. Ela ficou observando quando viu algo suspeito, uma bola de pelo correndo dentro do quarto, seus olhos arregalaram quando Taehyung assustou com o animal e virou para trás desconfiado. A moça tinha que se esconder, seria estranho ser pega espiando Taehyung. Já ia correr quando alguém puxou seu braço e quando menos percebeu estava dentro do quarto de Seokjin, ela já ia gritar pois ele estava nu, mas ele segurou sua boca. Escutaram o som da porta se fechando de novo e ele a soltou.
- não reclame, é uma ótima visão. – o rei se gabou.
- que nojo, seu delinquente! – S/n se virou de costas.
Seokjin deu uma risada e foi vestir algo sem muita pressa.
- nunca te ensinaram que espiar os outros é feio? – Seokjin continuou se vestindo.
- para você saber que eu estava espiando então também tinha que ter me espiado, estamos no mesmo barco. – ela se manteve de costas.
- justo. – ele respirou fundo – pode virar, já me vesti.
- não confio em você. – respondeu.
Seokjin segurou seus dois ombros e a virou revirando os olhos.
- Taehyung vai ficar muito feliz ao saber que a mocinha dele está meu quarto. – se gabou de novo.
- fui obrigada a entra, e já estou de saída. – S/n sorriu forçado e já ia sair mas foi impedida.
- eu sei que você não está com sono, então vamos apenas tomar um pouco de vinho. – sugeriu.
- não, obrigada. – recusou.
- não foi um pedido. – Seokjin se afastou já pegando um copo servindo um vinho – você é sempre assim?
- assim como? – levantou uma sobrancelha.
- difícil. – respondeu e se aproximou com o copo.
- não sou assim. – ela deu uma risadinha – é você que não merece meu tempo.
- um pouco narcisista da sua parte pensar que você vale alguma coisa. – deu de ombro e a entregou o copo – quando Taehyung ainda me tratava como gente, ele vivia me dizendo de você, que era difícil arrancar um sorriso seu ou algo do tipo.
- a situação era outra. – formou um bico.
- você não gostava dele? – questionou.
- não é isso, esquece, você não entenderia. – resmungou.
Seokjin deu uma risadinha, negou com o rosto e deu um gole na sua bebida.
- não vai beber? – o mesmo levantou uma sobrancelha.
- acha mesmo que irei tocar algo que veio de você na minha boca? – ela fez cara de tédio.
- tem medo de que eu te envenene igual fiz com sua amiguinha? – perguntou como se fosse algo comum.
S/n já ia falar algo mas ficou tão surpresa com a naturalidade dele que ficou calada, ele a assustava as vezes.
- pode confiar, não tem nada ai. Quer ver? – ele pegou o copo na mão dela e deu um gole – viu só?! Apenas vinho e nada mais.
- não irei beber, se delicie sozinho. – ela respondeu e já ia sair de novo, mas mais uma vez ele a impediu.
- bebe logo, estou mandando. – Seokjin forçou o copo na boca dela mas ela o empurrou.
S/n fechou a cara e bufou.
- não sou mais uma dessas meninas que aceitam receber suas ordens, não te devo nada para ter que obedecer seus comandos! – falou olhando bem para ele.
- não me deve mas tem segredos comigo, não acha que é a mesma coisa? – levantou as sobrancelhas.
- segredos? Quer me ameaçar com segredos? – ela deu uma risadinha debochada – quer contar? Então vá! Não tenho medo de você.
Seokjin a olhou bem e abriu um sorriso negando com o rosto.
- vai se arrepender. – falou com um tom rouco.
- tudo bem, pelo menos terei história para contar. – deu de ombro.
- acho que não estará viva para contar essa história. – formou um bico – ate porque eu não disse para quem eu iria contar... Lembre-se, acima da coroa está a igreja, se eles disserem “sim” então não importa o tamanho da coroa que Taehyung estiver usando, a resposta final sempre será do padre. O mesmo padre que condenou sua mãe.
S/n respirou fundo, não iria voltar atrás.
- faça o que quiser, não serei mais a sua submissa. – respondeu e saiu do quarto.
Assim que fechou a porta tomou um susto, Taehyung estava ali parado com Yeontam no colo.
- a quanto tempo você está ai? – ela questionou com a mão no peito pelo susto.
- o que estava fazendo no quarto do meu irmão? – ele falou sem muita expressão no rosto.
S/n ficou alguns segundos olhando para o rapaz, ele estava com ciúmes.
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